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Archive for Dezembro, 2014

Jagun- Orixá Guerreiro

Jagun – Orixá Guerreiro

Jagun, era Guerreiro dos Exércitos de Osogiyan, é cultuado em algumas nações como “Qualidade de Omolú”, por ter passado vários anos em terras de Omolú, ele foi agregado ao panteão de Omolú.  Jagun é um Orixá Funfun, pois o culto a Jagun nasceu no Ekiti Efon, por esse motivo Jagun é cultuado no Axé Efon como um Orixá separado de Omolú. Antes dele ter ido para as terras de Omolú já existia seu culto no Ekiti, onde era sua terra natal. Assim também conta seus itans que Jagun teve passagem não só nas terras de Omolú, mas também nas terras de Ifé (Terra de Ogun) e Elegibô (Terra de Osagiyan). Jagun responde no Odú Ejionile, Odú regido por Osogiyan,  Odú que também respondem outros Orixás como Ogun’Já e Airá Modé. O culto a Jagun nasceu no Odu Okaran, daí sua ligação também com Exú que o acompanha.
Jagun, é uma palavra Yorubá, e significa guerreiro, é também um título militar. Trilogia dos guerreiros funfum, os inseparáveis Ogun, Jagun e Osogiyan.
Jagun é um Orixá Funfun (branco), é considerado e cultuado como Orixá da guerra lança de ferro (okó) na mãos e dependendo do caminho de Jagun ele usa até um ofá nas mãos, pois conta se um itan que Oxalá o nomeia como o guerreiro de todas as armas.  Usa contas brancas rajadas de preto e gosta também de contas feitas de búzios e marfim. Jágun é Orixá Jovem, tem caminhos com Ogun Já, Oxaguian e Ayrá. Tem caminhos também com Yemanjá e quase todas as Iyabás. Se apresenta através do Odú Ejionilê. Por ser considerado Orixá Funfun (branco) leva apenas um dedo de azeite de dendê, azeite doce , mel e suas comidas são todas brancas, duburú, fatias de inhame cozido, bolas de arroz, acaçá, obí e  Ebô. Seus bichos também devem ser todos brancos.  A dança de Jágun é extremamente guerreira, começa com movimentos lentos, dança empunhando sua lança ( Okó). Jagun, assim como Ogun e Oxóssi, é um grande caçador.  Um grande guerreiro que se veste de branco e usa obiokô.  Jagun um Orixá exclusivo do axé Efon, mas por ser andarilho seu culto migrou para as terras de Jeje Mahí e Ketu onde são cultuados dentro dos preceitos. De meu conhecimento existem  07 caminhos de Jagun:

Jagun Arawé
Jagun Itunbé
Jagun Àgbá
Jagun Sòjí ou Ajòjí
Jagun Igbònàn ou Topodun
Jagun Odé ou Ipopo
Jagun Itètú
Pesquisa de itans: Axé Efon
Texto: Fernando D’Osogiyan

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Oranian-O Fundador de Oyó

O Fundador de Oyó

ORANIAN (ÒRÀNMÍYÀN)

“Òrànmíyàn (Oranian) foi o filho mais novo de Odùduà e tornou-se o mais poderoso de todos eles; aquele cuja fama era a maior em toda a nação iorubá. Tornou-se famoso como caçador desde a juventude e, em seguida, pelas grandes, numerosas e proveitosas conquistas que realizou. Foi o fundador do reino de Oyó. Uma de suas mulheres, Torosí (Torosi), filha de Elempe, o rei da nação Tapa (ou Nupê), foi a mãe de Xangô, que mais tarde, subiu ao trono de Oyó. Oranian instalou um outro filho seu. Eweka, como rei em Benim, tornando-se ele próprio Óòni de Ifé.
Oranian foi concebido em condições muito singulares, que, sem dúvida, espantariam os geneticistas modernos. Uma lenda relata Omo Ogum, durante uma de suas expedições guerreiras, conquistou a cidade de Ogatún, saqueou-a e trouxe um espólio importante. Uma prisioneira e rara beleza chamada Lakanjê agradou-lhe tanto que ele não respeitou sua virtude. Mais tarde, quando Odùduà, pai de Ogum, a viu, ficou perturbado, desejou-a por sua vez e fez dela uma de suas mulheres. Ogum, amedrontado, não ousou revelar a seu pai o que se passara entre ele à bela prisioneira. Nove meses mais tarde. Oranian nascia. Seu corpo era verticalmente dividido em duas cores. Era preto de um lado, pois Ogum tinha a pele escura do outro, como Odùduà, que tinha a pele muito clara.
Essa característica de Oranian é representada todos os anos em Ifé, por ocasião da festa de olojo, quando o corpo dos servidores do Óòni é pintado de preto e branco. Eles acompanham Óòni de seu palácio até Òkè Mògún, a colina onde se ergue um monólito consagrado a Ogum. Essa grande pedra é cercada de màrìwò òpè, franjas de palmeiras desfiadas, e, nesse dia, os sacrifícios de cão e galo são aí pendurados. Óòni chega vestido suntuosamente, tendo na cabeça a coroa de odùduà, É uma das raras ocasiões, talvez mesmo a única do ano, em que ele a usa publicamente, fora do palácio. Chegando diante da pedra de Ogum, ele cruza por um instante sua espada com Osògún, chefe do culto de Ogum em Ifé, em sinal de aliança, apesar do desprazer experimentado por Odùduà quando descobriu que não era o único pai de Oranian.
Oranian, como já dissemos, foi o fundador da dinastia dos reis de Oyó. O mito da criação do mundo tal como é contado em Oyó atribui-lhe esse ato e não a Odùduà.
Estes dois personagem são os fundadores das respectivas linhagem reais de Oyó e de Ifé, o que bem demonstra que o mito da criação do mundo é, de uma lado e outro, o reflexo da lenha histórica da origem das dinastias que dominam nesses dois reinos.
A supremacia estabelecida por Oranian sobre seus irmãos nos é narrada em uma lenda recolhida no século passado Oyó:
“No começo, a terra não existia… No alto era o céu, embaixo era a água e nenhum ser animava nem o céu nem a água. Ora, o todo-Poderoso Olodumaré, o senhor e o pai de todas as coisas… criou, inicialmente, sete príncipes coroados… Em seguida… sete sacos nos quais havia búzios, pérolas, tecidos e outras riquezas. Criou uma galinha e vinte e uma barras de ferro. Criou, ainda, destro de um pano preto, um pacote volumoso cujo conteúdo era desconhecido. E, finalmente, uma corrente de ferro muito comprida, na qual prendeu os tesouros e os sete príncipes. Depois, deixou cair tudo do alto do cér… No limite do vazio só havia água… Olodumaré, do alto de sua morada divina, jogou uma semente que caiu na água. Logo, uma enorme palmeira cresceu até os príncipes, Oferecendo-lhe um abrigo grande e seguro, entre as suas palmas. Os príncipes se refugiaram ali e se instalaram com suas bagagens. Eram todos príncipes coroados e conseqüentemente, todos queriam comandar. Resolveram separar-se. Os nomes desses sete préncipes eram: Olówu, que se tornou rei do Egbá; Onisabe, que se tornou rei de Savé; Orangun, que reinou em Ila; Óòni, que foi soberano de Ifé; Ajero, que se tornou rei de Ijerô; Alákétu, que reinou em Kêto; e o último criado, o mais jovem, Òrànmíyàn, que se tornou rei de Oyó.
Antes de se separarem para seguirem seus destinos, os sete príncipes decidiram reparti entre eles a soma dos tesouros e das provisões que o Todo-Poderoso lhes havia dado. Os seis mais velhos pegaram os búzios, as pérolas, os tecidos e tudo o que julgaram precioso ou bom para comer. Deixaram para o mais moço o pacote de pano preto, as vinte e uma barras de ferro e a galinha… Os seis príncipes partiram à descoberta nas folhas de palmeira. Quando Oranian ficou sozinho, desejou ver o que continha o pacote envolto no pano preto. Abriu-o e viu uma porção de substância preta que ele desconhecia… sacudiu então o pano e a substância preta caiu na água e não desapareceu. Formou um montículo. A galinha voou para pousar em cima. Ali chegando, ela pôs-se a ciscar essa matéria preta, que se espalhou para longe. E o montículo se ampliou e ocupou o lugar da água. Eis aí como nasceu a terra.
Oranian apresou-se em descer para o domínio, assim formado pela substância negra, e tomou posse da terra. Por sua vez, os outros seis príncipes desceram da palmeira. Quiseram tomar a terra de Oranian, como já lhe haviam tomado, na palmeira, sua parte dos búzios, das pérolas, dos tecidos e dos alimentos… Mas Oranian tinha armas; suas vinte e uma barras de ferro haviam se transformado em lanças, dardos, fechas e machados. Com a mão direita, ele brandia uma longa espada, e lhes dizia: “Esta terra é só minha. Lá em cima, quando me roubaram, vocês me deixaram apenas esta terra e este ferro. A terra cresceu e o ferro também; com ele defenderei a minha terra! Vou matar todos vocês. Os seis príncipes pediram clemência, rastejaram aos pés de Oranian, suplicantes. Pediram-lhe que cedesse uma parte de sua terra para que pudessem viver, e continuar príncipes… Oranian poupou-lhes a vida e deu-lhes uma parte da terra. Exigiu apenas uma condição: esses príncipes e seus descendentes deveriam permanecer sempre seus súditos e de seus descendentes; deveriam, todo ano, vir presta-lhe homenagem e pagar os impostos na sua cidade principal, para demonstrar e lembrar que eles tinham recebido, por condescendência, a vida e sua parte de terra. Eis aí como Oranian tornou-se rei de Oyó e soberano da nação iorubá é, de toda a terra.”
Porém, Ifé reivindica a preponderância sobre Oyó. É em Ifé que está guardado o sabre de Oranian, chamado “sabre da Justiça”, que os reis de Oyó devem segurar nas mãos durante as cerimônias de entronização, para garantir sua futura autoridade.
Vêem-se ainda em Ifé duas outras relíquias de Oranian: um grande monólito, o Òpá Òrànmíyàn, seu escudo.


Texto:  Pierre Fatumbi Verger – Livro Os Orixás.

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BABALORISA IYALORISA_SACERDOCIO

Ao longo dos anos, o pensamento de que o homem possui uma importância menor no Candomblé frente à mulher, foi muito difundido. Isso foi reforçado, pelo fato de muitos terreiros tradicionais, durante décadas, não iniciarem homens Adosù e, permitindo que a única figura masculina nas Casas de Candomblé, fosse a dos… Ogans (não Adosù). Muitos creem que o surgimento dos homens Adosù e Babalòrìsàs, foi fruto de uma mudança cultural, ocorrida nos últimos 20 anos.

Sobre isso, o objetivo desta publicação é elucidar que, em verdade, tanto o homem quanto a mulher possuem o mesmo grau de importância no Candomblé. É ainda, esclarecer que, a figura do Sacerdote Homem (Babalòrìsà) existe desde a fundação da Religião no Brasil e, muito antes disso, no próprio berço da cultura dos Òrìsàs, a África.

Antes de tudo, é importante salientar que não é o sexo que difere a importância de uma pessoa na Religião dos Òrìsàs, mas sim, o grau hierárquico que essa pessoa possuí. Assim, o que confere a uma pessoa a distinção hierárquica na sociedade religiosa, é o título sacerdotal e não o sexo.

A estrutura do Candomblé do Brasil foi fundamentada e edificada, tendo como a figura máxima do terreiro àquele que zela pelo Òrìsà, que em idioma yorùbá é a Ìyálòrìsà ou Babalòrìsà (Mãe ou Pai que zela pelo Òrìsà). Na África, por exemplo, existe a figura do Arabá, título masculino não existente nos tradicionais Terreiros de Candomblé da Bahia.

A consagração de uma Ìyálòrìsà ou Babalòrìsà ocorre da mesma forma, sendo necessários os mesmos predicados para ambos. Sendo eles: Iniciado (Adosù), ter concluídos as obrigações de 1, 3 e 7 anos e, principalmente, ter recebido essa missão pelo Òrìsà (ou seja, isso deve estar no seu destino e não em sua vontade e como já discorrido em nossas publicações, somente a obrigação de 7 anos, não confere à ninguém o cargo de Sacerdote/Sacerdotisa). Dessa forma, quando um homem recebe um título de Babalòrìsà ele está em igual posição sacerdotal de uma Ìyálòrìsà (não há distinção).

O que existe em nossa religião, é a condição cronológica ou como versado nos Terreiros aqui de Salvador “Idade é Posto”. No entanto, esse ditado se refere quando ambas as pessoas (independente do sexo) possuem o mesmo título Sacerdotal (posto). O Sacerdote/Sacerdotisa, possuí posição igualitária, no entanto, o mais velho sempre terá o maior respeito (nessa visão a idade prevalece).

No início da abordagem desse tema, mencionamos que o Sacerdote homem, existe desde a fundação da Religião no Brasil e mesmo antes, na África. No berço da cultura dos Òrìsàs, sempre existiu a figura do Babalòrìsà, do Babalawo e do Arabá (supremo sacerdote masculino).

No Brasil, contrário do que muitos acreditam, a figura masculina sempre existiu e com grande destaque. Na fundação das mais antigas e tradicionais Casas de Candomblé os homens (Sacerdotes) estavam presentes, com importância singular na formação desses Terreiros.

Podemos exemplificar, com alguns dos nomes mais venerados e ainda hoje reverenciados nos Ipade dos Candomblés da Bahia, tais como; Gbongbose Obitiko e Baba Asesu Bérégédé (que tiveram importância singular na fundação do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho), Okarinde (no Terreiro do Gantois) e Oje Lade – Martiniano Eliseu do Bonfim, no Ilé Asè Opo Afonjá.

Isso, sem mencionar Talabí, o fundador do Terreiro de Òsùmàrè e, por exemplo, o aclamado Manoel Bernadino da Paixão, que fundou o Terreiro do Bate-Folha. Isso evidencia de forma muito clara, que o homem sempre esteve presente no Candomblé da Bahia.

Fato é que, na Bahia, as mulheres negras, tiveram ascensão social mais precoce que os homens, contribuindo de forma decisiva para o seu posicionamento religioso. As mulheres, antes dos homens, conseguiram acumular bens (na grande maioria das vezes, em razão da venda em escala de quitutes), permitindo-lhes a edificação dos Terreiros. Para os homens esse processo foi tardio, contribuindo para o cenário de distinção.

Apesar dessa diferença social à época, a importância do Sacerdote masculino sempre existiu, prova disso, conforme mencionado anteriormente é a evocação desses nomes no Ipade. Lembrando que, os ancestrais (Esá) saudados nessas cerimônias, invariavelmente são de pessoas iniciadas (Adosù), sejam elas mulheres, sejam homens, como os já mencionados; Esa Oburo, Esa Asesu Bérégéde, Esa Okarinde, Esa Danjemi, dentre muitos.

Desse modo, podemos afirmar que, no Candomblé, não existe diferença de grau sacerdotal em razão do sexo. Existem sim, alguns cultos específicos que a liderança masculina ou feminina prevalece à outra, mas isso, em cultos específicos, tais como Egúngún, no qual o homem é o Sacerdote Supremo (Alapini) ou nas Sociedades de Culto às Ìyàmì, Òsun ou Obà (Eleeko), nas quais as mulheres são as grandes matriarcas.

Assim sendo, podemos dizer que o Candomblé talvez seja, uma das poucas religiões, na qual o homem e mulher, desde que com o mesmo titulo hierárquico, possuem a mesma importância diante do clero. Mostrando que, há séculos, já pregamos a igualdade.

Nós do Terreiro de Òsùmàrè, esperamos uma vez mais, ter contribuído com o esclarecimento da cultura dos Òrìsàs no Brasil.

Que nosso patrono, Òsùmàrè Aràká, continue sempre olhando e abençoando todos com vida longa com saúde!

Texto: Terreiro de Òsùmàrè

Salvador – BA

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Intolerância Religiosa

Amigos o Ogan Airton nos fez o favor de endereçar esse post para que publicássemos e aconselhássemos as pessoas a ter este material em suas casas de Àse.

São informações importantes que podem nos respaldar na hora que mais precisarmos.

Uma boa leitura a todos e não deixem de baixar, imprimir e encadernar estes documentos.

Intolerância Religiosa

As liberdades de expressão e de culto são asseguradas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela Constituição Federal e muitas outras Leis sobre o assunto.

O Blog Axé Contém todas as Leis referentes à Liberdade Religiosa, como também informa os endereços e telefones dos Órgãos Públicos competentes no Estado do Rio de Janeiro para realização de denúncia contra a intolerância religiosa. Os visitantes poderão salvar e imprimir todo o material disponível.

Recomendamos que após a impressão, esse material seja encadernado e levado para a Casa de Axé. Vale a pena ressaltar que a discriminação religiosa é crime e deve ser combatida e denunciada por todo cidadão.

Blog Axé – http://intoleranciareligiosa.wordpress.com/legislacao/

Bom dia. Informo que todos os endereços dos Órgãos Públicos contidos neste Blog foram localizados através de pesquisas realizadas na Internet.

As Leis Federais e Estaduais citadas sempre existiram, o meu trabalho foi simplesmente agrupá-las em um só lugar.

Sou Técnico Judiciário e a minha intenção foi somente tentar contribuir com informações importantes sobre a fundamentação legal que garante a prática da nossa religião.

Entendo que qualquer cidadão que tenha conhecimento de Legislação, também poderia ter tido essa iniciativa.

Aproveito a oportunidade para comunicar que o Blog ” O Candomblé ” já está contido na “Lista de Links” do Blog Axé.

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Por: Áwo Falase Adesoji Òyasanya Fatunmbi

No capítulo de abertura do livro Paz Interior (Falokun Fatunmbi), há uma citação yorùbá que diz:

As divindades (Òrìsà/Irùnmolè) não podem dar o que sua cabeça (Ori) não quer aceitar.

É a parte mais profunda da sabedoria, já que implica na nossa participação em nossas vidas e a interação com o mundo é crucial.

O Espírito por si só não vai colocar nosso ego em alinhamento com o nosso Eu mais elevado e o nosso destino, ele não é participante ativo (Pois, Orí é determinante).

Em outras palavras, somos co-criadores quando se trata de manifestar os nossos destinos escolhidos. As escolhas são fruto do livre arbítrio, isto é soberano/imperativo, por este motivo estamos sempre prestando conta de nossas atitudes e escolhas, não existe perdão sobre faltas cometidas, caímos, levantamos, seguimos em frente e buscamos não incorrer novamente no mesmo erro, neste ponto vem a elevação espiritual e aplicação do conhecimento que aos poucos se transforma em sabedoria, este é o grande salto (o pulo do gato) de nossa religião, ver o ser humano se transformar e buscar o primórdio de sua formação esta é a atividade fim de nossa religião, melhorar o Ser enquanto humano. Pois, ele é o produto da Fonte (Deus), a razão da existência do culto de òrìsà.

Sim. Você e Ori são a razão de tudo isto que acontece dentro de um Ilè Àse.

Este foi o motivo de Olódùmarè ter mandado seus 400+1 òrìsà/irùnmolè para este mundo físico, cada um com sua responsabilidade e poder sobre um parte da natureza e dos homens, ligados como uma manta holográfica.

Não temos cor, gênero, culturas e etc., diferentes, apenas somos todos intransigentes e Deus não nos deu a faculdade mental para ser usada desta forma míope e mesquinha.

Ifá nos ensina que cada pessoa escolhe o seu destino e sua preparação para vir ao mundo entre os estágios de ida e vinda ou atunwa, o processo de nossa viagem através do canal de parto faz com que o Orí esqueça os detalhes do nosso destino escolhido.

O propósito e o processo do ritual e também várias cerimônias de Ifá nos colocam em alinhamento com o nosso Eu superior, para que nos lembremos daqueles detalhes que estavam escondidos, como resultado de nossa jornada aqui na Terra, o que nos permite cumprir o acordo que fizemos no reino espiritual.

Como participamos ativamente de vários rituais e cerimônias, informamos a memória antiga o nosso papel e o propósito de estar aqui na Terra, para que possamos cumprir nossos respectivos destinos.

Em Paz Interior, Awo Falokun Fatunmbi nos ensina o seguinte:

A forma de ver o mundo, informa como vemos a  nossa vida.

A forma como vemos nossa própria vida, informa como tratamos os outros.

A forma como tratamos os outros é uma medida de caráter.

Na linguagem da religião yorùbá tradicional, Ayanmo não é Ìwà Pèlé.

Ìwá pèlé ni Ayanmo.

Que significa:

Ayanmo não é o bom caráter.

O bom caráter é destino.

Se é através de um bom caráter que se cumpre seu próprio destino, então ele confunde a mente, como se poderia negar a outra pessoa o seu destino, um  assunto que ela tem direito.

A adivinhação por Ifá é uma das pedras angulares da nossa prática, nós consultamos Ifá, òrìsà e os antepassados ​​com freqüência para ajudar a guiar-nos através da vida de maneira mais eficaz. É através da adivinhação que aprendemos a melhor maneira de alcançar este fim. Isso pode significar que podemos dedicar nossas vidas para o culto de uma divindade em particular ou a Ifá e isto seria revelado através do processo de consulta ao oráculo.

Eu não sei como outro ser humano pode negar o destino de outro ser humano simplesmente por causa de orientação sexual ou gênero; para mim esta postura está dizendo que você sabe mais do que Ifá e nem mais do que Òlódúmarè.

Se nossa capacidade é tão grande e não há necessidade do culto de Ifá / Òrìsá como teríamos a capacidade de transcender as nossas limitações com tanta facilidade se não apagá-los todos juntos.

Voltando ao ponto onde Áwo Falokun diz:

A forma como nós nos vemos informa como tratamos os outros.

Há um debate em curso sobre a função do local onde gays e lésbicas se encaixam no mundo de Ifá, tanto tradicional, com os diversos sistemas na diáspora.

Primeiro, pessoalmente, estou cansado dessa conversa porque eu sinto que não serve para nada.

Segundo que eu compartilho minha vida com alguém e isto não é nenhum motivo de preocupação para ninguém.

Em terceiro lugar, homens gays e mulheres lésbicas precisamos parar de dar o seu poder a nossos irmãos e irmãs em linha reta (de forma aberta e direta) para que possamos nos sentir validados.

Eu entendo que ter aliados, é importante, contudo, devemos ter certeza de que nos valorizam em primeiro lugar. Nos meus trinta anos ou mais, crescendo nestas várias tradições tanto homens como mulheres gays (tanto lésbicas e heterossexuais) têm estado na vanguarda em manter estas tradições vivas e funcionando, apesar da discriminação, obviamente.

Àse.

Tradução:

Odé Gbàfàomi.

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