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Archive for Novembro, 2013

Continuando com a apresentação das Escrituras Sagradas de Ifá (A Voz de Deus) contidas no Odù Ìká’Òfún.

5º Mandamento:

Eles avisaram que não deveriam mergulhar no rio, aqueles que ainda não soubessem nadar.

(O “saber” é fundamental para quem quer “fazer”. Para tanto, é necessário o “poder”, que só a iniciação pode outorgar).

Significado do 5º Mandamento:

O sacerdote não pode proceder a liturgias para as quais não seja habilitado através do processo iniciatico ou cuja prática desconheça ou domine apenas parcialmente.

 Interpretação:

O babaláwo não deve ostentar uma sabedoria que na verdade não possua. Procurar saber não avilta, mas, pelo contrário, exalta o ser humano. O saber é condição básica para que se possa fazer.

Mensagem:

Tudo deve ser feito integralmente e com legitimidade total. Se houver dúvidas sobre algum procedimento, deve-se pesquisar profundamente sobre ele. Cabe ao sacerdote ensinar tudo o que sabe àqueles que o cercam e que nele confiam. A sonegação de ensinamentos corretos e completos implica na responsabilidade da prática de suicídio cultural. Da mesma forma, buscar orientação em quem sabe, nada tem de humilhante e enaltece tanto àquele que busca como ao que fornece a orientação. A verdadeira sabedoria consiste na consciência da própria ignorância. Só os tolos se exibem e sabem tudo!

Sentença:

Deus não deu ao ignorante o direito de aprender sem antes tomar de quem sabe a obrigação de ensinar. (Da sabedoria oriental)

6º Mandamento:

Eles avisaram que fossem humildes e nunca, jamais, agissem com egoísmo. (humildade e desprendimento são atributos indispensáveis de um verdadeiro sacerdote).

Significado do 6º Mandamento:

O bàbáláwo não deve ser vaidoso de seus poderes, mas consciente deles. Não deve agir somente visando o próprio benefício, existe para servir e não para ser servido.

Interpretação:

A vaidade transforma o homem fraco de espírito num pavão que faz questão de exibir sua bela plumagem sem a consciência de que é a sua beleza que, despertando a atenção de terceiros, irá provocar a sua morte.

No Odú Ògúndá ’Ogbè (Ògúndákete), encontramos alguns itan que falam do exibicionismo do pavão que, ostentando a beleza de sua plumagem, atrai para si a atenção de todos que, depois de sacrificá-lo, transformam suas penas em belos leques e adornos. O verdadeiro sacerdote, o eleito de Òrúnmìlá, não se preocupa em exibir seu poder nem o seu saber em disputas vãs e inconsequentes. Acumula em si uma grande carga de sabedoria que transmite com dedicação a quem merece saber.

Mensagem:

O exibicionismo é um dos maiores defeitos num ser humano e inadmissível num sacerdote. Já dizia o velho jargão: “Num burro carregado de açúcar, até o suor é doce”. É assim que, aos olhos do sábio, parecem os exibicionistas: “burros carregando açúcar”.

7º Mandamento

Eles avisaram que não entrassem na casa de um Àràbà (título daquele que resguarda os segredos da chefatura de Ifá), com má intenção.

(As boas intenções devem prevalecer acima de tudo. A casa do Àràbà é o templo onde a iniciação é obtida).

Significado do 7º Mandamento:

A iniciação não pode ser motivada por interesses que não sejam puramente religiosos.

Interpretação:

As verdadeiras intenções do iniciando devem ser cristalinas como a água pura, e desprovidas de qualquer outro objetivo que não seja servir à humanidade através de Òrúnmìlá. Querer iniciar-se no culto por simples vaidade, para obter status social ou ostentar títulos sacerdotais é profanar o sagrado.

Mensagem:

Aquele que profana o sagrado tabernáculo de Ifá, movido por qual for o motivo, pagará com duras penas o sacrilégio praticado. Ninguém adentra impunemente o Igbodú de Ifá. O conhecimento corresponde a responsabilidades que nem todos estão preparados para assumir. É muito melhor errar por não saber do que saber e persistir no erro. O conceito mais amplo simboliza a atitude de um predador que esconde suas garras procurando adquirir a confiança e os conhecimentos de sua vítima para ter base de agir no momento mais propício aos seus objetivos. A mesma responsabilidade assume aquele que inicia pessoas que não possuam os requisitos básicos exigidos para tal, visando aí, a simples vantagem financeira.

8º Mandamento

Eles avisaram que não deveriam usar as penas “ekodidé” (pena do rabo do papagaio cinza) para limparem os seus traseiros. (A pena do ekodidé é um dos símbolos mais sagrados dentro do culto e, por este motivo, jamais deverá ser profanada).

Significado do 8º Mandamento:

Os sagrados fundamentos não podem ser usados com objetivos vãos. Os tabus devem ser integralmente observados sob pena de severas consequências.

Interpretação:

O sacerdote deve submeter-se de bom grado às interdições impostas por seu Odù pessoal, assim como aos tabus de seu Olori. A observância destes ditames está diretamente ligada ao estado de submissão às deidades cultuadas. As obediências totais às orientações de Ifá conduzem o homem à plenitude das bênçãos. Utilizar-se dos sagrados conhecimentos de forma leviana corresponde a profanar o sagrado. A figura aqui utilizada representa muito bem tal atitude. “Limpar o traseiro com penas ekodidé” é o mesmo que usar coisas sagradas com objetivos condenáveis e fúteis. Não se deve utilizar o poder da magia para prejudicar a quem quer que seja. A prática do mal, invariavelmente, apresenta resultados mais rápidos, mas conduz a caminhos tortuosos que não têm volta. Da mesma forma, aquele que se utiliza destes poderes visando unicamente auferir vantagens econômicas, está em desacordo com os sagrados ditames e será responsabilizado por isto.

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Ifá é a voz de Deus revelada por Òrúnmìlá através do oráculo, ela está guardada em 256 compartimentos chamados Odù, estes Odù podem ser maiores ou menores, o jogo de búzios utiliza apenas os Odù méjì (os maiores que chamamos Olódù), somente um Bàbáláwo pode revelar o que os outros 240 estão trazendo como mensagem através do Òpèlè Ifá (corrente divinatória) ou dos Ikin (sementes de dendê).

Dentre os Odù maiores estão os méjì, ou seja, Éjì Ogbè (Éjì Onilé), Ìwòrì méjì (Éjìlàseborá), Òbàrà méjì, Òsá méjì e entre os Odù menores (podemos chama-los de Omó Odù) está Ìká’fún (Ìká Òfún), guardião de uma parte dos ensinamentos das Leis Sagradas de nossa religião. Neste compartimento encontraremos as Leis Sagradas do comportamento humano dentro da religiosidade e vida social.

Introdução às Leis de Ifá.

Os conceitos constantes do presente documento representam a herança moral que nos foi legada por nossos ancestrais, consistindo em 16 Mandamentos de Ifá, transmitidos oralmente no dialeto original e traduzidos para o castelhano, idioma em que se encontram escritos nos antigos livros sagrados das seculares sociedades de Ifá de Cuba e que devem agora chegar ao conhecimento de todos aqueles que, de alguma forma, se interessem por nossa religião. É necessário que, de posse destes conhecimentos, possam todos aqueles que adotaram uma postura desonesta, corrompendo os ditames de Ifá e usando a religião tão somente para usufruírem vantagens financeiras, possam refletir e, retomando a senda do bem, exaltar o sagrado nome de Òrúnmìlá, divulgando-o dentro do respeito e religiosidade esperados de um verdadeiro sacerdote. Os mandamentos de Ifá nascem no Odù Ìká’fún e ninguém pode gabar-se de sua autoria. A tradução do documento originalmente escrito em Yorùbá e transcrito para o espanhol, a interpretação dos mandamentos, assim como tudo aquilo que não consta do documento original é de responsabilidade do autor desta obra (saudoso), Adilson de Oxalá, Bàbáláwo de Òrúnmìlá, Omó Odù Ogbè’bàrà.

O autor, entretanto, não exige exclusividade de seus colaboradores e autoriza a reprodução e divulgação desta matéria desde que devidamente citada a sua origem.

Itan do Odù Ìká’fún:

Quando os Maiores (os Irunmolé) chegaram a Terra, fizeram todos os tipos de coisas erradas que foram avisados que não fizessem. Então, começaram a morrer um atrás do outro e, desesperados, puseram-se a gritar e a acusar Òrúnmìlá de está-los assassinando. Òrúnmìlá então se defendeu dizendo que não era ele que os estava matando. Òrúnmìlá disse que os maiores estavam morrendo porque não cumpriam os mandamentos de Ifá.

Então Ifá disse:

A habilidade de comportar-se com honra é obedecer aos mandamentos de Ifá, o que é de sua inteira responsabilidade. A habilidade de comportar-se com honra e obedecer aos mandamentos de Ifá são minhas responsabilidades também.

Os 16 mandamentos de Ifá. (Os mandamentos de Ifá nascem no Odù Ìká’fún).

1º Mandamento:

Eles, os 16 Maiores, caminhavam em busca da Terra Prometida, Ilè Ifé, a Terra do Amor, para pedirem Ire Ariku (o bem da longevidade) ao Deus Supremo, Olódùmarè.

Então perguntaram a Òrúnmìlá:

“Viveremos vida longa como foi prometido por Olódùmarè quando foi feita a consulta através do oráculo de Ifá?”

 E eles (os adivinhos), responderam:

“Aquele que pretende vida longa, que não chame esúrú”.

(Tipo de inhame parecido com pequenas batatas. Chamar esúrú significa falar do que não se sabe).

Significado do 1º mandamento:

O sacerdote não deve enganar ao seu semelhante acenando com conhecimentos que não possui.

Interpretação:

O sacerdote não deve dizer o que não sabe, ou seja, passar ensinamentos incorretos ou que não tenham sido transmitidos pelos seus mestres e mais velhos. É necessário o conhecimento verdadeiro para a prática da verdadeira religião.

Mensagem:

Quem abusa da confiança do próximo, enganando-o e manipulando-o através da ignorância religiosa, sofrerá graves consequências pelos seus atos. A natureza se incumbirá de cobrar os erros cometidos e isto se refletirá em sua descendência consanguínea e espiritual.

2º Mandamento:

Eles avisaram aos Maiores que não chamassem a todos de esúrú. (Chamar a todos de “esúrú” é considerar todas as coisas como contas sagradas).

Significado do 2º Mandamento:

O sacerdote deve saber distinguir entre o ser profano e o ser sagrado, o ato profano e o ato sagrado, o objeto profano e o objeto sagrado.

Interpretação:

Não se pode proceder a ritual sem que se tenha investidura e conhecimento básico para realizá-los. Chamar a todos de esúrú, é considerar a todos, indiscriminadamente, como seres talhados para a missão sacerdotal, o que é uma inverdade ou, o que é pior, uma manipulação de interesses. Da mesma forma que nem todas as contas servem para formar-se o eleké (colar) de um Òrìsà (como as contas sagradas), nem todos os seres humanos nasceram fadados para a prática sacerdotal.

Mensagem:

Para ser um sacerdote de Ifá, são necessários inúmeros atributos morais, intelectuais, procedimentais e vocacionais. A simples iniciação de um ser profano, desprovido destes atributos básicos e essenciais, não o habilita como um sacerdote legítimo e legitimado. Da má interpretação e inobservância deste mandamento resulta a grande quantidade de maus sacerdotes que proliferam hoje em dia dentro do Culto de Òrúnmìlá. Ai observa-se a diferença entre “ser bàbáláwo” e “estar bàbáláwo”.

Aquele que se submete à iniciação visando tão somente o status de bàbáláwo, jamais será um verdadeiro sacerdote de Òrúnmìlá. “Estará” bàbáláwo, cargo adquirido pela iniciação, mas jamais “será” bàbáláwo, condição imposta por sua vocação, dedicação e desprendimento. Cabe ao sacerdote que procede a iniciação escolher, com muito critério, aqueles que são realmente dignos do sacerdócio.

3º Mandamento:

Eles avisaram que não chamassem forças, da forma errada “ódidé”. (Uma referência às aves noturnas e misteriosas, que se nutrem de sangue. Dar maus conselhos e orientações erradas é expor as pessoas aos perigos de energias maléficas e sem controle).

Significado do 3º mandamento:

O sacerdote nunca deve desencaminhar as pessoas dando-lhes maus conselhos e orientações erradas.

Interpretação:

É inadmissível que um sacerdote se utilize do seu poder e do seu conhecimento religioso para, em proveito próprio, induzir ao erro aqueles que o seguem. Ao agirem desta forma, assumem a postura das aves noturnas que, nas trevas, saciam suas necessidades com o sacrifício e o sangue dos outros.

Mensagem:

Uma das mais importantes funções do sacerdote é orientar seu discípulo, conduzindo-o ao caminho correto, ao encontro do “ire” (boa sorte), de acordo com os ditames estabelecidos por seu Odù pessoal e seus Òrìsà de cabeça. Quem chega aos pés de Òrúnmìlá para consultar seu oráculo em busca de soluções, deve ser orientado pelo sacerdote corretamente, independente do interesse deste como olhador. A pessoa que chega com um problema deve ter seu problema solucionado e não vê-lo acrescentado de outros criados artificialmente com o fito de proporcionar a quem a consulta, vantagens financeiras ou possibilidade de conquistas e abusos.

4º Mandamento:

Eles avisaram que não dissessem que as folhas sagradas do Àràbà (Ceiba Pethandra), são folhas da árvore “oriro”.

(Tudo deve ser feito de acordo com os ditames e os preceitos religiosos. A simples troca de uma simples folha pode ocasionar consequências maléficas ou tornar sem efeito um grande ebó da mesma forma que as folhas do Àràbà não são iguais às folhas de oriro).

Significado do 4º Mandamento:

O sacerdote não pode, em nenhuma condição, utilizar-se de falsos recursos, fornecendo coisas sem validade religiosa como elementos de segurança ou de culto.

Interpretação:

Os procedimentos litúrgicos devem ser observados integralmente e a ninguém cabe o direito de fazer “isto” por “aquilo” quando em “aquilo” é que está a solução.

Mensagem:

Aquele que utiliza de meios escusos e enganosos contra seus semelhantes será culpado do crime de abuso de confiança. Usando de artifícios e mentiras contra as pessoas inocentes e de bom coração, o sacerdote provoca o descontentamento de Òrúnmìlá e a consequente ira de Elégbará, e isto não é bom. Cada entidade espiritual possui um nome individual, de acordo com a determinação de Olódùmarè (Deus). Da mesma forma, Èsù possui nome e identidade própria, assim como atributos específicos. É inadmissível, portanto, que esta Entidade tão sagrada e importante dentro do culto, seja assentada e entregue de maneira irresponsável, e que aqueles que a recebem permaneçam ignorantes do seu nome, qualidade, forma de tratamento e especificidade de função.

Sentença:

Òrúnmìlá é aquele que nos olha com amor, não façamos com que ele nos olhe com desprezo.

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Oriki Ossain

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Oriki Omolu

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Reza de Ewá

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Ifa diz

ORUNMILA 2

O crescimento de um filho, um lindo espetáculo

Uma criança rica traz uma aura de riqueza

Foi lançado para àtò (o organizador)

O único que possuía ordem e equilíbrio.

Um sacerdote muito respeitado no mundo (Odùmarè).

Ifá (Odùmarè) se um dia, ou quando, você coroar nossos esforços.

Foi por que você inicialmente aprovou nossos esforços de organização

É por que você sabe e atende nossas suplicas

É por que você sabe que nossas suplicas são dignas de atenção

Ifá (Odùmarè) quando você faz nossos desejos se manifestarem

É por que os desejos e esforços são dignos de manifestação

Faça com que seus desejos se manifestem, seja puro, seja amigo, seja sincero, seja grato, faça sacrifico, corrija seu caráter.

Devemos usar nosso tempo para aprender e não apenas nos divertir.

Nosso tempo, um grande investimento em nos mesmos.

Ìbà Bàbá / Yèyé.

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