Desde o século XVI, documentos escritos pelo colonizador e narrativas deixadas por cronistas e viajantes relatam rituais mágico-religiosos encontrados entre populações indígenas do nordeste brasileiro, em que bebiam, fumavam, manipulavam ervas, invocavam seus antepassados. Um desses escritos descreve a santidade do Jaguaripe ocorrida no sertão baiano por volta de 1583, evidencia um processo de religiosidade sincrética nascida no encontro entre missionários e índios e revela relações de dominação-subordinação entre nativos e portugueses. O culto aos maracás da santidade reproduz a crença de que os maracás abrigavam os espíritos, sendo adorados e idolatrados através de cantos, danças e do uso do tabaco. Apresenta-se simbolicamente como uma forma de resistência da população indígena contra a colonização portuguesa.
Um outro documento menciona o falecimento na prisão, em 1758, de um índio da aldeia de Mepibu, no Rio Grande do Norte, preso por ter feito adjunto de jurema, cerimônia coletiva com fins religiosos e terapêuticos, em que dançavam, fumavam cachimbo e bebiam jurema. Em 1816, o viajante inglês Henry Koster observa uma dessas cerimônias realizadas nos arredores de Olinda e descreve que havia um grande vaso de barro no centro da cabana em torno do qual dançavam homens e mulheres e o cachimbo era passado entre os participantes.
A prática da jurema nordestina, também conhecida como catimbó, é parte de um longo processo de transformação e assimilações culturais que se difundem pela região, sendo encontrado nas comunidades indígenas e no interior de diferentes religiões afro-brasileiras, como o candomblé, o xangô e a umbanda. A jurema compõe um complexo de concepções e representações em torno da planta jurema e se fundamentam no culto de possessão aos mestres, cujo objetivo é curar os doentes e resolver os problemas práticos da vida cotidiana, como os infortúnios amorosos e profissionais. Como ressalta Roger Bastide, o que conta “são os desejos ou as necessidades individuais, é a vida cotidiana com suas doenças, seus romances de amor, seus ganhos, suas tristezas e seus sonhos de um futuro melhor”. Esse complexo inclui ainda a bebida preparada com a casca da jurema e o uso da fumaça dos cachimbos nos rituais.
O culto tem por base um sistema mitológico no qual a jurema é considerada árvore sagrada e, em torno dela, dispõe-se o “reino dos encantados”, formado por cidades, que por sua vez são habitadas pelos “mestres”. Uma outra explicação mitológica apresenta uma visão cristã quanto às origens do culto ao afirmar que, antes do nascimento de Deus, a jurema era tida como uma árvore comum, mas, quando a virgem, fugindo de Herodes, no seu êxodo para o Egito, escondeu o menino Jesus num pé de jurema, que fez com que os soldados romanos não o vissem, imediatamente, a árvore encheu-se de poderes sagrados, justificando, assim, que a força da jurema não é material, mas espiritual, dos espíritos que passaram a habitá-la.
O mestre é a entidade espiritual central da jurema nordestina. Os mestres são falecidos juremeiros que detinham os conhecimentos de sua prática. Segundo Mário de Andrade, no século XVII, em Portugal, os feiticeiros curadores eram chamados de mestres. Nas cerimônias da jurema, também se denomina mestre o dirigente de uma sessão. Os mestres vivos incorporam os mestres mortos que habitam as cidades sagradas da jurema, ligando esses dois mundos por meio do transe. Os mestres seriam espíritos curadores que, em vida, conheceram os segredos das plantas curativas e que são convocados para trabalharem em uma sessão, a fim de aliviar os sofrimentos humanos. Cada um tem uma linha, que é representada pelo cântico entoado pelo dirigente da sessão e que precede sua visita a terra. O canto é uníssono e acompanhado pelo maracá. A linha resume a ação sobrenatural, as excelências do poder e a sua especialidade técnica. Com fisionomia própria, gestos, voz, manias, predileções, cada mestre narra as suas aventuras, conta o seu nome e a sua vida. Ele possui a semente, o sinal de sua legitimidade e autenticidade, eficácia e poder sobrenatural.
Além dos mestres, outra categoria de espírito é significativa, o caboclo, ao qual se atribui identificação indígena e conhecimento de ervas e raízes. São muitas as entidades espirituais cultuadas no universo da jurema, entre elas: Mestre Carlos, Mestre Seu Zé Pilintra, Manoel Cadete, Mestra Faustina, Mestre Germano, Mestra Luziara, Mestra Maria do Acais, Mestre Malunguinho, Mestre Pilão, Negro Gerson, Cabocla Jurema, Caboclinho da Jurema, Caboclo Pedra Preta, Índio Pena Branca, Japiassu, Rei Canindé, Rei de Urubá, Rei Salomão.
A prática da jurema continua vivenciando processos de reelaborações, adquirindo outros elementos simbólicos, como na fase atual da umbandização do culto, o que significa, nessa dinâmica, a sua permanência enquanto expressão de grupos sociais subalternos. Mais que isso, no plano ritualístico significa resistência aos modelos de opressão socioeconômica, contribuindo em última instância para a manutenção de um referencial étnico e identitário, sejam nas comunidades indígenas ou nas religiões afro-brasileiras.
Fotografias (3ª e 4ª) de assentamentos no quarto de Jurema.
Ilê Axé Iaominlaiô Ogumxá
Responsável: Marcone Correa Lins
Loteamento José Sarney – Natal/RN
(Fragmentos do texto publicado na Revista História Viva, vol. 6 – Cultos Afro. São Paulo: Ediouro, 2007).
Boa tarde, Dayane querida!
Que bom! Um texto sobre o universo da Jurema.
Pena que muitas vezes, esse universo seja mal interpretado e lamentavelmente, por muitos dos seguidores.
Além de os seguidores (juremeiros) terem assimilado elementos da Umbanda e do Candomblé, muitos praticantes da Jurema, se utilizam das Mestras (geralmente na condição de prostituta), para se fantasiarem, pronunciarem palavras de baixo calão, fumarem e ingerirem bebida alcoólica exacerbadamente.
Isto é, fumam e bebem por prazer e não ritualisticamente.
Passam uma imagem negativa da religião, quando na realidade ela não é isso.
Em Recife, o Dr, Sandro Guimarães escreveu um livro muito bom sobre a Jurema de Alhandra, cidade da Paraíba, por sinal ele referencia esses autores, do texto acima.
O culto da Jurema aproxima as pessoas, por serem seus procedimentos bem mais simples, comparando ao Candomblé. Tudo em língua vernácula e originalmente não havia sacreifício cruento. As entidades se aproximam, falam diretamente com seus consulentes, é outra realidade!
O mundo dos orixás é bem mais complexo, mas infelizmente, existem abusos tanto de um lado como de outro, isto é, dos integrantes da Jurema e dos do culto aos orixás.
Um abraço e espero não ter suscetibilizado ninguém! Apenas constatei uma realidade.
Day, adorei. Nunca tive acesso a informações tão simples e abangentes sobre este culto. Mais uma vez vc nos surpreende com esta forma calma e tranquila de nos informar. Neste vasto Brasil muiti facetado religiosamente, a Jurema é um mito. Muitos dizem conhecer, porém, pelo texto vemos que a forma de culto está muito aquém das vaidades e conhecê-la requer uma dose cavalar de humildade.
Auwre aikù Obirin.
Héepaaaaaa efurufu lelé.
Ku abó Aiyàgbá.
Mário,
Inicialmente o culto da Jurema já é marginalizado pela sua origem e pelos seus valores bastante diferentes dos valores judaico-cristãos impregnados em nossa sociedade. A forma de ver a própria proteção, a forma de como ver aquele que nos prejudica, as formas de ver as relações afetivas, sexuais. Tudo isso por si só já constrói uma imagem que é deveras deturpada pelos “de fora”. Infelizmente hoje, aliado a esta visão, muitas pessoas (desta vez, de dentro do culto) têm feito mal uso dessas grandes e valiosas mestras que sempre têm bons conselhos, palavra amiga e receitas ótimas pra resolver problemas, por conta da sua espontaneidade, malemolência e sensualidade radiantes.
Eu conheci a religião inicialmente pela Jurema, cresci vendo mestres como Seu Zé Pilintra, Seu Pau-Ferro, Seu José Amaro, Seu Manuel Quebra-Pedra e mestras como Luziara, Maria “Zefa”, Julia Galega, Paulina, Ritinha e deles todos pude absorver tanto a malandragem que há na vida, como o respeito que se deve ter às ruas. Tenho, inclusive, um carinho muito especial por seu Zé Pilintra, pois foi este mestre quem cuidou de mim por toda a minha infância com suas limpezas, com a fumaça do seu charuto até o dia que ele me disse, segurando a sua bengala e com o lenço vermelho amarrado acima dos ombros e com o chapéu atravessando o seu olhar malandro e experiente: “Olhe, minha fia, o que eu pude fazer por você eu fiz e faço, pois sustento o ponto, mas agora é só com o ‘povo de lá’ que as quebradas vão melhorar pra você” e foi ele também quem me batizou dentro da Jurema.
Eu vi muita coisa bonita deste culto e nada parecido com o que tanto se ver e se fala sobre o comportamento das mestras de hoje. Não sou juremada, não trabalho com nenhuma entidade de Jurema, mas tenho absoluto respeito pelo culto por tudo que ele representa regionalmente para nós e por tudo que este culto representou pra mim como porta de entrada pra eu saber o que era orixá e hoje ser uma iniciada.
Em relação a complexidade do culto citada por você, eu discordo em opinião, pois falar de Jurema não é fácil, se tornar um bom juremeiro exige um caminho longo e árduo, as obrigações de Jurema não são tão simples assim. E eu vejo que este tema requer uma complexidade inerente a ele a partir da minha experiência aqui no blog mesmo, pois eu já tenho uns três anos de casa, escrevi sobre Candomblé, mas sempre “devi” mais informação sobre Jurema por aqui e essa pendência tem perdurado até hoje, pois conceituar a Jurema em sua complexidade espiritual e de liturgia nunca foi fácil pra mim, assim como achar textos claros que refletissem o que eu conheço, o que eu vejo. Este texto publicado hoje foi achado esta semana mesmo e eu fiquei deveras contente por ele bater com o contato que eu tenho com a Jurema.
Ainda há bastantes juremeiros comprometidos com a Jurema e com a boa perpetuação da sua herança. Essa é minha esperança, mano.
Como diz uma parte do ponto de seu Zé:
“Lencinho vermelho, em cada ponta dá um nó
Chateação e desaforo ele só tira é nó cipó
Seu doutor, seu doutor. Bravo senhor
Zé Pilintra chegou”
Salve a Jurema sagrada.
Ary, meu bem. Mo jùbá!
Pois é. Vou aproveitar o ensejo da jurema pra escrever uma partezinha da saudação inicial pra se abrir a Jurema para este nosso mundo que traduz um pouco do que você falou sobre conhecê-la de fato:
“Jurema é um pau encantado,
É um pau de ciência
que todos querem saber
Mas se você quer Jurema
eu dou jurema a você
Mas se você quer ciência
Eu dou ciência a você”
A culto da Jurema tem uma complexidade incrível e exige muita dedicação e boa orientação dos mestres para com suas matérias para trabalhar nela, pois tudo é bastante direto, claro e num tempo diferente do nosso tempo.
“Mestre quando é mestre não discute com ninguém,
joga fumaça pra cima e resolve no além”.
Salve a Jurema Sagrada!
Dayane,
Ser Juremeiro vai muito mais além do sonho, conspira com o encanto de um Deus gostoso de fé.
Parebéns pelo post, pela forma simples e objetiva nas informações, é sempre um prazer desfrutar de suas linhas.
O resgate do Mestre Zé Pilintra, esse “encantado do catimbó” que é tão confundido com pseudos zé pilintras, catiços usando o seu nome em vão em giras de exús, eguns imaculando o verdadeiro e Grande Mestre e toda a sua história, salve o “Mestre Zé Pilintra”.
Axé.
Brigada, pai!
Mutunbá! 😀
Axé.
Motumbá, Salve minha jurema sagrada, salve as 7 cidades da Jurema, salve a minha cidade de Alhandra !!! Antes de me iniciar no candomblé, fui tombado na jurema por meu avô que era juremeiro fino!!! Adoro todo o povo da jurema, sem minha jurema eu não seria nada, ate mesmo minha saúde que hoje vai muito bem obrigado graças ao bate folha de meu mestre Manoel Maior do pé da serra. Jurema e uma ciência fina e os poderes da Jurema são imensuráveis. Minha jurema começa com uma ladainha que e assim.

“Na ciência eu nasci e nela eu me criei, e com o passar do tempo, juremeiro eu serei. Jesus cristo me deu força para eu trabalhar, E dentro desta ciara um bom mestre triunfar, senhores mestres do outro mundo, do outro mundo e deste também, dar-me licença de abrir minha jurema, nas horas de deus amém, estou saudando os mestres e as mestras da casa, nas horas de deus amém, O luz que me alumei e me alumiou, me alumeia senhores mestre, neste mundo e la no outro. Minha gaita mestra que eu deixei no mundo, são os mestres da jurema, que eu estou chamando, Berlamino meu menino chaveiro lá do outro mundo, vai no fundo da jurema Berlamino naquele porão profundo, Tras os bons mestre da jurema berlamino, naquele porão profundo. Corre corre meu cavalo alazão e abre os portões, Corre corre meu cavalo e traz os bons mestres curador, Salve o sol e salve a lua e deixa o dia clarear, abre os portões da jurema e deixa os bons mestres passar…” esta abreviada pois ate a ladainha e uma ciência de cada casa.
Dayane se você me disser um email eu lhe envio fotos da minha mesa de jurema, com meu mestre e minha mestra.
Cantamo-nos assim “A jurema e minha com fé em Deus, a força dos mestres quem da e deus.“
abç a todos!!!
PREZADOS
Gostei de mais este texto, alusivo ao Catimbó, oferecido por Dayane. Seu conteúdo, exemplarmente ordenado, poderá ajuda a situar o leitor nos processos formadores e na elevação da percepção sobre ancestralidade, entendida aqui, como sinônimo de passado ou história das linhas espirituais. Este perfil literário, colabora não somente na comprenssão dos interessados, em torno do assunto abordado, como também na elevação cultural dos mesmos. MUITO BOM DAYANE!!! Você aceitaria escrever, com igual categoria sobre o Ìjexá e os Alufàás?
Abçs,
Sandive Santana
Boa noite,
tenho uma dúvida…tem um preto velho que acompanha minha família há umas três gerações, desde que minha bisavó ainda quando criança pensou em se matar…e viu esta uma velha senhora que disse que cuidaria dela, desde então ela nos auxilia. Isso é comum?
Obrigada!
Mariana comum não é, porém é perfeitamente normal.
Ire o.
Mariana, dentro da minha jurema perfeitamente normal! o Mestre do meu bisavô passou para meu avô e passou para mim, como meu pai e católico ele respeitou a decisão dele ! Mais antes de meu avô morrer fui iniciado pelo mestre de meu Bisavô que hoje e meu também ! uma pena não ter relatos mais passados para saber a quantos anos ele ajuda minha família.
por isso digo Salve a jurema sagrada e Salve Mestre Manoel Maior e as 7 cidades da jurema.
sou de jureminha da mata na umbanda, nao entendo mto dessas religiões africanas, mas gosto mto pra tomar passe essas coisas… tbm sou de iemanjá, ela é meu guia… mas tenho muita afeição por ewa e nanã que alguns estudiosos que eu vi por ai dizem ser os orixas do jornalismo, e eu sou academica deste curso. e tbm gosto mto de oxum, gostaria de saber se vcs fazem consultas aos buzios pelo MSN algo assim… pq na minha cidade há mto poucos… e eu queria mto saber quem é minha mãezinha no candomblé, territorio totalmente desconhecido por mim, por isso, peço que perdoem minhas gafes…
Patrícia,
Não fazemos e nem recomendamos jogos pela internet. O Jogo deve ser feito na frente do consulente, trocando energias.
Axé.
Gostaria se possivel alguem com entendimento sobre a Jurema Sagrada me adcionasse no MSN, pois preciso algumas orientações e esclarecimtos.
Desde já agradeço.
PREZADOS
Embora já tenha participado, com breve comentário outrora, em se tratanto de Jurema, vale a pena um retorno ás laudas, sem detrimento dos demais Ritos e Cultos, uma vez que, vestígios de Seus Ritos, estão presentes em nosso cotidiano d´Umbanda e similares.
Com seus chapéus ou Casas, como denominam, os espíritos Encantados, têm peregrinado, por aqui no Rio de Janeiro, difundindo práticas desconhecidas por muitos cariocas, que assimilaram outras vindas por camimhos não menos nóbres que o trazido por meio da Jurema, que embora seja Tradição, vinda por meio de uma Ìndia de Tronco Tupi, Filha de Tupinambá que selecionado seus Guerreiros, nem sempre combatentes físicos, foi geradora e difusora da Cultura dos Pajés, ao longo doTempo, cujo momento atual os revê nos Cultos que levam Seu nome, cujo valor, além de fomentar novas Linhas em prol da Educação regular, ainda contribui no campo da mesma área, pertinente a atualização da mulher.
Sandive Santana / RJ
JUREMA!!!
Hoje, não sei por qual razão, o dia amanheceu diferente para mim. Nesta condição, ou oportunidade, decidi reler este texto sobre Jurema, que Dayane postou e sobre o qual aludirei como a Linha do Coração
Aqui no Rio de Janeiro, trato, por minha espiritualidade, com Encantaria. Por ela passo a maior parte do dia incoporado, tratando de plantas, e dentre outras atividades, lido com uma variedade de espíritos que se distribuem em alguns grupos, donde ressalto, Índios, Caboclos, Negros africanos, Orixás, Padres e Contemporâneos, que me ajudam a cuidar de consulentes e a desenvolver mediunidades, quando é o caso.
Em meio a tudo o que pude ver, até hoje, nas relações com Espíritos, digo que é extremamente difícil, escolher apenas um grupo para trabalhar, constituindo assim um Centro especializado, como é a maioria. deste modo fico só e amando todos eles em meio a estudos diante do que me proporcionam.
Minha experiência mostra que sou vinculado á eles, pelo sentimento nascido da contemplação, por tudo o que representam, e neste ponto, ressalto o papel que a Encantaria, chefiada por Bela da Báia, que vem me mostrando belezas como a da Jurema, tem realizada, com seu amor incondicional desde os dias em que estive na rua em situação de espera, pela hora de Deus, para servi-Lo.
Composta pelas Juremas, Branca ( de Origem indígena ), Vermelha ( Cabocla mestiças portanto ) e Preta ( Africana, donde nascem Pretos e pretas Velhas ), segundo Bela de Ajuá, procedentre do Juazeiro do Norte, filha Encantanda, de Bela da Báia, que conheci em Minas Gerais, a Jurema nasce do mito de uma índia, que fora, conforme tradição de sua aldeia Tupi, no lado do Amazonas, representada por uma Árvove, cuja equivalência na África, seria a Egbà, um tipo de mangueira que frutifica próximo á pântanos, e que ao passar do tempo, dera origem ao que Vaduiá, ( Vódun ) disse ser a “Gan m´ilé”, que seria em si, uma expressão em yorúbá, que teria o sentido de grandeza desejada, de tudo de grande e bom, á uma criança, ao nascer e ao pé da letra , se traduzida, significaria algo como ” Reamente Grande, como minha Casa”, que seria a Grande Árvore, que passou ao tempo como a “Gameleira.”
Embora hajam diversidades de mitos, contos, e lendas de origem africanas, bem como de sua interpretações, um ponto é inegável: Eles, os Vodúns ou Ancestrais, não existem em número constante, aliás, são milhões, que ainda co habitam, por vezes, nosso solo, rochas e grandes árvores, e por vezes, á baira de corregos e rioas, com pude ver. São Lindos!!! São Delicados e Delicaddas.É impressionante, a vivência com eles, fora dos ritos que pocuio a pouco estão sendo padronizado, segundo o que engtenderam ter sido, mas não como foi um dia, affirmoi Vaduiá.
Nada obstante aos fatos tangidos brevimente neste comentária, a Jurema, parece trazer consigo, enquanto um, dentre muitos modos de se lidar com Espíritos na natureza e nem sempre ritualizada, e ainda, as vezes urbanas, algo similar a fenomenologia trazida ou propiciada pelos africanos, fato que me faz pensar que não há divisões entre espíritos do modo como concedbemos, mas sim, uma Unidade fenomênica, que produz, segundo culturas específicas, interpretações variadas, que geram ritos, supostamente difenreciados, mas, no fundo atualizados.
Os contatos com os referidos Grupos de Espíritos, me trouxeram Índias que vem até aqui trazidas por Espíritos de Caciques, que conhecem o Caminho e que agem numa Força de comunicação por transporte, equivalente a de Exú ao conduzir Espíritos de Bàbás á algum ligar do Tempo. Elas são simples e nos trazem contos, que ajudam a entender a razão do comportamento feminino, quiçá humana, em muitos pontos desta atualidade. Estes viream, na Força da Jurema Branca, junto com Tuyé, o Pajé da Cidreira e o Saraúra, conhecido como Tupi Mirim, nas Casa de Umbanda, que é um Kurumi, ou seja, um Menino índio, que se afirmou Filho da Jurema, a Índia, que nua, veste apenas, uma Capa de Penas onde sobressaem a de alguns Falcões, Gaviões Carcarás, Aráras, Jandáias e Atiipús.
Os Caboclos, que são descendentes de Índios, se figuram na Encantaria Mestiça, onde além de Bela da Báia filha de, Zé Matroeiro, ( Coronel de Embanda, segundo se afirmou ), e outros afiliados, que chamo de Ajuremados, são Rezadores como Amaro da Guia, paraibano crescido em Recife, segundo ele, na rua da Guia, outrora, zona de baixo meretrício da cidade. Embora rode na Jurema, há algo de Angola com ele.
Sem deixar de lado outros, devo mencionar que é pela Espiritualidade de Jurema, no sabor do cachimbo de fumo simples, natural e de madeira com acabamento rudimentar, que vieram Sião Bansé Maió, Ogá de Mãe, Anásia ambos do Babaçúê do Pará, que em visita á nós, embora sejam Espíritos, não nos fizeram qualquer imposição ou pedid, foram educadíssimos nos cedendo Ponto cuja letra mista expôs um yorubá sucedido do português, proporcionando, Linda Melodia de Terreiro, com sabor das Gumas de Encantaria, iluminadas á luz de vela. Sião Bansé Maíó e sua esposa, Mãe Anásia, que permanecem juntos, embora já no plano espiritual e ainda vinculdos ao Babaçuê, agiram como Embaixadores deste Culto, numa Casa onde o Coração é de Jurema.
Ateciosamente,
Sandive Santana
sandive@bol.com.br
Meu pilão tem duas bocas trabalha pelos dois lados,(bis)
mas nas horas de aperreio valei-me meu pilao deitado.
Gostei muito e realmente, tem muitos filhos e juremeiros, se distanciando do verdadeira ciência da jurema sagrada,é falta de responsabilidade , com todos guias da nossa jurema. mojubá( bença).
[…] https://ocandomble.wordpress.com/2012/05/12/jurema-a-arvore-sagrada/ […]
Olá Sandive,
Que belíssimo texto!
Motumbá!
SIM,.. Á quem se apresentou por ” bizziboy”, esta data, dirijo agradecimentos pelo reconhecimento sobe meu comentário, e pelo satisfação proporcionada, de reler o texto matriz trazido por Dayne, salvo engano. Ela me parece ser habilidosa, trato com estas informações e aproveito a oportunidade para, mais uma vez, parabeniza-la e acho que deveria também atuar no FACEBOOK.
Ola muito boa tarde. Me chamo John Wilton e desde cedo fui levado a condição da espiritualidade e principalmente a conhecer meu mestre Zé Pelintra bem cedo. Contudo o tempo passou me tornei evangélico mas sempre sentindo e vendo coisas que não entendia. O tempo passou me afastei dos cultos protestantes mas uma coisa eu descobri meu caminho na jurema e ao passar do tempo fui levado por meu Caboclo Pena Branca a quem devo muita coisa, a conhecer meus mestres o Senhor Feiticeiro do Amazonas(Que também é chamado de Barabas) Seu Manoel Maior e Zé Pelintra. Contudo gostaria muito de poder receber mais informações e ajuda e e orientação mesmo sobre a jurema e conhecer pontos desses mestres e saber um pouco mais sobre ele. Suas origens ritus entre outras coisas.
Quero parabenizar pelo lindo texto e trabalho que os idealizadores desse blog tem. Fico no aguardo de maiores informações pelo e-mail johnwiltons@gmail.com. Ate breve e mais uam vez muito obrigado1
John eu não tenho como ajuda-lo quem sabe alguém do nordeste possa vir em sua ajuda.
ire
John,
Jurema é um culto que precisa ser orientado de acordo com o grau de iniciação assim como Candomblé. Ou seja, você precisa de alguém que tenha verdadeiro entendimento por ter passado pelos rituais necessários e ter obtido aprendizado.
Você deve procurar uma juremeira ou um juremeiro para ser devidamente orientado para a questão dos seus mestres e outras possíveis entidades.
Eu particularmente, não ouvi falar no primeiro mestre que você cita, mas não significa que ele não exista. Insisto na necessidade de você procurar ajuda pessoal de alguém competente, pois há muita invenção sendo disseminada sobre a Jurema, assim como vem acontecendo com o Candomblé.
Axé.
Texto maravilhoso, ótima explicação, amei!!!!!!!!!!!
contra fatos não há argumentos a jurema é tudo isso e muito mais
Salve as 7 cidades encantadas da jurema
Me chamo David sou da nação Jeje-Egbá(tradição de pernambuco)
e como a maioria dos recifenses sou juremeiro também
começei na jurema com 14 anos,hoje tenho 21.
trabalho com a minha mestra Júlia Galega e também Paulina e Maria Luziaria
e com o meu mestre Pilão Deitado e Malunguinho,no ano de 2015 se deus e minha jurema quiser tombarei minha jurema,para poder ser padrinho de jurema de amigos meus que estão esperando eu me aprofundar no catimbó para poder iniciar e cuidar deles,a jurema é linda,é uma cidade encantada,ondem vivem as entidades,quase todas nordestinas,uns foram,senhores de engenho,outros bêbados de rua,cafetões,ladrões,rezadores,bruxos,carroceiros,pescador,marinheiro,mendigo,comerciante, etc,algumas mestras foram,bêbadas de rua,pedintes,prostitutas,mulheres de posses e etc.
é uma histórias muita bonita,venha conhecer a jurema sagrada de pernambuco.
Ola david gostei muito de suas palavras e informações sobre a Jurema sagrada. Contudo gostaria muito de informações mais detalhadas sobre a jurema e sobre como ela chegou no rio grande do norte.
Desde ja muito obrigado por sua ajuda e orientação e estarei no aguardo de informações. Caso deseje meu email é javaescript@hotmail.com
gostaria de mais conhecimento sobre a cabocla madalena alguem pode m ajudar ?
Graciete eu não conheço.
Ire
Olá, gostaria de saber se alguém conhece algum terreiro de culto a Jurema e Catimbó aqui no RJ?
Dayane vc poderia me passar toda a musica da jurema que a minha m
mãe tem uma jurema e eu precisava dessa musica uma festa que vai ter na minha casa
salve jurema sagrada,gostaria saber mais sobre a jurema,alguem sabe aqui em são Paulo uma casa de jurema onde posso frequentar…quero muitoo ase gbenoy
patrícia,
Eu não conheço casa com o culto a Jurema em São Paulo, pode ser que alguém que esteja nos lendo posso lhe ajudar.
Axé.
patricia na casa onde voy em guarulhos tbm se cultua a jurema sagrada.
Salve, salve! Alguém pode me ajudar? Preciso do endereço de uma casa que faça o culto da jurema preta na Cidade do Rio de Janeiro-RJ para pesquisa científica para a faculdade.
Desde já, muito grato.
Antonio Carlos
Boa tarde. Onde encontro uma Casa que realize o culto da Jurema Sagrado na Cidade do Rio de Janeiro para que eu possa fazer estudos para um trabalho acadêmico? Desde já, muito obrigado
Bom dia Antônio Carlos, dificilmente vc irá encontrar uma casa no RJ, que seja do culto a Jurema sagrada. Geralmente louvamos a Jurema nas festas de Caboclo. Uma das maiores referências em Caboclo no RJ é Eduardo Ajuberú, que fica em Santa Rosa, Nova Iguaçú.
Boa Sorte!
boa noite alguem tem algo sobre mane maior e ze araunas