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Archive for Novembro, 2012

Os Ajogun

 

 

Ajogun – Àqueles Que Lutam Contra A Humanidade

Nas últimas postagens, abordamos duas Divindades de suma importância, que estreitam os laços existentes entre o Orùn e o Aye (Ìyàmì e Egúngún). Hoje vamos falar um pouco sobre os “Ajogun”, que não são Òrìsàs (é importante que isso fique claro a todos), mas sim, espíritos malignos que tem como objetivo afetar a vida das pessoas no Aye.

À primeira vista, muitos se apavoram em saber da existência de espíritos malignos que podem nos prejudicar. É fato que eles atrapalham a vida das pessoas, mas na concepção Yorùbá, esses espíritos fazem com que exista o equilíbrio natural, a simetria entre mundos e poderes.

Isso é evidenciado, por exemplo, no jogo do Obì, no qual existe uma caída que reflete a harmonia perfeita, na qual duas faces internas do Obì caem voltadas para baixo e duas para cima, sendo que os sexos dos gomos do Obì caem divididos para baixo e para cima harmoniosamente. Na cultura dos Òrìsàs essa caída representa a simetria perfeita, pois o negativo e positivo estão em consonância, bem como o feminino e masculino.

Dessa forma, embora malignos e terríveis, a existência dos Ajogun motiva as energias positivas a circularem no mundo. Essas energias positivas são estimuladas por meio dos sacrifícios (Ebó) que são prescritos por Sacerdotes, que o revelam por meio do oráculo.

Os Ajogun são forças muito negativas, que tem como objetivo causar doenças, acidentes, brigas, discórdias. Por isso, quando há sacrifícios, é comum cantarmos pedindo para que a água (elemento mais puro e benéfico que existe) cubra e mate as discórdias (bomi pa ejo), cubra e mate as doenças (bomi pa arun), cubra e mate as maldições (bomi pa epe), etc. Em verdade, estamos pedindo para que a água cubra e mate os poderes malignos do mundo, os Ajogun.

Diferente das Divindades que moram nos espaços do Orùn, regressando ao aye por meio da manifestação, os Ajogun moram no Aye e não no orùn. Isso acontece, pois os Ajogun não conseguiram causar males no mundo dos Deuses. Ou seja, os Ajogun moram no aye, pois aqui, diferente do orùn, eles conseguem espalhar os males de forma indiscriminada.

Os Ajogun estão sempre à espreita, esperando um momento adequado para atuar. Por isso, é muito importante que as pessoas sempre se cuidem, por meio de oferendas, banhos e o que mais for necessário, conforme prescrição do Sacerdote.

Quando algo de ruim surge no mundo, por exemplo, uma nova doença, isso certamente foi motivado por Ajogun, entretanto, quando uma grande descoberta em benefício à sociedade surge, foi motivada pelas forças positivas que sempre prevaleceram, como os Òrìsàs.

Por diversas vezes, já discorremos sobre a importância da realização dos sacríficios prescritos, sobre a importância de não quebrar tabus (Ewó), uma das razões para termos falado bastante sobre esses temas, foi justamente para se entender que essas ações atacam os poderes dos Ajogun.

Quando, por exemplo, uma pessoa quebra um Ewó, ela está ajudando e dando forças ao Ajogun. O mesmo ocorre quando o sacerdote prescreve um sacrifício que é negligenciado, a pessoa está dando forças ao Ajogun.

Nós do Terreiro de Òsùmàrè, esperamos uma vez mais, ter contribuido para o esclarecimento dos temas relacionados a nossa crença.
Texo do Facebook da Casa do Òsùmàrè

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“O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A semana dentro da qual está esse dia recebe o nome de Semana da Consciência Negra.

A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro (1594).

Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.

Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.” (Wikipedia)

Muito recentemente foi lançado na rede um vídeo curto onde em um momento o entrevistador indaga o ator Morgan Freeman com a seguinte questão: “Quando iremos nos livrar do racismo?”, e Morgan o responde “Parando de falar sobre ele.”.

Esse vídeo tem sido usado por muitas pessoas para passar a ideia de que quem fortalece o racismo são aqueles que falam e lutam contra ele e, por conseqüência, o mês da Consciência Negra é posto em cheque.

Infelizmente muitas pessoas são capazes de usar quarenta segundos de um vídeo editado e descontextualizado para criticar e fortalecer o mito da democracia racial no nosso país, pois viveríamos numa sociedade igualitária e com oportunidades acessíveis a todos. O que valeria seria a meritocracia.

Desconsiderar a necessidade da discussão, da existência do problema e de soluções para que o racismo não ganhe mais força, para mim, beira a insanidade e a ignorância.

O racismo é um problema complexo e todos os movimentos que aqui estão lutando não estão aqui por conflito entre raças, para testar ou comprovar alguma soberania racial. O racismo existe, os números comprovam, a tela da nossa sociedade comprova, a minha prima negra de seis anos que tem vergonha do cabelo por causa dos amiguinhos da escola comprova, os índices de marginalização também comprovam isso, a negra como empregada doméstica na televisão comprova isso.

Não só se discute preconceito e racismo no mês de novembro. Durante todos os outros meses do ano há pessoas engajadas em estudar, observar, comprovar esta anomalia presente em nossa sociedade e montar políticas públicas que visem diminuir esse abismo de diferenças sociais.

Afirmo-lhes: não adianta dizer que racismo existe ou não, não adianta dizer que é contra ou a favor do movimento da boca pra fora por causa de quarenta segundos. A história do negro marginalizado aqui tem centenas de anos, ou seja, precisamos de muito mais que quarenta segundos para discutir o problema. Adianta sim abrir os horizontes dos nossos olhos, do nosso mundinho, ler, buscar informação, usar os nossos olhos para observarmos como realmente são as coisas ao nosso redor.

O mês, a semana, o Dia da Consciência Negra servem para tentar tirar –  com mais ênfase – do pensamento dos próprios negros as palavras que eu ouvi num ônibus dia desses: “Negro nasceu pra sofrer.”. Não é se por na moda, no politicamente correto e sim não ver na própria cor, no próprio cabelo entraves para a própria aceitação. Nós temos que nos ver com os nossos próprios olhos e não com os olhos de uma sociedade montada e estratificada de uma maneira onde a sua base é composta, em sua maioria, pelos descendentes daqueles falsamente alforriados no dia 13 de maio de 1888.

Dayane

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Rosário para Orunmilá

 

Na busca da disseminação do conhecimento não classificado como “Awo” (o mistério que só pode ser revelado aos iniciados), a razão de confeccionarmos aquilo que muitos chamam de o “Terço ou Rosário dos Òrìsà. Elaborado a partir de Ikó e de determinadas partes dos Eranko ofertados aos Orixás, surgiu por conta da prova de amor de Ejiogbe pelo seu Pai Orunmilá.

Uma antiga história Nàgó conta que Orunmilá estava em dúvidas de qual filho ele escolheria para ser o primeiro a lhe representar no seu oráculo sagrado. Orunmilá chamou todos os seus filhos e disse: “Vocês irão me representar em uma festa que haverá no palácio do Oni (Rei de Ifé). Cada um de vocês terá que provar que durante a festa estavam se lembrando de mim, mostrando que são meus filhos e que me amam verdadeiramente”.

Todos os irmãos caminharam durante 7 dias rumo à Ifé, para a grande festa. Ejiogbe era o mais desprezado dos irmãos e logo no inicio foi deixado de lado. Todos os demais irmãos caminharam rapidamente para chegar brevemente a Ifé.

No dia da grande festa, os irmãos de Ejiogbe já estavam lá, comendo e bebendo de um tudo, do bom e do melhor, sem sequer lembrar do seu Pai. Ejiogbe chegou ao final da festa, muito cansado e com fome por conta da viagem longa que fez.

Quando seus irmãos viram que ele estava lá, trataram de lhe dar às costas, ignorando-o. Ejiogbe se apresentou ao Oni, dizendo que era o filho de Orunmilá e que estava ali para lhe representar. O Oni disse que era um prazer receber o filho do Testemunha do Destino. Faminto, Ejiogbe foi à mesa para comer algo, no entanto, por ser o final da festa, só encontrou ossos, patas, asas e cabeça.

Ejiogbe comeu um pouco e pegou o restante, colocando em um saco de pano que trazia consigo. No caminho de volta à casa de Orunmilá, todos os irmãos começaram a maltratar Ejiogbe, dizendo que ele era vergonha de Orunmilá e que ainda por cima, estava carregando um saco com restos de comidas. Ao longo dois dias, o cheiro provindo do saco ficava mais forte e, novamente, os irmãos de Ejiogbe largou ele sozinho.

Quando os irmãos de Ejiogbe chegaram à Casa de Orunmilá eles foram logo dizendo que a festa estava muito boa. Ejioko disse que havia mostrado a todos suas habilidades, Ogundameji também, Osá, Okanran e todos seguidamente falaram suas histórias, todas enaltecendo a si mesmo.

Orunmilá então disse como vocês me provam que se lembraram de mim? Todos se entreolharam e ficaram mudos. Nesse tempo, chegou Ejiogbe que foi logo indagado por Orunmilá. E você Ejiogbe, o que fez na festa?

Ejiogbe ajoelhou-se diante de Orunmilá e lhe disse: Meu Pai, o grande senhor do destino, aquele que senta ao lado de Olodunmare, a sua bênção. A primeira pessoa com quem eu falei foi com o Oni, dizendo que estava lá pra representar o grande Orunmilá. Quando fui comer, a comida já havia acabado, mas mesmo assim, lhe trouxe esses ossos, para provar ao senhor que, mesmo quando estava com fome, jamais deixei de pensar no senhor. Quando Ejiogbe abriu o saco, estavam alguns ossos selecionados por Ejiogbe, cuidadosamente amarrados com o Iko (a palha da costa).

Orunmilá pegou aquela espécie de terço e pendurou em uma árvore na frente de sua Casa e disse: Todos que passarem por aqui, saberão que Ejiogbe foi o único que se lembrou do seu Pai, mesmo quando estava com fome. A partir de hoje, quando as pessoas desejarem saber aquilo que eu tenho para falar, louvaram primeiramente Ejiogbe e, a partir de hoje, sempre que haver uma oferenda dos Eranko que Ejiogbe me trouxe os ossos, os iniciados na religião dos Òrìsàs deverão pegar esses mesmos ossos e confeccioná-los da mesma forma que Ejiogbe o fez, lembrando dessa passagem.
As casas tradicionais Ketu/nagô mantém esse ritual, que comumente chamamos de terço ou rosário dos Orixás, deixando-os pendurados no tempo no terreiro em lugar seguro em respeito a Orunmilá, mantendo a tradição litúrgica.

Copilação de texto: Casa de Oxumare
Formatação e texto: Fernando D’Osogiyan

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Homenagem

 

Parabéns aos tricolores de plantão!!!!!

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O Voo do Igun (Abutre)

Nos primeiros dias do mundo em Ilé Ifé os òrìsà se cansaram de servir a Òlódùmarè.

Eles começaram a resistir aos decretos do Senhor do òrun e até mesmo chegaram a tramar a deposição de Òlódùmarè no òrun e no ayé.

Eles achavam que não precisavam de Òlódùmarè e que, como o Senhor do òrun estava tão distante, eles poderiam simplesmente dividir a dor ou os poderes entre si e as coisas seriam muito melhor assim.

Quando Òlódùmarè travou o vento desta atitude, o Senhor do òrun agiu de forma simples e decisiva:

Ele simplesmente reteve a chuva do ayé.

Logo, o mundo ficou possuído por um projeto surpreendente, o solo tornou-se seco e rachado, as plantas secaram e morreram sem água.

E não demorou muito para que todos no Ayé, os òrìsà e seus filhos começassem a morrer de fome.  Depois de um curto período de tempo, as barrigas roncando e os rostos pálidos começaram a falar mais alto do que o orgulho e rebeldia.

Eles decidiram por unanimidade ir a Òlódùmarè e pedir perdão na esperança de que isso traria a chuva de volta ao mundo.

Mas eles tinham um problema: nenhum deles teria como alcançar a distante casa de Òlódùmarè.

Eles mandaram todos os pássaros um por um tentar a viagem, mas todos falharam, ficaram cansados muito antes de chegar ao palácio do Senhor do Òrun.  Começou a parecer que toda a esperança estava perdida.

Então, um dia, o pavão, que era na realidade Òsún, veio a oferecer seus serviços para salvar o mundo da seca.

Mais uma vez houve revolta geral e risos com os òrìsà contemplando a ideia deste pássaro vaidoso e mimado empreender tal viagem.

“Você pode quebrar uma unha”, disse um deles.

Mas o pavão persistiu e como eles não tinham nada a perder, eles concordaram em deixá-la tentar.

Assim, o pavão voou na direção do oòrun (sol) e do palácio de Òlódùmarè.  Ela cansou da viagem, mas ela continuou a voar cada vez mais elevado, determinada a alcançar o Senhor do órun e salvar o mundo.  Indo ainda mais alto, suas penas começaram a se tornar desgrenhadas e pretas a partir do calor  fulminante do sol e todas as penas de sua cabeça se queimaram, mas ela continuou voando.

Finalmente, através da vontade e da determinação, ela chegou às portas do palácio de Òlódùmarè.  Quando Òlódùmarè veio sobre ela, teve uma visão patética, ela havia perdido muito de suas penas e as que permaneceram eram negras e desgrenhadas.  Sua forma outrora bela, agora era corcunda e sua cabeça era careca e coberta com queimaduras por voar tão perto do oòrun (sol).

O Senhor do òrun teve pena dela e trouxe-a para o palácio onde ele tinha comida e água e suas feridas foram tratadas.  Ele perguntou por que ele tinha feito uma viagem tão perigosa.  Ela explicou o estado do planeta e passou a dizer a Òlódùmarè que ele tinha vindo em risco de sua própria vida para que seus filhos (a humanidade) pudessem viver.

Quando Òlódùmarè olhou para o mundo e viu o olhar melancólico de Òsún, era óbvio que tudo o que ela tinha dito era verdade.  O Senhor do órun, em seguida, virou-se para o pavão, que agora era o que chamamos de abutre, e disse que seus filhos seriam poupados desta dor e ordenou que a chuva começasse a cair de novo.

Então Òlódùmarè olhou profundamente nos olhos de Òsún e em seu coração, então anunciou que por toda a eternidade, ela seria o Mensageiro da Casa de Òlódùmarè e que todos teriam que respeitá-la como tal.

Daquele dia em diante neste caminho, ela se tornou conhecida como Ikolè Òsún, o mensageiro da casa de Òlódùmarè.

E a partir daquele dia o caminho de Òsún conhecido como Ibù Ikolé foi reverenciado e se tornou associado com seu pássaro, o abutre (urubu).  O abutre, em seguida, retornou ao ayé, trazendo com ele a chuva, onde se encontrou em grande regozijo.  Como convém a uma rainha ou Ìyálodè, ela graciosamente absteve-se de lembrá-los de suas piadas e abusos como ela, podia se ver a vergonha em seus rostos.  É por isso que, sempre que uma pessoa tornar-se iniciada como um sacerdote em nossa religião, não importa em qual òrìsà ela foi iniciada, ela deve primeiramente ir ao rio e dar conta do que está fazendo a Òsún, A Mensageira de Òlódùmarè.

Maferefún Òsún

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“Se acharmos que uma grande desgraça nos espera, certamente veremos o que vier a ocorrer como uma desgraça. Se estivermos aguardando por um momento de iluminação, de expansão da consciência, provavelmente é isso que provaremos. Se acharmos que tudo é história da carochinha e que nada mudará, provavelmente nossos olhos não conseguirão enxergar nenhuma mudança verdadeira.

Em qualquer circunstância, pode-se dizer que o nosso padrão de pensamento cria a nossa realidade. Tudo o que vivenciamos é interpretado e decodificado a partir das crenças e ideias que alimentamos a respeito. Por exemplo, diante da mesma afirmação da Bíblia, em questões extremamente controvertidas em que católicos, protestantes e espíritas pensam de forma diametralmente oposta, todos eles defendem, com total honestidade, a ideia de que no que está dito em determinada passagem (a mesma para todos) está precisamente a prova de que eles estão certos e os outros errados. E cada um deles acredita piamente nisso.

Assim, é possível que talvez não exista “realidade” e “verdade” como algo absoluto. No nosso mundo físico, material, toda e qualquer realidade é relativa, e não há como dissociá-la do referencial a partir do qual ela é vista. Hoje sabemos que a matéria como algo sólido não existe, no entanto ela é absolutamente real aos nosso sentidos.
A nossa verdade, por exemplo, é que para nós o mundo é colorido, a verdade do cachorro é que o mundo é preto e branco, a verdade do inseto é que o mundo é quadriculado. Animais que enxergam cores fora do nosso espectro veem um mundo em cores para nós inexistentes. É duvidosa a existência de um mundo “absoluto” e, como seres humanos, jamais saberemos se existe e, em caso positivo, como seria, pois vivemos no mundo que podemos e que acreditamos conhecer.

Durante o sonho, o sonho não é real? E muitas vezes, não mudamos os contextos, no sonho, ao nosso bel prazer? Do mesmo modo, durante a nossa vida, a vida é real para nós, e dela fazemos o que queremos, já que não temos como contrastá-la simultaneamente com qualquer “outra realidade”. Isso se estende muito além do mundo captado pelos sentidos físicos. Estende-se ao mundo do conhecimento, das ideias, das crenças e da imaginação. Estende-se à totalidade do nosso ser, daquilo que ele pensa que é, e do mundo em que ele pensa que está.

Em sentido absoluto, nada sabemos. Como dizia Sócrates, “o meu único saber é que sei que nada sei”. Admitir isso significa fazer o que a fìsica quântica hoje está fazendo: abrir-se para toda e qualquer possibilidade, sem excluir nenhuma, já que tudo aquilo que nossa mente excluir, excluído estará, ipso facto, do nosso universo pessoal de possibilidades. Por que e para que nos limitarmos? Alguns dirão: para não enlouquecermos. Mas não seria uma loucura maior fecharmos tantas portas mentais, a priori, impedindo que uma série de “realidades” possa ocorrer conosco, já que as expurgamos desde logo do campo dos pensamentos das “possibilidades possíveis”? Acaso é possível, fora do universo físico que conhecemos, afirmar a existência de “possibilidades impossíveis”?

Claro que essa visão constitui abominação para qualquer religião, já que toda religião tem a pretensão de nos oferecer um pacote de “verdades absolutas”. E nem poderia ser diferente, já que toda religião foi criada e organizada por homens, embora estes sempre se atribuam a condição de arautos do próprio Criador.

Se o ser humano se levasse menos a sério e fosse menos obcecado pela “verdade”, talvez ele conseguisse experienciar um campo de “realidade” muito maior, se permitindo tangenciar “realidades” bem mais interessantes e criativas das que ele se permite “conhecer”.

Assim como os budistas dizem que a única coisa permanente é a impermanência, parece fazer todo sentido dizer que a única coisa absoluta, para o ser humano, é a total relativização ou, se se preferir, que a única verdade, para o ser humano, é a ilusão. Já Orixalistas não creem em reencarnação, creem no retorno contínuo da nossa energia advinda de uma energia matriz.

Ao me perguntar sobre a reencarnação, eu disse que, provavelmente, os que acreditassem nela reencarnariam, ou achariam que reencarnariam, e os que não acreditassem, não reencarnariam, ou assim achariam. Concordo que parece um discurso totalmente absurdo, Mas talvez não necessariamente o seja.

O verdadeiro alcance e a magnitude da célebre advertência: “Assim como creres, assim será”, talvez seja bem mais literal e infinitamente mais amplo do que se possa supor.”

Façam uma reflexão gradativa e sem apegos e sem documentos superiores, com idoneidade,  pois é muito mais fácil saber o que vamos fazer amanhã.

Parte do texto copilado da Internet, adaptado e organizado.
Por: Fernando D’Osogiyan

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