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Archive for the ‘Lendas’ Category

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Òrúnmìlá, como todos sabem veio a este mundo em forma de homem (quem sabe?), pelejou pelas terras africanas em missão dada por Olódùmarè.

Em sua vida, teve esposa e filhos e sentia-se velho, não tinha fartura, trabalho, enfim, vivia desgostoso. Olórun ouvindo as suplicas de Òrúnmìlá, deu sinais para ele procurar um Babalawo, que ao consultar Ifá, lhe indicou um ebó.

O ebó consistia em 5 cabaças abertas e sacrifício de um galo.

Cada dia uma cabaça e um galo, completando 5 dias.

Ao depositar a oferenda nas encruzilhadas, uma entidade se apossava e se alimentava da oferenda. A cada dia fortificava seu corpo espiritual até que no quinto dia, tornou-se um ser humano. As 5 cabaças fecharam e ele as carregava com ele, pois era um enviado de Olórun para cumprir a missão de oferecer-lhe as 5 cabaças citadas, Paciência, Longevidade, Fertilidade, Riqueza e Sabedoria.

No quinto dia, este homem seguiu Òrúnmìlá até sua casa. Batendo à porta, ofereceu-lhe as cabaças pedindo para que escolhesse apenas uma.

Òrúnmìlá em dúvida chamou a esposa que lhe aconselhara escolher a Fertilidade, assim poderia ter vários filhos, além dos 3 que já tinha. Não contente, chamou os filhos, que aconselharam escolher a Longevidade, assim poderia conhecer os filhos dos seus netos. Não feliz, chamou os irmãos, que lhe deram o conselho de escolher a Riqueza, assim ficaria rico e não passaria mais necessidades. Òrúnmìlá mesmo escolheria a cabaça da Sabedoria, mas mesmo assim ficou na dúvida e chamou seu melhor amigo, Èsù.

Èsù quis saber o que sua família havia escolhido e disse que a única cabaça que ninguém se interessou seria a mais importante. Então Òrúnmìlá obedeceu aos conselhos de seu amigo Èsù e disse que quem escolhesse a Cabaça da Paciência, com o tempo teria as demais cabaças juntas.

Òrúnmìlá então ficou com a Paciência.

O homem cumpriu sua tarefa e voltou para rua indo em direção ao Céu. A cada passo seu corpo físico desfazia e no caminho ao Céu uma cabaça acordou.

A primeira que acordou foi a Sabedoria.

Onde está a Paciência?

Perguntou.

Ficou na casa de Òrúnmìlá, disse ele.

Sem ela eu não volto pro Òrun.

De repente a Cabaça da Sabedoria sumiu das suas mãos.

Mais adiante, a Fertilidade acordou fazendo a mesma pergunta.

Até que todas iam acordando e sumindo, indo em direção à casa de Òrúnmìlá.

Quando chegou à porta do Òrun, a entidade estava chorando de medo, pois tinha que trazer as Cabaças de volta.

Ao entrar no Palácio de Olódùmarè, todos o esperavam, até Olódùmarè pedir para que entrasse e disse:

“Você cumpriu sua missão?”.

Sim senhor, mas todas as Cabaças sumiram das minhas mãos e voltaram para a Casa de Òrúnmìlá.

Disse Olódùmarè acalmando-o:

Sim, quem escolher a Cabaça da Paciência, terá juntado dela toda a riqueza do mundo, vida longa, fertilidade e sabedoria. Não se preocupe que sua missão foi cumprida. Agora Òrúnmìlá continuará vigiando e pondo ordem na Terra.

Esta é uma itan da qual podemos passar aos desesperados, pois com fé, com certeza Olódùmarè olhará por nós, dando-nos tudo que precisamos se tivermos conosco não a Cabaça em si, mas a paciência que morava dentro dela.

Só para enfatizar – As amigas inseparáveis.

A Paciência é a única sobrevivente e companheira da Esperança.

É necessário quase que casamento entre as duas.

Até que a morte as separe.

Lembre-se que a Dona Esperança tem vida longa.

Paciência não.

Como nós mesmos dizemos:

“A Esperança é a última que morre”.

A Paciência não.

Espero que vocês tenham a Dona Paciência como amiga e aliada, pois sem ela, muitas coisas ficarão perdidas na vida e se a dona Paciência morrer antes corremos o risco de a Esperança ir junto.

Evite que isso aconteça com você.

Literatura de domínio publico.

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A Lenda de Pemba

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A Pemba é objecto permanente nos rituais africanos mais antigos que se conhece. Fabricada com o pó extraído dos Montes Brancos KABANDA e água do Rio Divino U SIL, é empregue em quase todos os ritos e cerimónias, festas, reuniões ou solenidades africanas.

Nas tribos de Bacongo e Congos, é usada a Pemba sob todos os pretextos quando é declarada a guerra – Os chefes esfregam o corpo todo com Pemba para vencer os inimigos; por ocasião dos casamentos – os noivos são esfregados pelos padrinhos com a Pemba para que sejam felizes; o negociante que quer conseguir um bom negócio esfrega um pouco de Pemba nas mãos; em questões de amor então, é bem grande a influência da Pemba, usando-a as jovens como se fosse o pó de arroz, porque dizem trazer felicidade no amor e atrair aquele a quem se deseja.

Contam as Lendas das Tribos Africanas o seguinte sobre a Pemba.

M. Pemba era o nome de uma gentil filha do Soba Li-u-Thab. Poderoso dono de grande região e exercendo a sua autoridade sobre um grande número de tribos. M. Pemba estava destinada a ser conservada virgem para ser oferecida às divindades da tribo, acontece porém que um audaz jovem estrangeiro, conseguiu penetrar nos sertões da África, e enamorou-se perdidamente de M. Pemba. M. Pemba por sua vez, correspondeu fervorosamente a este amor e durante algum tempo gozaram as delícias que estão reservadas aos que se amam.

Porém, não há bem que sempre dure, e o Soba poderoso foi sabedor deste amor e então, numa noite de Luar mandou degolar o jovem estrangeiro e também que lançassem o seu corpo no Rio Sagrado U SIL, para que os crocodilos o devorassem.

Não se pode descrever o desespero de M. Pemba, que como prova da sua dor esfregava todas as manhãs o seu corpo e rosto com o pó extraído dos Montes Brancos Kabanda e à noite, para que seu pai não soubesse dessa sua demonstração de pesar pela morte de seu amante, lavava-se nas margens do rio divino. Assim fez durante algum tempo, porém, um dia as pessoas de sua tribo que sabiam desta paixão e que assistiam ao seu banho, viram com assombro que ela se elevava no espaço ficando em seu lugar uma grande quantidade de massa branca lembrando um tubo.

Apavorados, correram a contar ao Soba o que viram, e este, desesperado quis mandar degolar todos, porém, como eles tinham passado o pó deixado por ela no rio, nas suas mãos e corpo, notaram que a cólera do Soba se esvaía tornando-se bom, e não castigando os seus servos.

Começou a correr a fama das qualidades milagrosas da massa deixada por M. Pemba e, com o nome simples de Pemba, esta atravessou muitas gerações, chegando até aos nossos dias, prestando grandes benefícios àqueles que dela se têm utilizado.

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