Quem amamos em primeiro lugar?
Temos como provar ou dimensionar o tamanho de um sentimento? Será a fé companheira desse sentimento tão profundo? Mas, se for abstrato, invisível esse amor? Como compará-lo por exemplo ao amor de um filho, de uma mãe ou pai, de um parente, amigo!
A convivência diária, o abraço, o beijo, a ternura, a dependência emocional, as preocupações, as concessões, a entrega, as apostas…enfim, todo o envolvimento familiar e cotidiano, serão mais fortes que o amor ao seu Orixá?
Existe os abraços de partida ou de chegada, existe a saudade doída de tanta demora, existe os egoísmos que vinculam certos poderes sentimentais, existem satisfações desejadas, o convívio rotineiro, os hábitos entre olhares da mãe com o filho ou do filho com o pai.
O amor enfeita esse ambiente em toda essa magia, na maioria das vezes. totalmente desapercebido, apenas co-existe.
Quando temos a dor da doença, da dependência, da fragilidade, da depressão, do pânico, o amor dos entes próximos saem da inércia que sobrevivem e se posicionam no caminho da esperança, do otimismo e principalmente da fé,e, exatamente aí na fé, encontramos um amor sublime, o amor da misericórdia, o amor sem peso, sem cobrança, gratuito, fiel, inconteste e imprescindível, o verdadeiro amor em sua expressão mais digna e pura, descobre-se que devemos amar antes de tudo e, em primeiro lugar, devemos amar nosso Orixá.
Nossa essência estabelece com o Orixá, um vínculo tão profundo, uma composição forte de energia, como se ele fosse uma hidro-elétrica gerando energia e nós a lâmpada a ser acesa.
Somente com sensibilidade e amando o nosso Orixá sempre em primeiro lugar, poderemos compreender a importância da emoção de saber amar com a razão os nossos pais, filhos, familiares, amigos e a Vida.
Texto: Bàbá Fernando D’Osogiyan
Ègbé,
Há cinco anos atrás publiquei esse post, volto com ele atualizado e espero voltar a atualiza-lo em 2021.
Amo meu Orixá em primeiro lugar!
Axé.
O Sr me perdoe, me perdoe também o meu Orixá, mas eu amo em primeiro lugar os meus filhos!! Grande abraço.
José,
Muitos pensam assim, mas, são amores diferentes que nascem depois no decorrer da vida, acredito que a intensidade seja a mesma, mas, antes de amar seu filho e para pode amar seu filho, como Orixaísta, a energia que nos foi concebida e nos dá força nos momentos de maior tormenta é o Orixá (DEUS).
Axé.
Boa noite, pai Fernando!
É uma questão de visão, eu não deixo nada por meu orixá, não há esposa, filho, amizade, pai e mãe (biológicos ou não). Se quiserem gostar de mim, será com minha crença.
Um abraço. Há, pai, embora o tema não seja pertinente, mas me diga, há alguma interdição para quem é do orixá, em se sentar na beira da calçada?
Mário,
Não por acaso é também um mandamento católico: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este mandamento é o máximo e o primeiro.
Quanto a sentar em beira de calçada, eu particularmente não gosto, não recomendo as pessoas que são iniciadas, principalmente para as pessoas de Oxalá.
Axé.
É verdade pai!
O orixá não intercede por quem tem fé nele, somente quem se inicia? é como uma troca ? e essa questão de sentar em beira de calçada qual o motivo para isso?
Bom dia,
Também gostaria de saber as razões desse interdito!
Fraternalmente.
Alex,
Orixá está sempre presente, não há troca alguma. Pessoas feitas no santo não sentam em calçadas de rua.
Axé.
Se não a Troca Alguma pra que as comidas, o sacrifício animal?
Então quer dizer que se eu rezar um oriki mesmo sem ser iniciado vai ter o mesmo efeito?
Alex,
Isso não é troca, o animal se doa a energia do Orixá. Se você souber rezar um Orikí e entender o que está rezando, tal igual rezar lendo a bíblia.
Axé.
Motumbá, pode me indicar um site que tradza de portugues para yoruba, esqueci como se escreve meu orunko e estou morta de vergonha de perguntar pra minha Ya, o significado é tão lindo que fiquei com ele na cabeça, só lembro como se pronuncia em yoruba e não como se escreve.
Desde já agradeço.
dofonitinha,
Vá no google e digite apenas: “Tradução do yorubá para o português”
Mutunbaxé.
Boa noite Baba Fernando.
“Nossa essência estabelece com o Orixá, um vínculo tão profundo, uma composição forte de energia”
Como gostaria algum dia poder entender, asimilar esta verdade (um vinculo tao profundo), que o senhor escreve…
Adupè pelas palavras.
Exeue Baba! Epi epi Baba!
Ezequial,
Não nasci amando meu Orixá, mas, aprendi a amá-lo com o tempo, ele está acima de tudo, estabelecer esse contato requer muita retidão, desprendimento total com esse mundo, uma conexão paranormal até. Quero viver muitos anos e espero quando estiver bem velhinho possa eu possa estar personificado como um dileto filho descendente de Ajagúna Akinjòlè, Òsògìyán.
Axé.
Fernando D’Osogiyan,
Esse texto não é de hoje. Ele, assim como outros textos e o restante da bagagem que eu venho acumulando quanto iniciada, foi importante na construção da minha relação com Oyá.
Eu reconheço quando recebo uma contribuição seja lá de onde ela venha.
Orixá ensina a amar com a razão porque nele está contido tudo ao mesmo tempo, em variadas dimensões: a emoção está nisso, o sorriso está nisso, a lágrima está nisso, o suporte está nisso.
Aprendemos a nos portar por uma relação dessa: nos abstemos, nos controlamos, respeitamos ewos estabelecidos. Tudo isso pra sentir o que eu começo a sentir de forma muito mais efusiva ultimamente: Oyá me direcionando diretamente, o vento que cochicha no meu ouvido e muda a direção do meu caminho. O meu mundo é Oyá!
E como um dia fui presenteada:
“Olá princesa de Oyá,
Você é um encanto doce, leve e delicada
Observa com inteligência, saboreia a emoção
Linda, carinhosa,dengosa e amada
Traz nos pensamentos os desejos à razão”
Àse,
Dayane de Oyá