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Archive for the ‘Umbanda’ Category

Da página Muito Axé - Facebook
Santa Sara Kali

A Slava (comemoração) de Sara Kali acontece nos dia 24 e 25 de maio. A Cigana Escrava que Venceu os Mares com sua Fé e Virou Santa.

Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões. Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias. Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio.

Segundo o livro oráculo (único escrito por uma verdadeira cigana) “Lilá Romai: Cartas Ciganas”, escrito por Mirian Stanescon – Rorarni, princesa do clã Kalderash, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: “Dalto chucar diklô” (Te darei um bonito lenço). Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no Sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um Diklô, o mais bonito que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.

Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida é o da fertilidade porque não concebem suas vidas sem filhos. Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo. A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior ofensa é chamá-la de DY CHUCÔ (ventre seco). Talvez seja este o motivo das mulheres ciganas terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade.

Considerada pela Igreja Católica como Santa de culto local , pois nunca passou pelos processo de canonização, Sara esta ligada à história das tradições cristãs da Idade Média e o assim chamado culto às virgens negras. Não se conhece a razão exata que levou os ciganos a eleger Santa Sara como sua padroeira, mas foi ela quem converteu os ciganos para o Cristianismo.

Ela é a mais venerada Santa para os ciganos e todo acampamento cigano conduz uma estátua da virgem negra depositada num altar de uma das tendas cercadas por velas, incenso, flores, frutas e alimentos. Contam as lendas que os restos mortais de Sara foi encontrados por um rei em 1448 e depositados na cripta da pequena Igreja de Saint-Michel em Saint Maries de La Mer.

Assim, todos os anos na madrugada de 24 de maio milhares de ciganos de quase todas as regiões da Europa, África, Oriente e dos quatro cantos do mundo, reunem-se na pequena igreja de Saint-Michel em louvor e homenagem a sua padroeira.

Outras versões são contadas, mas essa é a mais popular entre todas.
Internet-Povo Cigano

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Povo das Ruas

Ègbé, ainda sobre Umbanda, nesse post vamos abordar o Povo das Ruas, que na verdade são legiões de espíritos em desenvolvimento que constituem os povos das ruas, encruzilhadas, esquinas, cemitérios, etc.

O povo da rua tem espíritos masculinos e femininos. O Exús masculinos não revelam seu verdadeiro nome, aparecem nos grupos e legiões diversas e acompanham Preto-Velho, Caboclo e vários Orixás, dentre eles destacamos: Tranca Rua das Almas, Seu Sete Encruzilhadas, João Caveira, Exí Tirirí, Exú Mangueira, Exú Marabô, etc. Os Exús femininos são chamados de Pombagira, tal igual aos Exús masculinos, não revelam seu verdadeiro nome, aparecem em grupos e legiões diversas, acompanham Preto-velho, Caboclos e vários Orixás, dentre eles destacamos: Maria Padilha, Maria Mulambo, Cigana, Figueira, Quitéria, etc.

Exús e Pombagiras tem sua própria organização em Legiões e Falanges, cada um com seu chefe. Os chefes supremos são Exú Rei e Pombagira Rainha, entretanto, mesmo estes têm a quem prestar contas: todos os Exús estão sob o controle de São Miguel das Almas, o Arcanjo Miguel, chefe das hostes dos anjos celestes. Ele é encarregado de controlar os espíritos que ainda se encontram em nível relativamente baixo de desenvolvimento, mais suscetíveis portanto a serem seduzidos por presentes para que façam o mal atendendo a pedidos de pessoas mal intencionadas.

O Povo das Ruas trata de todos os assuntos externos à casa: o trabalho, a carreira, as viagens, a proteção contra todos os tipos de problemas e ameaças. Uma sessão dos Exús, quando bem conduzida e com as cantigas adequadas, tem um efeito benfazejo enorme, através de tais sessões é que nos livramos dos nossos inimigos, resolvemos problemas cruciantes, conseguimos vencer as demandas. Mas é prejudicial, tanto para o mortal quanto para o espírito, que façamos pedidos destinados a fazer o mal a alguém. Como os Exús estão progredindo no plano espiritual, sua ascensão será atrasada sempre que eles praticarem o mal a alguém, por isso, para ajudá-los, devemos sempre lhes endereçar pedidos de defesa, sem que tenhamos que atacar terceiros. Além disso, uma lei da magia diz que tudo que fizermos ao próximo voltará para nós  multiplicado por três. Portanto, é melhor para nós mesmos pedir proteção e abertura de nossos caminhos, em vez de pedir a realização de malefícios que mais cedo ou mais tarde recairão sobre nossa vida.

Exús e Pombagiras são vivos alegres e sensuais.Usam roupas em que se combinam o preto e o vermelho, além de jóiase outros adereços. Sua saudação é Laroiê ou Saravá Exú.

Pontos de Chamada

“Tá chegando a meia-noite
Tá chegando a madrugada (bis)
Salve o povo da Quimbanda,
Sem Exú não se faz nada”. (bis)

“Cambono segura a cantiga
que está chegando a hora (bis)
Saravá toda a encruza
Exú é quem manda agora”. (bis)

“O garfo de Exú é firme
A capa de Exú me rodeia (bis)
Já passei na encruzilhada
Lá Exú não bambeia”. (bis)

“tem morador de certo tem morador (bis)
capela que o galo canta
de certo tem morador”

Pontos de Subida

“Bateu meia noite na capela
O galo cantou na encruzilhada (bis)
Arrume sua capa e seu garfo, meu exú
O meu pai Ogun lhe chamou na madrugada”

“A encruza tá lhe chamando
Firma a gira deste Jacutá.
Seu (diizer o nome do exú) já vai embora,
Firma a gira deste jacutá,
Sua banda é muito longe,
Firma a gira deste jacutá.
Ele vai deixar o endá
Firma a gira deste Jacutá”.

” Candongueiro quando chama
É sinal que stá na hora
candongueiro quando chama
É que Exú já vai embora, maria.
Maria, amarra a saia que Exú vai embora
Maria, amarra a saia que Exú tá na hora”.

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Ibejadas

Ègbé,

Dando continuidade aos textos sobre as entidades da nossa querida Umbanda, já falamos de Caboclo, Preto-Velho e nesse post vamos abordar Ibejadas.

A Ibejada é a Legião das Crianças da Umbanda. Ela é liderada pelos santos Cosme e Damião e faz parte da linha dos santos ou linha de Oxalá. O termo Ibejada vem de Ibejis, Orixás gemeos que foi sincretizado com todos os santos que também são irmãos, Cosme e Damião e Crispin e Crispiniano. Por isso no Brasil esses santos tornaran-se protetores das crianças, embora não tenham esse significado em outros paízes.  No candomblé, os Erês são a personificação infantil, ligadas aos Orixás, por isso é muitas vezes confundido com os espíritos das crianças, as Ibejadas.

Os pontos cantados se referem muitas vezes a espíritos específicos, chamados por seus nomes: Estrelinha, Formiguinha, Faísca, Cosminho, etc. Também é comum a reverência a Doun que às vezes parece ao lado de Cosme e Damião como uma terceira criança menor que os gêmeos. Na África Doú é a criança que nasce logo após um par de gêmeos. Como estes são considerados muito especiais, o irmão que vem logo depois deles participa um pouco de seus poderes.

A legião Ibejada se divide em sete falangens: Falange Tupãzinho, relacionada à linha de Oxóssi, é formada por espíritos indiozinhos, habitantes das matas; Falange de Doun, realiza curas e habita, praias e jardins; Falange de Alabá, relacionada á linha de ogun, é formada por espíritos infantis que vivem nas cachoeiras e no mar e interferem em lutas e demandas; Falange de Dansu, relacionada à linha de Xangô, é formada por espíritos da natureza, dos temporais e das tempestades, que vivem em pedreiras e cachoeiras; Falange de Sansu, espíritos de meninas, ligadas a Yemanjá; Falange de Damião ou Cipriano, trabalha com Doun; Falange de Cosme ou Crispin, relacionada à linha de Oxalá, cuida de crianças e habita os jardins floridos. Apesar de serem espíritos muito brincalhões, como todas as crianças, as Ibejadas são poderosas e agem como anjos da guarda das pessoas. Como são muito próximas a Oxalá, que  trata como seus filhos diletos, seus pedidos são sempre atendidos por todos os Orixás. Por isso, a Ibejada é uma das falanges mais consultadas na Umbanda.

A festa das Crianças é realizada um dia depois do dia de Cosme e Damião que é dia 26 de setembro. A força da festa de Cosme e Damião foi tão grande que muitos pensam que Cosme Damião, santos católicos é dia 27 de setembro. A tradição das festas de Ibejadas, levam as pessoas a fazerem promeças para as crianças e conseguindo o desejado, fazem 7 saquinhos com 7 doces sortidos e dar para 7 crianças pobres na rua. Isso se popularizou a tal ponto que os saquinhos se multiplicaram, os presentes se multiplicaram, e milhares de pessoas saem as ruas para “pegar doce” e muitos para dar doce e pagar suas promessas. Poucos são os que nunca ganha ou um saquinho de doce.

Vale ressaltar que esse meu trabalho de pesquisa se deve seis pequenos livros que foram lançados pela editora Pallas na década de 70 e muito bem reorganizados e condensados por Eneida D. Gaspar da editora Pallas.

Salve Ibejadas!

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