Ng’oma ou ngoma (expressão que significa “tambores”) é o tambor típico encontrado em toda a África bantu, construído esticando uma pele de animal sobre um cilindro de madeira. O seu uso foi levado pelos escravos negros por todo o mundo. No Brasil é usado nas cerimónias do candomblé.
É semelhante às congas.
O Atabaque de Origem Africana, hoje muito utilizado nos cultos aos Jinkisi – Orixás e Voduns, de religiões também de origem afro, É na verdade o caminho e a ligação entre o homem e e seus Jinkisi”, os toques são o código de acesso e a chave para o mundo espiritual. Existe informação sobre o atabaque escrita sob duas perspectivas diferentes:
O atabaque enquanto objecto sagrado no candomblé, Batuque e Xambá
De origem africana, o atabaque é usado em quase todos rituais afro-brasileiro, típico do Candomblé e da Umbanda e de outros estilos relacionados e influenciados pela tradição africana. De uso tradicional na música ritual e religiosa, empregados para convocar os Jinkisi.
O atabaque maior tem o nome de RUM o segundo tem o nome de RUMPI e o menor tem o nome de LE.
No Angola não temos o nome de cada um, chamamos simplesmente de Ngoma, podemos falar Ngoma Hianga, Ngoma
Os atabaques no candomblé são objetos sagrados e renovam anualmente esse Axé. São usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos Afoxés, estes são preparados exclusivamente para esse fim.
Geralmente os atabaques são encourados com os couros dos animais que são oferecidos aos Jinkisi, independente da cerimônia que é feita para consagração dos mesmos quando são comprados, o couro que veio da loja geralmente é descartado, só depois de passar pelos rituais é que poderá ser usado no terreiro.
O som é o condutor do Ndanji do Jinkisi, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os Jinkisi ao nosso convívio, são sinfonias africanas sem partitura.
Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (contração de Kuxika ria N’goma ou tocadores de atabaque – nações Angola e Congo) e Huntó (nação Jeje) que é o responsável pelo RUM (o atabaque maior), e pelos ogans nos atabaques menores sob o seu comando, é o Alagbê que começa o toque e é através do seu desempenho no RUM que o Jinkisi vai executar sua coreografia, de caça, de guerra, sempre acompanhando o floreio do Rum.
Os atabaques são chamados de Ilú na nação Ketu, e N’goma na nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominação Jeje.
Essa é a diferença entre o atabaque do candomblé e do atabaque instrumento musical comprado nas lojas com a finalidade de apresentações artísticas, que normalmente são industrializados para essa finalidade.
Com a modernidade do candomblé que é uma coisa natural, existem hoje em dia atabaques de tarrachas, o que não são usados em casas tradicionais, que usam o encordoamento, ou seja, ele é encourado com cordas e cunha.
Enfim, Os N’goma ou Atabaques ou Ilús, como vimos são objetos sagrados, e com a capacidade de seus toques e vibrações, convocar o N’kisi, o Orixá ou o Vodum para vir na terra.
Tata Euandilu
Kozandio tata, parabéns pelo texto…
Espero que o senhor escreva mais!!!
Tata, em Culto Tradicional Yoruba, temos Ayon,(aiã), como òrìsá dos tambores sagrados, ele é o responsavel por essa comunicação entre o Aiyè e o Orun, a Nação Angolona não tem um correlato?
Ire o.
Tata Euandilu, procede esta informação?
Quanto aos Bantu, originalmente a divindade ligada à música era relacionada às cabaças. Há referências à força que rege todas as coisas e que é invocada dentro das Ngomas, onde seu poder é fixado. Chama-se Mooyo. Sonometricamente liga-se a Ayom e possui fundamentos semelhantes.
Pesquisado na net.
Ire o.
Mais uma vez parabens pelo post. muito bom e instrutivo .
Mo dupè oré mi!
Agradeço os elogios dos irmãos, que bom que gostaram do texto.
Agora vamos as respostas:
Da Ilha, nós Kongoleses, não temos essa divindade que faça a comunicação da terra com o céu, porque acreditamos que nossos Jinkisi ou Mukixi, vivem dentro de nós e não no céu.
Os atabaques são os intrumentos que fazem essa energia aflorar ou incorporar de dentro de cada pessoa.
Os atabaques são parte dos Baobás ou Imbondo, a árvore bantu sagrada onde está segundo os bantus, a ligação da vida com os espíritos que nos abitam, dai deriva o nome Kambondo do Imbondeiro.
Muito bom dia Tata Euandilu!!!
Makoiu!!!
Parabéns pelo texto, muito esclarecedor…. aprendemos tantas coisas sobre nkisis e pouco se fala sobre os atabaques, eu mesm nem sabia que na angola se chamavam N’goma, eles tem uma importancia tremenda dentro de um barração, eu particularmente sou fascinada pelo som deles, é contagiante, quando começo a dançar para o nkisi ou catiço que seja, não dá vontade de parar mais, a energia é muito grande, parece que nosso coração bate no mesmo ritmo… rsrsrsrs…. acho muito lindo e um “dom”, se pode assim dizer, saber tocar e encantar aos filhos e aos visitantes da casa… Um xirê bem tocado com toda responsabilidade que um ogã tem e sabe conduzir fica a coisa mais linda….
Agora Tata Euandilu, deixa eu te fazer uma pergunta, quando um casal frequenta a mesma casa e um é yawo e outro é ogã, já vieram juntos não se conheceram lá, como fica quando for tocar para o nkisi dessa yawô? o Ogâ (seu esposo) pode tocar pro seu nkisi ou não? ou tem determinadas situações que podem e outras não?
Abraço…
Querida Julia, obrigado pelo elogio ao texto, saibas que antes de postar tenho a responsabilidade de escrever bem para ser bem entendido.
Bom, quanto a questão de marido e mulher pertencerem a uma mesma casa de santo, na minha casa não temos esse problema ou essa restrição.
O marido sendo Kambondo pode perfeitamente tocar e cantar para o santo de sua esposa, o que ele não pode é participar das obrigações dela ou vice e versa… Ok.
Abraços!
Makuiu Tata Euandilu
Primeiramente gostaria de parabenizá-lo pelos seus textos, sempre esclarecedores e com conteúdo. Os próprios comentários dos leitores também em alto nível, realmente mto bom.
Faço parte de uma raiz considerada “milongada” por muitos, a raiz Manadeuí, de Nanã de Aracajú, Sergipe. Nela se cultua os Jinkice com muita influência de termos yorubá (Exu=Aluvaiá, etc..).
Ao que parece, a tradição desta ndanji sempre foi assim e não se preocupou muito com os termos Bantu corretos.
Claro que preferia que não fosse assim, sinto uma certa “inveja saudável” de outras raízes nesse ponto. Mas não desfaço em momento algum de sua força, afinal foi nela que nasci e estou crescendo, devo tudo o que tenho na minha vida a minha Nzo. Meu Tata aprendeu assim, quem sou eu para discordar de algo.
Ainda assim, na minha condição de Xicarangoma, tenho procurado aprender a língua pra fazer algumas correções nas cantigas, mas sem alterar a essência ou trazer elementos alheios a minha raiz. Também sou contra esse resgate desenfreado e sem critério.
Exemplo clássico:
Toma lá zé com zé o zé curiá
TAMBULA NZEKU NZEKU,TAMBULA KURIA
Gostaria de saber se na sua opinião esse procedimento está certo e qual a melhor forma de aprender o idioma Bantu corretamente para esse fim (corrigir cantigas). Tenho recorrido a dicionários mas é dificil. E muitos dos mais velhos conhecem várias cantigas, mas sem sua escrita correta e, consequentemente, sua tradução.
Abraços
Igor, Makoiu Nzambi, Makoiu.
Mano acho que vc tem que relaxar quanto a esse “problema” de consertar cantiga, não sou muito a favor pois depende muito de como se canta, quando se canta e pra quem se canta determinada cantiga…
exemplo:
Kamu Xária eh eh eh,
kamu xária nange,
kuri mamãe berere,
kamu xária xanange…
Essa cantiga na minha casa se canta para Nkosi, mas no Tumba Junsara canta-se para Ngunzo.
Então fica difícil uma possível compreensão, pois nós cantamos para un Nkisi por causa de uma determinada coisa e o TJ canta para outro Nkisi para outro determinado assunto… Difícil né?
Uma das coisas mais bacanas e bonitas dentro de uma casas de candomblé, é sua tradição, é bonito vc chegar a uma casa e saber a qual axé ela pertence só de escutar as cantigas dessa casa.
Não tente aprender para mostrar as outras pessoas que vc faz igual, faça exatamente ao contrário, mostre que vc é diferente com muito orgulho de manter viva a tradição de sua cultura.
E viva as diferenças!
Sou amigo pessoal do Kambondo Narueji que é de sua raiz filho da matriarca de seu axé.
Abçs!
Ao Tata Euandilu.
Boa tarde Euandilu!
As casas tradicionais usam os tambores de cordas. Interessante. Entretanto quando dao oferendas nestes tambores, com um certo tempo essas cordas desgastam bastante. O que interferem na afinacao. Ao mesmo tempo que em Africa os tambores nao eram de tarrachas.
Mas o uso de tambores de tarrachas tem a vantagem de nao desgatarem facilmente. talvez seja interessante optar pelos tambores de tarracha caso nao ache os de cordas, desde que, troquem o couro da loja.
A minha duvida. Existem interferencias do tambor de corda para o de tarracha que possa prejudicar o culto?
Vc poderia me enviar se nao for incomodo alguns nomes dos toques de angola que vc ja ouviu tocar na umbanda?
Desde ja agradeco.
Sander, quando se dá de comer ao atabaque, se dá ao corpo do atabaque, as cordas e couros são trocados quando eles se desgastam e, é só dar de comer novamente quando vc troca uma dessas peças, simples.
Quando um búzio do seu assentamento quebra ou se desgasta vc não troca por outro? Com o atabaque o príncipio é o mesmo.
Ná África é usual atabaque de pino ou bilrro, que é um pino de madeira onde a corda enrolada e ele é preso no atabaque por encaixe.
Pelo que sei na Umbanda só existe dois toques determinados mas não os acho parecidos com nenhum de Angola.
Abçs
Obrigado pelo esclarecimento!
Na Umbanda que mts chamam de umbanda de nação com alguns costumes da nação angola. Alguns de seus toques são parecido com os de angola. Vc já ouviu falar?
Quanto a esses dois toques determinados da umbanda vc poderia me falar um pouco mais sobre eles seus nomes e origem caso queira. E se pudesse me indicar um cd ou um site que eu pudesse ouvir. Ficaria mt grato.
Motumba.
Ao Tata Euandilu,
Bom dia!
Tata seria legal se vcs colocassem nos toque de candomble os toques da nacao angola. Variedades!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mt obrigado……
Ase.
Os textos são de exelência nos fazem refletir sobre a religiosidade e a simplicidade que está um pouco esquecida. As raízes do candomblé nos levam aos primórdios da humanidade onde os adereços extavagantes não existiam, e onde acredito que estas disputas fossem menos acirradas. Talvez essa seja uma das razões da dificuldade que encontro em me identificar com as casas que conhecí….
obrigado pela oportunidade de poder me expressar!!!
Luiz, sinta-se em casa.
participe, de opiniões, desabafe, somos uma comunidade de ajuda mútua.
È kabò. (seja bem benvindo)
Bom os toques de nação Angola são:
Kongo
Munjola
Kabula
Quebrado
Barra Vento…
Sander, não gosto dessa coisa de mistura como vc citou, pra mim a Umbanda é Umbanda, ….
Ketu é Ketu com suas variedades de axés e casas
Angola idem, Gege idém e todas as demais tradições religiosas.
Ao Tata Euandilu
Boa Noite Tata!
Diretamente eu não citei “misturas”. Mas eu creio que a umbanda tem um pouco de algumas culturas africanas, européias e dos nativos (índios). Isto segundo informações.
Eu também já ouvir dizer que o toque Kabula é fundamental na umbanda. Agora se é ou não é não sei o porque.
Mas eu concordo que coisas de Ketu são de Ketu, de Angola são de Angola… Sem dúvida alguma.
Eu só escrevi para esclarecimento de algumas dúvidas sem receio ou constrangimentos.
Obrigado.
Benção,
Muito legal o texto. Participo da comunidade no Orkut Candomblé de Angola e acompanho suas postagens lá. Apesar dos debates as vezes “acalorados”, admiro muito sua postura e sua firmeza de idéias.
Novamente sua benção…
Abs,
Waguinho
Eu conheci meus guias na Umbanda, PanteraNegra, Guerreiro q me mostrou meus Orixas e Exus, me faz ver quao mal qualificadas sao as energias impostas a vida por eu mesma,seguir cod etica sioux,limpeza espiritual,muitos ensinamentos. Porem a umbanda proibiu o ponto q chamava meu Ogum,logo me afastei. sem falar de Iansa com Ogum,nao pode.Ouvi um ponto de Iansa,dizia’iansa de bereré,’dpois ‘oya matamba de caurucaia,,.’e de ogum’ogum ajo e mario, ogun pa, eie pa…’pensei q ia ter um ataque cardiaco ou avc…pela internet.imagine se estou numa casa de Axe.perdoem minha ignorancia, venho de anos de doutrina khardecista, onde aprendi a respeitar todas entidades e crenças, e nao imaginei q seria praticamente ‘despejada’ da umbanda por que tenho vodunsi e me mandaram p gege.Meu Ogum Pantera Negra diz dificil pq trabalho ning quer, agora festa disso dakilo, filha, reza,,, devo esperara hora e lugar q vao me encaminhar,sei.mas enquanto isso,,,fiquei com narcolepsia, alternada c crises de ansiedade.eu rezo,mas nao eh facil. o q ha comigo?
Boa tarde a todos
Gostaria de dar os parabéns pelos temas aqui abordados, essa é a minha primeira postagem.
Adoro o som dos atabaques, e gostaria de saber sobre os ritmos tocados na Nação Angola.
Que Nzambi abençoe a todos
prezado euandilu o senhor como grande conhecedor da naçao angola poderia me falar um pouco sobre baba ype quais os seus caminhos pois estou prestes a me iniciar para o mesmo muito obrigado
Antonio Eduardo, tem um post um pouco acima que eu abordo o nome dos toques da nação Angola.
Obrigado
Amigo Anderson…
Baba Epe ou Ypê não sei bem como se escreve, não é um Nkisi da nação Angola e sim um Orixá do Ketu, agora não sei se é uma qualidade de Oxalá, isso vc tem que ver com alguém desta nação, ok.
Dá uma pesquisada melhor pois Angola não inicia ninguém de Orixá.
Boa Sorte!
Boa noite a todos
Agora que li sobre os toques.
Espero que voce possa nos presentear com os toques citados em arquivos flash. (pode falar que folgado rsrsss)
Vlw Euandilu.
Que Nzambi nos abençoe!
Postei acima sobre o q ha de errado comigo e os guias q se manifestaram. me falaram q dificilmente uma casa aceita por que as coisa q eu falo assusta as pessoas.nao eh normal ver /ouvir ter desdobramentos de aprendizado com quem nos guia?
Inayara, nada de errado com vc, temos vários tipos de mediunidade e ela se manifesta de acordo com a pessoa ou a sensibilidade espiritual que vc tenha a ter.
Isto tem que ser olhado com carinho e atenção.
Somente Òrunmìlá através de um jogo poderia lhe indicar o caminho correto a ser seguido.
O desconhecimento é um problema muito sério…
Ire o.
Muito obrigada pelas palavras, em Curitiba me sinto excluida. dono da minha coroa eh Ogum Xoroque, chamaram ele veio, depois do obi nao sabiam o q fazer…me encaminharam p Jeje…e outras coisas. obrigada pela força.
euandilu
mukuiu
pelo oque percebo o senhor è da nação angola!sou da umbanda,mas a casa q tenho a disposição nao me agrada!na minha humilde opinião, nao tem fundamento,fui procurar uma casa q fica um poko mais longe!e è uma casa de angola,o unico “problema”,è q as entidades como orixa: oxum,ogum,oxossi,entre outros!e me parece q iniciam as pessoas assim tambem!oq o senhor me diz?aguardo e muito obrigado
Thiago,
Não há como um sacerdote de nação Angola, fazer nascer um orixá, ele teoricamente não tem essa energia e nem fundamentos para isso.
Nkisi e Orixá são diferentes…
Em minha opininão, sugiro que procure outras casas, pesquise e não se apresse. Seja você de Nkisi, Orixá ou Vodunsi, é necessário muita seriedade e conhecimento do Sacerdote, afinal essa energia, essa Divindade que rege seus caminhos. É muito importante que cuidem bem dela, pois está diretamente ligada a sua vida.
Thiago, o grande problema da maioria das casas de Angola é que elas fazem comparatismo enre Orixá e Nkisi, pensam Angola mas praticam Ketu, e isso infelizmente acontece na maioria dessas casas.
Iniciam gente de Ogun em vez de Nkosi ou Hoxi e etc, pq simplesmente não conhecem verdadeiramente a cultura Angolana.
Coisas antigas que é dificil tirar, mas existe um movimento muito grande de pessoas querendo mudar isso e estão conseguindo, acho eu.
mas não adianta as pessoas falarem Kimbundo e fazerem ketu, entendeu?
Abçs e boa sorte em sua vida.
Makuiu!!
É como na minha casa…sou feita a 6 meses….a minha casa é dita Angola, mas se faz Orixá e não Inkisse…eu mesma sou de Oxum Opará..mas tudo q eu leio sobre Angola eu não entendo, já de Ketu tenho mais conhecimento…o q eu não sei é se as rezas, cantigas da minha casa são de Ketu ou Angola, pq eu tenho dúvida se lá se faz Orixa e é rezado para Inkisse, percebe a confusão q é. E é assim em toda a minha família de santo, avó, tios…
Como uma reza de Oxum assim…DANDE DANDE OU DANDEUARÁ…
desculpe a grafia não sei se está certa, é de Oxum ou Dandalundá…tenho medo de ter alguma consequência para nós futuramente, fui abian durante 2 anos nessa casa onde me iniciei, a única coisa q vi de errado foi e eu sei q é grave, mais fora isso tudo q o babalorixá faz e fez pelos filhos, clientes sempre deram resultados…
O meu unico receio mesmo é fazermos Orixás e rezar pra Inkisse, e vai saber quais outras coisas nós estamos misturando…será q isso vai ter uma consequencia?
Desde já obrigada…Axé
Lewademim, Esù transforma todas as linguas em uma unica fonte de entendimento e comunicação.
Mesmo assim, vejo que os nomes na sua casa, como em várias casas estam de certa forma misturados.
As rezas que vc mencionou são de angola, portanto vcs estão rezando corretamente.
Eu aprendi que não se mexe em time que está ganhando, não deixe seu Ori colocar tudo a perder.
Vc mesmo diz que acontecem vitórias e bençãos na sua.
Então…joelho no chão, cabeça no chão e dê graças.
Ire o.
Euandilu:
pergunta relevante. Em angola, Vangira é o feminino de Inkisse pambu Njila? A primeira pergunta tb vai levando em consideração nação angola. O inkisse pambu njila faz-se só em cabeça de homem e vangira em cabeça de mulher?
Tirai-me estas dúvidas por favor.
Outra questão. Em Ketu, é correto cantar para o santo dançar no salão além das cantigas Yorubanas, as cantigas “Singonge Gangaio, Pambu njila ae, Njira apavenã, Bioli, bioli, Tenda, tenda pambu njila tenda io, etc, porque é ijexá?
Ijexá (ritmo) para Oxalá, Exú, Logun Edé pode ser cantado em qualquer nação para osanto dançar?
Outra confusão em minha mente, quando se fala em nagô, digo povo nagô, pode-se considerar nação angola como proveniente também dos povos nagôs?
Desculpe tantas perguntas, mas, sua sapiencia pode me clarificar a idéia.
Sempre haverá controvérsias entre Vodun, Orisà e Jinkissi. Como poderia existir tanta igualdade entre três formas de divindades ou forças da natureza distintas e tudo o que se refere a cada uma delas é, torno a dizer, é mais que semelhança. Por exemplo, Nkosi e Ogun, quer em angola, quer no Ketu ou Efon são o “Espírito do ferro”. E o Vodun de Jeje Espírito do Ferro, idem. Bom, há como clarificar isto? Há então três espíritos do ferro que se vestem igualmente, ambos guerreiros. Há então três tipos de espíritos do ferro que podem ser feitos na cabeça de uma pessoa. Existem de fato três nações principais. Existem cantigas diferenciadas, rezas, forma de cultuar, mas as semelhanças entre Inkisse, Vodun e Orisà são gritantes, e, não há como entender tanta controvérsia. Existe um abalisado que disse um dia que Inkisse é Inkisse, Orixá é Orixá. O magno problema estaria em chamar uma Makota de Ekedji ou um Tatetu de Babalorixá? Tata Jinkisse e Babalorixá, ambos são zeladores de santo, ambos jogam búzios, ambos, raspam, abrem cura, ambos criam um Iawô ou munzenza, ambos iniciam, ambos são zeladores de santo! Inkisse, Vodun e Orixá ligados às forças da natureza. Apesar de tudo isto, sempre haverá controvérsias. Claro, que, uma nação não deve perder sua particularidade na forma do culto, mas a maior controvérsia está em pensar Ogun como Nkosi, ou Esù com Pambu Njila ou uma Dandalunda com Osun. Ou, Oxalá como Lembá Dilè. Ou ainda lembrar que Logun Edè é rei de Ijexá, e que passa por Ketu, angola, Jeje. Ou seria apenas salutar dizer Tere-kumpensu, jamais Logun, o rei de Ijexá. Assim, como, Oxalá e Esù também de Ijexá, angola e Ketu ou Jeje.
Igor, também descendo da raiz de Manadeuí, e a resposta para essa mistura que ocorre em nossa raiz se dá pelo fato de nossa Matriarca ter sido iniciada numa raíz Bantú (ao que tudo indica ela é do tempo anterior ao surgimento das casas que deram nome as principais raízes, Bate folha, etc…) e por isso não tenho ou não temos o conhecimento de quem a iniciou, porém a história contada é que quem a iniciou faleceu antes do sétimo ano de sua iniciação, e os sacerdotes bantús que ela procurou para tirar a mão de vumbi daquela época eram muito rígidos quanto ao sexo e a cor (não se fazia mulher e muito menos branca) meu Tata conta que chegaram a deixá-la 7 dias e 7 noites debaixo de uma cachoeira possuída por Dandaluna para ver se branco tinha santo, enfim, ela tinha e como tinha mas não teve jeito e assim ela procurou outra pessoa de outra nação e quem tirou a mão de vumbi e por sequencia entregou o jamberessú (cuia – deká) foi o sr. Zeca do Pará (Oiá Dide) da nação Ijexá, com isso temos além das misturas de dialetos Bantús que já ocorre desde 1600 temos essa mistura com o Ijexá.
Tata Otakizô, sou filho de Tata Cajalacy, neto de Mameto Oiá Icê, bisneto de Oiá Manundê e tatara neto de Manadeuí.
lqueiroz82@hotmail.com