Continuando com a apresentação das Escrituras Sagradas de Ifá (A Voz de Deus) contidas no Odù Ìká’Òfún.
5º Mandamento:
Eles avisaram que não deveriam mergulhar no rio, aqueles que ainda não soubessem nadar.
(O “saber” é fundamental para quem quer “fazer”. Para tanto, é necessário o “poder”, que só a iniciação pode outorgar).
Significado do 5º Mandamento:
O sacerdote não pode proceder a liturgias para as quais não seja habilitado através do processo iniciatico ou cuja prática desconheça ou domine apenas parcialmente.
Interpretação:
O babaláwo não deve ostentar uma sabedoria que na verdade não possua. Procurar saber não avilta, mas, pelo contrário, exalta o ser humano. O saber é condição básica para que se possa fazer.
Mensagem:
Tudo deve ser feito integralmente e com legitimidade total. Se houver dúvidas sobre algum procedimento, deve-se pesquisar profundamente sobre ele. Cabe ao sacerdote ensinar tudo o que sabe àqueles que o cercam e que nele confiam. A sonegação de ensinamentos corretos e completos implica na responsabilidade da prática de suicídio cultural. Da mesma forma, buscar orientação em quem sabe, nada tem de humilhante e enaltece tanto àquele que busca como ao que fornece a orientação. A verdadeira sabedoria consiste na consciência da própria ignorância. Só os tolos se exibem e sabem tudo!
Sentença:
Deus não deu ao ignorante o direito de aprender sem antes tomar de quem sabe a obrigação de ensinar. (Da sabedoria oriental)
6º Mandamento:
Eles avisaram que fossem humildes e nunca, jamais, agissem com egoísmo. (humildade e desprendimento são atributos indispensáveis de um verdadeiro sacerdote).
Significado do 6º Mandamento:
O bàbáláwo não deve ser vaidoso de seus poderes, mas consciente deles. Não deve agir somente visando o próprio benefício, existe para servir e não para ser servido.
Interpretação:
A vaidade transforma o homem fraco de espírito num pavão que faz questão de exibir sua bela plumagem sem a consciência de que é a sua beleza que, despertando a atenção de terceiros, irá provocar a sua morte.
No Odú Ògúndá ’Ogbè (Ògúndákete), encontramos alguns itan que falam do exibicionismo do pavão que, ostentando a beleza de sua plumagem, atrai para si a atenção de todos que, depois de sacrificá-lo, transformam suas penas em belos leques e adornos. O verdadeiro sacerdote, o eleito de Òrúnmìlá, não se preocupa em exibir seu poder nem o seu saber em disputas vãs e inconsequentes. Acumula em si uma grande carga de sabedoria que transmite com dedicação a quem merece saber.
Mensagem:
O exibicionismo é um dos maiores defeitos num ser humano e inadmissível num sacerdote. Já dizia o velho jargão: “Num burro carregado de açúcar, até o suor é doce”. É assim que, aos olhos do sábio, parecem os exibicionistas: “burros carregando açúcar”.
7º Mandamento
Eles avisaram que não entrassem na casa de um Àràbà (título daquele que resguarda os segredos da chefatura de Ifá), com má intenção.
(As boas intenções devem prevalecer acima de tudo. A casa do Àràbà é o templo onde a iniciação é obtida).
Significado do 7º Mandamento:
A iniciação não pode ser motivada por interesses que não sejam puramente religiosos.
Interpretação:
As verdadeiras intenções do iniciando devem ser cristalinas como a água pura, e desprovidas de qualquer outro objetivo que não seja servir à humanidade através de Òrúnmìlá. Querer iniciar-se no culto por simples vaidade, para obter status social ou ostentar títulos sacerdotais é profanar o sagrado.
Mensagem:
Aquele que profana o sagrado tabernáculo de Ifá, movido por qual for o motivo, pagará com duras penas o sacrilégio praticado. Ninguém adentra impunemente o Igbodú de Ifá. O conhecimento corresponde a responsabilidades que nem todos estão preparados para assumir. É muito melhor errar por não saber do que saber e persistir no erro. O conceito mais amplo simboliza a atitude de um predador que esconde suas garras procurando adquirir a confiança e os conhecimentos de sua vítima para ter base de agir no momento mais propício aos seus objetivos. A mesma responsabilidade assume aquele que inicia pessoas que não possuam os requisitos básicos exigidos para tal, visando aí, a simples vantagem financeira.
8º Mandamento
Eles avisaram que não deveriam usar as penas “ekodidé” (pena do rabo do papagaio cinza) para limparem os seus traseiros. (A pena do ekodidé é um dos símbolos mais sagrados dentro do culto e, por este motivo, jamais deverá ser profanada).
Significado do 8º Mandamento:
Os sagrados fundamentos não podem ser usados com objetivos vãos. Os tabus devem ser integralmente observados sob pena de severas consequências.
Interpretação:
O sacerdote deve submeter-se de bom grado às interdições impostas por seu Odù pessoal, assim como aos tabus de seu Olori. A observância destes ditames está diretamente ligada ao estado de submissão às deidades cultuadas. As obediências totais às orientações de Ifá conduzem o homem à plenitude das bênçãos. Utilizar-se dos sagrados conhecimentos de forma leviana corresponde a profanar o sagrado. A figura aqui utilizada representa muito bem tal atitude. “Limpar o traseiro com penas ekodidé” é o mesmo que usar coisas sagradas com objetivos condenáveis e fúteis. Não se deve utilizar o poder da magia para prejudicar a quem quer que seja. A prática do mal, invariavelmente, apresenta resultados mais rápidos, mas conduz a caminhos tortuosos que não têm volta. Da mesma forma, aquele que se utiliza destes poderes visando unicamente auferir vantagens econômicas, está em desacordo com os sagrados ditames e será responsabilizado por isto.
Bom dia. Estou em uma casa de angola. Onde ja estou há 2 anos, porém como diz a minha irmã “não tenho uma agua de batata na cabeça” Toda vez que venho a falar com a reladora ela diz ” amanhã voce vem aqui que vou jogar para ver o que vou fazer ” mas esse amanhã nunca chega. Coloco roupa nas sessões de umbanda e candomble encorporo os guias que ate ja riscaram seus pontos, encorporo com minha mãe de cabeça,mais estou ficando um tanto chateada com as atitudes da zeladora em relação com a minha pessoa, o descaso com os meus guias e orixas onde pessoas que entraram bem depois de mim ja fizeram alguma coisa e eu ainda não, ela diz que sou de uma qualidade de Iansã complicada e usa a desculpa que meu companheiro não aceita, gostaria muito a orientação de alguem que possa me dizer se devo ficar ou procurar outro.Pois depois que entrei para esse barracão diga-se de passagem que minha vida financeira caiu desesperadamente, a ponto de esta em casa a um ano correndo atras de trabalho e não consigo so não estou passando fome pois tenho um companheiro que não faz corpo mole para o trabalho. Me ajudem por favor , estou perdida sem saber o que fazer. Muito Obrigada
Cristina quando não lhe convidam para uma festa o correto é não ir.
Dentro de nossa religião não frequentamos lugares onde não somos bem vindos.
É kisila (Tabu).
Você decide o quer para você: Continuar sendo tratada desta forma?
Ire
Mojubá!!!
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A página do povo de santo inteligente.
Boa noite!!!
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Mo juba Baba.
Esta ai seu recado,
Ire aláfia