Essa lenda conta como aconteceu a primeira Mukanda (circuncisão) de um Tchokwé, e como isso passou a ser um ritual obrigatório entre os homens desse povo, segundo o Soba Kaúka, da aldeia de Nakalumbo.
– Andava certo dia Safuanandenda Lunga, filho mais velho do Soba Variekelenwene, pescando no rio quando, ao passar descuidadamente e nu, junto a um capim grosso (Mwenkenene) a folha desse capim o circuncidou.
O jovem, envergonhado e temeroso, em vez de voltar para a aldeia, escondeu-se numas biçapas (moitas) que se aglomeravam no caminho para o rio.
O tempo foi passando, os dias viram semanas, sem que o rapaz se decidisse a voltar para junto da família; e durante esse tempo, sobrevivia alimentando-se do que pescava e caçava na sua solidão.
Fez ele próprio arco, flechas e lança, improvisou anzóis e armadilhas, observou os bichos comendo frutas e tubérculo silvestres, dos quais também se serviu para se nutrir, quando falhava a caça e a pesca.
Passou-se muito tempo, e já a ferida estava cicatrizada, quando Safuanandenda, saturado do seu exílio voluntário, se decidiu a voltar ao convívio do Mussôco.
Ainda envergonhado, para que não o reconhecessem, talhou numa cabaça o formato de uma máscara, colocou-a na cabeça e entrou na aldeia.
O espanto que causou foi enorme, tinha deixado de ser um rapazinho de quem todos se lembravam; era agora um homem auto-suficiente e experiente, a quem todos passaram a respeitar. Com a sua máscara infundia respeito entre os homens. Quanto às mulheres, dada a sua originalidade anatômica, todas passaram a assediá-lo.
As provações e auto-aprendizado por que passara, além de lhe desenvolver o corpo, deram-lhe um autodomínio que magnetizava a todos que com ele conviviam.
Apesar da pouca idade passou a ter lugar de destaque entre os homens, e nada se decidia, sem que ele fosse consultado, e a sua opinião escutada.
Os homens o respeitavam, as mulheres o desejavam, e todos o admiravam; admiravam a sua astúcia, a sua calma, o seu bom senso e a sua agilidade.
O fenômeno tomou proporções que levou o conselho dos velhos a reunir-se, e a chegar à conclusão que a Mukanda (circuncisão) só podia ser benéfica a púberes da tribo, deveriam a partir dessa data, submeter-se às mesmas coisas, e na mesma seqüência em que haviam acontecido com Safuanandenda.
Chamaram o Sobeta, e o convidaram para mestre de cerimônia e operador, orientando a par e passo todos os atos dos jovens púberes.
E assim teve início o ritual da Mukanda Kandongo
Muito boa tarde Tata Euandilu…….. como sempre, ótimo texto, mas infelizmente é uma pena que isso aconteça, sei que é uma cultura / tradição, mas não sou a favor, embora sigam uma cultura com fundamentos para tal.
Mas o que dizer da circuncião feminina que tbém acontece…
… “ela é um ritual comum praticado em certos países africanos, especialmente na Costa do Marfim… ” Muitas razões são dadas. No entanto, o objetivo principal é manter a mulher em submissão ao homem. A circuncisão impede a mulher de desfrutar do sexo na sua totalidade e sendo assim, as mulheres têm uma vida sexual de completa resignação. São mais dóceis porque sentem menos prazer. Algumas pessoas dizem que as mulheres que não foram circuncidadas não podem conceber.
No caso da infibulação, é para garantir a fidelidade da mulher. Na verdade, cada vez que o marido sai em viagem ele realiza a infibulação e no seu retorno ele ‘rasga’ os pontos… ”
Texto extraido do site: http//tilz.tearfund.org
Outros paises Muçumanos tbém usam a circunsição feminina para a mesma finalidade, só que em nome de Alá… rsrsrsrs
Abço
Infelizmente Júlia isso é uma prática ritualística dos Muçulmanos que fere e aleija a mulher…
A mukanda significa a passagem do menino para a idade madura..
Os dois são uma questão de cultura religiosa.
Tata, boa noite.
Apesar da grande maioria dos urologistas defenderem o
metódo de circuncisão, pelo menos o meu diz que é higienico e asséptico, o modo como eles fazem nos deixa chocados, porém são culturas e devemos respeitar os costumes de um povo sábio.
Obrigado pela informação.
Mo juba o.
São coisas muito diferentes a circuncisão masculina e a chamada “circuncisão feminina”, mais exatamente denominada de excisão .
Enquanto a primeira apresenta inúmeras vantagens ao homem, desde de facilitar a higiene até evitar doenças, a segunda é uma terrível mutilação.
Existem até mesmo fortes evidências que demonstram que a eliminação do prepúcio pode diminuir os riscos de contágio com o HIV.
Quanto a mutilação do clitóris, não é pratica Muçulmana tradicional, ocorrendo somente em determinados grupos que fazem interpretações mais radicais dos textos sagrados.
Acredito que, apesar do respeito às culturas tradicionais e aos hábitos dos vários povos, determinados comportamentos devem ser firmemente rejeitados, principalmente quando praticados com crianças, como é o caso da excisão.
Gostei muito da lenda e gostaria de saber qual é a fonte.
Axé,
Ricardo Costa.
Com certeza Ricardo eu acabei me expressando mal.
Não é todo Muçulmano que pratica isso e sim uma parte que sinceramente não sei identificar.
O meu post foi sobre a Mukanda ritualística no Kongo, só que fizeram comparação com a feita em meninas. E realmente uma nada tem haver com a outra.
Minha fonte são escritos de Kiber Sitherc. Prof da Universidade de Luanda.
Devido a este fato apresentar uma ligação com a circuncisão Judaica, gostaria de consultar ao meu mais velhos, se eventualmente foi possivel precisar a data da origem deste costume? deste de já atenciosamente.
K’ibo.
Kibo bom dia,
Esta lenda fala sobre o ato da Mukanda, sem precisar ou sequer falar em datas o que é comum se tratando de lendas, mas vou pesquisar a data e quando tiver posto aqui.
abçs!
Muito bom dia a todos!!!!
Tata Euandilu…
Referente ao meu texto sobre a “circuncisão feminina”, não quis fazer nenhuma comparação, somente citei que ela tbém existe, não só nos paises muçulmanos mas tbém em Angola………… sei que uma não tem nada a ver com a outra, e inclusive sei como são feitos tais procedimentos tão distintos, o texto foi bem sucinto, é uma cultura que deve ser respeitada, mas a circuncisão, este é o nome, feminia em alguns lugares inclusive de Angola tbém é uma cultura, não sei sua história, mas é um cultura…. descuple o mal entendido, podem desconsiderar o meu comentário anterior…..
Um forte Abraço!
Júlia
Boa tarde a todos
Para colaborar com o tema, segue alguns links de videos bem interessantes.
Que Nzambi abençoe a todos
Outro video sobre o tema:
Que Nzambi abençoe a todos
Circuncisão em grande parte de Angola, achei muito interessante e resolvi a postar tambem.
É um processo que não é feito sem rituais e cerimónias de consagração. Nas comunidades rurais, a educação tradicional é progressiva e sujeita-se ao modo de vida e às actividades de cada região, usando para o efeito o método da oralidade, da imitação e das experiências dos mais velhos. Mas para a transmissão de valores tais como respeito aos mais velhos, aos membros da família, sentimentos de pertença à comunidade ou de solidariedade e ajuda mútua, a oralidade toma primazia. Nas diferentes áreas sócioculturais de Angola, entre as instituições e os lugares mais privilegiados para a transmissão desses valores de mais velhos aos mais novos, destacamse: o Ondjango (Umbundu) e Côta/ Tchota (Côkwe) que são um espaço familiar ou comunitário onde os mais velhos resolvem os mais diversos problemas da população (os julgamentos, a entronização de chefes, os conselhos, a recepção de vistas, etc.); transmitem os valores morais, cívicos e histórias da vida comunitária. Tem também sentido de criar bons berços ou boa educação. Os Thucôkwe dizem “Au muthu kexi côta” (essa pessoa não tem Cota), referindo-se a alguém sem educação e que desconhece a sua origem linhageira ou munyaci. Nesses espaços e instituições de sabedoria, os mais velhos contam histórias do percurso da comunidade (origens, relações inter-étnicas, os conflitos, entre outros eventos mais importantes) e passam os ensinamentos sobre a vida dos antepassados fundadores, despertando e formatando nos jovens a consciência de pertença, de solidariedade, de respeito e de assumpção dos valores histórico-culturais. Quem mais frequenta este espaço são os homens. As mulheres podem participar excepcionalmente quando são convidadas para certos assuntos. O Acampamento é uma instituição onde os jovens de sexo masculino são introduzidos no “mundo dos segredos dos adultos”, cuja primeira fase começa com o corte do prepúcio a sangue frio. Nas populações de Angola, esta instituição de extrema importância na educação tradicional é conhecida por Evamba (Umbundu), Etanda ou Ekwendje (Nyaneka Khumbi), Mukanda (Côkwe, Luvale e Ngangela) e Mwanda (Kimbundu). A segunda fase consiste em introduzir nova linguagem (entre Thucôkwe, Luvale e Ngangela). Muitas palavras utilizadas na comunidade são rigorosamente proibidas, passando a empregar nos vocábulos. O candidato que por engano usar uma das palavras proibidas é cercado pelos colegas e alvo de zombaria e desprezo (é um método que obriga a rápida apreensão dos conteúdos dessa instituição). Completado o pacote dos diferentes itens do processo educativo tradicional nos acampamentos (vida ancestral, segredos dos homens, das máscaras e dos feiticeiros, bem como os testes de resistência, de virilidade e de velocidade), os jovens regressam ao convívio familiar com festas efusivas. Não importa a idade que tenha, o jovem iniciado no acampamento é automaticamente um adulto. Esta cerimónia que é um dos pontos mais relevantes da socialização dos jovens e que inicia com idades compreendidas entre 12 a 15 anos nessas comunidades reveste-se de suma importância pelos significados que encerra de todas as esferas da vida comunitária. Entre os Ngangela, Luvale, Côkwe e alguns Ovimbundu, as cerimónias rituais que consagram e legitimam essa instituição envolvem outros elementos de carácter “extra humano”, como por exemplo, as máscaras e os seus segredos, os nganga mukanda (feiticeiros da circuncisão), os guardiães da tradição tidos como possuidores de poderes extra naturais. Ao seu lado estão os tutores que ensinam e zelam pelo cumprimento rigoroso das normas e dos segredos do acampamento no sentido de nunca serem revelados, sob qualquer pretexto, às mulheres e aos incircuncisos. Cikumbi, Efiko, Takula, Efundula são instituições de iniciação feminina entre as populações Côkwe/ Luvale/Ngangela, Nyaneka, Oyo e Kwanyama respectivamente. Através da oralidade, as raparigas que apresentam o primeiro fluxo menstrual são isoladas pelo menos durante uma semana para apreenderem as normas e a essência da função de uma mulher, esposa, mãe, nora, boa dona de casa e a qualidade de trabalhadora no campo. Sob orientação e controlo de uma mestra, elas recebem as orientações e imitam tudo que a mestra faz, relativamente às formas de satisfação sexual do futuro marido. Esta instituição transforma o estatuto da mulher, pois de impúbere passa a ser “mulher adulta” pronta para contrair o matrimónio e formar nova família. Valores que essas instituições transmitem Em primeiro lugar tem o valor moral: através da mutilação do pénis a que deve ser submetido, o jovem aprende a suportar a dor; pela exposição ao tempo frio e às águas geladas e pela falta de alimentação, a passagem aos duros testes, ele aprende a tolerar as circunstâncias difíceis e a fome. Um segundo lugar o valor social e político: através da obediência aos seus tutores e sacerdotes da cerimónia, o candidato aprende a respeitar, reverenciar e venerar os mais velhos, servir os idosos, suprir as necessidades familiares e assumir responsabilidades políticas comunitárias. Em terceiro lugar o acampamento tem o valor religioso. O isolamento dos candidatos à circuncisão da comunidade aldeã, associado ao corte de prepúcio a sangue frio, significa a Morte; e o cumprimento de todos os testes e o fim dessa instituição têm o sentido de ressurreição para a nova vida. O iniciado volta ao convívio comunitário já com outro nome, é outra pessoa e um verdadeiro homem com estatuto de adulto, ainda que não tenha tal idade. Finalmente, o valor prático, consubstanciado em acções práticas, como construir uma máscara, dançar e cantar, exercitar os coitos, entre outros.
A educação tradicional e a consequente socialização dos indivíduos nas culturas e sociedades já referenciadas encontra nas instituições descritas o ponto mais alto, pois ela constitui um paradigma e giram à sua volta aspectos conhecidos e não conhecidos ou mistérios que só podem ser desvendados quando o indivíduo é iniciado à vida adulta e introduzido nas chamadas “sociedades secretas”, apreendendo múltiplos valores que coadunam com todas as esferas da vida.
Espero ter colaborabo um pouco.
Bàbá Omisile, ki ba se.
Um lindo texto.
Esta irmandade, está cada vez mais se superando em sabedoria e voluntariado.
Onon ajè, onon ire.
Mo juba.
Ki bà sé òlòórun, irmao.
Fui feito em angola e por falta de muitas informaçoes acabei em estar em terras de ketu, alias que tambem amo, me é de
uma grande importancia colaborar pois quando nao tinha consciencia do assunto , kimbumdo, kioko, kongo, umbundo e demais dialetos do povo banto e sempre me peguei salvando e conhecendo yemonjá iemanjá e nao ( kukuetu).
Kaia ou Kaiala e demais, já nao via mais como e entao decidir a propagar pelas terras yorubá. E ainda estou muito a caminhar, por esse facto que gosto de colaborar.
A área sociocultural Kimbundu comporta variantes como axiluwanda, lwangu, temwa, puna, ndembo, imbanga, holo, kari, xinji, minungu, bambeiros, kibala, hako, sende, ngola jinga, songo, mbondo, kisama e libolo. Elas estão repartidas numa grande extensão entre o mar e o rio Kwangu, excedendo para leste e transpondo para o sul e médio Kwanza, envolvendo as província de Luanda, Bengo, Kwanza Norte, Malanje e partes do Kwanza Sul.
Tanto os do norte como os do sul do rio Kwanza são bons agricultores em estações chuvosas, cujos produtos principais (mandioca, feijão, abóboras, legumes, frutas, inhame , etc.) são a base da sua alimentação, servindo também para o comércio nas kitanda (mercados populares onde se vende produtos diversos). Ao lado da agricultura, dedicam-se igualmente à caça, à pesca fluvial, lacustre e do litoral.
Entre os Ngola e os Njinga manifesta-se o talento musical expresso em xilofones (marimbas) curvos, de doze a trinta e duas teclas e cujas caixas de ressonância são constituídas por cabaças. O som da marimba apaixona não só os seus tocadores mas acima de tudo os bailarinos, tanto nos momentos de alegria (por exemplo nas cerimó nias de casamento, iniciação dos jovens ou na entronização dos seus soberanos) como de infortúnio (mortes e outras calamidades).
Os Kimbundu são igualmente propensos ao artesanato, praticando a escultura e em algumas zonas a arquitectura tumular de pedra para as campas dos seus soberanos.
Na Ilha de Cabo, mais conhecida por Ilha de Luanda, a comunidade aí residente conhecida como Axilwanda dedica-se à actividade piscatória.
“Não há momento mais doce e apreciável para se contemplar o modus vivendi dos Axilwanda do que ver os pescadores a manejarem as nguya (agulhas), wanda (redes) e cordão na concertação das armadilhas de pesca. Neste ofício, os pescadores apresentam-se vestidos de um pano, mas com o tronco nu ou com camisola interior. A cabeça, regra geral, é coberta com um pano em forma de turbante para se protegerem do sol”.
À pesca é dedicada uma cerimónia ritual conhecida como festa da Kyanda, uma evocação e prece à Sereia, padroeira do mar, a fim de proporcionar aos seus cultores a prosperidade e tranquilizar as forças do mar, as Kalema. Esse ritual que envolve oferendas de bebidas, comida e flores que são atiradas ao mar, é de extrema importância, pois não só participam os pescadores como também os anciãos e a comunidade da Ilha em geral, e de Luanda em particular.
Os Kimbundu foram activos organizadores de estados e constam na sua história, notáveis reis guerreiros.
Os Ovimbundu Os Ovimbundu ocupam o planalto central, um vasto espaço sub-rectangular a meio da metade Oeste de Angola, subindo da beira-mar às províncias de Benguela, Huambo e Bié. São caçadores savânicos, criadores de gado e acima de tudo herdaram a vocação agrícola, cuja técnica apresenta uma laboriosa agricultura cuidada, regada e estrumada, empregando em algumas zonas as charruas puxadas por tracção de bois. Praticam a siderurgia caracterizada por aspectos originais na construção de fornos, explorando e fundindo malaquites de cobre, sobretudo na zona de Benguela.
Segundo o historiador Cornelio Kaley, “o nascimento da criança inicia a primeira etapa em que a comunidade inteira chama a presença dos espíritos dos antepassados. Essa presença realiza-se através de um nome que pode traduzir as circunstâncias que envolveram o seu nascimento: o tempo, a geografia, a calamidade, a fome ou abundância.
Quando o casal tenha tido crianças que não sobreviveram, o recém-nascido recebe um nome qualquer que afugenta os espíritos”.
À semelhança dos outros povos bantu, o nome é a tradução da personalidade individual e colectiva com todos os aspectos que identificam o seu detentor e também a família, pelo que a outorga do nome constitui o primeiro passo da socialização.
A educação tradicional começa logo que a criança nasce, envolvendo não só os seus principais tutores (pais), mas também a comunidade.
Os aspectos mais importantes são transmitidos aos jovens no Ondjangu, “… onde os mais velhos trocam ideias e experiências e onde a juventude é convocada para aprender tudo o que se relaciona com a vida. Ondjangu é uma instituição de ensino onde é moldada a personalidade (muntu) do povo, de acordo com os hábitos e costumes da terra”. A introdução dos jovens do sexo masculino no mundo dos segredos dos adultos que envolve toda a idiossincrasia umbundu ocorre numa instituição de educação conhecida como Evamba que começa com o corte de prepúcios a sangue frio, passando por um duro processo de aprendizagem de tudo o que satisfaz a vida, diferentes testes de resistência, danças, cânticos, construção de máscaras (ovingandji) e termina com o regresso à comunidade aldeã.
No aspecto artístico, os Ovimbundu mantêm, em certas regiões, uma escola de escultura animalística e de uma variedade de máscaras, tidas como padroeiras da escola de iniciação masculina (Evamba). As danças ao som de batuque ou música palmada, bem como as canções e cânticos fazem parte do lazer e também consagram as cerimónias.
Os Ovimbundu criaram notáveis estados ou reinos com impressionante organização administrativa, como foram os casos dos reinos de Wambu, Kakonda, Viye, Mbailundu e outros. Foram igualmente hábeis construtores de fortes nas Embala ou muralhas defensivas.
BOM DIA. EU TIVE COMO SENDO UM PESADELO. ME VI, PRESA, SEM PODER FALAR, GRITAR, MEXER … APARECIA UM EXU, DIZENDO: ELE TRAZ PRA PERTO QUEM ESTÁ LONGE E QUEM ESTÁ PERTO, PRA MAIS PERTO E ELE VEM COM UM MARAFO NA MÃO… REPETIA ESSAS PALAVRAS, VÁRIAS VEZES. SE ALGUÉM PODER ME EXPLICAR, AGRADEÇO. ASÉ, MOTUMBÁ!
Eu estava procurando essa informação por algum tempo. Quase duas horas de navegação online, finalmente eu vi no seu post. Eu me pergunto por Bing não classificam este tipo de sites bem na SERP superior. Normalmente os sites de topo estão cheios de juncos. Talvez, o tempo Aos usar outro mecanismo de busca.
Bruna, sonhos são complicados demais de serem decifrados, somente òrúnmìla, Senhor so Testemunho, poderá que dizer alguma coisa através de um jogo.
Desculpe, mas somente deste jeito vc terá informação mais precisa.
Ire o.
tenho 43 anos e todas as caracteristicas de ode.ja fui catolico praticante e evanjelico fervorozo.em janeiro de 2007 tive um acidente de moto,um carro me atropelou e me jogou de um ponte de ums dez metros abaixo.tive varias fraturas e fiquei varios dias em coma.nun desses comas sonhei com um preto velho que irradiava muita luz,quase me segava no quarto de hospital e ele me dizia que eu ia ser do candomble.me recuperei e voltei minha vida normal de evangelico e fisioterapias,mas alguma coisa me consumia por dentro,tinha visoes de orixas e exus,parecia que ia enlouquecer de dores de cabeca,os pastores diziam que era pelo acidente e era o diabo que queria me levar para perdicao.nao aguentei tudo aquilo e por 3 vezes a madrugada,tentei o suicidio com minha arma,e as tres vezes desmaiei e acordava chorando igual a um menino.nao teve jeito,procurei alguns zeladores aqui na minha cidade,um dissse que eu era louco e que os orixas nao queria nada comigo e me orientou procurar um psiquiatra,outros me deram santos diferentes.ja estava quase desistindo quando lembrei de um primo carnal que e baba e fui procura-lo no seu jogo deu;oxossi erile,iansa egunita e obaluaie azauane.em novembro de 2009,dei um bosse(um bori maior)e frequento e sou muito feliz nesse ille.hoje sofro muito preconceito e humilhacoes por ser da religiao,meus amigos e parentes se afastaram e nao falan comigo.so minha mae,meus filhos e minha atual esposa(a mae dos meus filhos nao aceita e separamos)me aman e me quer.hoje sou aposentado como sargento da policia militar e apesar dos preconceito sou feliz e estou em paz comigo mesmo.so esta faltando uma coisa pra me completar;eu bolar e ser feito.pergunto;existe algumha reza ou obrigacao para que o orixa venha tomar seu filho ou temos apenas que esperar?desde ja espero e agradeco a pasciencia comigo.peco resposta e abencao a todos.ah.nao fiz essa percgunta a meu baba pois o mesmo esta viajando.axe a todos.
Militar, bom dia.
Primeiramente, deixe puxar sua orelha, não usamos estas expressões (palavrão) em nosso blog.
Òrúnmìlá muitas vezes nos revela segredos em sonhos, existe um òrìsá que comanda os sonhos, porém vc foi resgatado por seu òrìsá, graças a Olodunmarè.
Vc se encontrou, mas houve desencontro entre vc e seus familiares, essa intolerancia religiosa é capaz de separar familia, muito triste tudo isso. E vc terá que ter paciência, sabedoria e sensibilidade para lidar com este problema.
Sua aposentadoria lhe ajudará, vc terá tempo para estudar e conheçer nossa religião, pois somente assim vc estará apto e discutir sua nova religião com seus familiares e mostrá-los que pode haver convivência pacífica entre todos.
Quanto ao seu jogo com este zelador, vi muita coerência entre os òrìsá apontados, reaalmente está, pelo seu relato, tudo certo e se encaminhando.
O seu Ori, sua cabeça interior – leia post sobre ori aqui no Blog- já decidiu o que quer, isto é ótimo, falta apenas seu zelador verificar quais seram os próximos passos.
Só não se esqueça que este período inical é primordial para cimentar sua decisão, veja e OUÇA muito, pratique a solidariedade, o amor ao òrìsá, saiba que existe uma doação constante e nossa religião é feita de presença fisica, não tem esse negocio de rezar de dentro de casa. Tem que estar presente, não se aboreça por lavar, varrer, limpar bicho e se necessário até fazer comida.
Que meu pai Erinlé, o caçador de elefantes, amigo inseparavel de Òsún e Obatalá, pai de Logunedé, senhor de águas e matas, o duplo masculino e feminino, manipulador de ervas, Onisegun (feiticeiro), possa lhe oferecer um caminho de prosperidade, vida longa, saúde, equilibrio e sabedoria.
Heepá Odé, Oke aro, arolè.
Que vc seja feliz em sua nova caminhada.
Ire o.
Militar, leia este documento.
http://orisaifa.blogspot.com/p/ode-erinle.html
Está em meu blog.
Asè o.
Gostaria de saber o que significa ser filho de Oxossi,Oxum e Iansã.Quais os benefícios e dificuldades.Minha vida profissional está de cabeça para baixo.Não consigo mais arrumar emprego,mesmo tendo um bom currículo.Já procurei terreiros de Umbanda e Candomblé e só encontrei mistificadores.Se conheceram algum terreiro de Umbanda de confiança podem me ajudar.Obrigado.
Sr. Euandilu, boa tarde!
Não é o tema proposto, mas gostaria de saber se na sua nação Bate Folha, os Ogãs são raspados?
Não Rodrigo, na minha casa e na minha nação, Kambondo é confirmado.
Euandilu, boa tarde e muito obrigado pela resposta.
Ocorre que, fui uma vez informado que sou ogã, não o sei o termo da sua nação, mas confesso que foi o melhor candomblé que já assistir. Angola/Congo Bate Folha, mas ouvi pessoas dizerem que na matriz em Salvador/BA isso já ocorreu, sendo o líder atual ogã e raspado. Desta feita, não entendo, razão pela procurei perguntar ao Sr., com muito respeito é claro, pois não devemos acreditar em tudo que é falado.
Reitero, assim a finalidade de minha pergunta que não é causar polêmica e sim para que me norteie quando for procurar uma casa de Axé para cumprir com minhas obrigações.
Obrigado e parabéns pelo vasto conhecimento e educação demonstrados aqui.
Abs
Bom Dia!
Poderiam me recomendar algum livro sobre Angola? Quase não acho literatura sobre Jinkise!
Algo básico mesmo! Sou de Keto, mas minhas raízes são Angola e queria saber um pouco mais!
Motumbá!
Euandilu,
Você poderia traduzir esse cantigo de oxalá pra mim…
Auê Lembá, é um táta, é um curumã.
Auê Lembá, é um táta dì oshalá.
ritual da Mukanda Kandongo ainda acontece no candomble? esse ritual corta o prepucio do homem é isso? nossa que medo risos abraços
A CIRCUNCISÃO
Nos tempos dos nossos antepassados, a circuncisão foi um acto comum, o seu objectivo principal era levarem os seus filhos a esse rito, alem das exigências da própria tradição, tinha também a pratica por razões de purificação do corpo da sujidade que o prepúcio transporta; sem corte deste bico, é difícil ter relação sexual com qualquer jovem ou mulher Lunda e conjugação matrimonial. Porque nos Lundas Isso era um sacrifício demonstrado pelo homem permitir que seja operado a sangue frio, oferecendo assim o poder da reprodução aos deuses da fertilidade. Segundo os nossos narradores, a circuncisão é a via principal de o jovem alcançar a vida adulta.
Entrada
A Cerimónia da circuncisão tradicional masculino lunda, é muito importante para a mesma Etnia, eles circuncidam os seus filhos quando estes atingirem os seus 12 anos, depois de os mesmos distinguirem a vergonha.
Para preparação desta cerimónia: de principio os lundas preparam a carne, o bómbó e outros produtos para manterem no stok durante o tempo e quando próxima o dia da sua celebração, preparam bebidas e palhaços que os lundas denominam: chihewu, chizaluki e nvweñi, para exibi-los durante a festa, os palhaços são feitos localmente ou alugam quando não os tiverem.
Indica-se o mestre circundante, este quando é indicado, prepara nfunda onde transporta o kaloji e outros utensílios para a operação dos prepúcios dos rapazes.
As Tardes pelas 16 ou 17 horas são os períodos que os lundas dão inicio das cerimónias de mukaanda; logo que a festa toma o poder, a população festejando e o palhaço chihewu vai divertindo durante a noite toda com os adolescentes que aguardam pela operação no dia seguinte.
Dia seguinte os adolescentes preparados são levados para o lugar de operação, estes antes de serem operados, são denominados, pelo que o primeiro rapaz o dão o nome de Chijiika Mukanda – este é o responsável dos outros porque os seus pais são também os responsáveis pela mukaanda, depois segue o kambuñu – o adjunto, e o ultimo a ser operado se denomina kasula. Quer dizer esta ordem só se indica o primeiro, o segundo e o ultimo, o resto é tratado simplesmente Nyadi.
A Circuncisão para estes, é feita a sangue frio e ocorre a distância de aldeia, para evitar que a população, muito em especial os parentes dos rapazes ouçam os gritos de seus filhos produzidos das dores durante o acto de corte de prepúcios. Depois deste acto, o mestre circundante toma o medicamento que traz consigo na nfunda e prepara, mergulha-o no izawu para posterior servir de tratamento dos circuncidados. Depois de 7 dias preparam-lhes nkambi para vestirem durante o seu tempo na mukaanda.
Esta cerimónia é mais realizada nas estações de cacimbo, esta estação é aproveitada devido o frio, com o frio facilita a cura das feridas e os mesmos vivem em regime de internato até a sua saída. Os rapazes abrangidos vivem em regime de internato até a sua saída. Cada um é guiado ou controlado durante o tempo na mukaanda ou katema por um chilombola, este tem todo o poder de o instruir os preceitos da tradição da Mukaanda Lunda
Depois da cura das feridas, os seus responsáveis preparam um condigno lugar no rio situado próximo da aldeia para lá os purificarem. Durante do acto de purificação os seus familiares e os demais parentes ficam emocionados e cada um esforça-se no meio de multidão para conseguir uma excelente posição que lhe facilita observar o seu filho que alcança a nova vida na cultura Lunda.
As senhoras aparecem a esse acto todas untadas de argila branca ou mpemba e de cinza, simbolizando alegria, paz e liberdade.
Findo este acto e depois de regresso ao local de Mukaanda, os rapazes são libertados em algumas proibições que lhes era vedado, são periodizados a passarem a lavarem-se diariamente ao rio. O tempo de isolamento desses miúdos, descobre-se com os yilombola, dirigindo-os, instruindo-os artes de armar laços, ratoeiras, armadilhas, cavar ratos, caçar pássaros com maswawu e fisgas e os fazer cumprir e respeitar as leis e ensinamentos dos lundas na mukaanda.
O rapaz que não obedecer a esse regulamento, é logo punido ou aquele que contra versar com o seu responsável, ou mesmo com o seu colega, é obrigado a ficar com a perna levantada para o ar durante algumas horas ou mesmo passa a fome todo o dia.
Esse é um dos castigos aplicados na mukaanda dos lundas para correcção.
Os rapazes no internato, todas as manhãs antes do nascer do sol, entoam canções dizendo no seguinte: “ Itañwa detu denzoo-o , ee-e denzoo-o,” quer dizer, lá vem o nosso sol, lá vem! cantavam repetidamente até o aparecimento total do sol e as tardes antes de despontar do sol, os mesmos cantam repetidamente até o despontar do sol: “ Itañwa detu dayoo-o ee-e dayoo-o.” que diz: Lá vai o nosso sol, lá vai!!!
Para as refeições dos rapazes na mukaanda, são feitas pelas suas mães e transportadas para o recinto de internato pelos seus yilombola. Quando os yilombola aproximam com as refeições ao cerco de internato, os yilombola durante a caminhada com os alimentos em sua posse, vão entoando canção dizendo no seguinte: “ vudee-ee eehewaa-aa vudee-ee eehewaa-aa” assim sucessivamente, procede-se para que os rapazes ouçam e todos sentados nos seus devidos lugares, cobrindo-se de seus cobertores ou fecham ao seus olhos e baixadas as suas cabeças para não verem a entrada das refeições no seu cerco. Para tomá-las, aguarda-se pelas orientações dos seus yilombola.
Cura das feridas
Antes da cura das feridas dos rapazes, as suas refeições são feitas pelas suas próprias mães, as mães que responsabilizam pela alimentação diária dos rapazes antes de sararem, são proibidas a fazerem relações sexuais, não tomar banho, não lavar a cara, não mudar a roupa do corpo. isto serve e servia para protecção dos seus filhos para alcançarem a cura rápida das feridas dos prepúcios. Elas conheciam o banho só depois de os seus filhos curarem-se e purificados no rio, conforme a passagem já referida.
Depois da cura dos rapazes, os demais parentes são aceites a fazer alimentação para aos rapazes.
Durante esse tempo, se por ventura falece um dos rapazes na mukaanda, os seus responsáveis não comunicavam aos parentes do falecido, seja que o seu pai toma o conhecimento, mantinha-se silêncio e o resto da família dava conta dessa morte, no momento da celebração da retirada dos mesmos na internato.
Saída do Internato
Depois da cura das feridas dos rapazes e concluídas todas as instruções, os peculiares da cerimónia e seus parentes, dispõem-se de bebidas para o festeja da saída. Enquanto os yilombola já também dispõem de novos vestes para seus nyadi.
Eles são retirados da mukaanda para a aldeia no período da tarde e são postos a repousarem num só lugar; em antemanhã os responsáveis pelos mesmos na mukaanda, retiram nkambi, cobertores e outros objectos utilizados pelos rapazes durante o tempo de isolamento e queimando-os dentro de ilapa.
Quando se procede o acto da queimada, os rapazes que viviam nesse recinto, são cobertos com esteiras e as senhoras das aldeias, umas vão batendo palmas rituais, outras batendo nas esteiras, cantando e lançando gritos ritualmente lunda para evitar desse modo que os recém circuncidados vejam a clareza e ouçam o explodir do fogo da queimada da mukaanda, pois para os lundas, é expressamente proibido.
Dia seguinte de manhã cedo os rapazes são cortados o cabelo e levados para o rio próximo para serem preparados; depois de um banho, são vestidos de nova traje preparada pelos seus yilombola e dados novos nomes, cujo alguns destes nomes com eles permanecem até a idade adulta, saem do rio para a aldeia, transportados sob ombros dos seus yilombola e directamente às esteiras preparadas para repousarem.
Em seguida, procede-se o acto de ofertas; as ofertas que se dão aos rapazes serve para os seus yilombola que os cuidaram durante o tempo, esse é o seu pagamento.
Terminada a cerimónia da retirada dos nyadi na mukaanda, os mesmos vão para os lares dos seus familiares. Em seus passeios, estes em grupo andam, preservando os conselhos catados durante o tempo na mukaanda.
Para os lundas, os homens não circuncidados não são permitidos a terem cônjuge, nem tomar refeições com os velhos, pois os mesmos constituem nojento perante a tradição.
No caso que uma menina lunda praticar relações sexuais com individuo não circuncidado e se os velhos perceberem dessa relação, a rapariga é logo sancionada e o rapaz é apanhado e cortado o prepúcio.
Todo o individuo circuncidado tradicionalmente lunda é firme em tudo e domina os actos da mukaanda.
Os Rapazes passados nesse tipo de mukaanda, diferem-se muito com os circuncidados
cientificamente.
Esta é a mukaanda do homem lunda.
A CIRCUNCISÃO MUÑOÑI
(circuncisão para instrução)
Muñoñi é outra potente mukaanda dos lundas, que os homens já circuncidados na mukaanda normal que já se referiu, e fazem parte nesta, quer os casados, quer os não casados, excepto os não circuncidados.
Os homens nesta mukaanda aprendem ser corajosos, consistentes, segredo e sabedoria para distinção de causas.
Para preparação dos homens que participam a esta mukaanda, procede-se da seguinte:
Os Homens abrangidos para este acto, são convidados e explicados pelos chefes das aldeias: “ Vós que fostes circuncidados na mukaanda katema, deveis participar também n mukaanda muñoñi para tornarem homens firmes, rígidos, rigorosos, activos, etc.”
E indica-se o Mestre para levar a acabo este acto.
Após a indicação dos participantes e outros preparativos, um dos familiares dos que farão parte à muñoñi vai ao encontro do mestre preferido para perante este suplicar e dizer: “ Desejamos que encaminhes os nossos filhos para a instrução muñoñi, ”
O Tempo para festejo deste acto é estipulado pelo mestre indicado.
O Mestre e os homens já passados na mukaanda desse tipo, preparam o lugar próximo do cemitério para o acto, seguida preparam lenha onde vai se acender o santo fogo de muñoñi.
O fogo para este acto, não é acesa pelo ser humano, é feita pelos defuntos, “ os indivíduos presentes ao acto, cantando canções de tradição muñoñi e de repente aparece uma chama de fogo vindo do cemitério e pousa sobre a lenha preparada e nela explode o fogo e assim a lenha é acesa ” esta é a fogueira onde os que participam nesta instrução vão se aquecendo durante a noite. O lugar de instrução é designado: “ Izembi ”!
Antes de os participantes conhecerem as instruções, primeiro aparece por toda a mata várias magias tais como: Chamas de fogo, rugir de leões e espíritos de outro mundo ameaçando os participantes. Estes fenómenos de ídolo tradicional, surge para temperamento da coragem dos homens presentes. Depois leva-se acabo durante toda a noite o acto de instrução. Para efeito utiliza-se canivetes, flechas, agulhas e outros meios de pontas finas com que as suas pontinhas vão picando e biscando os corpos dos participantes durante a noite.
Sofrimento, condoer, gritos, etc. fazem sentir aos homens participantes.
O Homem instruído nesta academia, torna-se vigilante e poderoso em tudo.
Dá-se ao mestre desta mukaanda o nome de Coveiro, pois numa das suas canções entoadas durante o acto de instrução diz no seguinte: O Não instruído, quando defeca não vigia…bis.
Na verdade nota-se alguns indivíduos quando estão repousando não vigiam, mas o homem instruído tradicionalmente lunda, repousando num lugar a sua intenção toda é vigiar e observar o perigo que da fachada ou de mau agouro vem. Estes são os comandos do exercito tradicional lunda, coveiros que têm a missão de prender todo o individuo que desobedecer as ordens e determinações dos chefes de aldeias ou dos sobas, como por exemplo: o individuo que contrai problema de makoji com a esposa do outro, é dado a multa e se este não obedecer, demonstrar valente e rígido, eram chamado os coveiros para o prender. Quando os mesmos chegam a casa do malandro, isto é de noite, ele sentia-se ao cimo de sua casa a tremesse e caindo alguns objectos dentro do seu quarto semelhante as pedras, com o medo ele sai de sua casa para fora e longo era capturado e levado para o lugar de decisões e chicoteado. A sua manha findava naquele instante.” Narrado por Pedro Daimon Chombo”.
É assim que os lundas se preparam os seus homens para sua defesa.
CIRCUNCISÃO FEMININA
A circuncisão feminina é também um acto obrigatório e importante para povo Lunda, este se associa a um determinado rito que a mulher Lunda tem praticada sobre os seus genitais e que têm uma origem cultural feminino mwanchiyavwa.
Este acto é chamado aumento genital feminino. A circuncisão feminina aumenta o prazer de sensação sexual da mulher, embora a sua prática acarreta sérios riscos de saúde e muito dolorosa.
Para circuncidar a rapariga lunda dependia de sua mãe e avó, porque a estas cabe o controlo dela, as senhoras idosas descobrem através do desenvolvimento dos seus seios ou pelo aparecimento do seu primeiro fluxo menstrual. Quero com isso dizer, existem dois tipos de circuncidar as adolescentes Lunda, a)- apanhada, b)-a crescida “.
A apanhada descobre-se através do desenvolvimento dos seus seios. Quando é aprovada esse desenvolvimento, os familiares desta reúnem-se para estipulação do dia para apanhá-la. Quando esta é apanhada, é metida na cozinha onde permanecerá sete dias sem provar o nshima, alimentando apenas só o mel e mandioca até ao dia de sua cerimonia de Circuncisão.
A Adolescente crescida, esta a descobrem quando durante o tempo das suas brincadeiras não volta cedo para à casa, isto indicava às senhoras adultas o aparecimento do primeiro fluxo menstrual, ou cresceu e está em altura para mukaanda.
Nessa primeira menstruação pode deixar a rapariga confusa, muitas sentem medo ou ansiedade. Isso ocorre principalmente por falta de esclarecimentos; ver sangue em geral, assusta as pessoas, visto que normalmente é associado a dor ou ferimentos. O sangramento menstrual é um processo normal que ocorre em todas as raparigas e não produz dores. O fluxo menstrual, em algumas ocasiões de aparecimento, é derivado pela alimentação, trabalhos pesados e altitudes, esses factos podem afectar a idade da rapariga e provocar-lhe sangue que culmina com a colocação da mesma aos ritos da feminilidade.
Para comemoração:
Os familiares e parentes, preparam bebidas, alimentos e indigitam a nkoñu sem a mesma perceber, alias, tudo que se trata com relação a ela, não pode perceber.
Depois de tudo, pelas quatro horas de madrugadas a nkoñu, familiares e as demais senhoras idosas, deslocam para a casa da rapariga buscá-la. Postas a casa desta, ela é lograda da forma que lhe produza medo e saía urgente para fora, assim sendo é apanhada pela nkoñu e levada consigo para mwidi. Posto ao lugar preparado ela é tapada com cobertor e acendem para ela uma fogueirinha onde vai-se aquecendo, enquanto a inkoñu e as demais senhoras idosas vão preparando o lugar mwidi onde ela permanecerá deitada aproximadamente 8 horas.
Logo que amanhece 5 ou 6 horas, a rapariga é retirada da fogueirinha e é posta deitada ao lado da planta já preparada pela sua Nkoñu e a população inicia com a festa, homens e mulheres dançando ao som da sikinta e de kamukulu, as frequentes danças dos Lundas.
Período de tarde;
depois de toda alegria, os homens preparam-lhe a inkunka onde passará viver durante o seu tempo de isolamento. Preparam-lhe também instrumentos toucadores makunkudimba onde passará divertir-se, é por meio deste instrumento que ela transmite o seu sentimento para com a pessoa que desejar ou comunicar para a família na aldeia.
Na inkunka a kankaña durante o seu tempo vive com a kasoseli, esta é a sua servidora. Todas as saídas da Kankaña fora do recinto, é com a kasoseli anda, ela é que a segura para a dirigir, porque ao sair da inkunka a kankaña sai tapada de cobertor e anda baixada até fora de aldeia.
A sua primeira refeição, são cinco bolinhas de pirão preparadas com o medicamento proveniente de ratos da selva. A inkoñu coloca as cinco bolinhas de pirão nas junções de seus cinco dedos da mão direita e a rapariga vai tirando uma por uma e vai comendo, cada vez que a kankaña vai tirando as bolinhas de nshima, a mestra vai contando: kamu – quer dizer um, kayedi – quer dizer duas, kasatu – três, sensivelmente até cinco bolinhas, depois de tomá-las, a rapariga é autorizada a participar em qualquer refeições que lhe é cedida.
As Refeições para a rapariga no internato sai das cozinhas dos seus familiares e parentes, a kasoseli é que as transporta. Quando esta traz as refeições para inkunka, ao aproximar-se a avisa para se cobrir e quando pousar os alimentos é assim que a ordena descobrir e antes da rapariga tomar a refeição, a kasoseli é a primeira prova-la.
Cabe à Iinkoñu instruir a rapariga os preceitos da cultura e tradição da mulher durante o tempo da feminina na circuncisão, fazendo-lhe as incisões e puxa o clítoris com medicamento tradicional, para além de aprender a dançar entre outros ensinamentos, no período ritual feminino em que a mulher permanece seis a doze meses também lhe são feitas alterações, tais como, o aumento dos órgãos genitais, concretamente os grandes lábios do sexo, cortes na parte facial do sexo e na anca para agradar o homem com que ela fazer relações.
Para a tradição Lunda, o engrandecimento dos lábios e do clítoris genital é certa, pois a mulher sem essa preparação torna-se nela rápido o pénis penetrar.
Enquanto a tradição da feminilidade Lunda tem por outro notar homem capaz e com potencia sexual suficiente para a satisfazer.
Conforme já fizemos referência acima, a mãe e a avó têm poder na preparação das suas filhas, elas acreditam que se a rapariga não for aumentada os lábios superiores do sexo e o clítoris, o homem não o amará tanto, porque durante o acto sexual não produz muita caloria ao pénis do seu esposo, aliais, durante o acto sexual, o homem lunda, antes de penetrar o seu pénis ao sexo de sua cônjuge, a faz coceiras no sexo, puxando os lábios e mexendo o clítoris genital, para lhe produzir sensação que lhe deixa louca, também o homem altera e ganha mais tesão, assim os dois tornam-se búfalos na cama.
Certas mulheres que não passaram nesse tipo de preparação, lamentam porque estão fora dos ritos da mulher e que elas não são puras.
A rapariga é aconselhada:
satisfazer os desejos de seu esposo quando for casada. Por exemplo, durante as noites a mulher atrás do homem dorme, para dormir ou para levantar-se da cama, deve primeiro pedir a permissão ao seu esposo que a frente da cama está dormindo. Ou mesmo na cama ao dar costas ao seu esposo deve o pedir premissa; a mulher na cama deve encostar-se ao seu esposo para que os seus seios o toquem para o dar mais amor e criar-lhe rápida sensação e fazer sexo.
A Mulher Lunda é uma mulher preparada em tudo, o seu calor fortifica a potencia sexual do homem e lhe dá mais vontade, pois ela durante o tempo no internato vai tomando alguns líquidos de medicamentos de raízes e aquecendo-se na fogueirinha onde também é posta raízes medicamento que farão efeito para produção da temperatura do corpo feminino.
Ela também é aconselhada, quando estiver no período menstrual, não pode dormir na mesma cama com o seu esposo, prepara assim a sua no chão onde acomoda-se durante o seu período, só volta a dormir com o seu esposo depois de parar o fluxo de sangue. Também em suas regras menstruais, é vedada, não preparar alimentos para seu esposo e os demais parentes.
É assim que os narradores explicaram.
Durante o processo de internato da rapariga na Mukaanda, os seus familiares e os demais parentes ficam emocionados dos ritos que a filha está recebendo da sua instrutora. Depois da rapariga concluir com êxitos o ensinado, é ofertada uma galinha pelo seu futuro noivo, isso se ela o tiver; caso não, o seu pai o faz.
Terminadas todas as instruções, os familiares, parentes e pessoas amigas preparam a cerimónia da retirada da mesma na mukaanda.
Saída da rapariga no Internato
Para a cerimónia da saída da rapariga na mukaanda, preparam-se bebidas e alimentícios para assegurar os visitantes durante os dias da cerimónia. Esta festa tem iniciado as manhãs.
A População festeja durante o dia todo, dançando ao ritmo de nkaña. Se a rapariga tiver noivo, nesse dia o mesmo repousa com os seus amigos no ilumbi lugar preparado para noivados.
Durante o repouso dos felizardos rapazes, são abastecidos de bebidas preparados pelos os familiares da rapariga.
O Dia desta festa é de extrema consideração para os familiares de ambas as partes, pois dia seguinte os seus filhos são unidos matrimonialmente.
Pela madrugada do dia seguinte, a rapariga é retirada da Inkunka para um lugar seguro e é escondida, onde os familiares e parentes do noivo vão procurá-la, procede-se assim só quando ela tiver noivo, e se não o tiver, os seus pais fazem cobrem o acto, e quando é encontrada, é levada para o lugar onde vai lavar-se e depois vai almoçar nshima com a carne, depois de um descanso, segue o momento de preparação da adolescente, “ bajulada com óleo rícino misturado com o pó de caulino vermelho e enrolada de missanga quase todo o corpo” e é conduzida para o recinto da cerimonia para bailar.
O óleo bruto é de coloração palha-claro que, ao ser refinado, fica quase incolor, com odor característico. É solúvel em solventes, como etanol, metanol, éter, clorofórmio e no ácido acético glacial. Segundo Ribeiro Filho (1966) sua solubilidade no álcool, com cerca de 44ºCartier, possibilita o uso do álcool como combustível, sem causar ressecamento nos motores a explosão. As características físico-químicas e a composição em ácidos graxos do óleo de mamona podem ser observadas nas Tabelas 1 e 2.
Mamona ou Rícino, é um arbusto de cujo fruto se extrai um óleo de excelentes propriedades, muito utilizado como insumo industrial. O Óleo de Rícino ou Mamona é o produto principal, sendo a torta o produto secundário, que é utilizada como fertilizante e tem a capacidade de restaurar terras esgotadas.
O Óleo de Mamona ou Rícino pode passar por diferentes processos, obtendo diversas denominações: Medicinal ou Extra Pale, Hidrogenado, Desidratado, entre outros.
O óleo de rícino ou óleo de mamona é um líquido amarelo pálido de alta viscosidade extraído da mamona, a semente da mamoneira (Ricinus communis L.). Este é o principal produto de relevante importância econômica derivado desta planta.
Este óleo é usado há séculos como anti-inflamatório e antioxidante devido aos seus muitos benefícios terapêuticos e medicinais.
O pó de caulino que entra aos olhos era removida com óleo de rícino, pode ser utilizada como colírio para remover quaisquer detritos que entraram nos olhos quase que instantaneamente e parar a irritação causada por ele.
Este acto é da responsabilidade das senhoras idosas. Findo o tempo, é retirada do recinto pela Inkoñu e é conduzida para o lugar de descanso onde se encontra a repousar o seu noivo e amigos.
Tempo de Oferendas,
Chegada o tempo de o povo proceder com as ofertas, os amigos do noivo se retiram do lugar, deixando a rapariga, o noivo e a kasoseli, ambos silêncios e sentados, em suas frentes são postas duas bacias dos quais uma para a rapariga e outra para o noivo, onde a população presente vai depositando a sua oferenda preparada.
Durante o momento de ofertas os presentes entoam canções e lançam gritos rituais lunda, simbolizando a alegria, o amor, a paz e o respeito aos ritos da tradição feminina lunda.
A família do rapaz recém casado, em honra a tradição devolve à família da rapariga as vestes que ela usou no acto de casamento.
Não cumprindo esta obrigação cultura, rapariga fica vedada, “ não muda de veste, não fazer tarefas da cozinha, etc.” este processo é obrigatório e é uma lei para toda a geração e cumpre-se!!
Ou mesmo se a família do rapaz não horar a obrigação, para sempre ficava uma dívida entre as duas famílias ou mesmo durante o tempo que se leva sem honra a esse, produz graves problemas entre as partes.
Terminada a cerimónia, a inkoñu e parentes da rapariga, a conduzem para o seu novo lar.
Passando uns dias dois ou três os pais e parentes da rapariga abastecem o lar do recém casado com cestos de bombó, galinhas, cabritos, cabaças de bebida hidromel, marufo e outros produtos, isso é para fazer pegar a sua filha nas panelas, “ para que ela tome os trabalhos da sua cozinha ”.
Uns dias depois, os familiares do esposo também preparam cestos de bombó para retribuição ao gesto dos familiares da rapariga. Este processo, para os Lundas significa autorizar a rapariga visitar os seus pais e os demais parentes, pois antes deste procedimento, a rapariga é privada de qualquer movimento dentro e fora de casa onde é casada.
Depois de tudo,
Ela é aconselhada não utilizar roupas curtas, para evitar que as suas coxas sejam vistas pelos outros homens. A sua anca, a sua barriga e os seus seios, só o seu esposo é o individuo permitido vê-los.
Esta prática sempre foi observada pelo povo desta cultura como ritos de acesso a umas proibições.
Estes são os Lundas…
Este texroo deixou–me claro sobre tudo o tema que trata de ciricunsição. E preciso saber se existe tambem nas mulheres.
CIRCUNCISÃO=Essa costume que a maioria dos povos pratíca,teve como origem a facilidade da higiene,toda a mãe em qualquer cultura se preocupa com a limpeza do pênis de seus filhotes e é ciente dos problemas que podem surgir se a mesma não for bem executada.
Gostei d historia
uma explicação cabal, gostei e bebi o necessário sobre a circunsisão feminina. obrigado
Gostei da estória, é sempre bom conhecermos nossa para compreendemos melhor a nossa sociedade actual.