As Escrituras Sagradas do Corpus Literário de Ifá estão guardadas nos poemas/èsè (conjunto de informações/ensinamentos) dos 256 Odù. Um destes ensinamentos transcrito abaixo revela o quanto Olódùmarè estava preocupado com o livre arbítrio dado ao ser humano (Orí ode).
No omo Odù em questão ele fala da impaciência.
E por que Deus estaria preocupado com este quesito?
Creio que ser impaciente é perder de vista coisas simples e importantes, é ficar entretido com detalhes menos importantes e deixar de focar no principal.
Òrúnmìlá diz: O meu é importante.
Eu digo: O meu também é importante.
Mas, que realmente é importante para você?
A roupa, os convites, o local da cerimonia, os convidados, o horário, a limpeza do ambiente, a pontualidade, a ornamentação do salão, a beleza das pessoas, o corpo sarado, a grife?
Alguns destes itens, todos ou nenhum?
O que é importante?
Devemos fazer um exercício diário sobre este tema, buscar se conhecer, conhecer o que estamos cultuando, conhecer a energia de nosso òrìsà, buscar aprender a usar nossa magia, nossas palavras (ofò), nossas rezas e oríkì.
Porém, devemos ter paciência, não aprenderemos tudo em um único mês ou ano. Existe um processo lento e gradual, mas, firme em seus propósitos de evolução.
O que é importante?
Odù Òkánrán’ Ìrosùn
Omo sùúrù, (filho da paciência) isto é o que todos deveriam ser.
Ifá diz:
“Não amaldiçoe seu destino, porque você sabe exatamente o que você possui, mas ainda não sabe o que você vai ter, talvez, você venha há ter o seu caminho e o seu destino de uma forma muito diferente”.
Estes foram os que lançaram Ifá para Impaciência no dia que ela estava muito insatisfeita com o seu destino.
Disseram-lhe para ter cuidado e não ser apressada.
Porque quem muda o destino sem pensar (consultar Ifá), corre o risco de piorar as coisas!
Ifá diz que esta pessoa não deve correr em círculos.
Não deve comportar-se como uma cabra na extremidade de uma corda.
E esta pessoa deve sorrir e simplesmente sobreviver aos maus tempos e esperar o bom tempo chegar.
Ifá diz:
Parece que nada acontece, mas você não pode esperar um trovão quando o céu está azul e na estação da seca, com certeza, não choverá.
Use este período de estagnação criativamente e ganhe força para quando a boa chuva (bom tempo) chegar!
Ifá diz:
Faça sacrifício, a fim de estar preparado para dançar selvagemente (com alegria) quando a música começar novamente.
A importância da paciência (sùúrù)
Obgè’yonu – Ogbè Ògúndá
No òrun, Igún (abutre) estava agindo como o filho de Olódùmarè. Um dia, Igún adoeceu. Ele estava fraco, magro e de aparência frágil. Ele foi a Olódùmarè para se queixar sobre o seu estado de saúde.
Olódùmarè mandou Igún seguir para o mundo e que ele iria encontrar o remédio para seus males na terra. Igún desceu ao mundo.
Por outro lado, Òrúnmìlá estava na terra. Ele tinha duas mulheres que viviam com ele. Ele era pobre e nenhuma das mulheres tinha qualquer problema com ele. Era muito difícil para Òrúnmìlá comer uma vez por dia. Ele e suas duas esposas não tinha roupas boas que pudessem usar. Eles não tinham boa acomodação para viver Tudo era muito difícil para eles, enquanto na terra. Ele, portanto, pediu a seus alunos acima mencionados para consulta Ifá. Que passos ele precisa fazer para ser uma pessoa bem sucedida na vida?
O que ele deveria fazer para as suas duas mulheres engravidar e dar à luz filhos?
Òrúnmìlá estava certo de que ele iria se tornar um homem bem sucedido e que suas mulheres seriam capazes de dar à luz a filhos em tempo oportuno. Ele foi informado de que ele ia fazer um grande favor para uma pessoa muito importante e que ele não estaria ciente. Disseram-lhe, ainda, que a pessoa pagaria de volta as boas ações das obras Òrúnmìlá logo depois. Òrúnmìlá foi então aconselhado a oferecer sacrifícios com cinco galinhas, cinco garrafas de óleo de palma e cinco cabaças novas. Ele ofereceu uma das galinhas à Ifá por cinco dias como ritual. Todos os órgãos internos de cada uma das galinhas como intestinos, fígado, moela, e assim por diante – eram para ser removido, colocado dentro de um recipiente, com uma garrafa de óleo de palma e levado por ele para o santuário de Èsù Òdàrà que era a encruzilhada de três pontas, isto foi feito a cada dia durante os cinco dias. Òrúnmìlá obedeceu e fez como lhe foi recomendado.
Enquanto isso, quando Igún chegou a Terra, ele desembarcou em uma encruzilhada de três pontas próximas à casa de Òrúnmìlá. Ele conheceu o sacrifício que Òrúnmìlá acabara de colocar lá. Èsù Òdàrà convenceu Igún a comer o sacrifício. Igún fez e descobriu que seu problema de estômago desapareceu de repente. No dia seguinte, Òrúnmìlá repetiu o sacrifício. Igún comeu e percebeu que a fraqueza na perna direita também desapareceu. O terceiro dia, ele comeu o sacrifício oferecido por Òrúnmìlá e a doença em seu membro direito desapareceu. No quarto dia, a enfermidade na pata esquerda desapareceu. No quinto dia, ele comeu o sacrifício e a doença em sua pata direita desapareceu. Igún tornou-se totalmente bem no quinto dia. Foi então que ele percebeu que sua doença foi causada pela falta de alimentos. Igún então perguntou a Èsù Òdàrà sobre a identidade da pessoa que o alimentou por cinco dias. Èsù informou a Igún que este era Òrúnmìlá.
No dia seguinte, Igún voltou para o òrun e informou a Olódùmarè que ele estava totalmente curado e que foi através da comida fornecida por Òrúnmìlá que ele conseguiu a cura. Olódùmarè disse então a Igún que não era bom para Igún negar a si mesmo. Ele não deveria pular suas refeições novamente. Igún concordou.
Igún disse a Olódùmarè que ele (Igún) gostaria de retribuir a Òrúnmìlá a boa ação que havia sido feita. Olódùmarè entregou a Igún quatro presentes: riqueza, longevidade, filhos e paciência a fim de que Òrúnmìlá escolhesse um. Olódùmarè disse que Òrúnmìlá não deveria escolher mais de um destes presentes e que Igún deveria retornar com os três restantes para o òrun.
Igún retornou a terra e foi direto para a casa de Òrúnmìlá com os quatro presentes. Ele agradeceu a Òrúnmìlá pelo favor que este lhe fizera. Essa foi a primeira vez que Òrúnmìlá soube que o sacrifício que ele ofereceu era o responsável por fazer Igún recuperar sua saúde. Depois de muitas brincadeiras, Igún disse a Òrúnmìlá que ele (Igún) tinha vindo pagar-lhe de volta a suas boas ações e que ele, Òrúnmìlá, deveria escolher apenas um dos presentes conforme as instruções de Olódùmarè.
Òrúnmìlá convidou as suas duas mulheres para deliberação. Ele perguntou a esposa mais nova o que ele deveria escolher entre riqueza, vida longa, filhos e paciência e a razão pela qual deveria fazê-lo.
A esposa mais nova escolheu riqueza. Quando lhe perguntaram por que, ela respondeu que se ele escolhesse a riqueza, eles teriam recursos suficientes para comprar bons vestidos, bons móveis e os mais recentes materiais na cidade. Ela também afirmou que seria fácil para eles construir uma casa nova, comprar um cavalo novo e ser capaz de comer e beber o que quisessem a qualquer momento.
A mulher mais antiga foi convidada a escolher um dos quatro presentes e dar razões da sua escolha. A mulher mais velha escolheu filhos. Ela alegou que se os filhos fossem escolhidos, ele seria contada entre aqueles que haviam dado à luz a muitos filhos em sua vida. Ela disse ainda que quando ela morresse, haveria alguém que lhe daria um enterro digno. Para ela valeria mais do que qualquer outra coisa e seria uma realização em vida.
Òrúnmìlá convidou seu amigo (Èsù) para lhe aconselhar sobre qual escolha fazer. O amigo aconselhou vida longa. Quando perguntado por que, o amigo respondeu que se ele escolhesse a longevidade, ele seria capaz de viver mais tempo do que qualquer outra pessoa na terra. Ele seria capaz de narrar histórias que nenhuma outra pessoa poderia narrar. Ele seria a pessoa mais respeitada da cidade por causa de sua idade.
Òrúnmìlá, em seguida, chamou seus alunos para consultar Ifá para ele pela segunda vez. Durante a consulta, Ogbè’iyonu (Ogbè Ògúndá) foi revelado. Os estudantes disseram a Òrúnmìlá para escolher Paciência. Quando perguntado por que, eles simplesmente responderam:
Ifá diz que a pessoa idosa que teve paciência seria a pessoa que havia começado tudo.
Òrúnmìlá agradeceu a todos os presentes e escolheu Paciência.
Igún voltou para o òrun com os presentes restantes. As duas mulheres protestaram e começaram a brigar com Òrúnmìlá. A esposa Mais nova disse que todas as coisas boas da vida iriam se perder porque Òrúnmìlá tinha feito uma escolha errada.
A mulher mais velha disse que Òrúnmìlá deveria ter escolhido filhos, pois nada era maior do que filhos. As duas mulheres começaram a discutir. Ambos ficaram com as suas razões de escolha. Logo depois, uma briga se seguiu e começou a luta. Eles lutaram, até que cansaram. Sempre que as mulheres se queixavam de Òrúnmìlá, ele simplesmente dizia-lhes que quem tinha paciência poderia começar tudo.
Riqueza ficou cansada de viver no òrun sem Paciência, depois de três meses Riqueza foi a Olódùmaré para pedir autorização para ir viver com Paciência na casa de Òrúnmìlá. Olódùmarè concedeu o pedido. Com ela Òrúnmìlá tornou-se rico. Ele poderia comprar muitas coisas e sua esposa mais nova tornou-se feliz.
Pouco depois, Filhos foram a Olódùmaré para pedir autorização para ir e ficar com a Riqueza e Paciência. Olódùmarè concedeu o pedido. As duas mulheres ficaram grávidas. A mulher mais velha ficou muito feliz. Nove meses depois, as duas mulheres deram à luz bebê saudáveis.
Um tempo depois, Longevidade foi a Olódùmarè e pediu permissão para ir viver com Riqueza, Paciência e Filhos. Olódùmarè concedeu o pedido. Òrúnmìlá que havia escolhido Paciência, em seguida, tornou-se rico, com muitos filhos, vida longa e paciência como bônus.
Òrúnmìlá e sua casa tornaram-se assim felizes, ricos e contentes.
Eles estavam cantando e dançando e dando louvores a Olódùmarè por dar-lhes todo o Ire da vida.
Muito obrigado, Baba Da Ilha, por esse ensinamento.
Bênção.
E existe algum livro que possua os odus?
Will existem vários, o problema é o idioma, mas existem alguns muito bons em espanhol, para quem não consegue ler em inglês.
Faça uma busca na amazon.com e procure por Ifá, Orunmila e Odu, você vai se surpreender com a quantidade de livros.
Os traduzidos, existem no mercado paralelo, porém são mais caros pois envolve trabalho de tradução.
Caso precise podemos dar algumas dicas eu não sei preço.
Ire o.
Pessoal, bom dia, estou curioso com as religiões de matriz africana. Gostaria de ler a respeito, alguém me indica livros onde eu possa me aprofundar a respeito?
Paty figueiras
Muito Obrigado Baba da Ilha!
Dionisio, temos um post chamado literatura indicada.
Ali você encontrará bons livros.
Tente começar com o Livro do Professor J. Benistes: Orun Ayie.
De uma olha no google, você vai achar para baixar free.
Ire o.
Muito obrigada pelo ensinamento. Eu estava precisando ouvir isso.
Ire ô
MuUito obrigado, Baba!
Vou procurar no amazon.
Bencao
Boa noite!Sei que o que eu vou perguntar não tem nada a ver com o tema.Fui em um terreiro e na gira de esquerda cantaram “escravos de Jó”,podem me dizer se tem alguma coisa a ver com a Umbanda?Obrigado pela atenção.
Regio, desconheço.
Ire o.
Muito boa Tarde Baba!!
Lembra de mim???
Eita, publiquei sem terminar a escrita….. rsrssrs
Quanto tempo !!
Baba, é possivel uma yaloorisá (não sei se é assim que escreve) cada vez que vai dar ano de santo fazer com um Baba diferente e cada um troca o seu segundo santo e agora quer mudar de nação….. do Ketu para Angola! Dentro da doutrina do orixa é aceitavel????
Forte Abraço
Júlia Eugênia
Claro que lembro Julia, como você está.
Mantenha contato, visite meu blog e verá meus endereços.
http://www.orisaifa.blogspot.com
Um grande abraço e muitas bênçãos para você.
Julia não entendi direito o que você quis dizer sobre fazer um Baba diferente.
Ninguém troca òrìsà, o que está feito está feito.
É muita invenção para esta pequena cabeça.
Ire o.
Motumbá Baba Da lha!!
Fico feliz por ter lembrado de mim… graças a Orunmilá eu consegui me resolver detro do meu ilê….. voltei a sentir a energia que emana de lá…. muito obrigada pois o Sr me ajudou muito com seus conselhos….
Qto a questão acima, acho que realmente não fui clara…. minha mãe carnal frequenta umbanda a muitos anos… mas acontece que por varios motivos que não vem ao caso agora, sua ” mãe de santo” desde quando iniciou, já trocou de zelador 3 vezes, agora está sem nenhum, mas disse que vai mudar pro Angola (foi feita no ketu). Isso é certo??? até que ponto isso influencia na minha mãe que frequenta a casa??? na umbanda, até onde sei, não tem iniciação assim, igual a do candomblé. Mais uma, quem é raspado no candomblé pode tocar Ubanda???
Vixi…… que rolo…. rsrsrrsrs…..
Um forte abraço!!!
Júlia Eugênia
Julia vamos por partes.
Se é certo?
Na minha opinião: Não.
Se ela vier a fazer qualquer obrigação, terá que ser em Angola. Se ela não é iniciada em Angola, então deve recomeçar a caminhada e voltar ao primeiro degrau neste culto.
Quem não tem uma cabeça equilibrada não tem uma boa energia para passar para seus ‘filhos’.
Desde que a pessoa saiba dividir os cultos, ela pode tocar a Umbanda dela.
Dias e horários específicos e tambores distintos.
Não tem rolo.
Ire o.
Oi boa tarde. Venho aqui por meio de uma coisa que estar me pertubamdo muito. Há mais de Dois anos eu sair da mão de minha mãe de santo “ketu” por motivos, e logo em seguindo fui para uma casa “xambá-nagô”. Quando comecei a frequentar a casa “Xambá-Nagô” me sentia super bem, mas o tempo foi passado e as coisas foram mudando… Minha vida pessoa estava tudo bem,minha relação com as pessoas da casa estava ótimo, mas eu não me sentia completo, não me sentia totalmente feliz,mas reprimia este sentimento pois pensava que o tempo ia apagar tudo isso quando eu me aprofundasse na “casa”. O tempo passou e eu não me sinto completo não sinto meu orixá satisfeito, tudo mudou na minha vida espiritual. Mas tudo isso tem alguns poréns. Eu amo muito uma pessoa que também é da nação “Xambá-Nagô” e a pessoa é feita no santo e afirma que meu orixá está satisfeito. quero encontrar forças pra lutar contra isso, mas amar é dificil é muito ruim, e eu não tenho forças pra falar,tenho medo que a pessoa que eu amo não me aceite se eu mudar de nação, pois ela tem planos de fazermos tudo juntos. Mas eu estou muito desesperado pois não sei o que fazer,não sei se realmente eu estou inludido com a beleza do ketu ou se é meu orixá que quer assim… POR FAVOR ME AJUDEM!
JM a primeira coisa que você tem que fazer é saber o que você quer. Dentro da espiritualidade não tem casamento e nem relacionamento.
Cada um tem um história, carma, Odu e etc.
Não dá para brincar de casinha de boneca, fazer com cuidados e juntinhos. Desculpe a informalidade mas é assim mesmo.
Se a casa não lhe dá o suporte emocional que você tanto deseja você está na casa errada, pois o que seu Orí rejeita, nenhum òrìsà abençoa, não adiante fingir n=que nada está acontecendo. Tome coragem e tome suas decisões.
Ire o.
Da ilha eu compreendo, irei dar tempo ao tempo e deixar tudo acontecer, queria muito me comunicar com você por alguma rede social,disponhe-me ?
JM basta visitar meu blog.
http://www.orisaifa.blogspot.com
Ire o.