A MINHA PESQUISA SOBRE OS CABOCLOS COMEÇOU POR UMA CURIOSIDADE DE TENTAR ENTENDER O PORQUE QUE AS CASAS DE SANTO PRINCIPALMENTE AS QUE NÃO são DE TRADIÇÃO ANGOLA FAZEREM UM “XIRÊ DE ANGOLA” PARA TOCAR PARA CABOCLO.
ISSO SEMPRE ME INCOMODOU, POIS NA MINHA IGNORÂNCIA EU FALAVA, SE VC É KETU OU GEGE, CANTE SUA BANDEIRA E DEPOIS LOUVE SEU CABOCLO…
MAS DE UMA CERTA MANEIRA ELES ESTÃO CERTOS E EU NÃO SABIA, PORQUE A ORIGEM DO CABOCLO É BANTU / ANGOLA / KONGO.
EXISTEM DOIS TIPOS DE CABOCLOS, SÃO ELES OS CABOCLOS DE PENA E OS CABOCLOS DE COURO OU BOIADEIROS:
– ANTES DE FALAR DE CABOCLOS TEMOS QUE FALAR PRIMEIRO DA JUREMA PRETA OU JUREMA SAGRADA, DO CATIMBÓ, QUE DERAM ORIGEM AO CULTO DOS ENCANTADOS, CABOCLOS E BOIADEIROS.
– DE ACORDO COM OS PESQUISADORES, DENTRE ELES, NINA RODRIGUES, ARTUR RAMOS, MANUEL QUIRINO ENTRE OUTROS, SE TEM NOTÍCIAS DA ORIGEM DO CULTO DA JUREMA NOS ANOS 1532 / 1536 E QUE É ORIGINÁRIA DOS POVOS INDÍGENAS NORDESTINOS DA CAATINGA (QUE SIGNIFICA MATA BRANCA, POR CAUSA DA COR DA VEGETAÇÃO).
– ESSAS ÁRVORES SÃO “PLANTADAS” OU “ACENTADAS” PELO MESTRE JUREMEIRO QUE SE TRANSFORMAM NAS “CIDADES DA JUREMA”. ESSA PLANTAÇÃO É FEITA PELO MESTRE JUREMEIRO, AO SEU MESTRE INVISÍVEL QUE USA REZAS, FUMOS E VELAS, MAS SÓ APÓS O FALECIMENTO DESTE MESTRE JUREMEIRO É QUE A “CIDADE” PASSARA A SER SAGRADA E TER FORÇA.
– UMA CURIOSIDADE: O TERMO “JUREMA” PODE SIGNIFICAR, UMA CIDADE, UMA CABOCLA E UMA BEBIDA…
– EXISTEM SETE CIDADES QUE SÃO: JUREMA, VAJUCÁ OU AIUCÁ, JUNÇA, ANGICO, AROEIRA, MANACÁ E CATUCÁ.
NOTA: O CULTO A JUREMA, TAMBÉM CHAMADO DE ADJUNTO DA JUREMA, NA ÉPOCA COLONIAL, ERA PROIBÍDO E QUEM O PRATICASSE ERA PRESO E TORTURADO, AS VEZES ATÉ A MORTE.
– O PREPARO DA JUREMA: RASPA-SE A RAIZ, PARA TIRAR A TERRA, EM SEGUIDA É COLOCADA SOBRE UMA PEDRA E É MACERADA, QUANDO ESTÁ BEM MACERADA, COLOCA-SE DENTRO DE UMA VASILHA COM ÁGUA E SE ESPREME COM A MÃO ATÉ A ÁGUA SE TRANSFORMAR EM UMA INFUSÃO VERMELHA E ESPUMOSA ATÉ FICAR NO PONTO DE SER BEBIDA.
– ESTA BEBIDA ALUCINÓGENA É INGERIDA PELOS MESTRES JUREMEIRO PARA QUE ELES ENTREM EM TRANSE, SE APROXIMEM, VAMOS DIZER ASSIM DA ESPIRITUALIDADE, E FAÇAM SUAS SESSÕES DE CURAS E REZAS.
– NÃO SERIA PECADO NENHUM AFIRMAR QUE A “CABOCLA JUREMA” NADA MAIS É QUE O ESPÍRITO DE UMA MESTRA JUREMEIRA FILHA DE OXUM, ENCANTADA NA ÁRVORE DO MESMO NOME, VIDE A CANTIGA COMO EXEMPLO:… “CABOCLO VAI EMBORA, PRA CIDADE DA JUREMA, OXALA TÁ LHE CHAMANDO, PRA CIDADE DA JUREMA….
– “SANTIDADE” FOI UM CULTO QUE NASCEU NO BRASIL AINDA EM 1500 EM QUE OS ÍNDIOS CATEQUIZADOS PELOS PADRES PORTUGUESES JUNTAVAM OS SANTOS CATÓLICOS COM A MITOLOGIA INDÍGENA E DAI TEMOS A MISCIGENAÇÃO.
NOTA: OS PADRES PORTUGUESES ACHAVAM QUE OS ÍNDIOS NÃO TINHA RELIGIÃO, NÃO ACREDITAVAM EM UM DEUS, TAMPOUCO NO DIABO, E QUE ERAM FÁCIL DE SEREM MOLDADOS NO CRISTIANISMO, DIFERENTE DOS PADRES ESPANHÓIS QUE TINHAM UMA LIGAÇÃO MAIS FORTE COM O CLERO E QUE ERAM EXTREMAMENTE INTOLERANTES A TODO E QUALQUER CULTO PAGÃO.
– CATIMBÓ É UM CULTO MUITO PARECIDO COM O DA UMBANDA. OS PESQUISADORES INCLUSIVE ACHAM QUE NA VERDADE O CATIMBÓ É O COMEÇO E ORIGEM DA UMBANDA OU A PRIMEIRA ARTICULAÇÃO DA UMBANDA, QUE JUNTOU A MITOLOGIA INDÍGENAM COM OS SANTOS CATÓLICOS E OS ENCANTADOS.
– O TRÁFICO DE ESCRAVOS PARA AS AMÉRICAS INCULIVE PARA O BRASIL DUROU CERCA DE 300 ANOS, E OS PRIMEIROS ESCRAVOS QUE APORTARAM AQUI FORAM OS NEGROS BANTUS, ORIUNDOS DAS CIDADES DE ANGOLA, BENGUELA, ÁFRICA DO SUL, KONGO E ETC. ATÉ PELA PROXIMIDADE GEOGRÁFICA.
– NOTA: PARA SE TER UMA IDÉIA, MUITOS DESSES ESCRAVOS FORAM USADOS PELOS BANDEIRANTES PARA DESBRAVAREM O BRASIL E ABRIREM AS FRONTEIRAS.
– A DIVISÃO E VENDA DOS ESCRAVOS ERA FEITO PELO QUE ELES SABIAM FAZER, POR SUAS HABILIDADES PESSOAIS.
– AS MULHERES ERAM CLASSIFICADAS TAMBÉM POR SUA APARÊNCIA E BELEZA. AS MAIS AFEIÇOADAS ERAM ESCOLHIDAS PARA FICAREM DENTRO DA CASA, GERALMENTE AS MAIS VELHAS FICAVAM NA COZINHA, E AS MAIS NOVAS ERAM APROVEITADAS COMO MUCAMAS E ESCRAVAS PESSOAIS DAS SENHORINHAS, OU COMO ACOMPANHANTES DAS FILHAS
– OS POVOS QUE MEXIAM COM AGRICULTURA ERAM VENDIDOS PARA AS FAZENDAS DE CULTIVO DE CANA, CACAU, CAFÉ MILHO E ETC, QUE FICAVAM MAIS AO SUL DA BAHIA POR QUESTÕES CLIMÁTICAS.
– E OS NEGROS QUE SABIAM MANEJAR GADO IAM PARA O NORDESTE PARA AJUDAR NAS FAZENDAS DE CRIAÇÃO DE BOIS, VACAS E CAVALOS. AS FAZENDAS DE GADO GERALMENTE FICAVAM NO NORDESTE DA BAHIA QUE FAZEM DIVISA COM PERNAMBUCO, ALAGOAS SERGIPE E PIAUÍ.
– COM ESSA PROXIMIDADE, O ESCRAVO BOIADEIRO SE MISTUROU COM OS ÍNDIOS QUE FAZIAM O CULTO DA JUREMA, ENTÃO HOUVE A PAJELANÇA, QUE FOI A JUNÇÃO DA CULTURA AFRICANA AO NKISI COM A CULTURA INDÍGENA A NATUREZA.
– ALGUNS EXEMPLOS DE CANTIGAS DE EXALTAÇÃO A TERRA NATAL OU DE AFIRMAÇÃO DE CIDADANIA.
—MINA ORA EH, MINA ORA AH, MINA ORA EU SOU DE ANGOLA…
—KITEMBO GANHOU UMA BANDEIRA…. ETC…
CABOCLOS DE PENA:
– SÃO OS ESPÍRITOS DOS ÍNDIOS EM SUA GRANDE MAIORIA OS TUPÍS, TUPINANBÁS E ARATAGUI. MISTURADOS COM OS ENCANTADOS DA JUREMA QUE SÃO CULTUADOS AMPLAMENTE NA UMBANDA.
– EXEMPLOS: PENA BRANCA, PENA ROXA, TUPINAMBÁ, JUPIRA, GIRA MUNDO, GIRA SOL, E ETC..
CANDOMBLÉ DE CABOCLO:
– ESTE CULTO TEVE ORIGEM PELA NECESSIDADE DOS BOIADEIROS LEMBRAREM DA SUA CIDADE NATAL, E LOUVAREM OS SEUS JINKISI. ONDE ELES CANTAVAM, DANÇAVAM, REZAVAM E AGRADAVAM SEUS SANTOS NA LÍNGUA NATIVA, MISTURADA COM O PORTUGUÊS ARCAICO.
ENTÃO O PROFANO VIROU SAGRADO COM A DIVINIZAÇÃO PÓS MORTEM DOS NEGROS AFRICANOS, E ASSIM OS ESCRAVOS BOIADEIROS VIRARAM SANTOS.
– NO CANDOMBLÉ DE CABOCLO TIVEMOS UM BABALORIXÁ QUE FOI O MAIS FAMOSO DENTRE TODOS, “JUBIABÁ” QUE SE CHAMAVA SEVERIANO MANOEL DE ABREU, NASCIDO EM 20/04/1886 E FALECIDO EM 28/10/1937, QUE FOI CAPITÃO DO EXÉRCITO E QUE RECEBIA O CABOCLO JUBIABÁ QUE FOI O CABOCLO MAIS FAMOSO DA BAHIA, A PONTO DE CHAMAREM O PAI DE SANTO PELO NOME DE SEU CABOCLO, E QUE FOI PAI DE SANTO DO NÃO MENOS FAMOSO BABALORIXÁ JOÃOZINHO DA GOMÉIA QUE RECEBIA O CABOCLO PEDRA PRETA.
– ALGUNS CÂNTICOS DO CANDOMBLÉ DE CABOCLO….
—DE ONDE VEM OGUM MARINHO…. ELE É O REI DOS ASTROS… SAIA DO MAR LINDA SEREIRA… E ETC.
CONCLUINDO:
– DEPOIS DESSAS PESQUISAS E ESTUDOS, PODEMOS AFIRMAR SEM DÚVIDA ALGUMA, QUE TODO CABOCLO SEJA DE PENA OU DE COURO, SÃO NA VERDADE ENCANTADOS ORIUNDOS DO CULTO A JUREMA SAGRADA!!!
Tata Euandilu.
Mokoiu pai Euandilu.Lindo texto,bela pesquisa e muito esclarecedor.Para nós angolanos que muitas vezes não conseguimos explicar o por que cultuamos caboclos.Vou arquivar esse texto para sempre que precisar consultá-lo e dar os devidos créditos.Sou de uma Casa de Angola Raiz Tombenci.
Parabéns Euandilu por fazer uma pesquisa tão rica e compartilhá-la conosco. Sempre tive dúvidas a respeito da origem da Jurema Sagrada e aqui consegui compreender mais sobre ela. Precisamos compartilhar e expandir mais a nossa cultura, coisa que esse blog faz com sucesso.
Lindo texto Euandilu.
Ire alaafia
Obrigado mano.
Obrigado Mama, essa pesquisa usei para dar algumas palestras, tanto em Minas Gerais no Encontro de Mestres e Maestros do Candomblé, como aqui no Rio mesmo.
Esse reconhecimento é o meu pagamento.
A bença.
Makoiu Nzambi, Makoiu.
Obrigado mano, qualquer duvida estamos aqui para tentar ajudar.
Abraços
Boa tarde, senhor Euandilu!
Bom texto, esclarecedor. Onde moro, que na cidade de Goiana Pernambuco, o Culto a Jurema é muito presente e em Recife, a capital e cidades circunvizinhas. Próxima de Goiana, fica a cidade de Alhandra-Paraíba, muito forte o Culto a jurema, lá. São exaltados os Mestres Flósculo, Zezinho do Acai e famosa Maria do Acai.
Aratagui, como foi citado no texto, era o nome do aldeamento, onde hoje é a cidade de Alhandra, nome europeizado, segundo o Antropólogo Sandro Guimaraes em seu livro À sombra da Jurema Encantada.
E também, o termo juremeiro se cristalizou a partir da década de 70 do século XX, pois antes eram chamados de catimbozeiros, hoje termo pejorativo.
Sinceramente quando li fiquei emocionado,sempre gostei muito dos caboclos.Salve todos os caboclos e caboclas.
Euandilu,
Uma questão o Sr. já se aprofundou no estudo dos Pretos Velhos? Pois, a maioria usa denominações ligadas ao povo Bantu/Angola/Congo. Eles são ligados ao Candomblé de Angola?
[…] via A Jurema Sagrada dos Caboclos! — Candomblé […]
Bom dia José.
Eu já li sobre os Pretos Velhos sim e eles tbm são Negros Bantu.
Simplificando, assim como os Caboclos que eram escravos que foram para o Nordeste da Bahia por suas habilidades com o manejo do gado em geral, os Pretos Velhos eram os escravos angolanos que foram para o Sul da Bahia mexer com o plantio e cultivo de: Cana de Açúcar, Café, Cacau e etc…
Obrigado!
Obrigado pela contribuição Mario.
Obrigado Ekede Tais, sua benção!
Bom eu nasci nonodeste e conheco a jurema e o mestre ze filintra mestre da jurema sagrasda em Recife tem a jrema sagrada e a catimbo e muito Bonito e quer no candomble tem muitas coisas q nao se conhece do nordeste
Que bom, parabéns!
Sua benção, Euandilu!
Belíssimo texto! Muito obrigado por compartilhar tanta informação!!
Motumbá!
Adorei sua pesquisa e realmente é o que sempre busquei e já havia entendido; pois recebo “Cacique Pena Branca” e este mestre de Penas me ensinou e iluminou muito meu caminho. Muita Luz e muito Asé Euandilu! Colofé
Bom dia Vlatima, obrigado pelo comentário positivo em meu post.
Kolofé Olorum, benção!
Faz tempo queria saber da Jurema a qual chamo (Jerema), planta que gosto muito e acho tão esquecida por muitos. Muito interessante, muito esclarecedora sua pesquisa, parabéns.Quando passo na estrada e as Juremas estão floridas, fico encantada! As vezes me pergunto;será que alguém também as admira?Hoje achei a resposta!
Obrigado Marly.
Perfeito…… Parabéns, texto lindo e de fácil entendimento…. muito bem explicado….. ameeeeei!!!!
Obrigado Julia Eugênia.
Muito boa noite a todos!!!
Sou do Candomblé nação Angola, gostaria de conhecer mais sobre minha nação, sua cultura, historias como essa que foi colocada aqui, mas não gosto de pesquisar pela internet pois tenho medo da fonte não ser confiável, gostaria de saber se vocês me recomendam algum livro, algum estudo ou algum historiador pra que eu possa ler e aprender mais sobre tudo isso.
Não falo aqui de fundamentos, ebós, comidas, rezas…. nada disso…… falo da cultura em si.
Desde já
Agradeço
Júlia Eugênia
Júlia,
Quem sempre responde e nos brinda com sua cultura em ralação a nação Angola/Congo, é o Euandilu, tente falar com ele através de seus posts.
Axé.
ola bao tarde como eu posso chag ai sua casa seu end eu moro itapevi pq Mestre Zé Bebinho que eu ai na sua casa eu meu irmao nos filho ele que agente vai ai concece sua casa meu cel tim 11 985608017 vivo 943728631 gremi
gremi,
Aguarde o Euandilu que lhe passará as informações.
Axé.
tenho uma duvida sobre as pessoas que usa obi orogbo em pombagira e exu catiço queria saber se isso realmente consisti na lei de exus catiço e pombagira ou só usa obi tirem essa duvida ADOPÉ.
Victor,
Essas entidades não usam obi e nem orobô, utiliza-se a cebola crua.
Axé.
Olá Victor,
Algumas casas utilizam Obi e Ogogbô em assentamentos de guardiões. Na Umbanda é de praxe após determinado grau na hierarquia.
Motumba
bizziguy,
A Umbanda então introduziu Obi e o orobô? Pois não faz parte da liturgia umbandista.
Axé.
(Por algum motivo, a postagem não está indo, se aparecer repetida, me perdoem!)
Sua benção Baba Fernando!
Nas Umbandas das linhas mais próximas ao Candomblé e ao culto africano, chamadas Traçadas e também nas Exotéricas, é bastante comum o uso de Obi e Orogbô.
Nas casas que seguem a linha Xamâmica, com forte influência Tupi Guarani, conheço o uso em assentamentos de esquerda (Exus catiços e Pombogiras).
Nas Umbandas Brancas, nunca vi ou ouvi nada a respeito, mas em uma entrevista com uma das filhas do “Fundador” da Umbanda que li em uma revista alguns anos (décadas) atrás, ela menciona o uso de Obi pelas entidades da linha de Pretos Velhos e em rituais na festa de Ogun, aonde ela menciona, ainda, o único sacrifício feito nessa casa, de um porco para o preparo da feijoada de Ogun.
Motumbá!
Bizzi boa noite.
Sabemos que cada casa, cada bairro, cada cidade tem uma forma peculiar de cuidar tanto de orisa como de espiritos encantados da Umbanda.
Porém, o uso litúrgico do Obi e do Orogbo, não fazem parte da Umbanda que eu conheço a 50 anos.
Estou com Baba Fernando nessa, porém, cada caso é um caso e cada casa é uma casa.
Abraços e muitas saudades de você.
Ire alaafia
Sua Benção Babá!
Concordo contigo e com o Baba Fernando! Meu aprendizado na Umbanda também foi mais tradicional!
Mas quando comecei a estudar mais a fundo diversas casas e as subdivisões da Umbanda (por que sou um apaixonado por Caboclos), vi que muitos elementos do Candomblé e do culto Yorubá foram absorvidos por muitos dirigentes em suas tradições.
As casas de Umbanda do Rio de Janeiro, que mantém muitas das tradições da “fundação” da Umbanda, me surpreenderam justamente no uso do Obi, e não é de hoje, já vem sido utilizado há muitas décadas.
Também o sacrifício uma das mais básicas diferenças entre Umbanda e candomblé, existe na Umbanda, mesmo que de uma forma bem diferente da que pratica-se no Candomblé.
As cores representativas dos Orixás, cuja mudança já havia sido anunciada na década de 40 por diversas entidades, dentre elas, o Caboclo Mirin, responsável por boa parte da organização da Umbanda hoje. Cada vez mais, na Umbanda, se usa amarelo ao invés do azul marinho para Oxum, o Laranja e o Vermelho ao invés do Amarelo para Yansã, o Verde e o Azul Marinho para Ogun no lugar do tradicional vermelho e branco, e por aí vai.
Não digo que me agrada ou que concordo exatamente com essas mudanças na tradição Umbandista, mas ela existe!
Motumbá!
Bizzy eu te respeito muito pela sua bagagem e conhecimento da Umbanda.
O que estamos realmente focando é a Tradição.
A Cultura YTR (Culto Tradicional) se pauta milenarmente pela ‘não mudança’ dos ritos e dos rituais, as religiões milenares não mudaram seus rituais e fundamentos, elas evoluíram, assim como é a vontade de Ògún.
Não discordo da evolução da Umbanda, mas, estamos falando de Tradição. Então esse é o ponto da conversa entre nõs.
E quem somos nós para segurar a onda da tal ‘modernidade’.
Abraços
O vinho da Jurema é ENTEÓGENO e não alucinógeno.
Magali concordo com sua colocação, as bebidas de poder realmente confundem a nomenclatura.
A bebida que pode ser usada para fins curativos, que vem sendo amplamente pesquisada por vários campos da ciência, é muito bem aproveitada por nós para diversos tipos de trabalho, seja de cura espiritual, seja para elevação à canais dimensionais que somente quem vive a experiência pode testemunhar.
Abraços
Parabéns pelo texto, Euandilu! Simples e elucidativo.
Só tenho uma observação sobre a bebida da jurema: o seu fazer tem mais segredos e, como falamos na jurema, outras “ciências”.
Um abraço,
Dayane
muito boa matéria. gostaria de dizer tambem que os caboclos de pena antes ajudavam os mediuns por exemplo quando se entrava no mata, o caboclo incorporava, caçava, construia cabana, se protegia dos animais, cobras etc, hoje em dia nao fazem mais isso alguns nem grito de guerra tem infelizmente… (nao todos claro)
👏👏👏👏👏👏👏👏