Ogbe Meji / Eji Ogbe / Eji Onilé.
A questão da cobrança de valores sempre foi um caso sério.
A gente vê tudo de ruim em torno disso.
Existe também uma pressão devido à prática de outras religiões que abominam a cobrança, assim não cobrarem é ético e cobrar não é ético.
São religiões diferentes e o que não é ético é se comportar apenas motivado por dinheiro, lembrando que um Babalawo nunca será rico, é assim que os encontramos nas histórias, é assim que o babalawo diz. Não que eu esteja dizendo que Òlodumare recrimina os que assim não se comportam ou que nosso òrìsá nos virará as costas, não, estou dizendo isso apenas pelo aspecto ético. Mas o pior de tudo é ouvir que a pessoa só cobra porque “o anjo da guarda dela exige”.
No odù Ofun’ogbe Òrunmila usa seus próprios materiais e dinheiro para fazer o sacrifício para Òrìsán’la (Osalá) e depois é compensado em 200x vezes o que gastou.
Mas no odu Ogbe meji existe uma história muito direta sobre o assunto que é usado como explicação porque um babalawo cobra por seus serviços.
Ogbe meji veio para a terra para trazer o bem e fazer o bem a todo mundo. Ele incansavelmente dia e noite ajudava a todas as pessoas que encontrava e que o procurava e nada exigia delas para isso. A benevolência do jovem Eji Ogbe o fez muito popular e sua casa tinha um fluxo imenso de pessoas que o procuravam pedindo sua ajuda, dia e noite.
Ele curou os doentes, fez sacrifícios para os pobres, ajudou mulheres estéreis a terem filhos e garantiu o nascimento seguro de crianças de todas as mulheres grávidas que o procuravam.
Com essas atividades ele ganhou muita admiração dos beneficiados, mas também ganhou inimizades dos sacerdotes mais antigos que ele que não se uniam a ele em seu altruísmo e benevolência.
Um dia cansado ele dormiu e seu Ori veio em seu sono o advertindo que esses sacerdotes estavam conspirando contra ele. Ele acordou de manhã e logo foi para o oráculo. Ele procurou os sacerdotes Osigi sigi le epo, Usee mi ookagba igba e abu kele kon lo obe ide que juntos consultarem Ifá para ele, então eles o aconselharam a….
… Os outros sacerdotes que se sentiram atingidos e prejudicados em seu modo de vida porque Ogbe meji fazia milagres sem cobrar nada foram para o Òrun um depois do outro para relatar a Ólodumarè acusando Eji Ogbe de prejudicá-los ao introduzir um novo código de comportamento o qual era totalmente estranho à ética no ayè.
Ogbe meji por sua parte não tinha vida própria porque gastava todo o seu tempo a serviço de outros. Quando as crianças tinham convulsão ele era chamado, quando grávidas precisavam de ajuda ele era chamado, etc..
Òlodumare ouvindo esses relatos enviou Esù a terra para trazer Eji Ogbe de volta. Esù usou de discrição como uma estratégia para trazer Eji Ogbe de volta ao Òrun. Ele se transformou em uma pessoa sem emprego, procurando por um trabalho e foi bem cedo à casa de Eji Ogbe. Chegando lá ele implorou a ele para lhe dar um trabalho que o permitisse a viver. Eji Ogbe disse que não tinha como dar um trabalho a ele porque ele trabalhava de graça para as pessoas do mundo.
Como ele ia comer o seu desjejum ele chamou o visitante para comer com ele, mas esse disse que não se qualificava para comer no mesmo prato de Ogbe meji assim iria comer após Ogbe meji ter comido. Contudo enquanto essa discussão se dava uma nova pessoa aparecia pedindo ajuda, ela disse que o seu único filho estava em convulsão e ela queria que Eji Ogbe viesse reviver o garoto.
E assim se foi o dia todo resolvendo duvidas, brigas e disputas. O sol já se punha quando ele se sentou para comer seu desjejum matinal. Ele insistiu para o visitante comer com ele, mas esse disse que somente depois iria comer. Quando ele começou a comer Esù se transformou em Esù e Eji Ogbe viu que o seu visitante era um enviado de Òlodumare.
Ele parou de comer e perguntou que mensagem teria para ele, e Esù disse que Òlodumare queria vê-lo no Òrun. Esù o abraçou e eles foram transportados para o Òrun. Tão logo chegando lá ele ouviu a voz de Òlodumare perguntado a ele, Eji Ogbe, por que estava criando tanta confusão no mundo!
Eji Ogbe se pôs de joelhos para dar a sua explicação, mas, Esù, se pôs a frente e se ofereceu para explicar. Esù explicou que Òlodumare em pessoa não poderia estar fazendo tanto quanto Eji Ogbe no ayè. Ele disse que desde cedo e sem tempo até para comer, Eji Ogbe estava a serviço da humanidade sem receber nenhuma recompensa por isso.
Esù disse que Eji Ogbe fazia no ayè a mesma coisa que fazia no Òrun e que por isso ela estava apenas aborrecendo os sacerdotes que eram amantes de dinheiro.
Òlodumare disse que Eji Ogbe se levantasse dos seus joelhos e que voltasse para o ayè e continuasse o seu bom trabalho, mas, que cobrasse um valor razoável por seus serviços, mas continuasse a ajudar a quem necessita e que receberia por isso as bençãos dele Òlodumare.
A interpretação de uma história depende sempre do interlocutor, não existe uma interpretação única ou mesmo sentido literal. Essa história justifica o fato de os babalawo cobrarem por seus serviços. Também mostra que fazer o bem é o que se espera de uma boa pessoa e não trocar benfeitorias por dinheiro é o que de melhor se poder esperar de uma pessoa; mostra também que as pessoas se incomodam com o bem que você faz e não com o mal as traz.
Enfim, muitas interpretações podem ser feitas por cada pessoa.
Texto compilado da Net sem autoria e sem fonte.
Prezado Da Ilha,
é muito importante este tema principalmente em uma cidade como São Paulo, com vocação para o dinheiro.
Acredito que o problema não esta em cobrar por um serviço prestado mas sim na profissionalização da religião. Já vi pessoas fazendo conta dos custos para se tornar um zelador e em quanto tempo iriam recuperar o investimento.
Aqui é muito comum encontrar zeladores que transformam suas casas em um simples comercio. Exatamente ai que mora o perigo, o zelador que vive apenas dos clientes não põe limites para os pedidos destes clientes, atropelando sim quaisquer valores éticos
Acho que o sustento da casa deve vir principalmente das contribuições mensais dos filhos e frequentadores, desta forma o zelador terá segurança material para recusar pedidos que contrariem os valores éticos do Candomble
Parabéns pela corajosa iniciativa
Um grande Abraço
Elias, este assunto é quem casca de babana no chão, ou vc pisa nela sem ver ou fica desviando o seu caminho para não cair.
Acho que a palavra de ordem é bom senso.
Conheço pessoas que investiram centenas de milhares de reais na sua formação religiosa.
Quanto custará o trabalho / serviço de uma pessoa talhada e preparada para a função que vai dar retorno aos seus pedidos?
E vem as pergunta, que não calam:
Por que não deu certo?
O ebó estava errado?
Estou na mão de um xarlatão?
Ninguém faz uma analize de seus atos, ninguém analiza seu modus-vivendi, muitos querem as benesese e os tratos, seja de que natureza for. (Falo da minoria)
Aquela máxima que diz:
Eu quero me dar bem, se vai prejudicar ou atrapalhar alguém não me importa.
Será que os fins justificam os meios?
O prato está mesa, eu adoro uma boa discussão.
Ire o.
Babá Da Ilha,
Tanto seus textos quanto do Babá Fernando, tenho guardado e algumas coisas repasso, quando detecto importância que desmistifique o Candomblé e que possa ser usado em outras religiões, como o caso desse texto.
O Elias falou de Sãp Paulo, mas não é só por lá, está em qualqer lugar e em todas as religiões.
Creio que ao chegar numa religião que seja, você está precisando de ajuda (todas talvez). O iniciado, conforme o que lhe foi designado, pode ver, sentir, ouvir, usar seus sentidos para uma comunicação. O materialismo junto ao capitalismo fez da religião um comércio e promiscuiu o Candomblé com a quantidade de feitiçarias que se propõe pelas paredes da cidade e pelos classificados dos jornais.
Realmente não há como fazer um ebó de graça, mas há como o zelador saber do orisá o que é necessário de imediato.
Sou do entendimento que cada um tem aquilo que merece e necessita, porém, mesmo assim há “xarlatãs” que trazem a pessoa amada em 03 dias. que cobram de 3 a 5 mil para que a pessoa suba numa empresa. As pessoas realmente conseguem, é fato, mas o que não percebem é que ao perder, perdem tudo de uma só vez e não conseguem retornar a sua forma de vida.
Hoje qualquer pessoa quer o status de zelador (a) e abrir casa, basta dar sua obrigação de 07 anos. Tenho 23 anos de raspada e 26 no total de Candomblé, sempre me disseram do meu cargo e eu sempre fugi dele. Sei que um dia não poderei protelar – Eles estão me preparando para isso – mas não abro um jogo se não estiver, realmente conversando com o orisá – nada de cabala e equações – não ponho a mão na cabeça de outra pessoa se estiver com a minha desorganizada, não faço nada se não for da vontade do orisá.
Não tenho e ninguém tem de fazer da religião um comércio e profissão.
Asé
Mo jùbá.
Ègbé,
Um texto que vem bem a calhar, porque para mim, religião é caridade, e, fazer caridade é uma virtude.
Onde entra a caridade? Na virtude máxima de um zelador de cobrar aquilo que o consulente pode pagar.
Nossa religião tem certas armadilhas nesse entendimento, alguns ebós que um zelador receita e passa numa pessoa, são tão pesados e mexe com forças tão negativas, eguns, ikú, etc, que ele depois também precisará tomar um ebó, se cuidar e se proteger. Por essas e por outras é que o jogo, o ebó, o borí, etc, têem que ser cobrados.
Por minha experiência própria, alguns consulentes querem comprar a que preço for aquilo que desejam, muitas vezes até a morte de uma pessoa. Noutras vezes não acreditam que com apenas um ovo, uma vela e uma bola de farinha podem resolver seu problema, querem listas enormes, querem se certificar do grande trabalho, do gasto, etc.
Um zelador sofre muitas vezes com o egoísmo mesquinho de muitos consulentes, que não estão nem um pouco interessados na religião, só pensam naquilo que podem barganhar com seu dinheiro, etc.
Já fiz muitos jogos em que Exú me pedia para não cobrar aquela pessoa humilde , como também me pedia para não cobrar a mais apenas pela aparência visual da pessoa. São as nossas provações e todo zelador, olhador, oluwo, babalawo, oriate, arabá, etc, etc, qualquer tipo de advinho tem que respeitar, pois sendo assim seremos sempre livres para dizer SIM ou NÃO para qualquer situação,nem por 12 mil dólares, nem por 12 centavos.
Mò jùbá Da Ilha,
Axé.
Eu sou uma pessoa que sofre muito com isso. Preciso tirar ebó e de um tratamento espiritual, mas o que as pessoas me cobram é absurdo, não tenho condições. Fico triste em saber que do dia pra noite uma pessoa aumenta o custo de um corte pra Esù, um bori em 100%, sem mais nem menos, nem explicação fundamentada. Feituras por R$ 7 mil, boris por R$ 1 mim, ebós com seus R$ 2, 3, 4 mil e lá vai zeros…
Isso me entristece, justamente eu que sempre ajudei sem cobrar e que acredito que a caridade é a base de religiões como Umbanda, Candomblé e Kardecismo.
Asè!
Meus respeitos aos mais velhos e aos mais novos!
Muito interessante os comentários, de fato, creio que com essa mercantilização do culto o aspecto religioso acabe mesmo comprometido. Realmente os valores cobrados transformam o culto em um comércio, carreira profissional, status e vaidade, perdendo-se assim a simplicidade e o aspecto principal que é o amor e respeito aos Orixás, energia sagrada que tudo permeia.
Gostaria que os mais antigos falassem um pouco a respeito do Candomblé em seus primórdios, piso de barro batido, juta, morim, sem luxos… E ainda na África, nos povoados tradicionais, como se processa o culto?!!!
Como bem observou o sr. Da Ilha, atualmente tem-se que investir muito dinheiro no processo de formação religiosa, para que se possa obter informação, conhecimento. E investe-se esperando-se o retorno. O modo tradicional está se perdendo, o modo legítimo da vivência, na paciência, na compreensão de que nem todos são designados para o sacerdócio (conforme citado em outro excelente artigo aqui do site), do dia a dia nas cozinhas, no exercício dedicado as divindades, aprendendo na prática a entrar na mata, macerando folhas, decorando o barracão, noites em claro, o verdadeiro sacrifício (sacro-ofício), a verdadeira Tradição!
E em tratando-se de uma religião que preza pela tradicionalidade, isso é muito ruim, muito perigoso, pois está se perdendo sua essência mais preciosa que é o sentido de família, afinal, enquanto religião de resistência, que surgiu agregando nossos ancestrais através da cultura original, mitos, religiosidade, os valores mais significativos deveriam ser exatamente o sentimento de solidariedade e comunhão.
Com a palavra os mais velhos!
Axé!
Leo este ‘investimento’ não é uma formação profissional levada ao pé da letra.
Mas convenhamos, quando se busca conhecimento, infalivelmente, vc terá gastos. Gastos as vezes além de suas posses, mas dentro de suas necessidades.
E o maior investimento que vc faz é o tempo dedicado ao aprendizado, investimento este que é retirado de sua vida, tempo=vida, que dinheiro nenhum paga.
Por isto o sacerdócio não é um objetivo e sim uma incumbência, uma designação, uma escolha celeste. E mesmo assim isto irá gerar despezas, arestas familiares, conjugais e etc..
Mesmo em África, não é fácil uma inicação, guardadas as proporções do valor do dinheiro, tanto lá quanto cá, os valores são pesados.
E dentro do conceito do que é caro, estamos falando de ‘mão de obra’, como ficam os preços dos produtos indispensaveis aos rituais.
O que será que os comerciantes descobriram? Descobriram que a boa fé tbm pode ser explorada? Que os inicantes precisam pagar pelos seus lucros exorbitantes?
Leo é dificil diagnosticar com precisão este embróglio, creio que o bom senso e real valor que se dá a uma boa formação religiosa poderá balizar os valores cobrados pelos sacerdotes, tanto africanos como brasileiros.
Ire o.
Sem dúvida Da Ilha, bom senso é o essencial!
Que os Orixás nos abençoem a todos com sabedoria e discernimento!
Motumbá!
Axé!!!
Com todo respeito aos Srs Da Ilha e Fernando D’Osogiyan, que em suas sábias palavras tem sempre demostrando muita retidão e compromisso ético para com o ao Candodomble.
Peço a permissão para colocar a opnião de leigo que sou.
Acredito que um dos problemas é a questão do “cliente” do Candomble.
O artista famoso ou politico poderoso etc, que remuneram muito bem as trabalhos realizados em seu beneficio, mas que que negam publicamente o contato com o Candomble. Existem casas em que os clientes são tratados muito melhores do que os filhos e frequentadores da casa. Também existem casas que preferem que vc seja um eterno cliente ao invez de permitir uma aproximação maior com a religião, e aqui não estou falando em iniciação ao sacerdocio, o que como dito anteriomente não é para todos. Posso estar errado mas acredito que nos dias de hoje seria muito melhor para o Candomble aumentar o número de seguidores e diminuir o número de “clientes”.
Um grande abraço.
Boa tarde, senhor da ilha!
O texto nesse blog, como sempre, esclarece muitas dúvidas.
O comentário do senhor Elias é muito pertinente, pois já ouvi alguém afirmar em bom tom e alta voz que precisa de clientes (como se a religião fosse comércio) e não de filhos, q. por sinal só trazem problemas!
Palavras dessa pessoa.
É lamentável!
Mas, seu da ilha, postei um pergunta dirigida ao senhor e não tive resposta, acho q. o senhor não percebeu, ou a minha inabilidade tecnológica me fez perder o local no qual postei a pergunta, então me desculpe, vou fazê-la novamente.
É o seguinte, quando o sr. diz: o Odu Ogbe Meji, ou Ofun`Ogbe, é o mesmo que citar capítulos de um livro, isto é, capítulo tal, pag. tal.. É isso? É um corresponde, já q. essas citações são textos orais?
Um abraço e muita luz!
Prezado Elias,
Interessante seu argumento.
Mas, cliente da dinheiro, “seguidores” dão trabalho.
Mts pessam assim.
Asé.
Mario os Odus principais ou Olodu formam suas familias, nestas familias vc encontrará o Odu senior, Olodu, e seus ómó odu, cada familia tem 16 membros, ou seja, familia do Olodu Ogbe e seus ómo odu, Ogbe’Oyeku, Obge’Iwori, Obge’Idi e etc…
Familia de Oyekù, Oyeku’ogbe, Oyeku’Iwori e etc…
Cada Olodu e Òmó Odu tem o seu capitulo dentro dos 16 livros (familias).
Esses capitulos chamamos de èse ou poemas de Ifá, não sabemos ao certo quantos éses tem em cada capitulo, as informações são imprecisas, pois tudo está na cabeça dos mais velhos (cabeças estas que foram elevadas ao status de patrimonio da humanidade como o maior museu vivo do mundo)
Cada Odu traz as informações desde os primordios do Universo, passando pela nascimento de òrìsás, comportamento humano, filosofia de vida e espiritual, tudo ditado pela figura máxima do nosso culto, que se chama Olodumarè.
Quanto ao livro que vc esta citando, infelizmente nós não tivemos um Concilio e nem um Constantino para determinar a sua confecção.
Estamos escrevendo nossa saga histórica a menos de 200 anos.
Temos oposição e tabus que não nos permitem acesso a vários textos, mas estamos crescendo dentro da lingua inglesa e espanhola onde vários livros foram publicados.
Ire o.
Mutumbá Babá da ilha…
È lamantavel… O que já vi e ouvi de histórias…
Listas milionárias, gente que dá o preço de um carro, por uma obrigação!
Pobre não tem mais direito a fazer santo?
Serve apenas para lavar panelas, ficar na cozinha e servir o Zelador(a) como empregada doméstica (de graça?).
O fato não é o ”dinheiro”’ em sí…
Pois quem tem, quer e pode pagar não vejo problemas.
Só me encomoda o fato de pessoas menos precavidas, elas não terão a oportunidade?
Pra mim a grande diferença é que existem pessoas que vivem DE SANTO e outras vivem PARA O SANTO.
Mutumbá babá Fernando!!!
Jade, motumbá, motumbá àse.
A questão sobre pagamentos passa pelo sacrificio individual, qual o sacrificio que se tem que fazer?
Esta pergunta tem que ser feita no jogo e a resposta vem no jogo, não existe tabela de preços.
Eu não deixo um ser humano na privação por questóes monetárias.
Quem vive do òrìsá e quem vive para o òrìsá tem um travesseiro e uma noite para refletir.
Ire o.
A bença senhor da Ilha e a todos os irmãos deste blog, senhor da Ilha parabéns pelo seu post que junto com os comentarios dos demais irmãos foi muito conviniente e impecáveis,me perdoe por sair um pouco deste contexto mas apesar de eu ser do kandomble de nação angola eu também acho muito linda as histórias das demais nações e gostaria se possível que o senhor me tirasse esta dúvida: ouvir diser que o senhor oxósse é um Orixá Odé serto?sendo assim existe cantigas que sitam o nome deste orixá nos cultos dos povos yorubas? Desde ja agradeço e que o senhor maravilhoso Deus nos abençoe.
Jeremias que Erinlé lhe traga muitas bençãos, existe uma sociedade na Nigéria chamada Ègbé Odé, é dedicada aos caçadores em geral, filhos de Ogun, ferreiros, escritores, artistas, agricultores e todas as profissões ligadas a Ogun, este é um ponto.
Òrìsá Odé é todo òrìsa ligado a caça e magia com folhas, que chamamos de Oso ou Onisegun.
Estes òrìsás são de numero incontáveis, Òsóòsi, Erinlé, Logun Edè, Ogun, Otim, Abatã e outros menos conhecidos, quando cantamos em louvor aos Odés estamos sitando e invocando esta energia. Não importa se Òsóòsi é sitado ou não. Como na sociedade Odé. Engloba todas estas energias e magias da floresta, ok.
A palavra Òde invoca a simbologia do espaça de fora, o que é externo. Caçador ao pé da letra seria Peiye-peiye. E caça seria Odé.
Portanto temos Òde para lado externo e Odé para caça.
Caçador tem outra tradução, mas fica convencionado que òrìsá Odé é aquele que caça e neste contexto temos Iyàgbas que tbm caçam.
Ire o
Senhor da Ilha depois de ler vários posts,exclarecimentos de dúvidas e ate conselhos para alguns irmãos que o solicitou anteriormente eu não esperava de forma diferente a educação e a prestesa com a qual o senhor elucidou a minha dúvida tal qual o meu mais velho Tata Euandilu para com os assuntos da nossa nação lógico que sem comparalos,por isso meus Respeitos e Agradecimentos ao senhor, Moxi ngunzo kandandu (um forte abraço).
Descupe mais esse conteudo nao tem nd a ver com o que eu pesquisei
Da Ilha, existe uma panelinha dentro do barracao onde eu frequento que ganha dos clientes do pai de santo aconteceu que muitos clientes foram embora e agora ele quer que os outros filhos que nunca participaram desta panelinha sustente a vida de maraja que ele tinha com estes tais filhos de santo que tambem ganharam assentamentos de graça atraves dos clientes e agora que os outros que sempre pagaram e cresceram na vida se veem em obrigaçao de sustento com esses e seus filhos naturais que trabalham e nao dao um tostao la dentro, como è isso hein? chegando ao ponto de so passar os ensinamentos aos da panelinha para os outros filhos nao atenderem e os clientes virem para as maos do pai e daquele que ele elegeu?…o orixa!’ como fica?…uma casa de santo nao deveria ser imparcial?…ele discrimina quem deve crecscer e quem nao deve…como pode isso?…
Juliana isto configura falta de caráter e uso indevido da religião.
Não se acomode, pense e repense sua vida.
Está valendo a pena ficar nesta situação?
Ire
Oi da Ilha, sempre acompanho seu blog e vc esta de parabéns, fui indicada a fazer um ebó de misercóridia, gostaria que vc ou alguém pudesse me explicar melhor sobre como é feito e para que realmente serve ! Obrigada
Jujuzinha
Jujuzinha com certeza é de misericórdia que você deve estar precisando.
São suplicas bem fortes e fundamentadas para alguma situação que precisa melhorar em função da falta de recursos financeiros.
Aproveite o ritual e peça que Èsù leve seu recado a Olódùmarè.
Diga ao final: Que Deus receba meu ebó.
Ire
Eu já estive em 3 casa, qualquer uma delas diferente:
– na 1ª Jogo e Bori eram dados de graça para quem necessitava, cobrando apenas que tivesse possibilidades de pagar ou comprando apenas os ingredientes para o Bori ou caso nem houvesse possibilidade para isso, pedia-se aos irmãos; Ebós era dava só uma salva minima.
– na 2ª casa, na qual nem 1 ano lá estive, um jogo era 80€, um ebó era 1200€… nem quis saber muito mais da casa, pois achei m absurdo a quantia cobrada – peço agô pela palavra acima mas é… muito mau…
– na 3ª casa, onde me encontro actualmente, é de uma irmão minha de santo, actualmente minha mãe de santo, descende da nossa primeira casa, dai o procedimento ser muito semelhante, ainda assim, diferente: no jogo, tem de se dar sempre algo, consoante a posse, se não pode dar 50, dá 10; já por exemplo, a minha mãe fez 2 ebós de saude e pa abrir caminhos, julgo, e nenhum deles foi cobrado, apenas compramos os ingredientes e materiais.
Eu acho que uma coisa não foi falada nestes comentários:
As vezes, nem é o Zelador quem faz essas cobranças exageradas, da cabeça dele, mas sim deixa-se cercar pelas pessoas erradas á volta dele e depois já não discerne o bom do mau, na hora do aperto, ou de aceder ás suas comodidades ou habitos!
Axé ô
Quanto custa geralmente para fazer um Bori?
Flor eu não sei.
Depende de cada sacerdote e quanto custa para ele abrir a casa, envolver várias pessoas e ele próprio para atender a pessoa.
Colocar valores no trabalho das pessoas não é ético.
Uma coisa é certa, se você vai fazer algum ritual achando que está caro, é por que seu Ori (cabeça) já rejeitou e sua fé não está 100% firme.
Na minha opinião nada vai acontecer de positivo nesta história.
Melhor na bulir com isso.
Ire
Motumba a todos
Gostaria de esclarecer uma dúvida…
Depois de iniciado em uma casa de candomblé, mesmo VC ajudando de todas as formas, até mesmo financeiramente. Sempre q VC , filho dessa casa, precisar jogar, ou de um ebó, VC terá que pagar o mesmo valor ou muitas vezes até mais alto, do que as pessoas de ”fora” (ou seja, aquelas q não tem vínculos com a casa)???entendam sei q pra jogar e fazer o ebó leva tempo e dinheiro com os materiais, não é isso q estou dizendo, pois acredito que nada vive de vento, temos sim q cooperar com nossa casa, mas os valores são altos demais, aí fico me perguntando, q tipo de familia é essa q todas as vezes q eu precisar, terei que desembolsar um valor que na maioria das vezes nem tenho…..obrigado pela atenção!!!!
Carol,
Cada casa tem seu ritmo e sua forma de administração suas despesas, custos em geral e isso tudo é definido através de reuniões do zelador para com todos os membros da Casa pelo menos uma vez por ano, (assim procedo na minha casa). Tudo tem que ficar definido , tudo tem que ser conversado, questionado e acertado e entendido por todos, colocado em Ata na Assembléia geral ou se a Casa não tem registro de Ata e convenção, colocar no papel mesmo e todos tomarem conhecimento.
Axé.
Quando faço uma consulta e sai o ebó mas não tenho dinheiro pra pagar e deixo de fazer as coisas pioram o que acontece
Alexandre,
Quem jogou para você não sabia disso quando lhe prescreveu o ebó? Então não prescrevesse pois assim fica entendido por Orunmilá que quem jogou deve ajudá-lo a fazer o ebó.
Axé.
Sim ele disse que deixou pela metade mas mesmo assim e alto eu não tenho o dinheiro o que isso implica?
Realmente é um assunto que deve definitivamente ser resolvido. O religioso tem uma vida dedicada à caridade mas não devemos esquecer que ele, assim como padres, rabinos etc, necessita também pagar suas contas, afinal ele é uma pessoa e não um espírito. Socorre quem não pode, e paga quem pode. Até hoje recebi pouquíssimas pessoas que foram atrás de pedir ajuda a alguém necessitado. Via de regra é para suas soluções pessoais, principalmente melhorias financeiras. Acham que somos capazes de acender uma vela e rolar nos tambores e estaremos favorecendo prontamente. Queridos, desculpe o contrário, mas somos seres viventes e temos desejos pessoais como qualquer ser humano. Queremos não, precisamos viajar, comprar roupas, ter um carro, higiene pessoal e residencial, uma casa bem aparelhada,reformada filhos nas escolas etc. é o mínimo. Para isso existe uma dedicação e alguém tem que pagar. Desculpem os adeptos do “grátis” porque em qualquer lugar que eu for comprar eu tenho que pagar para levar.