Nação Cabinda não é uma fraude, é uma tradição ancestral do Rio Grande do Sul.
O presente trabalho tem como principal objetivo a defesa da vertente religiosa Cabinda/Kanbina¹, como parte integrante e legítima do Batuque do Rio Grande do Sul².
O proposito deste trabalho é contrapor uma publicação (Cabinda, Qual é a origem da acepção Cabinda?) recentemente lançada via redes sociais e na internet, de que a vertente religiosa de Cabinda/Kanbina seria uma invenção de seu fundador Waldemar (Valdemar) Antônio dos Santos e que não teria valor cultural e religioso, sendo assim, não podendo ser considerada uma forma de culto religioso afro-brasileiro. No decorrer deste artigo apontarei algumas inconsistências e falhas na dada publicação, que nitidamente representa um ataque infundado a uma forma de culto, bem como a seus adeptos e ao seu fundador, o Sr. Waldemar Antônio dos Santos.
1 Uma das questões abordadas no presente trabalho será a nomenclatura da vertente, se a mesma seria Cabinda ou Kanbina.
2 Forma religiosa implantada pelos africanos escravizados e seus descendentes no Estado do Rio Grande do Sul/Brasil, e que posteriormente foi introduzida em outros Estados brasileiros, bem como em países vizinhos tais como Argentina e Uruguai.
Link para acesso ao trabalho completo: https://drive.google.com/file/d/0B7oGeEZgb95gVjZ2dV9FeVVTeU0/view
Excelente postagem.
Sempre tive grande interesse na Nação Kanbina (pesquisas sugerem Kànbínà), por perceber que nela encontra-se preservado, mesmo inconscientemente, resquícios de tradições muito antigas. As quais podem vir a complementar nosso entendimento sobre o legado africano no Brasil.
Apesar de ser dito que o Ijexá é a base do Batuque, acredito que foi a Kanbina que nele preponderou. Passando assim a influenciar e servir de modelo para todas as outras tradições religiosas que o constituem.
Como os próprios sacerdotes da Nação Kanbina, inicialmente também me prendi ao sugestivo termo, que nos induz a uma possível origem Banto. Contudo, ao pesquisar mais atentamente, a princípio não encontrei nenhum resquício contundente dessa origem.
Sendo que o que mais me chamou atenção, foi seu ineditismo em relação a morte, tabu em todos os cultos afro-brasileiros de cunho iniciático. Vindo provavelmente dai sua assimilação da Umbanda, essencialmente um culto aos mortos.
Essa intima relação com a morte, levaria a hipótese sobre as origens da Kanbina ser um antigo culto ancestral à realeza Nagô-Yorubá. Mas exatamente, um culto a ancestralidade dos antigos reis do Império de Oyó.
Tal hipótese, apesar de ousada, não é absurda. Uma vez que há no Brasil, um culto fundamentado na ancestralidade da realeza do antigo Daomé.
Enfim, em absoluto devemos considerar a Nação Kanbina desprovida de historicidade e tradição cultural. Muito pelo contrário, é um tema apaixonante que carece de pesquisas mais aprofundadas.
Que Xangô Kamucá Baruálofina, patrono espiritual da Nação Kanbina, nos abençoe e nos proteja.
Axé
Prezados,
Precisamos entender primeiramente como se interpretou o conceito de Nação, Etnia aqui nos cultos afro-brasileiros, especificamente o Batuque no RS. Kabinda é uma região próxima a Angola na Africa Bantu, então geograficamente se entende a distinção dos cultos entre Nagos e Bantus. O batuque em sua base é de matriz nago e fon,( Ijesa-Oyó) (Jeje), mas eu acredito por pesquisa feita ao longo de meu estudo, empírico e teorico, que possa ter havido um processo de também de nagotização de algumas práticas Bantus aqui dentro do Batuque, ou seja muita coisa uma nação certamente se apropriou da outra, ou seja uma cultura aprende com a outra( Antropologia). A colonização “negreira” no RS se dá pelo norte e por volta de 1700( Norton Correa, o Batuque no Rio Grande do Sul”) e já nessa época já tinhamos uma massificação maior do trafico de Nagos para o Brasil, ou seja os Bantus e Fons chegam aqui por volta de 1517, a seguir em ordem a proporção Bantus x Fons X Nagos, Luís Carlos Parés, formação do Candomblé no Brasil, história do Ritual Jeje, Unicamp. A origem da designação “Kambini” é altamente contestada, o quê acredita-se ter virado uma corruptela de Kabinda ( Região da Africa Bantu) E quando falamos de Africa Bantu, aí temos uma cosmovisão extremamente diferente de criação do mundo e mitologia dos Nagos.Tanto o Batuque quanto o Candomblé nascem miscigenados, são religiões da diáspora, certamente muito existe de várias etnias dentro do culto espiritual afro-descendente no Brasil, e isso não desligitíma e nem terá o caráter inquestionável da Fé de cada um. A busca por uma verdade absoluta é inevitável pelo ser-humano, embora saibamos que essa verdade absoluta” não existe. Mais portante que purismo dentro de um culto que nasce “misturado” e não só com crenças africanas, mas também com uma influencia forte euro-cristã é falarmos de Identidade Afro-Brasileira dentro dos cultos e “nações”
Ifámodupè
Nzambi ku enda sà!