O Odù Òtúrúpòn Òtúrá nos diz:
I | II |
II | II |
I | I |
I | II |
Saudações a todos de casa.
Vocês não querem fazer divinação.
Eles querem uma divinação para eles, na verdade,
Mas eles não têm dinheiro.
Este foi o jogo para Òrúnmìlá
No dia em que foi se aventurar no sacerdócio entre as colinas
Ele decidiu parar pela casa de seu aluno
Quando chegou a casa
Ele conheceu a esposa batendo amido (milho branco).
Òrúnmìlá perguntou:
Onde está meu Gbedegbeyo.
Ele saiu como ele normalmente faz, a mulher respondeu com arrogância.
Em vez de abandonar o pilão para procurar seu marido.
Ela se recusou a abandonar o que estava fazendo.
Sem saber que o visitante era uma pessoa de importância.
Em vez disso ela descreveu o destino de seu marido.
Ela ainda estava batendo forte, enquanto descrevia o local.
Òrúnmìlá partiu para o lugar descrito por ela.
Logo à entrada da estrada ele estava lá.
O aluno aprendiz veio a Òrúnmìlá de um recanto..
Eles se reconheceram no caminho
Ele gritou:
‘Bàbá Bem-vindo’, que alegria.
Você é muito bem-vindo.
A mulher batendo na frente de sua casa é sua esposa?
Foi à primeira pergunta de Òrúnmìlá.
Ela é minha esposa, o aluno respondeu.
Òrúnmìlá a condenou e a amaldiçoou
Se alguém está entusiasmado
Vendo alguém à distância
Ele se alegra.
É algo da matéria.
Por mais que eu tentei descobrir sobre você e do seu paradeiro.
Ela estava dizendo outra coisa.
Eu até pensei que ela não era sua esposa, concluiu Òrúnmìlá.
Ifá nos exorta a ter bom caráter.
A mulher não sabia que ela tinha se comportado mal a um ser espiritual
O aluno de Òrúnmìlá, então, começou a implorar.
Kááábíyèsí!!!!
Saudações a todos de casa.
Vocês não querem fazer divinação para vocês?
Eles querem uma divinação para eles, na verdade,
Mas eles não têm dinheiro.
Este foi o jogo para Òrúnmìlá.
No dia em que foi se aventurar no sacerdócio entre as colinas.
Ela conheceu o professor de seu marido em sua casa.
No entanto, ela não sabia Bàbá.
Foi assim que ela trouxe má sorte para si mesma.
Morte, por favor, poupe-nos.
Doença perdoe-nos.
Problema nos poupe.
Por favor, nunca permita que Ajogun entrem em nossa casa.
O Odù Èjì Ogbè (Èjì Onilé) nos diz:
I | I |
I | I |
I | I |
I | I |
Iniciamos você nos segredos de Ifá.
Você deve se reiniciar.
Foi assim que Èjì Ogbè (Èjì Onilé) foi iniciado
Então ele mergulhou na floresta.
Iniciamos você nos segredos de Ifá.
Você deve reiniciar-se.
Se você chegar ao topo da palmeira.
Não deixe suas mãos soltas.
Èjì Ogbè, o mais elevado de Odù, passou por auto iniciação, mesmo depois de ser levado ao bosque sagrado (Ìgbòdú) para a iniciação (te’fa), ele mergulhou de volta para a floresta. Este ato mostra que mesmo um iniciado deve voltar para o bosque, a fim de ensinar a si mesmo. E, mesmo nessa estrofe curta, Ifá nos lembra de que, mesmo que ao atingir o auge da compreensão e do conhecimento, nossa arrogância deve sumir, para não deixar que a nossa mão se perca e venhamos a desmoronar e cair da palmeira.
O ser humano dentro da cosmogonia yorùbá, trás dentro de si a marca da bondade, algo que lhe outorgado junto com seu Emi (sopro da vida dado por Olódùmarè), ser bom é da natureza humana, se tornar uma boa pessoa é uma questão de caráter, caráter é complexo, sua formação depende e independe de diversos fatores.
Existem muitas correntes que tentam explicar a sua formação, porém, acredito que a falta de base espiritual, emocional e bom ensinamento forma o tripé de ausências fundamentais, para sua má formação.
No rastro da falta de caráter vamos encontrar uma série de eventos que prejudicam e desviam o ser humano de seu caminho natural onde à bondade, humildade, solidariedade e outros bons sentimentos, deveriam estar presentes em suas ações diárias.
Devemos fazer nosso exercício diariamente, devemos nos esforçar fazer sacrifício, nos tornarmos guerreiros espirituais.
A ausência forçada nesta quinzena fez parte do meu exercício, do meu esforço em melhorar, em tentar ser um ser humano melhor, mais humanizado, mais antenado aos sentimentos alheios, fazer a parte que me cabe neste mundo de aprendizado constante.
Nossas orações pelo coletivo deveriam ser mais constantes, nossas orações ao òrìsà deveriam ser mais continuas, não podemos nos apresentar ao òrìsà quando formos pedir algo, ele deve nos conhecer, e ele irá nos conhecer e reconhecer a partir desta interação.
Os dois versos acima nos mostram como nos afastar e como nos aproximar das energias celestiais, que chamamos de òrìsà/irunmolè.
Espero que possamos refletir acima da velha frase: “O meu òrìsà”.
Como se isto fosse o centro do universo.
Vamos direcionar nossas mentes para algo mais amplo, vamos usar o poder de nossas palavras para atitudes construtivas, vamos melhorar nosso caráter, nossas ações e dar respeito aos nossos ancestres e ancestrais.
Ìbà (eu saúdo) òrìsà/irunmolè.
Ìbà as divindades sagradas Ìbèji.
Ìbà Bàbá.
Ìbà Yèyé.
Ìbà Bàbá t’òrun.
Ìbà omodé.
Ìbà Okunrin.
Ìbà Obinrin.
Ìbà Odù.
Ìbà Òrúnmìlá.
Ìbà Olódùmarè.
Ire o.
Babá, mojubá!
Voltarmo-nos às nossas florestas interiores, perdermo-nos em nós mesmos e ter a capacidade de perceber que o transcendente está no aqui e no agora, que é eterno e infinito, muito além de nossos umbigos e devaneios ilusórios de fama, poder ou fortuna…
Conhecimento não é sabedoria e se há arrogância significa que de fato não se compreendeu nada!
Bem observa, alguém que denomina uma energia espiritual como “meu” orixá, que se apropria como se fosse algo material, cuidando apenas para obter benefícios na esfera da materialidade ainda está na mais profunda das ilusões…
Ter e Ser são visões completamente distintas…
A filosofia Yorubá é exemplo de conduta para que possamos superar o “ter” e possamos Ser, de uma maneira integral, fazendo parte do Todo Maior, onde não há separatividade, rivalidades, ambição, egocentrismo, que trazem esse desequilíbrio generalizado e equivocado apenas por não estarmos atentos, por indolência ou preguiça de enxergar com clareza, pensar, refletir.
Proferir palavras sem pensar… Julgar arbitrariamente, mentir… Aproveitar-se de uma situação, agir com desonestidade, explorar as fragilidades alheias… Tudo isso é condenável diante da visão do Culto Tradicional, do Candomblé, de outras linhas de origem afro brasileiras, e mais, na filosofia Hindu, no Budismo, no Taoismo, na antiguidade clássica Grega onde a ética sempre fez parte de diversos discursos filosóficos, no Islamismo autêntico assim como no Judaísmo e Cristianismo original, enfim, não há desculpas que justifiquem a ausência de caráter das pessoas que insistem em permanecer na cegueira e na hipocrisia e que, quando a desgraça bate na própria porta, ainda buscam agir com um vitimismo infantil buscando culpados para a “falta de sorte”.
Mas como no dito popular, quem não aprende por amor, aprende pela dor!
Excelente colocação meu velho: “vamos direcionar nossas mentes para algo mais amplo… nossas orações pelo coletivo deveriam ser mais constantes…”
Seus textos fazem falta!!!
Sua benção! Axé!!!
Att. Leo
Mò jubá!
Como estas palavras diferenciam tanto do que fizemos com a imagem de nossa religião, perante a sociedade de um modo geral.
Penso que nós, que fomos criados em religiões que prega que a moral, a verdade, a humildade e a caridade são coisas que é sobre natural, que é algo que só se tem ser for canonizado, beatificado, ou ainda, eu confesso meus erros com isso estou liberto de minhas faltas sem se preocupar em melhorar, pois posso continuar me confessando que estou liberto, utilizamos de forma errada a religião dos orixás.
A nossa cultura, de nosso país, nos deu maus hábitos, de achar que Deus serve para pedir, receber e nunca dar. Isso me faz achar que ser inteligente é errar, pois, depois sei que vou ser perdoado, e nem é preciso mudar meus atos para que isso aconteça.
Usar de conhecimento para sempre tirar proveito e nunca evoluir com o mesmo é o que pregam a maioria dos sacerdotes de nossa religião, eles esquecem, ou melhor, acham que estão acima do bem e do mal, pregam mãos costumes, burlam leis divinas, mercantilizam ao extremo, inventam “fundamentos”, enfim, estão a favor de outros sacerdotes de outras religiões que fazem o mesmo, mais estão na contra mão do que prega o culto Ifá/orisa.
Já passou o momento de unirmos para não lutar contra as abominações ditas por outras correntes religiosas, e sim para mostrar realmente o que é a nossa religião. Ter caráter e bons propósitos é o que nos vai levar ao nosso orixá, vai nos manter conectado cada vez mais com o nosso ori e não apenas colocar, vestir, fazer, pedir, cantar…, sei o quanto é importante e essencial os fundamentos da religião, maleme minha mãe Yemonjá, mais não podemos continuar sendo mau exemplo, o conhecimento gera responsabilidade, e isto que precisa ser compreendido!
Ao senhor Babá da ilha deixo aqui meus respeitos e já grande admiração pelo que nos deixa, e a mim e a todos, torço para que possamos refletir e principalmente usar as palavras escritas como mudança.
Asé!
Ogan de Yemonja
Mo jùbá òye.
Creio que a iniciação de um Elégun deveria ser muito bem explicada, não fazemos inicação para ficar perto do òrìsà, apenas, fazemos iniciação para nos reinicarmos como seres humanos e mudar nossas atitudes. Deus não quer que sejamos apenas adoradores, disto o mundo está lotado, quer que façamos nossa parte.
Isto é a religião Ifá/òrìsà, onde o Orí (que muitos traduzem como a base do caráter) deve ser louvado, cuidado e mantido em constante evolução positiva.
Neste caminho poderíamos mudar o ser humanoe quem sabe as famílias e depois a sociedade.
Sem beatificações e radicalismos, afinal de contas Deus não nos proibiu de nada, apenas devemos cuidar de nosso caráter e nossos tabus.
Obrigado pelo ‘reforço’.
Ire Baba.
Parabens , sempre. meu bom ire ô
Boa tarde a todos!Bonito texto Srº da Ilha,como disse Ogan de Iemanjá “conhecimento gera responsabilidades” e isso coincidentemente é o que eu sempre pensei,infelizmente algumas pessoas quando chegam ao “topo da palmeira” esquecem do princípio,esquecem que quando precisaram estiveram aos pés do congá pedindo e fazendo juramentos e quando não precisam mais não veêm que da mesma maneira que foram ajudados agora é a vez de ajudarem.Na nossa religião,digo nossa pois também tenho a Umbanda e o Candomblé como minha religião apesar de não ser feito no Candomblé ou desenvolvido na Umbanda,há pessoas que estão usando a religião em benefício próprio principalmente com objetivos financeiros,usando as pessoas,e depois de alcançados esses objetivos “chutam” as pessoas deixando-as decepcionadas com tudo e todos,com isso dando mais motivos para as pessoas que querem acabar com as religiões de matrizes africana nos perseguirem cada vez mais.Antes dos dirigentes espirituais reclamarem dessa perseguição deviam promoverem uma verdadeira limpeza dentro da religião,cassarem o diploma de filiado a qualquer federação e proibirem eles de praticarem o culto,mas alguns presidentes de federações,vejo isso aqui na cidade de São Paulo,só estão preocupados em ter o maior número possível de filiados e arrecadar cada vez mais.Zeladores(as) esquecem seus compromissos com os Orixás,Inkices e Entidades e se deixam corromper pela arrogância e “poder”.Deveria ser feita uma faxina de dentro para fora,divulgar esses exemplos negativos da nossa querida religião,aí sim poderia se lutar por reconhecimento.Desculpem o desabafo,é que estou desiludido com as pessoas.
Regio o Odù Òtúrá’Ìròsù em ìbì (negativo) revela:
Este Odù na parte negativa revela a importância da paz de espírito para se perpetuar as boas causas em nossas vidas.
Tudo deve estar de acordo com nosso corpo e mente.
Um ser desonesto não viaja para muito longe, porque ele mesmo depois da velhice estará revoltado, desiludido e perdido.
A pessoa tende a desmascarar sua própria índole diz este Odù, sendo que a mesma nunca será feliz com ela mesma, o “Eu interior” nunca o tocará.
Olódùmarè é perfeito em sua sagrada sabedoria nos brinda com este ensinamento.
Quem pensa que a vida é apenas neste mundo, siga enfrente. Quem acha que deve se preparar para várias vidas, deve se comportar conforme as leis de Deus.
Ire o.
Mo Juba
Desde já os meus parabéns pelo texto, mas não posso deixar de achar curioso, as “coincidências” da vida 🙂
Hoje mesmo depois de acordar com o nascer do sol e refletir sobre comportamento humano(que é a minha paixão) dei comigo a pensar exatamente sobre este assunto e deu-me uma vontade enorme de partilhar os meus pensamentos, não são originais, como é certo, mas achei muito curioso quando abri este blog e o texto aqui estava.
Sou Abian e uma coisa aprendi, a minha re-programação mental e por consequência a “auto iniciação” que o Baba escreve. Há cerca de um mês ou talvez mês e meio que por inspiração divina decidi que para me re-programar teria que me auto-disciplinar e daí levantar-me todos os dias para receber as energias do Sol, aquele momento em que o dia se renova e com isso fui renovando também a minha própria energia, vinha de um momento da minha vida em que o desiquilibrio emocional reinava e por consequência o espiritual me dominava. Como abian que sou a minha Iyalorisa (Iya Giovana ‘Oya da raiz do Ilê Omulu e Oxum) passou um ebo em mim, mas também me disse que eu me deveria re programar para que este momento não se perpetuasse.
Com tudo isto o que eu quero dizer é que a disciplina para conseguir um bom carater tem de vir de dentro, tal como toda e qualquer mudança, assim como na religião, tem de vir de dentro, tocando uma pessoa de cada vez para que se forme o efeito dominó. Aqui (Portugal) não temos um “Ile Ase” em cada esquina, não é fácil encontrar uma casa de Asé, não é fácil encontrar aceitação na sociedade, mas quando nos encontramos a nós, a nossa essência e quem somos a luta torna-se suave pois sabemos que faz parte e vai deixando o seu crivo numa sociedade ainda um pouco preconceituosa.
Resumindo o que se tornou confuso 😀
Não vale a pena querer mudar o mundo, se ainda não fizemos a nossa própria mudança.
Motumbá
Andrea 🙂
Andrea, obrigado pelas palavras.
Minha amiga, como é difícil esta mudança e a resistência ao retorno de atitudes menores e comportamentos negativos.
A luta é diária, quase que de hora em hora.
Porém, a vida é uma luta e ninguém disse que seria fácil.
Ire o.