Foto: Mila Cordeiro
Iphan reconhece Roça do Ventura como patrimônio Histórico Cultural do Brasil.
04 de dezembro de 2014.
Mais um terreiro de candomblé acaba de ser reconhecido como patrimônio brasileiro: a Roça do Ventura, que tem o nome sagrado de Zogbodo Male Bogun Seja Unde, localizado em Cachoeira, Bahia. Dessa forma, o Ventura é o primeiro terreiro de nação jeje da Bahia reconhecido como espaço de riqueza cultural, histórica e artística do Brasil. O título é dado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A solicitação para o tombamento do terreiro, que é identificado como da tradição jeje-mahi foi feita pela Sociedade Religiosa Zogbodo Male Bogum e aprovada em reunião realizada na tarde de hoje pelo Conselho Consultivo do Iphan. O processo para o reconhecimento foi iniciado em 2008 e é recebido com festa pois a comunidade religiosa tem enfrentado uma intensa batalha para conservar seus espaços sagrados por conta da expansão imobiliária no município situado no recôncavo baiano.
A tradição jeje é uma das mais importantes na configuração do candomblé brasileiro como indicam diversos estudos antropológicos como A família de santo nos candomblés da Bahia, de Vivaldo da Costa Lima; Brancos e Pretos na Bahia, de Donald Pierson, escrito na década de 30; A formação do candomblé, do antropólogo e professor da Ufba, Nicolau Parés, dentre outros.
A Roça do Ventura teve sua história iniciada em 1858. O terreiro ainda hoje consegue manter os assentamentos de suas divindades, os voduns, no amplo espaço verde que possui em meio a fontes, lagoas e árvores.
Com o reconhecimento da Roça do Ventura, o Brasil passa a ter mais sete terreiros tombados: Casa Branca, Gantois, Ilê Axé Opô Afonjá, Bate Folha e Casa de Oxumaré, localizados na Bahia e a Casa das Minas, situada no Maranhão.
Ludovina Pessoa, natural da cidade Mahi (marri), daomeana foi escolhida pelos Voduns para fundar O templo para Dan: Kwé Ceja Hundé, que ficou conhecido como Roça do Ventura por ser o Senhor Ventura o dono das terras, também chamada de Kpó Zehen (Pó zerren) ou ainda “Zogbo Male Gbogun seja Unde”, em cachoeira, Bahia.
Postado: Cleidiana Ramos
Notícia mais que boa!!! Que a nossa sociedade tome como exemplo esses reconhecimentos de que o Candomblé não é só uma religião, mas a raiz de nossa cultura!!!
Lindo de viver.
Que perdure por mais 800 anos.
Ire onà rere ooooooooooooooooo
Segundo Ominindê de Osun, os descendentes do Tata fomutinho são do Cejá hundê ou kpó zerren(roça de baixo) e não do Huntoloji.
Foi numa visita ao hunkpame do Kwé Cejá Hundé, em Cachoeira, que Antonio foi tomado por seu vodun, bolou no santo de forma definitiva.
A queda de Antonio representou um problema para a Mãe de Santo da casa, Gaiaku Maria Angorense, já que, por tradição, jamais havia raspado (iniciado) um homem, postura que pretendia manter até o fim de sua vida. Mas ao consultar o Jogo de búzios, foi obrigada a render-se à vontade de Oxum que não abria mão de ser “feita” na cabeça de Antonio e, naquela casa. Assim, Antonio foi recolhido num barco composto de oito yaôs, sendo ele o único representante do sexo masculino.
Depois de iniciado, Antonio participava como Pai pequeno na casa de candomblé de Manuelzinho de Oxóssi, filho de Maria Neném. Como a casa era de Angola, Antonio passou a ser chamado pelos yaôs de “Tata” (pai) e assim ficou definitivamente conhecido como “Tata Fomotinho” (Oxundei).
Ida para o Rio de Janeiro
Em 1930 Antonio chegou ao Rio de Janeiro no navio do Lloyd Brasileiro, acompanhado de seus amigos João Lessengue e Bananguami. Fundou o Kwe Ceja Nassó, no bairro de Santo Cristo, depois mudou-se para Madureira na Estrada do Portela, depois para São João de Meriti onde finalmente se estabeleceu na Rua Paraíba. A repressão ao candomblé era terrível mas Antonio, contava com a proteção de Paulo da Portela, fundador da tradicional Escola de Samba da Portela, o que de certa forma, mantinha a polícia distante da casa de candomblé.
Em 1935 que Tata Fomotinho, depois de haver plantado os fundamentos da casa, confirmou o primeiro ogan de Oxum, um jovem fuzileiro naval, Agostinho, mais tarde passou a ser Pejigan Gebê. Em 16 de janeiro de 1936, auxiliado por seu ogan e por sua amiga Maria da Cruz, tirou o primeiro barco de iyaôs, do qual faziam parte Olegário e Marcionílio. Pouco depois o axé foi transferido para a Estrada do Areal.
A saúde
No dia 8 de junho de 1961, na esquina da rua Silva Gomes, em Cascadura, Tata Fomotinho foi atropelado por um lotação que trafegava em alta velocidade, sendo socorrido em estado grave no Hospital Carlos Chagas. A recuperação foi lenta e dolorosa, meses depois, reassumiu suas funções na casa de candomblé. Sua saúde, ficou muito abalada e, no dia 19 de fevereiro de 1962, Tata Fomotinho foi acometido de derrame cerebral quando se encontrava em São Paulo. Socorrido no Hospital das Clínicas de São Paulo depois, foi transferido para a casa de seu filho-de-santo Jamil de Omolu e daí para a residência de seu filho-de-santo Marcionílio no Rio de Janeiro. Mas foi em Nilópolis, na casa de seu filho-de-santo Djalma de Lalu, que Tata Fomotinho veio a falecer, no dia 26 de junho de 1966
Mais detalhes postarei no meu grupo.”
Doté Lissá
Falando um pouco de nossa historia…
Os descendentes do Tata fomutinho são do Cejá hundê ou kpó zerren(roça de baixo) e não do Huntoloji.
Foi numa visita ao hunkpame do Kwé Cejá Hundé, em Cachoeira, que Antonio foi tomado por seu vodun, bolou no santo de forma definitiva.
A queda de Antonio representou um problema para a Mãe de Santo da casa, Gaiaku Maria Angorense, já que, por tradição, jamais havia raspado (iniciado) um homem, postura que pretendia manter até o fim de sua vida. Mas ao consultar o Jogo de búzios, foi obrigada a render-se à vontade de Oxum que não abria mão de ser “feita” na cabeça de Antonio e, naquela casa. Assim, Antonio foi recolhido num barco composto de oito yaôs, sendo ele o único representante do sexo masculino.
Depois de iniciado, Antonio participava como Pai pequeno na casa de candomblé de Manuelzinho de Oxóssi, filho de Maria Neném. Como a casa era de Angola, Antonio passou a ser chamado pelos yaôs de “Tata” (pai) e assim ficou definitivamente conhecido como “Tata Fomotinho” (Oxundei).
Ida para o Rio de Janeiro
Em 1930 Antonio chegou ao Rio de Janeiro no navio do Lloyd Brasileiro, acompanhado de seus amigos João Lessengue e Bananguami. Fundou o Kwe Ceja Nassó, no bairro de Santo Cristo, depois mudou-se para Madureira na Estrada do Portela, depois para São João de Meriti onde finalmente se estabeleceu na Rua Paraíba. A repressão ao candomblé era terrível mas Antonio, contava com a proteção de Paulo da Portela, fundador da tradicional Escola de Samba da Portela, o que de certa forma, mantinha a polícia distante da casa de candomblé.
Em 1935 que Tata Fomotinho, depois de haver plantado os fundamentos da casa, confirmou o primeiro ogan de Oxum, um jovem fuzileiro naval, Agostinho, mais tarde passou a ser Pejigan Gebê. Em 16 de janeiro de 1936, auxiliado por seu ogan e por sua amiga Maria da Cruz, tirou o primeiro barco de iyaôs, do qual faziam parte Olegário e Marcionílio. Pouco depois o axé foi transferido para a Estrada do Areal.
A saúde
No dia 8 de junho de 1961, na esquina da rua Silva Gomes, em Cascadura, Tata Fomotinho foi atropelado por um lotação que trafegava em alta velocidade, sendo socorrido em estado grave no Hospital Carlos Chagas. A recuperação foi lenta e dolorosa, meses depois, reassumiu suas funções na casa de candomblé. Sua saúde, ficou muito abalada e, no dia 19 de fevereiro de 1962, Tata Fomotinho foi acometido de derrame cerebral quando se encontrava em São Paulo. Socorrido no Hospital das Clínicas de São Paulo depois, foi transferido para a casa de seu filho-de-santo Jamil de Omolu e daí para a residência de seu filho-de-santo Marcionílio no Rio de Janeiro. Mas foi em Nilópolis, na casa de seu filho-de-santo Djalma de Lalu, que Tata Fomotinho veio a falecer, no dia 26 de junho de 1966
Mais detalhes postarei no meu grupo.
Texto: OMININDÊ TY’OSUN
Axé.
mutumba…fiquei em uma casa de santo deis que nasci e sempre sonhei muito sentia presenca inclusive com excessao do meu pai de cabeca que soube pelo jogo de buzios o restante vi no sonho e durante anos tive minhas duvidas quanto ao meu cargo pq toda vez q perguntava me diziam q era ogan e em algumas casas que acompanhei minha esposa tanto entidade cm pessoas diziam contrario ate que anos fui visitar uma casa onde minha cunhada se trata e conversei cm ze pilintra o mesmo pediu para os ogans tocarem e acabei virando cm exu e hoje meu coracao e sinto que orixas qrem q cuide la nessa casa inclusive fiz ate um jogo
Rapaz!!! Que notícia maravilhosa!!! É o Candomblé mostrando a força de sua ancestralidade! Sinto-me orgulhoso da minha raiz e agradeço muito diariamente por ser de Mahin! Respeito e admiro todas as nações mas acredito que não poderia ser melhor se fosse de outra forma!
Adorei também o texto de Baba Fernando sobre Tata Fomutinho(que vem a ser meu Tataravô no Santo) o que dá ainda mais orgulho! Kolofé a todos e salve para sempre a Bandeira Jeje!
Abraços Fraterno,
Fomo de Azansú.
Fomo de Azansú,
Kolofé soró! Kolofé!