As Roupas no Candomblé
Preocupados com a perpetuação sobre o vestuário dos praticantes do Candomblé, bem como dos nossos Òrìsàs, o Terreiro Ilé Òsùmàrè Asè Ogodo, vem por meio deste veículo, esclarecer alguns pontos, tendo como princípio a cultura que nos foi passada, ao longo de mais de um século de tradição. Percebemos que o complexo código de ética relacionado às vestes dos praticantes do Candomblé, está sendo diariamente infringido, expondo a nossa religiosidade de forma profana em meio à sociedade. Dessa forma, esse artigo tem por objetivo, dirimir dúvidas de pessoas que não tiveram o acesso à informação e, também expor a opinião do Asè Òsùmàrè sobre esse importante aspecto da nossa religiosidade.
Desatentos às hierarquias das indumentárias e vestimentas do Candomblé, muitos participantes (talvez pela falta de conhecimento) estão desrespeitando, não somente os seus mais velhos, mas também as nossas Divindades. Isso ocorre, principalmente, com a chamada “carnavalização” dos tradicionais paramentos dos Òrìsàs. A situação vem se agravando, ao ponto de recriarem os trajes, implantando assim, uma nova maneira de vestir os Òrìsàs e seus filhos, ignorando a tradições centenárias, originarias de uma Religião milenar e, desrespeitando, de forma muito preocupante, a essência de cada Òrìsà.
Com o cuidado de não ditar ou impor um código vestuário, apontaremos abaixo, apenas algumas violações (as mais recorrentes) que comprometem as tradições do Candomblé, descaracterizando de forma muito triste a nossa religião, bem como, algumas recomendações da nossa Casa.
ÌYÁWÓ
MOKAN: Uso indispensável
IKAN: Uso Indispensável
DILOGUN: Uso Indispensável:
“LAÇINHO” e “GRAVATINHA” ACIMA DO PANO DE COSTAS: Uso Indispensável
ROUPA DE SIRE: Até completar um ano de iniciada, deve-se dançar Sire de branco;
ÌYÁWÓ DO SEXO MASCULINO
CALÇA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL JEANS, BERMUDA, ETC.)
CAMISA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL CAMISA DE CRIOULA – USO EXCLUSIVO PARA MULHERES, Também não se usa camiseta);
ÉKÉTÉ: – NÃO É TOLERAVEL O USO PANO DE CABEÇA – À exceção do recebimento de Asè, em Oro);
OGÁ (OGAN):
CALÇA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL JEANS, BERMUDA, ETC.)
CAMISA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL CAMISA DE CRIOULA – USO EXCLUSIVO PARA MULHERES, também não se usa camiseta);
ÉKÉTÉ, CHAPÉU OU BOINA (NÃO É TOLERAVEL O USO PANO DE CABEÇA – À exceção do recebimento de Asè, em Oro);
EKEJI (EKEDE):
SAIA: Ekeji não usa saia com anáguas de baiana;
TOALHINHA: A cada dia é mais raro vermos uma Ekeji com uma toalhinha para “enxugar” o Òrìsà.
ADES, COROAS E PARAMENTAS DE ÒRÌSÀS:
DISCERNIMENTO E COERÊNCIA: Deve-se ter coerência ao vestir os Òrìsàs (Nossos deuses são elementos da natureza, que utilizam representações da natureza, POR ISSO NÃO DEVEM SER CARNAVALIZADOS);
MÁSCARAS: É inadmissível a utilização de máscaras na confecção da Roupa dos Òrìsàs;
ALTURA DOS ADES: Deve se ter discernimento, coroas são coroas e não paramentos carnavalescos gigantescos;
ÒSÀLÁ: ÒSÀLÁ SÓ USA BRANCO. Esse é um Òrìsà Fúnfún, não admite prata ou “azul clarinho”
PENAS.: Nossa religião é tribal, mas não indígena, a utilização de penas na confecção das roupas dos Òrìsàs deve ser ponderada e não excessiva;
SÀNGÓ: Não tolera roupas roxa ou preta;
ÀSÈSÈ:
HOMENS: Calça, Camisa de Ração (brancos) e Ékété;
MULHERES: Saia de ração e camisa de crioula (brancas);
PROÍBIDO: Brilho, Bordados, Vazados e Roupas Coloridas;
BATA:
QUEM PODE USAR: A utilização da bata é restrita as autoridades femininas da Casa (autoridade máxima, Ìyálásè, Ìyákekère, Ìyámaye, etc. – Se todas as Ègbón usarem batas, será impossível distinguir as autoridades);
CUMPRIMENTO: Bata é Bata e não vestido! Um ditado tradicional nos Candomblés da Bahia diz: Quanto Maior a Bata, Maior a Ignorância da Ègbón;
PANO DE CABEÇAS:
QUEM PODE USAR: A utilização do Pano de Cabeça é restrita às mulheres (o Babalòrìsà “em sua casa” tem a autonomia de optar ou não pelo uso. O pano de cabeça, poderá ainda ser utilizado por homens, em obrigações internas em que o mesmo está “recebendo asè, como por exemplo Bori”);
ABAS: As abas do Pano de Cabeça, estão relacionadas ao Òrìsà da filha de Santo e a sua idade de santo (se seu Òrìsà for Oboro – masculino, você não poderá usar duas abas, sendo que essa ficou para as filhas de santo, que possuem Òrìsàs Ayabas – femininos);
ALTURA DO PANO: Deve-se ter discernimento ao usar o Pano de Cabeças. O pano de Cabeças não é turbante com diversas voltas e de altura desmedida; Seu pano de cabeça também não pode ser maior do que o da sua Ìyálòrìsà;
PANO DE COSTAS:
QUEM PODE USAR: A utilização do Pano de Costas é restrito às mulheres.
UTILIZAÇÃO: O pano da costa deve ser colocado na altura dos seios (somente as autoridades quando estão trajadas de Bata, podem usar o pano na cintura);
USO TRASVERSAL DO PANO POR HOMENS: Indevido, à exceção das festividades do Pilão e durante o Pilão de Òsògíyàn;
FIOS DE CONTA.:
AFRICANOS/CORAIS/PEDRAS: de uso exclusivo para autoridades do Candomblé e as pessoas com obrigação de sete anos (obrigações arriadas);
BOLAS DE PLÁSTICO: Não pertencem ao Candomblé;
SAIAS:
QUEM USA: Uso restrito à mulheres (homem não usa saias, mesmo se seu Òrìsà seja ayaba);
CUMPRIMENTO: A saia deve ser longa, cobrindo o calçolão (o uso de saieta é cabível somente para Òrìsàs masculinos – em mulheres);
ROUPAS BRILHOSAS E BORDADOS:
ROUPAS BRILHOSAS: A utilização de roupas com muito brilho está condicionada ao Òrìsà e à determinados Òrìsàs (existem roupas para dançar o Sìré e roupas para vestir os Òrìsàs, sendo que alguns também não toleram o brilho);
BORDADOS: As roupas bordadas como Rechilieu, Asa de Mosca, Roda de Quiabo e panos mais elaborados, são de uso exclusivo para autoridades e pessoas com obrigação de sete anos arriada;
BRINCOS E PULSERIAS:
Ìyáwò de Òrìsà Oboro (Santo Masculino), não deve usar brincos e/ou pulseiras.
A Casa de Òsùmàrè, pede que as pessoas reflitam sobre a essência de nossa ancestralidade, os Òrìsàs. Uma Ìyáwò aguardar a conclusão de suas obrigações, para a utilização de determinadas vestes, não a coloca inferior à ninguém, muito pelo contrário, mostra somente sua resignação por um determinado período, em obediência às regras do Candomblé pelo seu Òrìsà. O cumprimento desses interditos, confere ainda mais valor à obrigação de sete anos, em que a então ìyáwò, poderá utilizar-se de outras indumentárias, estando desta forma, em outra fase de sua missão religiosa (torando-se uma ègbón). No Candomblé, todos os passos são galgados, assim como na vida, afinal, a criança não nasce andando, existe um processo de aprendizagem. Uma mãe preservadora resguarda sua filha das maquiagens até a idade certa, etc. Assim é o Candomblé.
Um Ogá não pode se sentir desprezado por não vestir-se como um Babalòrìsà, ele sim, deve se sentir orgulhoso em pode estar preservando a cultura dos antigos Ogá. Um Oga vestido com Ogá, é facilmente identificado em meio a multidão. O mesmo se aplica aos Babalòrìsàs, que não podem almejar as vestes femininas, pois nesse caso, ao invés de mostrar poder e distinção, evidência sua falta de conhecimento sobre a liturgia de cada elemento utilizado. A Casa de Òsùmàrè, não tem a intenção de ditar regras, mas sim, expor seus costumes, aprendidos ao longo de gerações, divulgado e esclarecendo muitas pessoas que jamais foram orientadas sobre como se vestir no Candomblé e por isso, cometem tantos erros.
Atenciosamente,
Casa de Òsùmàrè
Boa noite, Fernando!
Muito apropriado esse texto, pois em si tratando de Candomblé (o xirê), em muitas Casas, parece q. estamos vendo um desfile de escola de samba.
As outras Casas p/ não se sentirem diminuidas, elaboram roupas mais carnavalescas ainda e pior, afirmando q. aqueles adereços são parte do fundamento, culto, daquele orixá.
Quase ninguém quer ser mais yaô, já quer entrar como pai ou mãe no Candomblé, quiçá seja esse um dos motivos dessa desorganização, claro, tudo isso ocorre porque há o consentimento do(a) lider da Casa.
Mas, gostaria de saber o que é calça ração e quando vc. diz q. homem não veste saia,nem mesmo quando vai dar run com o orixá?
Ekete é um toca que dobra para um dos lados na parte superior?
Outra coisa, o Candomblé é religião sem preconceito, possivelmente por isso a presença marcante de homossexuais e os travestis, como ficam? E os transsexuais, cujos documentos já contem seu nome feminino?
Um abraço.
Motumbá amigos A vaidade do homem em primeiro lugar !!! e o santo fica em segundo lugar.
cansei de ver gente em festa de santo de vestido longo, vestido de galá!!!
tapete vermelho na entrada bufé e tudo mais !!!
me pergunto, pra que isso?, so para alimentar os olhos e a vaidade!!!
uma lastima como distorcem a essência da religião!!!
Àsé!!!
Thiago isto realmente nos coloca em uma possição de questionamento, vaidade é uma coisa e fazer uso de sua prosperidade é outra completamente diferente.
O Odu Ose meji nos fala de usar nossa melhor roupa em determinadas situações como parte do ebó que foi oferecido.
O odu Oyeku’sa nos diz que a partir do momento que Ifá, (Òrúnmìlá) lhe deixa em uma posição de prosperidade é um tabú vc não fazer uso do que lhe foi ofertado.
É tabu ter dinheiro e andar de havaianas, rs, mas a verdade é: Se vc conseguiu sua properidade vc deve mostrá-la.
Diversos outros odus tem Oriki ire em que é pedido pelo suplicante qe o mundo saiba de sua prosperidade, riqueza e descendencia.
São metaforas que devem ser olhadas com bom senso e não devem ser ignoradas.
Quanto as indumentárias de dentro ou fora do Ilè, somos educados a fazer aquilo que nos foi ensinado e devemos cumpri-lo.
Pelo texto exposto vemos que a hierarquia se põem nas vestes, como é em África tbm, pelo tamanho do Gelé sabemos quem é a esposa mais velha e quem é a familia, desde o Rei ao menor plebeu e etc…
Ire o.
Thiago e Bàbá Da Ilha,
Não vejo problemas em um barracão mostrar o Dinheiro que tem com esses elementos (Tapete, Vestidos(depende)…). Muitas das vezes são festas bem planejadas e importantes para a pessoa.
O que não é legal: Ver lideres achando que “estão por cima da carne seca” por ter um Ilé Axé com esse elementos. Ver lindas esculturas e um canto em Yorubês, ver lindas roupas e a falta de humildade, ver grandes festas e uma falta de Axé… Isso não é legal.
O candomblé é muito mais do que se vê e principalmente mais do que se mostra, ele é uma essencia que muitos ainda precisam conhecer.
“Quem lhes deu prosperidade foi Deus, Foi seus orixás e para que acreditem temos que mostrar”
A mais bela das orixas é a dona da riqueza e não faz vista grossa em mostrar: Oxum.
Axé!!
Motumbá Pai Fernando, dei uma lida em seu artigo o qual fiquei imensamente feliz em fazê-lo lentamente e de forma dupla para não perder nenhum sentido das colocações nele expostas.
Já estava mais que na hora de alguém de fato alertar sobre estas questões pois de fato, o candomblé, em si no quesito vestimenta, tem sim perdido um pouco de seu sentido.
Levo em conta que vestir de forma um orixá é de fato um ponto de partida. Mas desde que tudo tenha seu devido lugar e claro discernimento para fazê-lo. Lembrando que como vi em comentários acima o exercer da humildade quanto as roupas não é difícil de por em prática, já que o próprio orixá o mostra dançando lindamente com seus dois pés descalços no chão.
Quanto a outras coisas que vi em alguns comentários sobre tapetes vermelhos, grandes salões de festa pra dar xirê eu já sou contra, pois se fosse assim todas as casas de festas deveriam já ter seus fundamentos próprios para se dar um xirê. Se não fosse assim nem valor teria então uma casa de santo, barracão ou roça. Por tanto eu creio que como na Africa tudo é bem feito sim, mas de acordo também com as posses daquele povo em questão.
Se é para se respeitar tradicições que se faça de fato.
Não vejo necessidade como já vi muito por aqui em São Paulo, orixás vestido como num desfile de modas de Paris ou nas mais altas alegorias do Carnaval.
Desta forma, meu prezado Baba, eu vim também humildemente pedir a autorização de copiar esta matéria para poder postar no meu BLOG OLHOS DE OXALÁ pois sou estudante de arqueologia, bem como membro assíduo do Candomblé e vi que este texto tem tudo a ver para que muitos possam aprender de fato a reavaliar esta questão em seu Xire;
Atenciosamente
José Pedro Manuel de Ogum
José Pedro,
Mutunbaxé, mutunbá!
Sigo as diretrizes do Axé Oxumare por conta de nossa inesquecivel matriarca, aqui no Rio de Janeiro, Mãe Teodora de Yemanjá, filha dileta de Mãe Cotinha de Ewá, a primeira Iyalorixá da Casa D’Oxumare. Este artigo é oriundo da própria Matriz: Ilê Axé Oxumare-BA. Essa matéria presta um enorme serviço de esclarecimento e comportamento liturgico.
A forma de se vestirem de alguns zeladores homens no candomblé do Rio de Janeiro e São Paulo, quanto a vestimenta que se apresentam nos Xires de festas públicas é decepcionante e até constrangedor, estão completamente desfigurados. Passaram a usar pano da costa sobre os ombros ou cobrindo o peito, turbantes enormes sobre a cabeça, jóias espalhadas pelo corpo, fios de contas que não traduzem o Orixá que representam, etc. Isso não é candomblé, isso é esquecer do Orixá que é o grande protagonista, é a vaidade acima do exagero, é a deformação da figura legítima de um zelador. Candomblé não é um carnaval de luxo e riqueza, e muito menos barracão é local de desfile de modas.
Antigamente os zeladores davam o exemplo de humildade e sabedoria pela sua maneira de vestir e fiscalizava um a um seus filhos nas rodas de candomblé.
Axé.
Fique a vontade meu caro e dê o crédito a “Casa de Oxumare-BA”.
Axé.
Me sinto extremamente feliz por Lê artigos como este e ainda de ver que minha Yá preserva costumes e tradição, tenho orgulho e não vergonha de trajar minha roupa de ração, meu mokan minhas contas finas e de ser yawó, mesmo em meio as autoridades pois como diz minha yá, o uso dessas roupas não é para humilhar ninguém e sim fazer-nos melhores e humildes para um dia usarmos as outras com o devido amor e rspeito!!
Sou filho de ayabá mas lá em casa homem mesmo com santo ayabá nada de saia!!
Fico com essas dúvidas, por isso sempre me visto de branco… sou abiã na minha casa de axé… já ouvi meu zelador reclamar das vestimentas com outros. Li o texto, e gostaria que me esclarececem traduzindo o que seriam os itens listados. Mokan, dilogun… ????? poderiam me ajudar?
Atenderam ao meu pedido.. rsrsrs… fico feliz que tenham feito a postagem que pedi sobre vestimentas. Todos esses panos tem mais algum significado litúrgico? Exemplo: quando se deve usar o torso e quando não se deve, porque de alguns tecidos serem permitidos e outros não? Venho tentando pesquisar sobre este assunto porém nada tenho encontrado.
Asè!
Mutumbá Baba!!!
(Modupé) a todo povo de santo sério, do candomblé, de todas as casas e nações. Sabemos, felizmente, AINDA tem gente muito boa, batalhando pela religião
Na minha opinião o vestuário é um importante meio de comunicação.
A minha roupa que uso no Axé deve transmitir uma mensagem da minha posição hierarquica dentro da casa. E vai muito além disso…
Fico muito feliz em saber que estou partindo de um conceito que compartilha as mesmas opinioes dentro do Axé oxumaré nação KETU.
Eu penso dessa forma, não sou contra o ”vestirmos nossas melhores roupas”,
só acho que as melhores roupas nem sempre são as mais caras nem as mais chamativas.
O luxo, o dinheiro e o poder corrompe qualquer pessoa, grupo ou sociedade
Mesmo porque independente da roupa que o orixá usa, ele saí de pé no chão, isso pra mim é a maior prova de humildade.
Se eu pudesse usar uma roupa de $500 e meu irmão só morim e avaianas…
Eu seria próspera e ele não?
Convém lembrar que prosperidade é interna, vaidade é externa…Afiaal o que eu teria que mostrar pro santo?
PROSPERIDADE ou VAIDADE?
*Henrique Barreto:
Foi explicado sobre pano de cabeça logo abaixo…
Turbantes também chamados de torço ou ojá.
otimo artigo, enviarei ao meu zelador.motumbá, axé, motumbá
Jade,
Mutunbaxé! Exatamente isso, devemos ir com a nossa melhor roupa se esta estiver de acordo ao tempo de iniciação. Candomblé tem diretrizes eficazes determinadas e organizadas por Egbomis que fizerem de seu fio de contas quando novinhos de iniciação, seu Brajá de ouro e brilhantes. A verdadeira prosperidade é aprender a ter humildade e saber seu lugar ao sentar-se numa esteira nagô.
Axé.
Bom dia a todos!
Meus respeitos a todos mais muito se fala de tradição centenária e milenar, na áfrica ou nas senzalas os negros tinham isso? roupa pra isso roupa pra aquilo, luxos, brilhos e paetês?
Todas essas roupas não é uma modernização e comercialização dos costumes milenares?
Vejo em muitas casa a beleza da simplicidade nas roupas,respeitando a hierarquia e costumes mais em outras a gente realmente se sente num desfile de carnaval.
Isso é muito triste, pq nossa religião na áfrica ainda é roupa de saco ou chita e pé no chão de barro batido( basta procurar me várias obras de historiadores e pesquisadores)
Axé
Boa tarde, senhor Fernando!
Minha pergunta do dia 16?
Creio que deva estar atarefado,mas não se esqueça de mim, por favor?
Um abraço.
Mário,
Calça de ração é o mesmo que calçolão de morin. Se o homem for de orixá iyabá, esta deverá usar saia quando for se vestir.
Os transsexuais operados e com documentos em ordem, passam a usar baianas.
Axé.
Lucia,
O que pregamos são os exgeros que desconfiguram a liturgia, porém, tudo a seu tempo, pois devemos acompanhar a evolução do mundo, a modernidade, as tecnologias e, por isso, estamos aqui na Internet interagindo, observe! Nosso candomblé não é africano, ele é genuinamnete brasileiro, com suas influências européias em sua vestimenta, os Babalawos por exemplo, se utilizam de vestimenta oriunda dos mulçumanos, somos todos influênciados, o mundo todo. O tempo do fifó, do pinico, do abô passado, das unhas sujas, etc, foram trocados pela luz elétrica, abô fresco e a boa higiene, é uma questão educacional acima de tudo.
Axé.
Meus respeitos aos mais velhos e mais novos no culto de Candomblé, especialmente de Nação ketu.
Achei profundamente apropriado este artigo. Como também achei extremamente didático, sem ser cançativo. Parabéns ao autor do mesmo. Usarei o mesmo em dia de estudo que faço aqui na Egbé na qual sou babaloorisá. Abraços
Mo jubá Olorisá.
Acreditamos que as raizes de nossa cultura devem ser mantidas e preservadas.
Obrigado pelo enganjamento neste assunto.
Onan rere o.
Motumbá…
Agô a todos…
e pedindo licensa para entrar neste debate educativo, vamos partir da seguinte idéia, se imagine numa guerra, você saindo vitorioso de uma guerra, mas se ponha na mente exatamente isso, imagine agora uma celebração por tudo aquilo que você passou, qual é o sentimento que vem em mente? Candomblé é festa em favor da vida… ter ouro é uma coisa, ter uma alma de ouro é outra coisa, muita gente tem ouro, mas não é de ouro, independente se vc vai num sire e vê muito luxo, vc só viu o luxo? Nossos orisas são a mais pura riqueza, mas não só luxo, o que eu quero dizer é que primeiro revista sua alma dos verdadeiros valores espirituais, porque ter dinheiro não é vergonha, ter uma casa luxuosa não é vergonha, ter uma casa simples não é vergonha, vergonha é não ter asé, vergonha é querer passar aquilo que não se tem, vergonha é não ter humildade, mas ser humilde não significa não ter dinheiro, é não saber usar esse mesmo dinheiro em favor de outros, se vc tem uma casa luxuosa, que seja proporcional ao quanto vc pode ajudar outras pessoas, um real pra casa, um real pra ajudar, isso é no meu ponto de vista ter asé e multiplicar asé. Asé é a multiplicação da vida e de todos os seus valores sejam elas materiais ou espirituais.
Asé a todos e tenham uma vida abundante repleta de momentos de aprendizagem e reflexao, mas também de expor a todos a sua felicidade, não seja feliz só pra vc, ajude outros a serem felizes como vc também.
Sou de ÒSÙMÀRÈ e que meu pai multiplique o seu asé…..rs
Bom dia a todos!
Gisele ter dinheiro não é vergonha mais expor esse dinheiro e esse luxo em exagero e forma desmedida é ato de vaidade nao de humildade.
a vaidade nao esta naquele que tem mais sim naquele que quer demonstrar que tem.
Tudo que é exagerado faz mal.
A riqueza dos orixas são vistas mesmo que os filhos estejam vestuidos de chita ou pano de saco.
Axé
Mutumbá irmãos !!
Mutumbá irmãos !!
Fernando, muito bom esse texto, acho que até agora foi um dos melhores que lí aqui na net ou em algumas outras publicações !.
A respeito das roupas de santo, acho que está avendo uma ¨carnavalização¨ das roupas de santo em nossos axés, onde um filho de santo se sente constrangido em não poder usar uma roupa com tanto luxo como se vê em outras pessoas, realmente ter dinheiro para poder ter uma roupa de luxo não é vergonha alguma, mais o povo de santo que tem tal quantia deveria pensar se nossos Orixás na África usaram tais roupas ou tal paramentas, que mais parecem adereços de carnaval. l Hoje vemos filhos de Santo acuados e sem vontade de seguir essa religião que sempre pregou humildade, e que em outras épocas era cultuada por escravos em nosso País, logo se vestiam humildemente. Se sentem na obrigação de se gastar uma fortuna para vestir seus Santos, e ainda digo das saídas de Santos, que nescessariamente tem por obrigação ter gastos elevados com sua feitura, pois entendo que são gastos que devem ser feitos para que não falte nada em sua feitura, tais como: comidas de Santo, comidas para sí e os irmão que estão na casa, íbas, ferramentas e tantas outras coisas. E ainda tem que por diversas vezes pagarem o chão a alguns Zeladores (escrevo Zeladores com Z maiúsculos para os que entendo que param suas vidas por amor aos Orixás e precisam de uma quantia pois as contas não param de chegar). Mais não é lógico os irmão terem que comprar as coisas de Santo faltando, porque se não sobra dinheiro para fazerem roupas de luxo. (Sei que o texto não se refere a saída de Santo), só fiz esse comentário por ser contrário a tanto gasto e achar que está na hora de tentar fazer alguma coisa por nossa religião, antes que o comércio e ganânciia toma conta dela,( o que acho que já está acontecendo), falo com a experiência de quem fez uma confirmação de Ogã e bancou uma saída de Yaô de minha esposa. Infelizmente hoje temos nas casas de Santo irmãos que nescessitam de obrigação e não o fazem por falta de condições financeiras, o que levam os mesmos até de desistir da religião. Proponho a esse maravilhoso Site e aos irmão que fazem parte dessa maravilhosa religião que tomemos uma posição a respeito desse maldito comércio, haja visto que o site até hoje não se vendeu a nenhum comerciante oportunista.
Deixo meu abraço e meu respeito a todos !! E Candomblé não pode ser comercializado, quem faz, é apenas conhecedor das doutrinas e da religião, nunca comungou de nossa fé.
Olá, o iyawo deve usar estas roupas no dia a dia do ase, e no caso de festas, oque é permitido ( tecidos) para os/as iyawos usarem, e a respeito dos fios de conta, eles deverão ser de miçanga logicamente, mais quando é que um iyawo pode usar fios feitos de outros tipos de materiais, não estou me referindo aos corais e etc, mais sim de outros materiais menos sofisticados mais que não sejam miçanga.
Lucas,
Iyawo antes da obrigação de 3 anos, mão tem luxo algum na sua roupa branca e simples e seus fios de conta de miçangas comuns. Após tomar a obrigação de 3 anos, suas roupas e fios de contas podem, de acordo com as normas da casa sofrer alterações, que deixará bem claro seu posicionamento na casa.
Axé.
Olá Fernando e irmãos, mutumbá!!
Se possível espero respostas de todos, se conconcordam ou não com o meu ponto de vista. Sobre o comentárioi que fiz no dia 21.
Marcelo D’Ogum,
Este assunto citado por ti é bastante debatido e recorre em discussões por aqui. Discutimos sobre o assunto, enaltecemos as reais necessidades dentro de uma casa de axé e o que o orixá prioriza, mas, no tocante a este assunto, o nosso meio de atuação fica limitado a tentar explanar o assunto apenas por aqui e praticarmos o que falamos em nossos axés.
Falando da parte humana depositada na religião pelas pessoas, algumas aguçam esse lado mais do que o devido e depositam na religião tudo aquilo que lhes faltam ou lhes faltaram na sua vida e isso sempre acaba por beirar o exagero, a necessidade de colocar sempre o mais caro, o mais exuberante, o mais deslumbrante no orixá quando o orixá muitas vezes pede apenas o absoluto respeito às suas regras, ao seu preceito.
Só que um assunto acaba puxando o outro. Articulado à este meu último parágrafo está a educação religiosa que vai desde de como se portar como adepto da religião até em compreender o que realmente é a essência do orixá. Muitos zeladores educam seus filhos para exibir o orixá e não para entendê-lo, pois orixá gosta de festa, gosta de confraternizar, porém também gosta do contato, da entrega sincera do seu filho, de perceber a energia do Ori do seu filho em sintonia com a sua e isso – que custa mais barato em cifrões do que roupas e adereços enormes e caros – exige dedicação maior e trato entre filho, zelador e orixá. O zelador representa um elo deveras importante entre estas duas energias: filho e orixá.
E como eu costumo dizer: “cada casa é um caso”, se esse processo de “carnavalização” está acontecendo é por que a permissão vem de cima pra baixo, já que o controle vem do zelador e a “lei do santo” nos apreende a respeitar o que acontece na casa do outro, mesmo que não ocorra na nossa casa.
Axé.
Pessoal, bom dia!
A pergunta que eu tenho a fazer não está relacionada somente à Casa de Oxumaré, porém, não encontrei um post mais adequado para fazer a minha pergunta.
Seguinte, gostaria de entender a importância ou a razão da utilização de panos/laços em algumas situações dentro de um Axé.
Exemplo:
– Quando se fazem laços com panos em arvores
– Quando o orixá de um filho se manifesta, corre-se e se amarra uma laço no peito
– Em um artigo que eu li uma vez, os animais que seria imolados, também estavam “vestidos” com um laço branco no corpo.
Acho que ficou claro a minha duvida! rs
Eu não conheço o simbolismo deste ato…
Muito Obrigado!
Alex
Alex-SP,
Como vai Alex tudo bem? Ainda não está frequentado uma boa casa de candomblé? Isso tudo se aprende na casa e no dia a dia, a vivência é fundamental pois gera energia, troca e interação com o clima, o Axé propriamnete dito.
A árvore que é coberta com um pano é sagrada, é um Orixá vivo, daí toda uma referência, faz parte da liturgia, assim também com os Orixás que são personificados com um atacan, uma banda cruzada ao peito ou um pano da costa sobre os seios, faz parte do ritual e do respeito pelo Orixá. O mesmo para o animal, pois por ele se oferece com dignidade de um Orixá.
Axé.
Olá Bàbá Fernando!
Comigo está tudo bem sim, e com o senhor?
Realmente, ainda não estou frequentando uma boa Casa… Como já disse outras vezes, acabo pagando pelo preconceito dos outros! rs.
Mas por outro lado, o apoio mais importante que são dos meus pais, eu já tenho! Neste caso, vale a pena ir contra o preconceito do restantes.
Descobri que a casa da Ana d’ Ogun, matriarca da Casa de Oxumaré, fica há apenas 3Km da minha casa. Foi uma boa descoberta! Semana que vem haverá uma festividade lá e farei de tudo para estar presente. Acredito que será um ótimo recomeço. Já estou me comunicando com uma pessoa de lá.
Com relação aos “do contra”, até semana que vem eu penso no que eu faço, mas de qualquer forma já estou bem feliz com a possibilidade de um recomeço.
Mas enfim, não conhecia o significado de se cobrir com o pano em determinados momentos. Achei muito bonito!
Muito obrigado pela resposta!
Abraço,
Alex
Amei as referencias de respeito ao Candomblé, o posicionamento dos filhos de santo quando se vestem conforme o que é passado e a tradição. Candomblé é tradição. Abraços, sou do asé Oxumarê, filha de Ogum com sete anos arriados. abraços. nilseia
O problemas é,vc’s querem impôr tanta responsabilidade aos Yawos,que acabam rebaixando-os,vejo Glamour em todos os lugares,até mesmo na cas de Oxumare(BA),então acho que postar,escrever e ditar obrigações, é fácil,difícil é segui-la,o exemplo vem dos zeladores,que nem completam 7 anos já possuem casa aberta,já tem cargos etc…qto a Batas,Egbomy’s usam sim,e o zelador da casa sabe quem distinguir seus filhos, na verdade quem pode se aparecer maos né?imagina uma filha de santo bem vestida,muito mais bem vestida que seu Pai e seus visitantes,isso tiraria o foco?Existem coisas em nossa religião que deveriam ser repensadas,roupas,paramentas (tudo bobagem)perto da arrogância dos aís e Mães de Santo.#pronto falei.
Rita,
Dentro do candomblé existe a TRADIÇÃO e é isso que o Axé Oxumare prega. Não há arrogância alguma, cada abiyan, Iyawo, egbomi tem suas vestimentas adequadas. Casas de raiz e axé não tem essa bagunça que você descreve.
Axé.
Este assunto citado por ti é bastante debatido e recorre em discussões por aqui. Discutimos sobre o assunto, enaltecemos as reais necessidades dentro de uma casa de axé e o que o orixá prioriza, mas, no tocante a este assunto, o nosso meio de atuação fica limitado a tentar explanar o assunto apenas por aqui e praticarmos o que falamos em nossos axés.
Falando da parte humana depositada na religião pelas pessoas, algumas aguçam esse lado mais do que o devido e depositam na religião tudo aquilo que lhes faltam ou lhes faltaram na sua vida e isso sempre acaba por beirar o exagero, a necessidade de colocar sempre o mais caro, o mais exuberante, o mais deslumbrante no orixá quando o orixá muitas vezes pede apenas o absoluto respeito às suas regras, ao seu preceito.
Só que um assunto acaba puxando o outro. Articulado à este meu último parágrafo está a educação religiosa que vai desde de como se portar como adepto da religião até em compreender o que realmente é a essência do orixá. Muitos zeladores educam seus filhos para exibir o orixá e não para entendê-lo, pois orixá gosta de festa, gosta de confraternizar, porém também gosta do contato, da entrega sincera do seu filho, de perceber a energia do Ori do seu filho em sintonia com a sua e isso – que custa mais barato em cifrões do que roupas e adereços enormes e caros – exige dedicação maior e trato entre filho, zelador e orixá. O zelador representa um elo deveras importante entre estas duas energias: filho e orixá.
E como eu costumo dizer: “cada casa é um caso”, se esse processo de “carnavalização” está acontecendo é por que a permissão vem de cima pra baixo, já que o controle vem do zelador e a “lei do santo” nos apreende a respeitar o que acontece na casa do outro, mesmo que não ocorra na nossa casa.
Axé. VIVIANE D BESSEN FILHA DE SEU FRED D TOGUN
ESTÁ AI O QUE EU ACHO.KOLOFÉ.
gosto muito de aprender sobre a cultura do camdonble sou ajoye
simplismente perfeito
‘ Achei ótimo esse post sobre as vestes do nosso ritual. As pessoas nao levam mais nossa religião como um culto importante, e sim como sinônimo de luxo e status . orisá no meu entendimento e se baseia na humildade. Coroas com um metro de altura e paramentas carnavalescas não mostram a força e a veracidade do orisá. ‘ Sem contar que são impróprias e horrorosas!
Natalya respeitamos seu ponto de vista e concordamos.
Porém, Orí é poderoso demais, nem mesmo Olódùmarè pode contê-lo em seus devaneios, este é o cerne da questão.
Ire o.
Olá Da Ilha. Estou aqui de novo fazendo perguntas!!!! No texto, se fala do orixá usar lacinho ou gravatinha. Essas indumentarias sao as ekedis q amarram logo q os orixás viram? Como elas amarrariam isso? Outra dúvida, oq seria ikan, mokan e delogun?
Ekedi Carol:
Quem arruma o òrìsà é a Ekeji.
Ikan é o famoso contra egun.
Mokan é o cordão de palha.
Delogun é o fio de contas do Iyawo, o com maior numero de voltas na cor de seu orisa.
Ire
Entendi. Obrigada pela resposta. Eu sei que é ekedi q veste o orixá eu só fiquei nessa dúvida por que tem tanto iyawos q dançam xirê só de pano da costa e sem o laço, como os q dançam com pano e laço. Oq seria certo?
Ekedi depende do tempo que você tem.
Tem òrìsà que não espera ser arrumado, tem momentos que não dá para esperar e etc.
O certo é fazer de acordo com o gosto do òrìsà e do sacerdote da casa.
Muito bom você tirar estas duvidas que com certeza deve ser de muita Ekeji recém iniciada.
Ire
Obrigada pela resposta e obrigada tb por reconhecer q é uma dúvida talvez importante… Na realidade ainda nao sou iniciada, mas quase lá rsrs. Pretendo fazer isso até daqui a um ano no máximo e to buscando minhas dúvidas pra ser mesmo uma boa ekedi e ter certeza de q vou ser.
Boa tarde! Frequento uma casa de candomblé a alguns meses, final de semana passado fui a uma mesa branca, com roupa branca como costumo ir e de calça, percebi que o pai de Santo comentou sobre minhas roupas e depois de algum tempo duas pessoas me disseram que eu deveria mandar fazer uma saia ( uma até me disse que vai mandar fazer pra mim). Em um certo momento seu Tiriri me disse que eu deveria mandar fazer uma roupa pra mim e pra minha filha, a pergunta é que tipo de roupa? que pano devo comprar pra mandar fazer? cometi desrespeito ao ir de calça? pois já fui outra vezes e ninguém me disse que não poderia, ele jogou pra mim e disse que sou rodante isso tem algo a ver? meu orixá é Oxum …posso comprar roupas (saias) na cor amarela? ou apenas branco? desde já agradeço!
Kah nos temos um post sobre roupas e indumentárias dentro do Candomblé, veja clicando na foto de Baba Fernando.
É terminantemente proibido o uso de saia para homens dentro do culto yorùbá, salvo raríssimas exceções.
Ojá, saia, pano da costa e outras roupas femininas são prerrogativas das mulheres e isto tem fundamento. O uso de roupa feminina por parte dos homens por levantar a ira de algumas energias (isto é serio), como o uso de roupas masculinas para mulheres.
Isto foi decreto por Òsún dentro do Odù Òkárán Sódé – Òkárán’Ogbè.
Não vá se prejudicar por causa de loucuras de pessoas despreparadas.
Estamos falando de sua vida.
Não importa seu gênero sexual, roupa de homem é calça comprida.
Ire
Obrigada pela explicação, sou mulher rs por isso a pergunta,devo mandar fazer saias? vestidos?
Fui de calça a mesa branca….acho que esse é o problema, na verdade nunca fui de saia, gostaria de saber pois lá é um lugar que me faz bem, mais não intimidade com ninguém pra perguntar. Achei que somente os iniciadas deveriam usar saias.
Kah me desculpe.
Mulher não usa roupa masculina dentro do culto.
São ordens de Òsún.
Mulher usa saia ou o vestido na cor apropriada e liberada pelo sacerdote.
Ire
Kah está respondido na outra pergunta.
Ire
Olá, ainda sou abiyan mas tenho algumas dúvidas sobre vestimentas. Essas regras do vestiário se restringem dentro do terreiro ou fora também? Por exemplo usar turbantes fora do barracão ou algo parecido.
Judson estamos falando da vestimenta interna.
ire
Entendi, muito obrigado.
Motumba ,
O Candomblé no Brasil só esta da forma que tá, porque o dinheiro é colocado á frente de tudo, a frente de orisá, a frente de amor, a frente de tudo.
Lucas na Nigéria é pior.
As pessoas não devem trabalhar por causa do dinheiro, mas, sem dinheiro não se trabalha.
Pense em quanto custa a formação de um bom sacerdote, quanto ele gastou para poder se aperfeiçoar.
:Nosso culto tem dom, mas acima disto tem caráter, estudo, estudo, estudo, sabedoria e sensibilidade para poder aplicar o conhecimento.
Sabe quanto custa mandar traduzir, ou comprar um livro já traduzido, sobre Odù com 1300 págs. escrito em inglês?
Pense: Eu não faço por dinheiro, porém, não faço sem dinheiro e não sou hipócrita.
Ninguém quer fazer sacrifício, seja ele qual for, ninguém quer perder o jogo do Brasil na copa.
Mas nós temos que estar nos sacrificando?
Devemos discernir o mercenário do profissional.
Sacerdote é uma profissão e consta no cadastro de profissões do INSS e Receita Federal.
Pagamos impostos como qualquer outra profissional.
Vc não sabe o que se paga para colocar um pó na língua para ativar as palavras e ativar a energia a seu favor.
ire
ire
Olá,
Estou começando agira no candomble e na minha cidade só tem um lugar onde é candomblé os demais é tudo uma mistura.
O meu pai de santo pediu pra eu comprar dois fios de conta um de oxalá (branco) e outro de do meu orixá.
Vi que foi escrito que fio de conta de plastico não pertence ao candomblé, agora estou com duvida se realmente é candomblé lá.
Lá não há roda pois é em um bairro e por motivo da lei só poderia ser tocado até as 22:00.
Minha mãe estava sendo iniciada lá mas parou e saiu.
Hoje quando comentei com ela sobre lá ela disse que é uma coisa “pesada” mas o candomblé apresentado aqui não há nada disso.
Oq eu faço??
Tenho mais uma duvida, lá há um assentamento de bruxa poderiam me explicar oq seria isso?
Grato
Vinicius ter apenas uma casa de Candomblé não quer dizer que você está no lugar certo ou errado.
Converse com sua mãe, por que ela saiu?
Por que é pesado?
Quem manda você comprar fios de contas prontos, não sabe muito bem o que está pedindo, o processo para se receber um fio de contas é bem diferente de ir na loja e comprar.
Fo de contas não é apenas para dizer que òrìsà você é, ele é um item sagrado da parafernália quem compões seus instrumentos, além de ser a primeira defesa de seu corpo.
Assentamento de bruxa?
Nosso culto não tem bruxa, não tem demônio e nem diabo.
Eu acho que você deveria analisar com mais cuidado esta casa, não tenha pressa, é melhor que fazer besteira com sua vida.
Ire
Da Ilha,
Eu participei de uma oferenda lá na casa,e houve o sacrifício de umas galinhas e lá hã vário assentamentos (uns 90).
Ele me disse lá há coisas que na Bahia não tem e quando tem é somente uma.
Ele tem assentamento do um tal de tempo, vários orixas conhecidos e de eguns também.
Ajudei ele a fazer as oferendas que foi o seguinte.
Ele mesmo disse que lá é pra vida ou pra morte.
Não oq fazer nem como agir.
Ele tem demonstra ter conhecimento de Vodum Também e uns assentamentos africanos e que uma africana conhecida fez pra ele.
Quando ele fuma o cachimbo dele ele descobre as coisas (ele nem precisa jogar os buzios pois só fumando o cachimbo e sabe)
Durante a oferenda ele passou o sangre no rosto como se fosse pra guerra e nos disse que isso avisava o orixa que era pra sair a luta.
Ele tem uns assentamentos enterrados de oxalá e outros.
Sabem me falar algo sobre isso?
Vinicius não de pode e nem se deve brinca de Deus.
Essa coisa de que eu tenho, eu fiz, eu, eu, eu e eu, para mim é puro egocentrismo.
Não gosto de pessoas que vivem desta forma.
Tenha cuidado com os lugares que vc anda.
Observe, converse, desconverse e somente depois tome uma decisão.
Ire
Motumbá Fernando da Ilha,
Sou filha de Santo, Ekede e tenho muito amor por tudo que faço, cada abraço de orixá que recebo me sinto abençoada e muito gratificada, minha yálorisa deixou eu colocar uma roupa de baina. Afinal cresci na casa, estou desde os 12 anos de idade hoje tenho 36 anos, ser humilde sempre me faz feliz e tenho respeito na casa. Minha yálorisa é feita no gegi, entao não raspamos, Ekede precisa raspar a cabeça, e quanto a ficar recolhido também passa por 1, 3,7 anos de santo a cada obrigação?
Sou muito feliz na minha casa e com minhas obrigações e nunca esqueço de toalhinhas!
Muito obrigada!
Viviane
Viviane, estes cargos geralmente fazem a iniciação, recebem Òyè e depois fazem Bori anual e cumprem com seus ebo em relação ao òrìsà.
Dar uma festa é pessoal, mas, não há obrigação de cumprir o rito do Elégun.
Ire
teria um tel para entrar em contato preço fazer uma roupa para egun
Sergio o Braga de Caxias, faz este tipo de roupa.
Infelizmente eu não tenho o contato dele.
Por ele ser famoso no Rio, muitas pessoas o conhecem.
Ire
Motumbá aos meus mais velhos e aos mais novos ,
Aqui em São Paulo é cada vez mais comum, na maioria das casas os homens usarem pano da costa na cintura, pano de cabeça, e algumas outras coisas que não foram citados acima, em algumas casas é regra o uso do pano de cabeça. Isso é correto ? Ainda tem pessoas que dizem que Homem não veste saia, nem se estiver com orixá ayaba, porque se tem isso ?
Obrigado
Lucas,
Não é correto, homem não usa pano da costa de forma alguma mesmo amarrado na cintura. O Pano de cabeça dependendo da ocasião e ritual é permitido, porém, não se usa no Xirê. Orixá feminino mesmo em cabeça de homem veste saia sem problema algum. Os Homens no Brasil tem sua indumentária própria sem apetrechos femininos.
Obs: Algumas casas aceitam estas condições porém não explicam porque usam, cabe-nos apenas respeitar.
Bom dia…. Motumbá!!!!
Sou iniciada faz 3 meses… Queria saber qual o rito necessário pra ir visitar uma outra casa…. Tentando tirar informaçoes, pois em livros e documentários nao encontrei, ouvi que preciso do meu mokan, delegum, e antes de adentrar a outra casa, ajoko tenho que ser abençoada pela mãe ou pai de Santo do ile, está correto???
Por favor, aguardo encarecidamente a resposta, pois não quero ficar em dívidas ou aborrecer minha mãe Osun.
Muito muito obrigada.
Yawará,
Um iyawo novo como você só vai a outra casa acompanhado de seu zelador ou zeladora, em hipótese alguma pode ir sem o consentimento e a presença de seu zelador.
Mutunbaxé.
Olá
Motumba!
Lendo o texto acima achei td muito interessante as explicação. Acho que muitos se vestem de maneira errada por falta de conhecimento RS…sou ekede confirmada e não sabia que ekede não pode usar baiana, isso intristesse porque já MS vou querer fazer algo errado na minha religião
Gostaria de saber qual é a vestia correta de uma ekede?!
Obrigada desde já!
Fabiana,
Ekede pode usar baiana sim, sem problema algum, algumas não usam apenas para dar mais mobilidade as suas funções, seu uso não é obrigatório.
Use sua baiana sim!
Axé.
Oxalufan na cabeça de homem não usa saia e adê com filá?
Ronaldo,
Oxalufan na cabeça de homem usa saia e adê com filá!
Axé.
Alguém tem o contato de Tomege de Ogum?
Rosa, tente em:
http://www.ori.com
http://www.ori.net
Abraços
Fernando, obrigado pela resposta. Perguntei, pois na casa que sou abiã já vi as duas situações, mas nunca perguntei o motivo. Tem Oxalá de saia comprida e tem Oxalá que usa bombacho. E como li no artigo acima que homens que tem Orixá feminino não podem usar saia, nem pulseiras, mesmo virado no Orixá, fiquei sem entender se no caso de Oxalufan seria a mesma coisa. Por coicidência, esse Oxalá que falei que não usa saia é homem. A saia é comprida?
Ronaldo,
A saia é comprida para os Oxalufan, bombacha quem pode usar é Oxaguian.
Axé.
Olá bom dia. Sou adepto/simpatizante do candomblé a quatro anos, estou me preparando para a feitura de meu orixá pois, tenho caminho. Uma coisa que observo muito em vídeos na rede é o uso de saias por homens mesmo em trajes de orixá masculino e confesso que me da uma gastura enorme. me sinto aliviado pelo que li neste texto, sou de Ogum e não quero usar de forma alguma aquelas saias de mulher do seculo XVII. Tenho uma dúvida… A saia e obrigatória na saída de yawo? Obrigado.
edmilson,
Responderei pelo meu axé e minha Casa, pois ainda existem algumas casas que mantém essa tradição. Na verdade Ogun não usa saia, é um saiote curto parecido com saias dos romanos. Hoje em dia a maioria dos zeladores adotaram a calça Bombacha para homens de Orixá masculino (exceto Oxalufan). Fica a critério do seu axé e do seu zelador, converse com ele a respeito.
Na maioria das casas:
Homens de Orixá masculino usam bombacha.
Mulheres de Orixá masculino usam saias
Homens e mulheres de Orixá feminino usam saias.
Homens e mulheres de Oxalufan usam saião.
Axé.
Ufa kkk obrigado Fernando D’Osogiyan!! Mto asé.
Olá, no texto e em algumas respostas de moderadores do blog a comentários percebi incongruências, como por exemplo, no texto diz: EKEJI (EKEDE):
SAIA: Ekeji não usa saia com anáguas de baiana;”. E um dos moderadores diz o contrário: “Fernando D’Osogiyan
Fabiana,
Ekede pode usar baiana sim, sem problema algum, algumas não usam apenas para dar mais mobilidade as suas funções, seu uso não é obrigatório.
Use sua baiana sim!
Axé.”
Assim, assim como no texto dizer que homens de orixás femininos não usam saias e em algumas respostas se dizer que homens de orixá feminino usam saia sim.
Sei que há as diferenças de ações entre os ilês, mas não compreendi postar um texto dizendo uma coisa e nas respostas outra. A não ser que eu não tenha compreendido direito.
Abraços e axés.
Mara sobre as grafias eu posso lhe dizer que:
Orixá e Òrìşà, vão bater na mesma porta, a forma abrasileirada de escrever está enraizada e não será eu e nem você que vai conseguir mudar isso.
Ekede e Ekèjì = aquela que vem segundo (auxiliar direto). Èjì = dois e pode ser usado para segundo como em Ibikèjì Olodumare = O vice de Olodurame, um dos nomes de louvor de Orunmila.
Quanto a parte das roupas eu deixo Baba Fernando lhe dar as devidas explicações. Pois foi ele quem postou.
Ire
Boa noite amigos e irmãos do blog! Kolofé a todos!
Parabéns Baba Fernando pelo texto! Adorei e me sinto emocionado em ter lido tudo isso. Sou oriundo da Umbanda e confesso que sempre tive uma grande resistencia ao Candomblé devido a indumentária que via e ouvia dizer… Homens de saia e pano na cabeça, cores berrantes, etc etc etc.. Meu Vodun guiou meus passos e minha Doné não aceita esse tipo de coisa, pra mim homem é homem e mulher é mulher! Ponto final, se é Oboro ou Iyaba aí é outra história além do que acredito que Otolú será sempre Otolú, independente de estar em um corpo feminino ou masculino e daí então virá a utilizar as indumentárias corretas. Já ouvi um monte de gente dizer que usa pano de cabeça pq é de Oxum ou porque ela é a rainha da Nação e que por isso era permitido mas que pra mim não passa de conversa fiada! Acredito que nem mesmo a opção sexual deve ser levada em conta, pro Vodun/Orixá/Inkisse o que de fato importa é o sexo e não se a pessoa é Homossecual ou Heterossexual! Parabéns de novo! Texto muito esclarecedor!
E Mara…
Não sei se sou a pessoa correta a te responder mas, acho que quando foi dito homem de Orixá Feminino não usar saia é referente ao Yawo ‘acordado’, na roda e dançando antes de entrar em transe, porque se ele é de Oxum creio que vá sim usar saia! Quanto as Ekedes, acho que elas tem sim liberdade para usar baianas e tal… mas Ekede vive ralando pra caramba! Orixá vira e a Ekede vai amarrar Ojá, depois entra pra vestir o santo e ainda dança no salão, enxuga suor, etc.. Se alguém que não é da casa entra em transe…lá se vai a ekede! Então suponho que seja por uma questão sim de mobilidade e poder cumprir suas funções de forma correta1 Espero ter ajudado!
Abraços fraternos!
Fomo de Azansú
Mara,
Repetindo, ekedis podem usar baianas sim, apenas não colocam muitas anáguas, há casas que as ekedis só usam alaká.
Homens (incorporados) de Orixás femininos “só usam saia”.
Axé.
Fomo Azansú,
Kolofé!
Motumbá Fernando,
Existe um itá que escutei sobre os orixás masculinos…
Houve uma festa que só entrava as yabas, daí Oxalá querendo saber o que as yabas estavam fazendo, colocou saia e adê com filá….. foi descoberto por oxum, e daí por diante todos os boros, devem usar saiote.
Mas, na casa onde estou os orixás masculinos usam bombacha, com exceção para as mulheres, e homens de orixás femininos usam saia…acredito que cada casa tem o seu ritmo.
Sua bença e uma ótimo semana !!
Luiz,
O Itan está com o Orixá trocado, não é Oxalá e sim Ogun (uma qualidade de Ogun do Ijexá). Oxalá usa saia por ter participado do culto de Nanã, sendo este o único Orixá a vestir saia e comer bichos fêmeas e participar do culto restrito a mulheres.
Axé.
obrigada. A questão que levantei era sobre as vestimentas mesmo não sobre a forma de escrever.
vida longa e próspera ao blog e a todos
Motumbá Fernando e boa noite !
Conheço algumas pessoas que por algum motivo saiu casa do axé que nasceu, mas por motivos entre eles e o zelador, não foi autorizado para retirar o ibas dos seus orixás… e estão em outros casa, e tiveram de montar outros ibas.
Como você ver essa situação?
Sua bença ,
Att,
Luiz
Fernando,
em relação ao uso da saia…motumbá pela explicação.
Att,
Luiz
LUiz eu digo que você deve comprar tudo com nota fiscal, fotografar seus artigos e se você sair da casa, pedir suas coisas e não lhe entregarem, entre com uma denuncia por apropriação indébita e procure reaver o que é seu por direito.
Sabemos de casos que foram resolvidos na justiça, dessa forma.
Fora isso, eu não tenho outra opini~]ao para dar.
Em minha casa a primeira coisa que um iniciado recebe é o eu igbà, pode levar para casa, e cuide bem dele.
Caso não tenha como levar, ai vai ficar no Ilè, no dia que quiser levá-los, eu ajudo até com o dinheiro do táxi.
O que não pe meu, não me enche os olhos.
Um opinião pessoal que não reflete a dos demais moderadores.
Ire
Motumbá Da Ilha..
Entendo..mas o Otá como fazemos?, se não querem entregar, sou da paz !
Att,
Luiz.
Luiz,
Peça ao seu novo zelador que lhe consagre outro Otá.
Axé.
Boa tarde Fernando, e da Ilha…
Estava lendo a material sobre o uso do pano da costa e de cabeça em homens… quando eu yawo, usava mokan dilogun, sempre de branco, até os meus três anos, foi quando a minha mãe mim disse que poderia usa outras cores de tom suave e pano de cabeça e da costa.
Terminando de ler a material fico pensando…. o que fazer?
Que Osun os cubra de paz e saúde !
att
Luiz D’OSun
Luiz,
Tenho certeza que você vai descobrir o que fazer e não se aflija com isso.
Òsún lhe abençoe,
Axé
Boa noite Fernando, como foi seu feriado?
quando a pessoa se recolhe para obrigação, existe uma sequência nos atos? ex: ebó;oburi, orô, ou poder acontecer sem que haja uma sequencia?
Um forte abraço e sua benção!
att,
Luiz
Luiz,
A sequência de atos básicos são: Ancestrais,vários Ebós, cachoeira/rio, bori ou eborí, orô de iniciação. Essa sequencia tem um significado, não pode ser aleatória.
Oxalá wá gbé o
Boa noite Fernando, Motumbá !
Minha mãe vai fazer de acordo com a comodidade para ela, obós; orô e depois bori.
Na verdade, estou sempre conversando com meus orixás, pois infelizmente por mais que falo com ela ..ela diz ” filho não se preocupa. É assim mesmo, cada casa tem sua rotina ..na nossa o importante é fazer tudo certinho independente da sequencia”.
Minha vontade de “jogar” tudo pro alto ..mas amo meus orixás!
Rogo e peço aos orixás agô !!! e que infelizmente não posso mudar a forma que a zeladora pensa.
Quero fazer as minhas obrigações da minha mãe Osun e os demais.
Um forte abraço, e sua benção!
Luiz
Luiz, E káale,
O mais importante é ter absoluta certeza que você é de Oxun, porque são raros os homens de Oxun independente de qualidade ou caminho.
Confiança, fé e determinação.
Oxala´lhe abençoe,
Axé.
Bom dia Fernando, Motumbá !
Conheci o candomblé aos meus 17 anos, hoje já passaram mais de 30 anos, e todos os zeladores para mim disse-me que sou de oxum.
Em Maceió sempre diziam que a minha oxum “já era feita”, e que caso eu fosse iniciado seria de uma forma diferente ao yawo.
Já em SP joguei com pessoas bastantes conhecidas, que também mim deram Oxum, e fui iniciado como yawo de Oxum em SP a mais de 15 anos.
Em virtude de meu trabalho mim afastei, mas agora retorno para os meus caminhos dentro do axé.
Hoje “viro” em oxum e Oxóssi, a até hoje procuro uma explicação e ainda segundo a minha zeladora, tenho no meu enredo, além de oxum, Oxóssi, Oya e Oxalá.
Leio e procuro muito os esclarecimento, para que eu possa entender melhor sobre ser de oxum e ainda “virar” com Oxóssi.
sua bença e um forte abraço,
Luiz
Luiz,
Não existe essa história de Oxun feita, Oxun é um Orixá! É evidente que deve ter explicações para Oxóssi passar em você. De sua obrigação, enfatize a energia e o amor a Oxun e seus enredos.
Ire!
Axé.
Boa tarde Fernando, Motumbá !
Sempre com palavras de carinhos…muito obrigado!
Muito aprendo com você apesar de não nos conhecermos pessoalmente, e suas explicações são coerentes e litúrgica do qual admiro muito.
Tenho um amor imenso por Oxum, e estarei fazendo a minha obrigação… , oxum é o meu ar, minha vida !!!
Sua bença,
Luiz.
Boa tarde Fernando,
Qual a sua opinião sobre iniciação de crianças antes de 7 anos de idades?
Observo que atualmente várias casas tem iniciados crianças.
Um forte abraço e Motumbá.
Att
Luiz
Luiz,
Em linhas gerais sou contra a iniciação de crianças com menos de 7 anos, porém, como não é uma regra, pode haver casos especiais que indiquem a iniciação. (raríssimos)
Mutunbaxé.
Baba Fernando um questão.
Por que as crianças tem que ser batizadas, ainda bebe?
Por que tem que ser ‘iniciada’ no caminho católico?
Por que nossa religião não pode abraçar (iniciar) nossas crianças?
Se ela não vai ser católica, ela também não precisa ser de culto de orisa quando crescer.
Concorda?
Ire alaafia.
Da Ilha,
Somos um país católico, com costumes que nossa sociedade absorveu de forma cotidiana e natural, mas sem valor ecumênico, mesmo sem frequentar a Igreja, muitos batizam, fazem primeira comunhão e casam.
Pode-se iniciar crianças até na barriga da mãe dependendo da necessidade, não há restrição em nossa religião na iniciação de crianças. Recomenda-se que se iniciem crianças a partir dos 7 anos, neste caminho a criança não dependerá de concessões quanto a liturgia, afinal, o ritual na moleira de um Orí de uma criança é regido por Babá Ajalá, um comprometimento sério e muito perigoso.
Axé.
Da Ilha,
Na Nigéria 45% da população é católica e são batizados, 52% Islâmica não há batismo, restante 3% são das outras religiões. Imagina que para 170 milhões de habitantes menos 1% ainda matem o culto ao orixá em suas Cidades.
Somos batizados e iniciados, essa é a vertente que nos mantem vivos, fortes e reconhecidos como uma religião ketu/Nagô genuinamente Brasileira de raízes Nigerianas.
Axé.
Baba Fernando.
Continuo na tecla, se uma família católica ou não ‘iniciar’ pôr no ‘caminho’ a criança de sua família. Por que nós não podemos?
Com uma segurança, o oráculo nos diz o que deve ser feito espiritualmente com ela.
Portanto uma criança, ao meu ver, pode e deve ser iniciada, seja para orisa ou para Ifá, desde que o oráculo aponte esse caminho.
Se não tem necessidade, a criança segue seu caminho naturalmente.
Ire alaafia
Da Ilha,
Na religião católica o batismo é simples se comparado a uma iniciação. Nós do candomblé, sempre pedimos a Oxun para lavar a cabeça das crianças da Casa e às vezes até com algo mais para compor a energia da água.
Podemos conversar com o Oráculo, interagir caminhos, isso vai além do jogo em sí, pois o zelador é um intercessor junto a Orunmilá, por isso, que podemos escolher ou rogar por um melhor momento e se podemos evitar uma iniciação precoce, assim devemos faze-lo. Esperar uma idade mais adequada a partir dos 7 anos. Esse é o dever de um Babalorixá, procurar junto as divindades soluções e caminhos. Existem inúmeros ebós ligados as Iyabás e Oxalá que contemplam o Orí de uma criança, antes de sua iniciação. Entendo que há casos em que não há escolha, mas, lhe afirmo que na maioria temos essa prerrogativa, sem antolhos a nos incomodar.
Por exemplo, oráculo não escolhe o mês de uma iniciação, mas, evitamos determinadas datas como carnaval, semana santa, ano novo, neste momento estamos agindo como intercessor, buscando o melhor momento, a melhor energia, para a iniciação.
O Oráculo pode determinar um ebó e podemos não concordar com a extensão desse ebó por nunca mais poder repeti-lo para o filho caso de uma grande necessidade de vida ou morte, busca-se aí, alternativas junto ao Oráculo.
O oráculo já me indicou fazer um ebó para uma pessoa e eu disse a ele que não ia fazer, porque não ia sacrificar um animal para quem não merecia, me fiz respeitar e respeitar o animal.
Acho que esse assunto que você me instigou, valeria um post mais aprofundado.
Aláàfia!
Baba Fernando esse debate tem pano para manga e calça.
Um dos sacramentos católicos mais importantes é o batismo.
Diz o Wikipédia:
“O batismo é entendido como o sacramento que abre as portas da vida cristã ao batizado, incorporando-o à comunidade católica, ao grande corpo místico de Cristo, que é a Igreja em si. Este ritual de iniciação cristã é feito normalmente com água sobre o batizando, através de imersão, efusão ou aspersão”.
Quando é feito, é por que na maioria dos casos é politicamente correto (odeio essa expressão), por que a hipocrisia (ou falta de conhecimento) está explicita na atitude de uma família que quer mostrar a sociedade que todos são limpos e arrumadinhos, estão em paz com Deus, enfim, fizeram sua parte, pois, o compromisso finda se neste ato com um baita almoço e um porre exagerado dos mais afoitos.
A complexidade de nossa iniciação deve ser louvada e deve ser colocada nesse painel, mas, não é disso a que eu me refiro.
Me refiro as necessidades apontadas pelo oráculo, acredito que seja cultural, que seja ocidental, que seja uma postura da diáspora ou do próprio Candomblé. Mas, não deixaria nunca de iniciar meu filho (a) se a iniciação estivesse em seu caminho e a hora fosse nessa hora.
Veja que são caminhos diferentes, eu digo se e somente se.
Em uma posição de negociação, com certeza venceria a deliberação entre o interlocutor e o oráculo. Pois, sabemos da responsabilidade triplicada da iniciação de uma criança, não só para ela, como para toda a casa.
Enfim, acredito que as ideias servem para que as opiniões sejam colocadas, que elas ajudem as pessoas (nossos internautas) a pensar e não saírem tomando atitudes atrapalhadas ou movidas pelas vaidades.
Abraços fraternos.
Da Ilha,
Não é só pela água través de imersão, efusão ou aspersão, Há dois ritos de Unção no Batismo. A primeira “Unção” é feita antes da “infusão da água”, durante as preces após a Liturgia da Palavra. É a Unção com óleo chamado dos Catecúmenos. O sacerdote unge o peito da criança, dizendo: “O Cristo Salvador te dê sua força. Que ela penetre em tua vida como este óleo em teu peito”.
Este rito pode ser substituído por uma imposição das mãos do celebrante, sobre a cabeça da criança, dizendo as palavras: “O Cristo Salvador te dê Sua força”. É uma invocação ao Espírito Santo para que o batizando renuncie ao mal e faça uma boa profissão de fé.
Na parte final do Batizado é feita a segunda “Unção com Óleo da Crisma”. No Antigo Testamento era comum ungir os sacerdotes, reis e profetas. Também Cristo foi ungido pelo Espírito Santo de um modo muito especial. Então esta Unção quer significar que pelo Batismo nos tornamos participantes do poder messiânico de Jesus. E também, conforme a primeira epístola de São Pedro (1 Pedr 2, 9-10) nos tornamos raça eleita com Cristo, reis (rainhas), sacerdotes (sacerdotisas) e profetas (profetisas). Realmente um ritual importantíssimo que tive a honra de ter participado.
Na nossa religião a iniciação existe para crianças somente por expressa necessidade, o oráculo não intervem na decisão do Babalorixá e dos Pais da criança,apenas indica caminhos. Existem liturgias ligadas ao double no orun que se faz para intervir situações distintas de crianças com “n” problemas de formação física, congênita, cardiológica, hereditárias e principalmente espiritual, para evitar a iniciação precoce. A iniciação não pode ser vista como cura como muitos pais levam seus filhos ainda bebê com essa esperança, de forma alguma serve para esse propósito. A Iniciação em uma criança está muito mais ligada a sua futura condição religiosa, como uma preparação sacerdotal. Muitos esquecem do carrego que este bebê irá levar em sua infância e juventude, porque as obrigações não param e devem ser realizadas nesse decorrer, é muita responsabilidade, pois Ibeji irá acompanhar também os responsáveis.
Aláàfia, Orunmilá traga o sol em nossas vidas.
Axé.
Baba Fernando.
A visão do Candomblé muda muita em relação ao Tradicional nesse aspecto.
Com o adendo: Iniciamos desde que o oráculo determine.
Fora desse contexto, não existe iniciação, apenas o Ikomojade (cerimônia do nome) e Esentaye (orientação por parte do Odù).
Abraços
Da Ilha,
Não é a visão do candomblé ketu, é muito mais o odú no que concerne a vida sob o ponto de vista das nossas decisões do que por determinação do oráculo, oráculo ajuda em nossas decisões, enfatizo que o oráculo orienta, é só observarmos os versos de Ifá, são conselhos, orientações, comparações, etc.
A diferença do Ketu para a Tradição nesse aspecto que você se refere, deixo claro que nos orientamos pelo oráculo que é de fundamental importância, tudo é visto e confirmado no jogo, porém, a primazia de uma decisão será sempre do zelador, pois sua intuição advinda de seu Orixá e demais divindades, estará sempre presente orientando seu subconsciente. Trabalha-se nessa conexão por isso a importância de todo ano os zeladores tomarem obrigação, renovação cíclica de energia para manter viva e independente a sua condição de intercessor junto ao Oráculo, ao Orixá e toda uma infinidade de divindades e o ser humano na condição de iniciante.
Duvido muito que um zelador do culto tradicional não considere suas intuições divinas que aliadas ao oráculo de Ifá para ajudar numa decisão de iniciação.
E káàró àse!
Arrumando a situação:
Os conselhos de Ifá não dizem que você é obrigado a fazer, qualquer coisa, correto!
Mas, se você não segue o conselho…
Então, isso independe da negociação, se houver, tudo bem, mudamos de atitude e resolvemos o problema por hora.
Então a tua visão e minha visão, estão em sintonia.
Incluindo a forma de olhar a iniciação de uma criança/adulto como uma tábua da salvação, seja com que idade for.
A divergência em alto nível e as conclusões respeitadas deveriam contagiar a todos.
Deliberar, este é um dos maiores conselhos de Orunmilá.
Epá Odu, epá òrìsà.
Mo beere surè Baba.
Ire alaafia.
Da Ilha, Olukó Ifá
Ainda vou no seu Oluwo!
Epá odu, epá òrìsà!
Mutunbá
Motumbá da Ilha, Fernando…
Aprendo cada vez mais com vocês…
A minha pergunta sobre inicia uma criança de 7 anos, perdoe-me de digo bobagem:
Ao iniciar uma criança abaixo de certa idade somente pq seus pais são do candomblé, tira algo importante de um ser humano que é o livre árbitro, correto?, alvos as suas exceções como esclarecidos .
Somos um país em que o catolicismo foi imposto desde o descobrimento… se impomos uma criança a inicia-se estamos fazendo o mesmo quanto ao descobrimento do Brasil?
Repito: perdoe-me se falo alguma bobagem!
Forte abraço e peço bença de vocês !!
Att
Luiz
Luiz,
No candomblé só iniciam crianças em expressa necessidade, fora o contrário existem uma infinidade de ebós e misericórdias e paliativos em geral.
Não comparo as liturgias, a função do batismo na religião católica e sagrada, no conceito do paganismo.
Oxalá lhe abençoe,
Axé.
Boa noite Fernando,
Desde os meus 17 anos sempre ouvir dizer que ao ser iniciados devemos realizar as nossas obrigações após a feitura de: 1 ano; 3 anos; 5 anos e 7 anos.
A partir daí com 14 anos e 21 anos…mas vejo que em algumas casas de axé, desde a feitura e mesmo após os 7 anos o egbomi sempre faz as suas obrigações anualmente.
Alguns dos meus mais velhos não concordam e outros concordam, e o sr. como ver isso?
Um forte abraço e Motumbá!
Luiz
Eu quero ver images de ropas da oxum
Ana não temos esse post sobre roupas, existem site especializados sobre o tema.
Busque na Web, vc vai achar muita gente que confecciona este tipo de paramento.
Ire
Luiz,
Nas Casas ketu/Nagô temos a iniciação; obrigação de 1 ano; obrigação de 3 anos; obrigação de 7 anos, obrigação de 14 anos; obrigação de 21 anos. O Babá/Iyálorixá, Egbomi, Ogan, Ekedi que são atuantes dentro de uma Casa de candomblé, devem anualmente e obrigatoriamente alimentar seu Orí. Quanto ao Orixá, ele deve ser consultado para saber se quer algum animal, além, é claro da comida seca. Portanto, membros de uma casa que são importantes dentro da execução das liturgias e rituais, devem sempre se cuidar, pois perdem energia, enfraquecem espiritualmente, acumulam negatividades. Evidentemente que para qualquer obrigação, antecederá sempre os ebós necessários que for determinado no jogo. Aquele egbomi que diz que não precisa anualmente se cuidar, não fala pelo seu Orí e nem pelo seu Orixá, e por consequência não deve fazer absolutamente nada dentro de uma casa de santo, não ter cargo, não ter influência no Axé. Onipotente só o Orixá!
Nas casas Nagô/vodun consideram também a obrigação de 5 anos.
Mutunbaxé.
Boa noite Fernando,
Motumbá!
Forte abraço e sua bença!
Ando vendo muito mais frequentemente crianças que mau sabem falar estarem vestidos em run de orixás, eu particularmente não vejo a que se deva tal fato, pois a criança ainda imatura pra escolher seus passos religiosos já estarem sendo raspados como verdadeiros filhos no santo não está errado?
Balu,
Não é comum vermos criancinhas sendo iniciadas tão precocemente, há de se ter uma familia ligada ao candomblé com suas raízes dentro da religião. Não podemos generalizar e dizer que está errado pois cada caso é um caso.
Axé.
Boa noite Fernando,
Vejo em algumas casas dizerem que fulano é abian axé… que “já nasceu feito”.
Qual o seu conceito?
Sua bença e um forte abraço!
Luiz,
Abiaxé são os filhos das mães que tomam obrigação estando grávidas e de certa forma a criança participa indiretamente da iniciação, portanto levam axé da feitura da mãe. Levar axé não significa uma iniciação da criança e sim um comprometimento da Mãe e do zelador para com a futura iniciação de fato desta criança que já possui axé de feitura e fundamentos relativos ao Orixá da Mãe que não necessariamente seja o da criança.
Oxalá lhe abençoe,
Olá,
Sobre abiaxé, ouvi dizer que se dá somente se a mãe entra no processo de feitura sem saber da gravidez. Isso é fato? Se ela entra sabendo que está grávida, da mesma forma o bebê não recebe esse axé?
axés a todxs
Mara, nós já respondemos inúmeras pessoas com essa duvida.
Abiase = nascido dentro do ase.
Ou seja, a pessoa nasce recebendo o mesmo ase que sua mãe está recebendo, porém, entre este fato e a iniciação existe um abismo.
A pessoa tem que se iniciar, ela não tem prerrogativa sobre ninguém. Não é mais velha que ninguém.
Ela tem que passar por todos os rituais iniciáticos e etc.
Sabendo ou não sabendo não faz nenhuma diferença.
Ori é único, é individual, o que a mãe fez, não é repassado a ela como um passo dentro da iniciação.
Ire
Boa noite Fernando,
Estou em processo de organização para recolher-me para a minha mãe Oxum…estou apreensivo, feliz, é um sentimento que alegra o seu ser, tenho 16 anos e estarei realizando a minha “obrigação” de 14 anos.
Mas não é uma obrigação…é um prazer recolhe-me para oxum…as vezes fico pensando: pq oxum mim escolheu, minha família é de origem católica, do candomblé apenas eu!
Busco em Oxum a luz para guia-me!
sua bença e um forte abraço.
Luiz
Luiz,
Boa sorte! Mãe Oxun é e sempre foi uma luz a te guiar.
Oxalá lhe abençoe,
axé.
Boa tarde Fernando, tudo bem?
Gostaria de saber mais sobre ode Inxeuepe.
Mutumbá e forte abraço!
Luiz,
Pesquise no post qualidades de Oxóssi.
Axé.
Boa noite Fernando,
Não encontrei nada sobre Ode Inxeuepe.
Abraços,
Luiz
Luiz,
ÍNSÈÈWÉ ou Oni Sèwè – É o senhor da floresta, ligado as folhas e a Ossain, com quem vive nas matas. Veste azul claro, e banda de palha da costa, usa capacete quase tapando o seu rosto.
Obs: o resto se aprende dentro da casa de santo com o decorrer do tempo, merecimento e obrigações em dia.
Axé.
Motumbá Fernando!
Att
Luiz
Boa noite Fernando,
Escuto alguns relatos que uma pessoa enquanto abyan era de um orixá e “fez” outro…e que devido a esta “troca” morreu.
O abyan será castigado pelo orixá? orixá mata?..e o zelador nada acontece?…..
Isso é verdade?
Um forte abraço e Motumbá!
Att
Luiz
Luiz,
Eu também á ouvi tanta asnice que você nem imagina. Uma vez ouvi de meu querido Pai Paulo da Pavuna: Quando agente não sabe ou santo perdoa!
Axé.
Boa tarde Fernando,
Espero e faço votos que seu Natal foi de Paz e harmonia!
Att
Luiz
Luiz,
Obrigado! Muita paz, saúde, prosperidade e harmonia.
Axé.
Ere d3 candomblé, que fala , come, bebe…. Ele é um orixá ou um Egum de uma criança?
Paulo,
Erê do candomblé está ligado a energia do Orixá.
Criança de Umbanda são eguns de Luz.
Axé.
Boa noite Fernando, Motumbá!
Observo os nomes das casas de axé, os nomes grandes outros pequenos, o nome de uma casa esta ligado ao orixá do zelador da casa, ou não tem nenhuma relação.
Um forte abraço,
Luiz
Luiz,
Entendo que o correto é sempre o nome do Orixá de quem fundou dê o nome a Casa, mas, isso não é uma regra, vários outros motivos podem acontecer de ser de outro Orixá. O que não pode, e já observei em algumas casas, é a mudança do nome da casa quando morre o zelador ou quando ele se afasta, isso é inadmissível, pois o Axé é eterno, vitalício.
Axé.
Boa Tarde!
Muito emocionada em ler essa matéria e ver que ainda temos tradição que nem tudo está perdido
Feliz demais com lágrimas nos olhos de ler e saber que nem tudo está perdido que podemos lutar e nunca desistir que a religião ainda é levada a sério.
Só tenho a agradecer
Boa noite Fernando,
Dias atrás fui a um festa de iniciação de sua pessoa que é “mãe de santo na Umbanda” há mais de 26 anos.
No discurso do Babalorisà da Casa, ele disse que considera os anos que ela tem na Umbanda e que devido a estes anos, não raspou o cabelo total dela, mas fez “catulou” e abriu as curas.
Não estou questionando a forma de conceito deste baba, mas gostaria saber o seu sobre este assunto.
Motumbá,
Luiz
Luiz,
Não houve iniciação, o que houve foi uma obrigação, apenas isso. Não importa que a pessoa tenha anos de Umbanda, ela nunca vai perder essa condição, mas, não se pode por conta disso, iniciar fora dos rituais básicos, bastaria dar uma obrigação, bori e assentamentos, porém sem configurar feitura.
Axé.
Boa noite Fernando,
Uma dúvida, pode a babalorisa é casada e seu marido o Bábà Egbé da casa, pode?
Abraços e Motumbá!
Luiz
Luiz,
Babalorixá é o termo usado para os homens e iyalorixá para as mulheres. Não sou favorável, marido e mulher ocupando cargos de relevância na mesma casa, até porque estes cargos são confirmados por Orunmilá. Nós não podemos dar cargos vitalícios, que designa é o Orixá através de Orunmilá.
Axé.
Boa noite Fernando,
Pode uma casa de axé ser denominada ketu, e iniciar um yawo que existe em outra nação?…
ex: No ketu várias “qualidades de oxum” daí o babalorixá “tira” uma yawo de oxum tipo que só existe no jeje ou no batuque.
Isso é possível?
Um forte abraço, e sua benção…
Luiz !
Luiz,
Não é possível, cada casa cultua suas divindades. Quando acontece de uma divindade não ser oriunda da raiz do seu culto, caberá ao zelador encaminhá-la para a Nação correta.
Oxalá lhe abençoe.
Axé.
Da Ilha,
Há princípios básicos que regem o àsé. Há princípios internos que regem as casas. Ninguém tem que ser igual e na verdade nada é 100% igual em lugar algum. Há casas que mantém mokan e senzalas até os 7 anos, outras retiram depois de 1 ou 3 anos. Mantém o delegun. Depois de 3 anos arriado em muitos lugares há uma melhoria da roupa dentro do bom censo, há, eu sei que há caso que sobe kelè em todas obrigações de tempo, em outros lugares só na iniciação e nos 7 anos. Eu não acho que isto descaracterize o culto. Claro e evidente que um yawo de richilieu e brilhos e rendas magníficas chega ao cume da ridicularidade e isto não é candomblé. Agora uma extravagância aos egbómis, não vejo mau algum. É triste ver o santo com adereço de carnaval na cabeça, mas um adê, um chapéu ou capacete caracteriza melhor o Orisà paramentado que um torso. Se o Pai de Santo permite, não vejo mau que o egbómi use um torso no sirè, excelente, já que tem haver com o culto. Quem já sofreu mesmo, de verdade, sabe dar valor a coroa de glória que recebeu aos seus 7 anos. Mas isto sim é para poucos…Outra condição, não como cargo oficial, muitas vezes, um iawô com 3 anos recebe dentro de uma casa de santo sei lá por necessidade ou alguma visão do zelador alguma responsabilidade maior, porém, que isto não lhes suba à cabeça, porque aí ele de fato não e bom religioso e isso é desastroso, mas quando a coisa é dentro do respeito e da humildade, tudo transcorre na paz e revogam qualquer disposição contrária. Também não acho errado Oxoguian de “baiana” , nem disse saiote, porque muitos entendem este Orixá como um Oxalá, e como sendo há uma fundamentação para a baiana. Oxum, Iansã e as demais yagbás sem saia e armação para mim, quando as vestem, não tem a mesma finalidade do ponto de vista estético, seja na cabeça de quem for. Claro evidente que o exagero é que carnavaliza. Mas é difícil não optar pelos belos tecidos que a modernidade e a tecnologia nos dá. Se teve que entrar o fogão a gás, a luz elétrica, etc, muita coisa entrou. Agora precisamos ter somente cuidado entre o legalismo e o permissivismo absoluto. Equilíbrio, bom censo e retidão são bons caminhos para não descaracterizar, eis aí a dificuldade para não cair no vislumbre e na indecência e na falta de decoro para com as divindades.
Dofono faça da suas as minhas palavras.
A única observação que faço fica restrita ao torço, pano de cabeça, Gèlè ou outro nome.
Não é indumentária masculina.
Ire alaafia
Boa noite, vcs podem explicar o porquê de alguns orixás femininos vestirem camisus e outros, como Yewa, não?
Só curiosidade mesmo…rsrsrs
Grata e sempre dando parabéns a vcs.
mara,
Isso varia entre as grandes casas, algumas colocam camisú em Oyá, Ewá, Obá e Nanã, mas, em outras casas não colocam camisú. Erado ou certo pouco importa, fica a critério de cada axé, raiz.
Axé.
Boa noite Fernando,
Um baba pode jogar búzios para sua esposa?
Isso é possível?
Abraços e Motumbá!
Luiz não é aconselhável, Ori pode atrapalhar e etc.
Mas, em caso de necessidade não vejo por que, e se o sacerdote souber separar as coisas e não se deixar influenciar, acredito que o oráculo vai responder normalmente.
Ire
Luiz,
Possível é, principalmente quando não envolve assuntos relacionados sobre o Orixá da esposa, porém, não é recomendável.
Axé.
Boa noite Fernando,
Uma dúvida, o nome do orixá do yawo, é orixá que traz ou é o baba que dar o nome?
Motumbá,
Luiz
Luiz,
É o Babalorixá ou Iyalorixá que dá o nome (orukó) do Orixá do Iyawo.
Axé.
Bom dia Fernando
Por favor você poderia me tirar uma duvida qual é o significado em alguns terreiros de umbanda e candomblé as entidades como Boiadeiros, caboclos e exus amarram o pano da costa no busto ou melhor no peito. Desculpe pela minha ignorância. Fico no aguardo da sua resposta. Áse
Ajeferson,
Na verdade o pano chama-se Atakan e serve como indumentária para essas entidades e alguns Orixás. Serve também como proteção aos seios das entidades femininas.
Axé.
Boa noite Fernando, Motumbá !
Vejo em algumas casas que no xirê…quando ecoa as cantigas de Nanã , homem não dança, pq?
Como também em algumas casas no xirê não canta para Oxalá, pq?
Luiz,
Não sei, aqui nos candomblés do Rio de Janeiro isso não existe. Fica claro que roda de candomblé é mais adequado para as mulheres dançar por causa do espaço, mas, isso não nos exclui de forma alguma de dançar para os Orixás e principalmente para Nanã.
Mutunbaxé.
Boa noite Fernando, Motumbá !
Gostaria se possível que você mim indicasse um livro para lêr.
Abraços,
Luiz !!
Luiz,
Procure por livros de Pai Cido D’Oxun , são didáticos e interessantes. Veja aqui no blog em “leituras recomendadas”.
Mutunbaxé.
Boa tarde Fernando, Motumbá !
A partir de qual idade um baba pode ser iniciado em Ifá?
A iniciação em Ifá “corta” o vinculo que a casa de candomblé onde o baba foi iniciado?
Um ótimo Domingo para você !
Abraços fraternais !!!!
Luiz
Luiz,
No candomblé não existe a iniciação para Ifá, começamos a estudar a modalidade de Ifá chamado merindilogun jogo de 16 búzios, desde muito cedo, normalmente após a obrigação de 1 ano, quando o zelador observa se o filho terá direito ou não ao cargo de Babalorixá ou Iyalorixá concedido por Orunmilá e se fez por merece-lo. Havendo o direito ao cargo, na obrigação de 3 anos o zelador começa a ensinar os odús e seus caminhos, posteriormente na obrigação de 7 anos receberá a cuia ou deká com seus direitos dentre eles o jogo de búzios. Com apoio de seu zelador começa a praticar e tirar suas dúvidas, aprimorando, praticando e estudando, porém já com uma enorme base.
Existem no Brasil várias iniciações de ifá cubano ou nigeriano, virou moda, a Ifamania está generalizada, um comércio incrível, são rituais que são realizadas em alguns dias e a pessoa sai com o titulo de “Ifafulano de tal”,qualquer um pode fazer, independente de ser iniciado no candomblé ou não, basta ter dinheiro que será iniciado, porém sem saber e ter estudado um caminho de odú se quer,sem ter estudado os seus itans, sem entender que o culto a Ifá é filosofia ligada as escrituras dos grandes Arabás de Ilê Ifé. Eles inverteram as coisas: primeiro ganha o título e depois vai estudar para aprender. Antigamente era ao contrário estudavam e faziam até prova para provar que sabiam fazer adivinhações.
Perguntei a um amigo que se iniciou para ifá o que ele fará agora que é um babalawo e ele me respondeu: queria ter o título de Ifá! Como se observa apenas por VAIDADE.
Obs: Frequentar por anos uma boa Casa de um Oluwo, estudando Ifá diariamente por anos e anos, afinal são 256 odús, vivenciando o culto, experiência, com certeza fará jus ao título de Bababawo, Oriate, iyanifá, Apetebi, etc…
Mutunbaxé
Boa noite Fernando, Motumbá !
Um desabafo !
Fico triste ao ver que o candomblé virou um negocio, uma força de viver de algumas pessoas. Sei que existe um custo é normal!
Agora, carnavalização, roupas que parecem mais baianas de escola de samba, adereços sem comentários…daí todos os “leigos” tem a sensação que o mistério, o axé dos orixás é o que se ver no barracão!….
…aí vem as tormentas da natureza, a fúria a tristeza se instala na terra!!
Que o ser humano seja coerente, seja honesto com ele mesmo e com o orixá!
Um forte abraço,
Luiz
Boa noite Fernando, Motumbá !
Quais são as quizilas dos orixás?, em especial as yabas.
Um forte abraço,
Luiz
Luiz,
temos um post sobre esse assunto: Quizilas – Preceitos e Rituais (2ª Parte)
publicação da Manuela.
Mutumbaxé, abs
Boa noite Fernando, Motumbá!
Meus orixás são osun, Odé, Oya e Oxalá?
A “olhos nús” qual seria a qualidade da minha osun ??
Um forte abraço,
Luiz
Luiz,
Realmente não sei, somente através do jogo de Obí na frente do Ibá de seu Orixá assentado para obter uma resposta.
Mutunbaxé.
Bom dia a quem “ler, ver e responder” a minha dúvida.
Sou leigo no assunto mas gostaria de esclarecer uma grande dúvida.
Eu sempre ouvi falar que Oxalá usa suas roupas somente em branco… Mas hj ouvi dizer que “existe” um Oxala que usa roupas pretas.
Isso é verdade?!?!
Se for verdade gostaria de saber também porque existem 2 “tipos de Oxala”.
Obrigado pela grande atenção dada a um leigo no assunto.
Adolfo,
Não é verdade, Oxalá é o verdadeiro Orixá “funfun”(branco) por isso jamais usaria preto. Existe uma lenda, muito mal explicada, que diz que para adentrar ao reino dos mortos, Oxalá teve que usar uma roupa preta, porém, isso não quer dizer que Oxalá use preto. “Metáforas”.
Axé.
Nossa fiquei muito feliz em ver que vc esclareceu a minha dúvida mesmo eu não sendo da religião.
Obrigado.
Meu Instagram santoadolfo me add lá pra eu acompanhar vcs.
Obrigado mesmo de coração.
Boa noite Fernando, Motumbá!
Faz algum tempo que sempre venho através deste canal para tirar as minhas duvidas e aprender com vocês…isso é gratificante!!
Sempre ouvi dos mais velhos que a minha vida esta entrelaçada espiritual e profissional, e com o tempo vejo que; existem algumas escolhas que faço em direção ao lado espiritual …daí a vida profissional fica tudo na paz! bem o oposto com mim afasto.
As vezes penso que é coisa da minha cabeça, gostaria de uma palavra sua!
Motumbá,
Luiz.
Luiz algumas pessoas mais, outras menos, porém, sempre dependentes da ajuda espiritual.
Nem sempre conseguiremos nossas coisas nadando sozinho.
A chave da porta, Èsù, a limpeza dos caminhos, Ògún, o espirito do perseguidor, Òsòósì e demais òrìsà Odé e assim sucessivamente nos alimentaram de energia suficientes para lidar com as adversidades e conquistas de vitórias.
Pense nisso.
Um Ori equilibrado é uma grande parte do caminho para o recebimento das bênçãos necessárias a nossas vitórias.
Ire
Boa noite odé o’laigbo, Motumbá !
Desde de quando eu era abyan, sempre no jogo de búzios, ouvia dizer” olha oxum vai querer casa aberta” mas, eu não entendia nada….passados os anos recolhe-me para oxum, e o a frase continuou, mas não dei muita atenção, e investi na minha vida profissional, mas sempre cumprindo apenas com as minhas obrigações e nada mais…até que; quando completei meus 18 anos de iniciado, a vida profissional estava estagnada e não caminhava como de costume ,foi quando no jogo oxum pede para que abra uma casa, pois a minha vida profissional esta ligada a minha vida espiritual.
Perguntei sabe pai!…pq oxum mim faz este pedido, não tenho capacidade e nem conhecimento mínimo para isso, e mim vejo com idade avançada(48 anos).
Obrigado por mim ouvir!!
Abraços,
Luiz
Luiz,
Abrir uma Casa pode não ser o desejo de Oxun, a interpretação pode estar errada, visto a sua condição atual, dizerem que Oxun quer que você abra casa não se explica, como não acredito que sua vida espiritual esteja ligada a vida material, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Se você estivesse hoje aos 18 anos de iniciado, preparado para abrir uma Casa, eu entenderia o recado de Oxun e me parece não é o seu caso.
Axé.
Boa noite Fernando, Motumbá !
Então ao seus olhos o que acontece? pq quando estou perto no dia a dia das funções do axé tudo caminha harmoniosamente, e quando fico distante tudo fica difícil.
Abraços,
Luiz.
” Mário Carmelo Barbosa dos Santos
Boa noite, Fernando!
Muito apropriado esse texto, pois em si tratando de Candomblé (o xirê), em muitas Casas, parece q. estamos vendo um desfile de escola de samba.
As outras Casas p/ não se sentirem diminuídas, elaboram roupas mais carnavalescas ainda e pior, afirmando q. aqueles adereços são parte do fundamento, culto, daquele orixá.
Quase ninguém quer ser mais yaô, já quer entrar como pai ou mãe no Candomblé, quiçá seja esse um dos motivos dessa desorganização, claro, tudo isso ocorre porque há o consentimento do (a) líder da Casa.
Mas, gostaria de saber o que é calça ração e quando vc. diz q. homem não veste saia,nem mesmo quando vai dar run com o orixá?
Ekete é um toca que dobra para um dos lados na parte superior?
Outra coisa, o Candomblé é religião sem preconceito, possivelmente por isso a presença marcante de homossexuais e os travestis, como ficam? E os transexuais, cujos documentos já contem seu nome feminino?
Um abraço.”
Mário Carmelo,
achei seus questionamentos interessantes, e tentarei respondê-los.
Começarei pela calça de ração, também chamada de roupa de ração.
A roupa de ração, consiste (no caso dos homens), de uma calça e uma camisa de botões, ambas folgadas e na cor branca. Sendo essas duas peças, confeccionadas geralmente em algodão cru. Atualmente essa camisa, é largamente substituída pela camiseta branca de mangas curtas.
No caso das mulheres, a roupa de ração consistirá em uma saia comprida, confeccionada de chita ou chitão, com estamparia discreta. Uma bata lisa (longa, sem enfeites ou bordados), feita de algodão cru. A essas duas peças, será acrescentado o torço (igualmente discreto) e o pano-da-costa.
A roupa de ração é usada pelos iniciados, em seus afazeres diários dentro do templo religioso. E somente participando dessa labuta, que os iniciados poderão aprender. Sendo que, quanto mais movimentação, trabalho e rituais houver em um templo religioso, mais poderoso será o seu axé.
A origem da roupa de ração, é a antiga e rústica roupa usada pelos negros escravizados nas fazendas coloniais do período escravista brasileiro. Vindo dai, porque destina-se ao trabalho dentro de uma casa de santo.
Você questiona e critica os “desfiles carnavalescos” dentro dos templos religiosos de candomblé. E dois fatores podem explicar isso.
Primeiro, a ausência de pessoas preparadas e gabaritadas para a elaboração da roupa de santo dentro dos terreiros, tal qual havia no passado e ainda perdura nas casas mais antigas e tradicionais.
Segundo, a nossa própria herança cultural africana, que nos faz apreciar as cores berrantes, a ostentação e os excessos.
Exemplo claro disso, são o balangandã, as imensas figas de guiné, a profusão de pulseiras, os expressivos dentes de animais que constam nos fio-de-contas e nos grossos colares e braceletes de ouro e prata usados outrora ostentados pelas integrantes da Boa Morte.
Ao escravo, não cabia o luxo. Contudo, em vários autores encontraremos relatos e descrições de negras forras, que devido ao sucesso financeiro adquiriam escravos e passavam a usar tecidos importados caríssimos, ouro e pedrarias e raros perfumes. Destacando-se pelo excessivo luxo e grande ostentação.
Mesmo com os imensos problemas sociais da África Negra na atualidade, em muitas fotos podemos ver reis e poderosos cobertos de ouro, em uma explicita ostentação e legitimidade de poder.
Você questiona sobre o uso da saia pelo orixá em um homem. Isso irá variar de casa para casa, não havendo um regra preestabelecida para todos os axés. No entanto, devo esclarecer que originalmente, a saia fazia parte do vestuário masculino. Inclusive em muitas regiões das África, os homens ainda se vestem com algo muito semelhante ao que chamamos de saia.
A questão do orixá em um homens não poder usar saia, é meramente uma convenção social, a fim de se evitar constrangimentos para a casa de santo e sobretudo para os próprios homens, uma vez que em nossa sociedade homens não usam saia. Ainda mais que essa saia, que estamos referindo, em verdade trata-se de uma baiana.
Mas devemos ter em mente, que na África antiga, simplesmente não existia a calça comprida. E muito menos bombacha.
Sobre as ekedis usarem um torço (que você chama de touca), diferenciado das demais pessoas, eu particularmente desconheço. Os torços (turbantes), irão variar em função do orixá individual de cada um, do grau iniciático (tempo de santo), do sexo atribuído ao orixá e da tradição religiosa.
Em relação as travestis, e principalmente as transexuais, é uma grande hipocrisia dizermos que são estranhos ao Candomblé. A muito que eles/elas estão presentes nas casas de santo, sobretudo naquelas do Rio de Janeiro, de São Paulo e de outros estados brasileiros também.
Muito antes da legalização do casamento homossexual e da mudança legal de documentação em função da opção de gênero, houveram travestis e transexuais na Religião do Candomblé. Inclusive exercendo cargos expressivos, como o de Babalorixá /Iyalorixá. Sendo esses cargos, obtidos junto a renomados Babalorixás e Iyalorixás, que diante o pronunciamento dos orixás, aceitavam essas pessoas tal qual elas eram.
Apesar de terem sido praticamente excluídos da história do Candomblé, suas memórias ainda perduram na oralidade, servindo de referencia para travestis e transexuais da atualidade.
No extinto programa de rádio [do Rio de Janeiro], TRIBUNA DO CANDOMBLÉ, apresentado e dirigido por um/uma zelador(a) transexual, vários nomes relevantes do passado são citados.
Ocorrendo o mesmo no programa Axé in Foco Apresenta [de São Paulo], onde seu idealizador e apresentador, visita e entrevista duas transexuais que são zeladores (ras) de orixá. Que no decorrer da entrevista, é citado um renomado transexual do passado paulista, igualmente zelador (ra).
Você questiona como o travesti e o transexual ficam. No meu entendimento, devem ficar como eles são, a roupa não faz o monge. Quanto a aceitá-los ou não, fica a critério do babalorixá ou da iyalorixá.
A saber, a palavra final que sempre deve prevalecer em uma casa de santo, é a palavra do orixá. E se ele aceita essas pessoas em sua casa, quem somos nós para questionar e discordar do orixá ?
Olá Manuel,
Chamamos de calça de ração o calçolão de morim (roupa de função).
Homem não usa saia, somente seus Orixás, independente de serem masculinos ou femininos.
Ekete é uma espécie de bonezinho, não confundir com esse gorro caído que os iniciados para Ifá usam.
Homossexuais homens e mulheres se comportam e se vestem normalmente.
Travesti deve se adequar a sua condição, seu renego, isso pode variar de casa para casa.
Transexuais seguindo as normais da lei, será respeitado como tal. ( eu tenho uma filha de Oyá que é Transexuais)
Grande abraço!
Axé.
Bom dia
Mukuiu a todos!
Venho de raiz de Angola
Temos nossos costumes seguidos pela nação Tumba Junsara… que difere em algumas coisas do ketu… mas acredito (meu pensamento) que somos todos fiéis a uma cultura/religião chamada Candomblé.
Mas uma coisa me pega nesse item questionado por alguns, e respeito imensamente a opinião de todos, porém eu, minha pessoa, rsrsrsrs, penso que independente da opção sexual, dentro do Jamberessu, da casa de Nkissi isso não deve ser levado em conta, creio na origem da criação, Nzambi criou o Homem e a Mulher, com seus orgãos internos genitálias distintas, enfim, creio que não é a amputação de um membro, um documento legalmente alterado para condição oposta a do nascimento (mesmo que legalmente) a pessoa não deixa de ser Homem ou Mulher perante ao sagrado. Tendo em vista esse meu raciocinio, creio que dentro da casa de Nkissi devera permanecer a condição do nascimento, como foi criado por Nzambi.
Axé a todos
Mukuiu Nzambi Mukuiu!
Tenho algumas dúvidas:
É obrigatório o uso do camisu por baixo da bata?
Ekedes iniciadas que não possuem cargo/posto usam bata ou camisu?
Usam pano da costa? Se sim, no peito ou na cintura?
Agatha,
Sim é obrigatório usar camisú por debaixo da bata. Ekedis novas só usam camisu com mais tempo e oye podem usar bata. ( pode variar conforme normas de cada axé)
Axé.
Gostei muito da elucidação.😊
Tenho 10anos de iniciada, me afastei assim que meu pai de Santo veio a falecer…
Sei que vocês não falam muito sobre caminhos qualidades.
Queria saber mais sobre osumare araka
Quando meu pai me iniciou ele disse você é de o Oxumarê araka.
Araka é uma qualidade?
Muito bom.. muito elucidativo.. aprendi bastante. Obrigada!🙏
O respeito aos preceitos, além da devoção é o que guarda e cuida da ancestralidade. Esses elementos são fundamentais para eternizar uma herança tão sublime e tão ameaçada.
[Gisele Òsùmàrè em Abril 8, 2012 às 10:58 pm
Motumbá]
Não Gisele, isso não é asè! Isso é “Igreja Universal do Reido de…”
Os líderes religiosos do candomblé precisam dar um choque de ordem no deboche que hoje é um centro de candomblé ridicularizando e acabando de vez com o respeito a está religião tendo em vista a lamentável forma de se vestir hoje nessa religião. Já frequentei centros de renome e tradicionais que realmente são focados na religião. Mas hoje falta respeito extremo e me perdoem mas é um bando de drag queen onde os gays em sua maioria estão totalmente fantasiados dos pés a cabeça disputando indumentárias cada vez mais humilhantes para a religião e lésbicas vestidas de homens. Um desrespeito inenarrável e as lideranças religiosas do candomblé precisam se posicionar urgente. A maioria alega evolução. Evolução de uma religião??????? Acho isso ridículo. O tradicional e clássico que representa as entidades não creio que evoluam a ponto de virar uma clássica escola de samba do grupo especial com sua ala de travestis e drag queen
Com entrar em contato com vcs para saber mais sobre esse assunto?