Oito anos de blog, de ler relatos, angústias e responder a perguntas me faz perceber padrões, como por exemplo a danada da pergunta: “Orixá 1 com Orixá 2 dá qual qualidade?”. Acho que farei 100 anos e esta pergunta estará sempre no mundo virtual. Não vou falar especialmente de qualidades hoje e nem do top 5 dos tipos de pergunta que mais recebemos. O assunto hoje é casa de axé, a procura do lugar que faz a gente se sentir em casa.
Quem não conhece aquela pessoa que já foi abian de muitas casa, aquele iyawô que mudou de casa assim que foi iniciado ou aquele iyawô que muda de casa quase sempre? Uns estão numa destas situações porque realmente ainda não criaram o sentimento de compromisso que uma iniciação exige, outros desiludiram, outros estão nessa porque estão perdidos, buscam “algo”. Esse “algo” pode ser muita coisa, inclusive nada… Esse algo pode ser aquela emoção que a gente sente quando um orixá nos toca, ou a vibração porque o toque está sendo bem tocado e as baianas muito bem arrumadas, o xirê organizado. Talvez esse “algo” que tantos buscam seja aquilo que todas e todos nós sentimos, mas que sabemos que não acontece 24 horas por dia na labuta dentro de uma casa axé.
O Candomblé tem atraído cada vez mais pessoas jovens. Através de manifestações culturais as pessoas têm chegado ao terreiro. Esse movimento é muito positivo porque tem muita gente vindo com uma cabeça aberta sobre o que representa a religião dentro da própria história do Brasil. Chegam emocionados, chegam empolgados e batem com banheiro pra lavar, salão pra varrer, galinha pra depenar e percebem que Candomblé não é somente festa. A gente cuida do Ori e cuida do chão da casa com o mesmo empenho. Sim, exatamente isso. A cabeça é sagrada e cada elemento que compõe uma casa de axé é sagrado também e merece zelo e cuidado.
É por isso que a gente fala: “seja abian!”. Isso é pra avaliar a casa, avaliar a zeladora ou zelador, avaliar as pessoas que fazem parte da casa, avaliar o ambiente, avaliar a si próprio lá dentro, avaliar se o que está sendo descoberto condiz com a busca ou não. Religião toca na nossa emoção sim, o arrepio é constante, o divino transcende, mas na hora da coisa séria o papo é reto e tudo bem pensado. Costumo fazer uma analogia entre a escolha da casa e a busca de um relacionamento com outra pessoa: num relacionamento há uns dois exemplos básicos: quem está sempre em busca da paixão, do fogo, do tesão, daquela empolgação que faz o coração disparar e quando as coisas amornam, perdem o viço, o interesse e partem pra outra. Há também aquelas pessoas que querem um relacionamento pra compartilhar a vida, ter intimidade no barulho e no silêncio, que entendem que a outra pessoa tem qualidades e defeitos e que haverá dias em que as coisas não estarão bem, serão mais difíceis, mas permanecerão ali enquanto der pros dois ou para as duas. A procura de uma casa de axé é o mesmo caminho: há quem procure o brilho, a emoção, a beleza, a festa, e quando percebe uma rotina comum cai fora e continua caindo fora de todos os lugares; e há quem busque uma casa, busque o orixá, encontre pessoas, encontre uma rotina, observa, se identifica com boa parte do observado e entende que Orixá não é somente festa.
Tudo isso tem muito a ver com maturidade e pra alguém ser madura ela não precisa ser velha. Penso que maturidade está em saber agir equilibrando razão e emoção, desejo e respeito, paixão e responsabilidade. Maturidade é saber que o Orixá se manifesta num xirê, emociona o salão e emociona o nosso dia a dia também, emociona no cotidiano, regula também o cotidiano.
Quer chegar e se juntar a nós? Será sempre bem vindo. Mas saiba, uma casa de axé não é festa o tempo inteiro. A festa é o último e menos trabalhoso ato de uma jornada com o que consideramos sagrado. Os melhores momentos meus na minha casa de axé são exatamente no silênio. Olhar pra cada lugar e saber que eu e o meu orixá somos cada pedacinho de lá.
Axé.
Dayane Silva
Menem Menem nu Akemo Ruru Asé ooo Iré ooo Modupé ooo Mojuba, adorei o texto, muito bom mesmo, parabéns, vidunadoji.
Parabéns pelo texto.Muito real.
Egbomi Dayane,
O texto é muito bonito e edificante, ressalta pontos importantes que sao o limítrofe entre a religião e a fantasia, a beleza e a labuta. Mas e o certo e o errado? Onde encontramos isso? Será puramente obrigatório ao Abian ver se a casa lhe serve? O Egbe exclui suas parcelas de culpa se há discrepâncias insolúveis na convivência? Eis porque tem muitos iaos que vão embora, indo de casa em casa ate chegar a conclusao que existe uma ausência notória de simplicidade, humildade com aqueles ainda iniciam no culto. Ate lá, muitos choros, tristezas, falsos julgamentos permeiam a triste realidade daquele que nao foi indicação do cliente, da ekede ou do ogã. Aquele que nao tem ninguém da família na religiao e se entregou nessa via crucis pelo próprio orixá que escolheu seu ori. Aquele que nunca terá benesses extras porque nao paga a conta de luz do Axé e nem colabora com a mensalidade mais alta. Estou há 4 anos afastada da religião (com todas as obrigações atrasadas) e seu texto me fez perceber que o pensamento permanece o mesmo: abia, yawo este é o axe. Conheça antes de se arrepender, porque a responsabilidade é sua! Vejo que ainda levará preciosos centenários para que as responsabilidades possam evoluir na religião. Que o famoso ditado “a antiguidade é posto” seja revisto numa base filosófica altruísta, respeitosa e evolutiva, sem ofensas, desmerecimento e dissabores. Que sejamos mais humanos em uma religião que nasceu no Brasil através da opressão e do sofrimento. Que soprem os bons ventos da mudança, pois arcaico é o desvalor e desrespeito que tantos lutam para combater. Axe.
Kuzodio!
Sou angoleiro, filho do Awziidi Jussara, Sou filho de Tateto Nsumbo e Mameto Ndandalunda, minha dijina é Mona Nganga, essa questão levantada é pontual para mim, principalmente para quem está começando, pois estou em fase de abertura de uma roça, e sinto todos esses problemas na pele, e um pouco mais, principalmente quando somos pessoas com poucos recusos, que quer manter o candomblé tradicional, daqueles tempos antigos, onde a hierarquia e a disciplina, a verdadeira vontade divindade e o amor por ela estava acima de tudo. Pois as pessoas que sairam da minha todas foram para casas já muito bem estruturadas. Mas fico a me perguntar o que realmente as pessoas procuram hj em dia no candomblé e o que realmente tem sido passado para as pessoas. Nelas ou em quem as aceita de qualquer forma?????
Parabéns pela edição.
Cida,
Concordo com o seu comentário. No meu texto eu tentei ser específica e relacioná-lo a um grupo que percebo ultimamente com mais evidência e não tratou do tema como um todo.
Começo dizendo que embora a responsabilidade não seja única: do abian ou do iyawô, o peso pende mais pra um lado: do abian ou do iyawô. Eu não falo de certo ou errado. O que você falou no seu comentário é uma realidade, e eu também falo de realidades. Quando eu digo que o peso pende pra um lado é porque o terreiro, a egbe estará lá na sua organização, o terreiro e o grupo permanecerão, mas quem enxerga aquilo lá como não sendo um lugar que lhe cabe pode se pegar só, desiludido, decepcionado. Ninguém nunca tem certeza de caminho nenhum. A gente tem certeza do que quer, mas do que será, não. O próprio Ifá aponta tendências, mas a certeza no caminho quem é que tem? Portanto, a gente deve se precaver, se preparar para o incerto também. Não por causa somente da responsabilidade, mas para evitar prejuízos.
Eu tenho duras críticas a personalização da hierarquia em certos mais velhos, posso falar disso, falo disso, mas não posso reinventar a roda do nada. Penso que não adianta desejar ventos de mudança e não fazer nada sobre, não discutir sobre – aqui falo por mim na posição que ocupo de quem escreveu o texto, e de egbon também. O coco se rala é por dentro. Hoje, muito recentemente, me tornei uma egbon, mas antes disso eu existi abian e iyawô, mudei de casa e estes questionamentos sempre estiveram presentes, tive espaços para manifestá-los. Se eu escolho falar para a base da hierarquia e não para o topo é porque sei que a base sofre mais que o topo. Quem se pega perdido, desiludido, decepcionado e “só” é a base. Por isso que eu acho que devo tentar sensibilizar, chamar a atenção, pois falando em realidade o mais novo vai ser taxado de o “culpado”. Não é porque tem que ser (porque não tem que ser), é porque acontece. Eu estou falando de realidade. Uma realidade às vezes vergonhosa, mas que está aí e pra lidar com ela é preciso encará-la. Meus próprios textos ao longo do tempo mudaram muito de tom e a causa é como eu passo a enxergar essa realidade.
Agradeço imensamente ao seu comentário.
Que Ori te dê clareza para que você possa compreendê-lo.
Axé.
Muito bom o texto concordo com tudo que você escreveu, realmente o Candomblé é lindo, os Orixás são lindos, as cantigas, as orações os procedimentos são complexos porque é uma religião bastante complexa e séria, exige muito estudo e observação de cada detalhe para não errar, pois são vidas e destinos que serão trabalhados dentro de um axé. As vezes de fora achamos que por ser tudo tão lindo, pensamos que tudo é perfeito, e não é, existem cabeças pensantes cada uma diferente da outra e é ai que o bicho pega. As vezes quando somos Abian tudo parece flores perfumadas, mas é fazer o santo para ver que não é só panelas e banheiro que tem para lavar, existem pessoas no axé boas e outras perversas, quando o zelador é da mesma forma piora mais ainda a situação. Porque não se tem diálogo, são pessoas que ao menor erro explodem numa mistura de ódio e falta de educação tremenda, isso quando não há desrespeitos e abusos na frente dos irmãos mais velhos e de pessoas estranhas, que ficam rindo e debochando da cara dos iniciados, isso quando não tem abusos sexuais dentro do barracão, como foi o meu caso. Vi e vivi dentro de casas e mais casas de axé, observando as pessoas uma a uma indo embora, abandonando os assentamentos para trás, os orixás e a religião, alguns migrando para outras religiões e outros virando ateus como eu. O Candomblé é lindo, os Orixás são lindos mas certas pessoas não deveriam estar dentro do Candomblé fazendo da religião um circo…Desculpem o meu desabafo, mas é a minha opinião, um grande abraço….
Mo jùbá, Mona Nganga.
Eu não me aventuro em dar uma resposta fechada a sua pergunta. O Candomblé enquanto religião mudou e mudou muito e vai continuar mudando, porque até o que está morto muda, se transforma. O Candomblé primeiro foi uma religião de refúgio, de comunidade (e eu falo de comunidade no sentido bem específico: pessoas morando ao redor do barracão, convivendo diariamente), foi uma religião de periferia, de negros, de pessoas com menor nível de escolaridade. Agora a gente já consegue ver diferenças: a comunidade no velho sentido não existe mais com tanta força, as pessoas vão pra terreiros que ficam em outros bairros, outras cidades, outros estados; percebo também que hoje muita gente não se aproxima mais da religião porque está com um problema da mediunidade ou doença e sim porque querem uma forma de desenvolver a própria espiritualidade; a classe média tem chegado nos terreiros, as pessoas brancas tem chegado nos terreiros, a periferia está chegando à universidade, já temos iyawôs e zeladores doutores dentro da religião. Antigamente cada bairro tinha diversos terreiros, hoje cada bairro tem diversas igrejas neopentecostais. Eu acho muita mudança e acho também que nós não estamos sabendo lidar muito bem com ela, porque a gente aprende que tradição é aquilo que faça chuva ou faça sol nunca mudará, mas o tempo tem mudado muita coisa, inclusive as aspirações.
Eu não sou zeladora, mas acho que cada um atrai seus iguais. Se você tem valores em que você quer se segurar para reger a sua casa você deve permanecer neles se assim você achar adequado, se assim te servir.
Axé.
Marko,
Não precisa de desculpar. Aqui é espaço pra isso mesmo: perguntar, desabafar, falar o que pensa.
Eu sinto muito pelo que aconteceu com você, pela sua dor. Pessoas desse tipo deveriam ser denunciadas. Você fez algo do tipo?
Axé e um abraço.
Parabéns pelo belo texto. Belo, objetivo e verdadeiro.
Dirijo uma casa de Umbanda e vejo que nada muda quando o noviço ou aspirante a médium da casa vê apenas o brilho das festas. Uma casa é muito mais do que festas e orixás em Terra e é no dia-a-dia sem brilho e sem festa que criamos a intimidade com o orixá, a casa e o seu axé.
Mais uma vez parabéns pela postagem.
Não optei por me calar, eu era muito criança eram anos 70 ditadura militar e as pessoas da minha família frequentavam o mesmo barracão, fui aos poucos me afastando do terreiro até o zelador falecer e o terreiro fechar. Hoje depois de frequentar vários lugares e várias religiões sem sucesso, me tornei ateu…
Entendi, Marko. Sinto muito por esta parte da sua história e espero que você tenha superado bem.
Axé.
Boa noite, Daiane. Tenho uma dúvida que talvez tu possas me ajudar.
Leio sobre todas as religiões, aí incluídos o candomblé, o vodu haitiano, o Tambor de Mina e outras religiões da Diáspora. Não sou iniciado nem praticante de nenhuma, sou teísta.
O que eu queria saber é: é possível nós “sabermos” ou “sentirmos” ou “intuirmos” qual nosso orixá pela identificação que temos com ele?
Pergunto porque fiz um voto (um voto, uma obrigação comigo mesmo, sem nenhuma conotação religiosa) que (depois descobri) se aproxima total das qualidades de um dos orixás do Ketu. Desde aí, uma entidade baixou no meu primo me dizendo pra cuidar do espiritual e os símbolos desse orixá começaram a aparecer para mim em toda parte.
Me informando mais, passei a me identificar muito com esse orixá específico, porque é como se ele fosse o meu voto!
Seriam as forças da natureza me chamando? Ou isso não significa muita coisa e só os búzios podem me revelar.
Desde já agradeço!
Eduardo,
Pode ser as forças da natureza te chamando, então, procure uma boa Casa de candomblé, confiável, e faça um jogo de búzios para confirmar essa sua história, daí depois você decide se frequenta ou não.
Axé.
Sim, vou procurar uma casa e para ver o que os búzios me dizem e que a vontade de Deus seja feita. Enquanto isso, cobras e arco-íris ficam aparecendo nos lugares mais improváveis… Teve até um dia que um sacerdote vodu do Benin me mandou uma solicitação no instagram (?!). Benin, terra dos jeje-mahi… Vieram aos montes para o Maranhão-Pará-Amapá…
Obrigado pela resposta!
Axé!
Mo jubá,
Adorei o texto, tem pontos muito interessantes e realistas a respeito do compromisso e da responsabilidade na casa de santo.
Mas confesso que fui ler o texto com uma outra intenção, talvez tola, mas que tem importância para mim no momento.
Eu comecei a frequentar o candomblé faz 3 anos mais ou menos, não sou feito e nem criei uma rotina de abian. Primeiro, só queria confirmar minha intuição em relação ao orixá que rege meu Ori, assim foi feito! Com o tempo comecei a abrir jogos em diferentes casa para confirmar (todos confirmaram), mas não consegui me sentir acolhido nas casas, nem quando ia abrir jogo, nem fazer ebó!
Fui para salvador a pouco mais de 1 ano e resolvi conhecer uma casa tradicional lá. Abri o jogo, tirei meu ebó e fique a tarde toda batendo papo com a Iya e com uma Ekédji da casa, pronto! Pela primeira vez me senti acolhido de fato. A partir de então tenho trocado mensagens constantes com esta Iya, inclusive ajudando-a a resolver questões que ela precisa em SP, mas não sei como se confere esse grau de pertencimento a casa. Não sei se estando em uma cidade diferente e podendo ir para Salvador apenas 2 ou 3 vezes por ano, é o suficiente para assumir um compromisso tão sério e ser parte realmente da casa de santo.
Não sei se ficou claro, mas gostaria de saber se é comum/possível, ser filho de uma casa de santo, sem que esteja na mesma cidade, participando da rotina da casa?
obrigado pela resposta.
Asé!
Vinicius “eu” não vejo empecilho nenhum, desde que tudo esteja acordado entre você, o sacerdote, seu Ori e o òrìsà.
Vá em frente se é assim que vc deseja.
Ire alaafia
Odé Ợlaigbo,
Aproveitando a sua resposta, queria te fazer uma pergunta.
O senhor fala de quatro elementos em comum acordo. Eu pedi orientação ao meu orixa e na mesma noite eu tive uma resposta indicando uma casa. Fui a casa e fui muito bem recebido. Todo mundo gostou de mim e eu gostei de todo mundo. Eu manifestei orixa lá, quando tocava Ketu, só que a casa é Angola, Por este motivo ficou aquele impasse, se eu iria me tornar Abian ou não daquela casa, apesar deles me convidarem para todas as festas.
Aqui no site, já vi vários comentários no sentido que Orixá não conhece fronteira. E eu me pergunto porque Orixa me mandou para lá, se “o meu santo é de ketu”.
Pergunto:
Pode haver acordo entre eu, o sacerdote, Ori e Orixa. para que eu seja iniciado para orixá em um terreiro? Ou neste caso, não se mistura as águas? Ou ainda poderia um sacerdote de ketu ajudar na feitura nesta casa de angola?
Eu sou Ana Grécia eu queria saber quem é o meu orixa
Ana,
Somente através do jogo de búzios você poderá obter um parecer de qual seja seu Orixá.
Axé.
Boa noite.
Estou no aguardo de uma opinião.
Abraços!
RCG,
pelo que eu entendi você manifestou Orixá numa casa de Angola, você é iniciado no Ketu ?
Axé.
Fernando D’Osogiyan,
Não sou iniciado.
É exatamente isso. Um detalhe é que eu frequentei uma casa de Angola por um ano, mas lá nunca tocou “cantigas de Ketu”, por isso nunca manifestei.
Então decidi pedi orientação ao “meu anjo da guarda”, para que em sonho viesse uma resposta, pois mesmo com todo o meu estudo e caminhada, eu não estava conseguindo entender o que a espiritualidade queria me mostrar. E neste mesmo dia sonhei que eu estava no antigo terreiro de Angola, mas apareceu um “gringo” na porta do lado de fora. Ele queria entrar no terreiro, para a festa, mas não o deixavam. Estavam com uma cara feia, mistura de raiva com nojo, dizendo que ali ele não entraria.
Então fui conversar com o “gringo” e disse que ali eles não iam deixar ele entrar mas que dia 09 de julho eu ia para um outro terreiro e que lá ele teria a chance de entrar para ver a festa. Ele sorriu para mim e o sonho acabou.
Então, no dia 09 de julho, eu fui para este novo terreiro e fiquei irradiado, saindo do barracão com auxilio de três pessoas para me mover. Fiquei corcunda, andando muiiiiiito lentamente, tremendo o ombro e dançava um pouco, quando sentado.
Fato curioso que ocorreu é que em um momento eu senti uma tremedeira forte, um peso excessivo nas costas e ia sair algo de minha voz, mas como eu não abri a boca, saiu o som tipo de dor. Não sei se me compreende. Algo assim: hummmmmmmm.
E logo após isso, eu ouvi o ogan que estava ao meu lado dizer que o barracão todo ia virar. Depois soube que foi cerca de umas seis pessoas que incorporaram.
Muitas mães de santo presentes falaram que eu era de Lemba, mas só ouve a irradiação quando trocaram os ogans que estavam tocando Angola por uns que começaram a tocar Ketu, com as “varetinhas”.
Então, creio eu, que isso é um indicativo que é orixá e não inkisse que estava manifestando. E a irradiação começou desde o primeiro toque da vareta.
Porque a maioria dos babalorixás sao alcoólatras, gays e suas roças parecem um lixeiro que fede carniça. É la que vcs vao atras da espiritualidade?
Marco Antonio boa noite.
Vai amolar outro (rindo muito da sua cara de idiota).
Olá, Dayane
Eu estou morando em Recife e gostaria de alguns conselhos seus a respeito desse processo de procura por uma casa. Sou de Minas Gerais e vim pra Pernambuco para estudar, não tenho família por aqui e nunca frequentei casa nenhuma. Me sinto um tanto receoso por não saber o que esperar e por não saber como seria o “protocolo”. Sou bastante tímido, mas tenho bastante respeito por essa religião tão bonita e desejo muito ser bem acolhido e poder aprender mais sobre os orixás.
Abraços e axé!
Acredito que não cheguei neste site por acaso. Estou vivendo este momento. Obrigada pelo conselho…
Ase
A benção
Fui abian durante alguns anos em uma casa que percebi que não era a mais indicada pra mim, por diversos motivos que não convém citar aqui. Entrei nessa casa sem nem saber direito como as coisas funcionavam: fui jogar um dia, o baba me convidou e eu aceitei. Fui abian, participava das funções, lavei muito banheiro rs até aceitar que aquele lugar não era o meu lugar. Conversei com o babalorisa e saí de lá.
De lá pra cá, estou há quase cinco anos sem casa, apenas frequentando alguns barracões como “cliente” ou assistência. Recentemente, encontrei um barracão que me senti em casa, como nunca havia me sentido nem mesmo no ilê do qual eu fazia parte.
Então fiquei com vontade de voltar a cuidar do meu espiritual, de “me tornar abian” novamente nesse ilê. O problema é que não sei como dizer (e nem sei se isso deve partir de mim, na verdade – já que quando fui abian pela primeira vez fui convidada) para a iyalorisa que quero ser dessa casa.
Vou fazer um ebó lá na semana que vem (estou sendo cuidada como cliente). Eu devo dizer a ela que gostei da casa e queria ser parte desse egbe? Ou devo deixar as coisas acontecerem? Se sim, como elas acontecem? rs
Desculpa se a pergunta for boba, mas tenho pensado muito nisso.
Obrigada!
É simples!
Você fala a verdade e a verdade o apoiará.
Mais simples ainda, fale para o sacerdote da casa da sua vontade em ficar.
Ponto final, assunto resolvido e vá ser feliz.
Ire alaafia
Este texto é esclarecedor!
Obrigada