Na visão do candomblé, com a iniciação recupera-se uma identidade natural e social perdida por várias causas e que é o fundamento, que estava presente desde o nascimento. Esta é a memória do corpo, que ritualmente vai ser re-activada e fixada através de longas etapas de aprendizagem e incorporação dos fundamentos da vida religiosa, através da dança e da música. À medida que o filho-de-santo vai avançando nos passos da sua iniciação, estará também a ingressar numa ordem sócio-cosmológica na qual o corpo e as suas sensações ocupam um lugar de destaque. (Brito Polvora, 1995).
Segundo os relatos dos iniciados, o “chamado” do Orixá pode acontecer de diversas formas: sonhos, sensações, visões, doenças estranhas que não são confirmadas pela medicina tradicional, e, em geral, um sofrimento psíquico ou físico que se manifesta de um dia para o outro sem uma explicação certa.
No contacto com estas pessoas, colocando-lhe questões, surge um mundo fantástico e em movimento que se agita no corpo e que, com grande dificuldade, pode ser expresso com palavras e entendido por aqueles que não o experimentaram.
A iniciação, como relata Reginaldo Prandi, “consiste, pois, em etapas de aprendizado ritual, por parte do filho-de-santo, e em estágios de adensamento da sacralidade do orixá particular deste iniciado ” e no desenvolvimento de uma nova identidade que, conforme estas pessoas, parecem ser mais seguras – as pessoas afirmam sentir-se mais protegidas, dizem que “aprendem a lidar com a vida de outra forma”.
A idedntidade sonora
Segundo as lendas, a divindade suprema dá a vida ao homem através do sopro (Emí). Por causa disso, o candomblé pode ser considerado uma religião pneumática , ou seja, entende-se que a criação se originou pelo ritmo da respiração da divindade.
Segundo a mitologia, cada pessoa nasce com um dono-da-cabeça, que vive no corpo através do seu ritmo individual, da sua respiração, do seu andar. Esse ritmo pessoal, por diversas causas, pode ser esquecido ao longo da vida . O ritmo interior, ligado ao orixá dono-da-cabeça , ao longo da aproximação à religião e mais exatamente na iniciação, é feito emergir e fixado definitivamente no corpo, este ritmo tem uma vibração que a música capta e expressa como uma memória da identidade espiritual.
A personalidade do orixá é inscrita no corpo do iniciado em rituais secretos que prevêem como uma das condições o uso do ritmo e do som. Nessa fase dramática da vida do iniciao, a base rítmica do próprio dono-da-cabeça (o toque especifico e a sua cantiga) vai-se tornar um ritmo permanente que serve como pano de fundo para as actividades progressivas do recém-nascido. Assim, todas as vezes que os Alabés tocarem, a identidade sonora do filho-de-santo responderá aos tambores, cujo toque chama o seu orixá.
Sendo a iniciação a representação do nascimento, o fiel nasce simbolicamente uma segunda vez, numa nova vida, e, sendo o som, o ritmo, o movimento, elementos constantes da vida fetal, os movimentos e ritmos que os iniciados aprendem no Roncó irão ocupar também uma parte importante da sua memória originária e serão inscritos no seu corpo. A identidade sonora (o toque do Orixá) pode ser equiparada à alma do iniciado, que ele manifestará nos rituais periódicos.
Os toques tão diferentes de Oiá ou de Iemanjá, por exemplo, atestam inequivocamente os traços da personalidade desses orixás. A primeira, nervosa e livre; a segunda, uma matrona calma e independente que anda distribuindo alimentos e harmonia. De facto, cada orixá tem o seu toque único e original que simbolicamente corresponde à sua voz, à sua personalidade, ao seu movimento, aos seus aspectos mitológicos e aos elementos naturais dos quais é composto.
Essa identidade sonora do orixá contém a identidade sonora do possuído. A música é a comunicação entre o filho e o orixá, enquanto a dança é a manifestação dessa comunicação. O possuído reconhece, a um nível sensual, os ritmos e os movimentos precedentemente inscritos no seu corpo e, todas as vezes que ouve a sua identidade sonora, ele responde com o corpo.
A comunicação acontece aí a um nível muito subtil: o som dos tambores propaga-se através de todos os sentidos, a música envolve a pessoa como um todo e obriga-a a comparticipar do som. Em geral, com a passagem do tempo e o aumento dos anos de iniciação, o ritmo interior corresponderá sempre mais ao ritmo exterior, numa progressiva união e conhecimento com o orixá do qual é filho. Cabe ao fiel moldar-se e comunicar com o Orixá, até entender as suas mensagens aprendendo a “dançar” na vida quotidiana.
No Candomblé, o Orixá pode chamar o fiel de diversos modos e muitas das vezes o faz através de uma doença ou de uma desordem psíquica. Se a divindade exige ser feita, o filho-de-santo será iniciado, obtendo na esmagadora maioria dos casos a cura da doença e um maior equilíbrio psicológico. O tratamento é, em grande medida, conduzido através da música, que põe em comunicação a terra, o Aiê, com o mundo espiritual, o Orum – isto é, o exterior e o interior.
A cura na terapêutica do Candomblé, é muito fascinante, em especial quando é contraposta à terapêutica oficial, em que o doente é privado do próprio corpo, na maior parte das vezes fragmentado e desprovido de uma história própria. Pelo contrario, nesta religião o corpo é percebido como um todo e deve ser activado para aprender a cuidar-se e a dar valor às experiencias feitas no mundo, para aprender a “ser-no-mundo” agora.
O elemento sonoro-musical utilizado no tratamento põe o fiel numa nova dimensão existencial, a da experiência religiosa, orientando-o e protegendo-o no contexto ritual.
A partir do momento em que existe uma harmonia entre a música interior, a própria identidade sonora e aquela dos tambores, advém o conhecimento da identidade espiritual, do outro, do divino e, através do outro, de si.
Aparece, assim, o conceito do “duplo” divino: o filho-de-santo, deixando-se possuir, cria, ele mesmo, o “outro” e, nesse processo de criação-incorporação, experimenta-o intensamente dentro de si, até ele mesmo o possuír, inscrevê-lo no próprio corpo como uma nova identidade-rítmica interior, à qual poderá fazer referência ao longo da sua vida.
Segundo o candomblé é através do corpo que o homem inicia o conhecimento religioso e alcança uma nova identidade mais forte e protectora, a do Orixá. É no corpo que vivem as experiências e se unem as várias informações simbólicas sobre o mundo; é no corpo que, vivendo as energias sagradas, o fiel se pode comunicar com o divino.
Por Rosamaria Susanna Barbára
eu achei este texto lindo pois sou filha de Obá e acho que sinto isso que diz o texto essas experiencias somente podem ser sentidas a partir do momento que se deixa de lado o eu e coloca o orixa em primeiro lugar se entregar é o segredo sem temer neda é só se entregar
muito axé a todos e obrigado por essas maravilhas que agora sei aonde encontrar
oiee!!
eu não entendi nada
vcs deveriam colocar numa linguagem mais sinplificada porque são mais oa adolecentes que vitam sites assim para fazerem trabalhos de escola
mudem por favor para um linguagem mais simplificada
bejaum xau!!!
@_@
Isabela o seu outro comentário foi descartado devido a forma grosseira como vc se colocou. Isabela nosso foco é o trabalho de divulgação e desmistificação e ajuda de nossos irmãos. Ficamos muito felizes com a participaçãod ejovens no blog, mas nosso trbalho não está focado em trabalhos escolares somente, e por este motivo há a necessidade de uma forma de expressão mais elaborada. Seja bem vinda e espero que possamos te ajudar. Tomeje
Colofe, Tomege
Tenho uma dúvida, talvez você possa me esclarecê-la.
Fiz minha feitura, iniciação para Iansã. Agora, quase um ano depois, os búzios pediram uma “deitada” para Oxóssi. Enfim: o que diferencia deitar para o santo de fazer o santo? E por que uma segunda deitada para oxóssi e não para meu orixá de cabeça?
Abraço!!! Parabéns pelo trabalho no blog.
Axé!!!
Fé quando vc fala em iniciação eu entendo que seja candomblé, pois em umbanda não há uma iniciação propriamente dita, há sim as camarinhas, mas não são iguais a iniciação no candomblé, são tão importantes quanto, mas são diferentes nos fundamentos. De que segmento vc é?
Fé, a iniciação de uma pessoa no candomble, não é feita para um orixá, é feita para a religião, vc está se iniciando na religião, está entrando na religião, por extensão o seu orixa principal será o grande condutor deste processo. Numa iniciação é feito tudo que for preciso para que seu orixá principal e os demais recebam tudo que lhes for devido. E em geral o yaô é recolhido novamente com um ano, tres anos e sete anos, mas este novo recolhimento não estará ligado a orixá diferente do seu principal, dentro de ketu isso de recolher novamente e agora apra outro orixa é estranho ao ritual tradicional. Tomeje
Estou nesse processo de sentir a energia.. acho que de tão ansiosa que fico acabo atrapalhando um pouco… já tenho um ano de bori.. caminho dentro do axé.. mas logicamente como todo iniciante..rs.. rola a ansiedade.. participar dos assentamentos de santo é sempre muito forte.. muito intenso.. de alguns mais que outros, acredito que pela ligação nossa com alguns orixás.. mas a pergunta que não quer calar.. rs.. como posso me ajudar nesse processo?.. o meu zelador sempre diz.. “- não pense tanto.. apenas sinta”.. ahhh que complicado..rs .. uma irmã da casa de santo me disse uma vez.. “depois que acontece a gente vê como é simples, e como a gente realmente bloqueia de alguma forma.. ” .. mas gostaria de uma luz, de pessoas mais experientes sobre como posso caminhar para que a energia flua sem que eu de alguma forma bloqueie isso..
Fernanda,
Certa vez ouvi…”O inesparado fará um surpresa para você”
Orixá é individual, as sensações são suas e únicas, só para você, não tem essa história de bloqueio, não acredite nisso, pois quem tem na unha trás no orí e aumenta as batidas do coração.
Para se ajudar nesse processo é simples: sempre tome banho de ervas frescas quando chegar em seu Axé, sem se importar se fez o cabelo para sair, se fez chapinha rsrs, etc e faça seu preceito junto ao seu zelador de acordo com as normas da sua casa.
Boa sorte,
Axé,
Obrigada pelas recomendações.. já venho fazendo isso.. só que tomo banho com sabão da costa.. com certeza não é a mesma coisa das ervas frescas.. mas sempre vejo que o banho de ervas na casa de santo é principalmente quando tem assentamento, borí.. e também é um ritual… quinar as ervas sempre rezando.. mas confesso que nunca perguntei ao meu zelador se no dia a dia eu deveria também tomar o banho com as ervas frescas.. e sei que ele sempre espera nossas perguntas..rs.. lendo o que o senhor escreveu me fez pensar o porque do banho.. na verdade ele não disse o tipo de banho que eu deveria tomar quando eu chego no axé… ele disse apenas deve-se tomar banho ao chegar na casa de santo, esse é o correto, e eu então completei.. banho de sabão da costa meu pai? e ele respondeu, pode ser.. rs.. sendo que ele sempre diz, se você me diz como fazer porque eu vou te dizer o contrário, muito sabe quem nada sabe, eu ensino a quem não sabe.. nem sempre ele consegue não dizer..rs .. mas as vezes a ele espera a gente meio que fazer o errado ou o quase certo pra passar o ensinamento.. aquela história né.. vocês tem que aprender a observar.. é o que ele sempre diz.. muito obrigado Babá pelo ensinamento.. o meu zelador com todo respeito já é um ancião e como todo ancião(lembrando do mestre dos magos).. as vezes parece falar por código.. a ficha só cai na gente depois.. rs..
obrigada a vocês do blog pelas orientações.. sempre leio as orientações a nossos irmãos e vocês nos fazem entender os ensinamentos passados.. e também somam muito na nossa caminhada..
axé a todos!!
Que sejam sempre abençoados!!
Oi, Tomege.
Meu segmento é ketu – mas não ortodoxo como meu próprio zelador esclarece. É uma casa com 21 anos de tradição. Na verdade, abre-se um espaço para o culto dos exus iebara e bombogira (pois alguns de nossos médiuns exercem mediunidade de consulta, com guias – elemento característico da umbanda, né?). Meu orixá de cabeça é Iansã e devo deitar em um ano, três e sete, como você mesmo citou. Minha deitada de um ano será dirigida a Oxóssi e também achei estranho, como você …
Na verdade, vou fazer um desabafo: converso com muitos iniciados de outras casas e em todas tudo ocorre de forma diferente. Enfim, tenho a impressão de que o fundamento é exercido de diferentes formas em cada casa – e vejo essas diferenças mesmo entre casas muito tradicionais. Penso que, nas casas sérias, os zeladores fazem o melhor que pode, mas não podemos falar numa tradição mantida à risca. Você concorda com esse meu ponto de vista?
Suas respostas vêm me esclarecendo muito – principalmente quando você disse que nos iniciamos na religião e não no orixá de cabeça propriamente. Acredito que muitos inciados no santo – incluindo eu – vêm a religião como instrumento de devoção ao orixá da cabeça … não sei se me expressei bem.
Abraços
Axé!!!!
Olá Fe
Eu entenderia se vc nos dissesse que existe a necessidade de vc fazer assentamento para Oxóssi,que ele está pedindo isso,mas obrigação de yaô é feita para orixá de cabeça e os secundários se beneficiam por tabela. Deu para entender a diferença? Uma coisa é assentar outra bem diferente são suas obrigações com Oyá.
Casas sérias mantém uma tradição sim, e se não nasceram de uma raiz tradicional vão buscar conhecimento com casas tradicionais, basta que o zelador(a) seja humilde para isso,temos os mais velhos dispostos a ensinar.A tradição e o fundamento andam juntos se um se perde o outro tb se perde e uma casa sem fundamento tem dias contados para acabar. A palavra fundamento dentro do cnaodmbé pode signficar inúmeras coisas,se vc puder explicitar melhor para conversarmos…aguardo seu retorno.
Axé
Oi, Carol
Amanhã tenho um compromisso no ilê e conversarei melhor com meu zelador, esclarecendo esse ponto – pode ser que seja um assentamento e eu, por afobação, tenha entendido errado. Vou esclarecer e te dou um retorno.
Uma dúvida: “deitar para o santo” refere-se a qualquer recolhimento para um orixá (sendo ele o de cabeça ou não) ou somente às obrigações de 1, 3 e 7 anos devidas ao orixá de cabeça?
No caso acima eu usei a palavra fundamento no sentido de como a casa – na figura do zelador – interpreta os ensinamentos e segredos da religião e os repassa aos seus filhos.
Enfim, eu quis dizer acima que a “essência” da religião continua, mas não acho que a maneira como a tradição é mantida e passada aos filhos de santo seja equivalente em todas as casas. Por exemplo, conheço casas que reduziram o período de recolhimento de 21 dias para três ou quatro – e são dirigidas por zeladores feitos na tradição, agraciados com o Axé, mas que decidiram mudar alguns conceitos … o que você acha disso?
Fe, quando falamos em tradição, não queremos colocar um muro em torno de nós mesmos, não queremos uma ilha de conhecimento e muito menos queremos todos sigam o que nós falamos, e quando digo nós estou me referindo a um número muito grande de pessoas que partilham da idéia de manutenção da tradição, de cada tradição em separado mas unidos por laços de afinidades, mas, e muito importante, sem se misturar. Fe veja oque vc falou sobre esta redução de 21 para 3 ou 4. O periodo de recolhimento é divido em vários passos, primeiro a pessoa descansa e se desliga do mundo profano, depois vem a iniciação e alguns dias onde a pessoa receberá orientação e ensinamento específico, depois vem a festa e depois um período de reingresso na vida cotidiana. Reduzir este tempo é um equivoco, é uma agressão ao candomble e a pessoa, é acima de tudo, uma atitude de quem não viveu o candomblé, mas de quem precisa do dinheiro e não da religião, é desrespeitar o filho. Porque em em 07 dias (aumentei o tempo rsrsrsr) não se faz nada do que O FILHO precisa pra saber o mínimo possivel sobre comportamento, disciplina, hierarquia e tudo que ele precisa pra viver na religião. Há inclusive quem faça um bori na pessoa e diz que a pessoa foi feita. Fe, há uma grande diferença entre mudar algumas coisas e inventar outras. Outro dia eu soube que alguém fez pipoca de micro ondas pra um Olubajé, isso é inconcebível é desrespeito e falta de conhecimento da liturgia religiosa. Quem foi agraciado com axé não fará nunca isso que vc citou, ele respeitará o seu axé, o nome do seu zelador e principalmente respeitará o seu próprio nome. É por isso que falamos sempre que o importante é buscar a raíz é buscar o fundamento de sua raíz é buscar a tradição. Tomeje
Sou abiã e frequento uma casa Ketu. Quando vcs falam de assentamento é diferente de fazer santo ou seja tornar Yaô , Vou explicar melhor posso fazer assentamento para meu orixá de cabeça sem precisar raspar e os demais procedimentos ?
Axé !!!
Baiana se vc não tem vinculo não tem ibá nem quartinha específica no bori, a quartinha é a mesma usada apra todos. Como eu falei não há motivopra manter uma quartinha de quem não tem vinculo e como eu tb falei abiã não tem vinculo. Isso só muda para os iniciados que aí podem ter ibá ori, o que tb não é regra, tem casas que não fazem ibá ori. Mas não sendo iniciado não tem quartinha nenhuma. O assentamento tradicionalmente é feito na iniciação. Algumas pessoas, casos raros, podem fazer assentamento sem ser iniciado, mas é raro. O problema é que pra justificar fazer assentamento antes da iniciação todo mundo agora é raro. Assentar orixá requer conhecimento e vivencia de axé e neste conhecimento e vivencia se aprende de que um assentamento requer uma grande quantidade de energia vital, tanto da pessoa que está fazendo o assentamento quanto de quem está conduzindo a cerimonia e por este motivo quem conhece do assunto prefere fazer o assentamento durante a iniciação, pois o processo já foi desencadeado e a energia gasta tem um motivo bem claro. Não vejo motivo pra gastar energia duas vezes, uma num assentamento de alguém que pode nunca vir a se iniciar ou mesmo desistir da religião, e novamente quando esta pessoa for ser iniciada, é gasto de energia demais, é axé demais utilizado sem grande função. Tomeje
Olá Fe
Sinceramente, reduzir uma iniciação a 4 dias é uma fábula,não existe como fazer um intensivão de candomblé em 4 dias e sair dali um yaô.21 dias muitas vezes é pouco ,tem nações e casas que quando a pessoa pode, fica por mais tempo dentro da casa recolhida. Não tem como ter essência de religião em 4 dias,me perdoe,mas é como eu vejo, sei que eu não sou lá muita coisa,mas é como eu analiso essa situação que vc nos relata.Cada zelador tem sua forma de passar os ensinamentos,mas é preciso entender que só se aprende candomblé no cotidiano, no dia a dia, fazendo junto.
eu to meio sem palavras
axé
Mutumbá!
Meus irmãos que saudades de vcs…tenho divulgado esse
blog pra muita gente confusa por aí viu,Tomege. rs
Se prepara,logo o senhor que é averso a tecnoloia…rs
Mas eim…4 dias?
Não deve se tratar de candomblé gente deve ser outro segmento.
Carol querida estou preocupadíssima com esses zeladores sem a menor responsabilidade com orisá e com o iniciado.
Gente antes de ser iniciados não vão se enfiando em qualquer casa por aí,sem referencia religiosa,que não tem compromisso com o candomblé,procurem os mais velhos,perguntem a pessoas sérias que foram um dia tb iniciados.
Leiam sobre o assunto,procurem pesquisar sobre o que é candomblé e como se dá uma iniciação como são as etapas os deveres dos zeladores e do novo membro dessa família linda que é o candomblé.
Tomege meu velho o senhor como sempre foi muito feliz na sua declaração.
É Carol eu precisei ficar bem mais dias que 21, como eu sou bem lerda,rs painho tinha que repetir tudo se não eu não aprendia direito…kkkk
Me desculpem o desabafo é que fico preocupada,porque onde eu nasci(Bahia) candomblé é cultura filosofia de vida e acredito que seja também no mundo todo.
Quando ouço coisas desse tipo fico imaginando se por ventura poderia ser outra religião.
Esse blog é um dengo
beijo a todos
Asè ooo
Ai vai uma perguntinha…
Abiasé cai muco ou não?
E apogã pula nome na saída ou depois do primeiro transe?
asé ooooo
Carol, Tomege, obrigada pelas respostas.
Na verdade, vou fazer como a Carol citou em um dos posts, um assentamento e não uma obrigação – desculpem a minha confusão!
Bem, sobre essa questão de mudar algumas coisas … também me incomoda: a justificativa que ouvi é que 21 dias de reclusão, nos dias de hoje, é completamente inviável para muitas pessoas, o que poderia fazer com que muitos filhos desistissem de se iniciar ou tivessem que esperar muito tempo para se programarem.
Bem, estou em São Paulo, e posso tentar traçar aqui alguns aspectos que observei em casas de candomblé que tive a oportunidade de visitar: há ogãs que incorporam, há casas – e já vi três ou quatro – que reduziram em muitos dias o tempo de reclusão, outras não raspam todos os iniciados e, principalmente, muitas abrem espaço para a assistência de preto velhos, baianos, exus (entidades).
Lembrando aqui que eu só estou relatando o que observei: não sou ninguém, só uma pequena iaô (e, por sorte, nunca vi nada parecido com o caso da pipoca de micro-ondas rsrsrs). Gostaria de poder conversar mais a fundo – não reclamar ou fazer fofoca, mas conversar sobre alguns aspectos da religião – se não for abuso, posso enviar um e-mail pra um de vocês?
Abraços e Axé!!!
Como devo me comportar como visitante na casa da minha amiga?
Nas horas em que os yaos forem bater cabeça ao pai de santo, eu devo ir ou só de longe?
Basta um pano de cintura ou devo ir de saia?
E pode acontecer de meu santo virar mesmo eu sendo da angola e vizitando um ketu?
bjs obrigada!
Olá Fe
21 dias é pouco ,acredite é pouco,o certo era que nós ficássemos 101 dias recolhidos,todo o tempo de kelê dentro da casa de axé, antes era feito assim.Os 21 dias foram uma concessão feita que se ampliou pelo fato de que qualquer um que trabalhe pode tirar férias e passar um mês, se iniciar e voltar ao trabalho sem problemas. Essa coisa de inviável, de o filho desistir de se iniciar, quem quer move céus e terra. E planejar não é algo ruim, é bom planejar, é bom passar pelo tempo de abiã, conhecer bem a casa, ter certeza do passo a ser dado. Essas facilidades oferecidas só geram uma coisa, iniciações que não vão adiante, a pessoa abandona a religião, entra por impulso, pelas facilidades e só quem ganhou com isso foi o bolso do zelador, me desculpe a franqueza, porque ninguém oferece essas facilidades de graça.
Ogãs não rodam,ogãs são pessoas que não podem rodar no santo,só quem roda são os yaôs,o mesmo vale para ekedis,elas tb não rodam.São pessoas que precisam ficar acordadas principalmente porque quando zeladOr roda eles que ficam responsável pela casa,eles que cuidam do orixá em terra,senão a coisa fica sem sentido, os orixás vêm e ninguém os recebe ?
A assistencia de entidades infelizmente é uma moda que pegou,em todos os lugares.
Olá Ana Alice
Se sua nação é angola,seu inkisse roda com o toque de angola,ele nasceu ao toque de angola e só ouviu toque de angola,logo,o aguidavi pode tocar lascado que isso não vai te afetar,vc pode sentr um arrepio ou outro porque ninguém é de ferro,mas se vc é iniciada em angola,seu inkisse só vem quando se toca para ele.
axé
Carol,
entendo perfeitamente a necessidade desse tempo de reclusão, afinal é um nascer dentro da religião e um renascer dentro da vida. Vou tentar observar melhor certos aspectos – às vezes nos envolvemos pela beleza, pelo toque, pelo desejo de se iniciar e só depois estudamos e nos questionamos sobre o que passamos e qual foi o procedimento.
Bem, no meu caso, acredito que, mesmo sendo iniciada dentro de algumas concessões (por exemplo, por causa do meu trabalho, fui raspada somente no ori – no “cocoruto” – e tampei com o cabelo) sinto que o axé está presente em minha vida, nos meus atos e pensamentos. Respeito muito a manutenção das tradições, mas não posso dizer que a minha casa segue à risca muitas delas, apesar de eu amar minha casa e não estar disposta a deixá-la.
Obrigada pela atenção e mais uma vez: vocês mandam muito bem nesse blog.
Axé!!!
Ana Alice
Vá com saia normal ,composta ou com vestido compostofalo composto porque não sei qual o costume e cada um), vc não precisa entrar na roda,vc é visitante e visitante fica fora da roda;basta que vc peça a benção quando for cumprimentá-lo de perto, não precisa ir quando todos os filhos forem, aja de forma respeitosa,se lhe apresentarem gãs e ekedis troque benção com eles, não fique de cabeça muito alta no meio do barracão,o local é impregnado de energia e é preciso respeito.
OLá Fe
Acho que o importante é isso, é você conhecer,é saber o que é tradição o que não é tradição, até mesmo para avaliar outras coisas que vc observa em outras casas, vc está satisfeita nessa casa e isso é importante,mas é importante saber que é possivel essa busca pela tradição, pelas raízes, pelos fundamentos.Está endo bom conversar com vc.
axé
ola bom dia é que estou com duvidas eu frequento uma casa de um amigo só em festas de orixás saidas de iaô caboclos..
uma ou duas vezes no ano. e um dia o caboclo boiadeiro disse: que eu era do axé e que muintos são chamados e poucos escolhidos que tinha que cuidar do meu pai oxossi, na casa de outro amigo o caboclo boadeiro da casa que numca me viu disse que eu ia ser filho de santo da casa e mandou meu amigo me dá o recado depois na casa de outra amiga minha mandou me dá um recado: que oxossi mandou eu vender meu carro porque ou eu ia bater e acabar o carro todo e que tinha pessoas de olho querendo roubalo que vendesse o mais rapido possivel ainda me dando um prazo até junho, sendo que a minha amiga disse que ele viu tudo o que fiz na semana oxossi contou a ela tudinho certinho o que fiz na semana sendo que ela não me viu a semana toda, o que voces acham disso? porque ele me deu prazo para vender o carro?
Flavio,
Essa decisão é sua, certo!
Eu se fosse você, sem falar com ninguém, procuraria alguém de reputação para abrir um jogo e ver seus caminhos, mas, não fale nada e veja o que vai acontecer.
Bo sorte,
Axé,
valeu obrigado..
o fato da pessoa ser ekedi ela(e) foi escolhido através do jogo ou porque quiz?
e as pessoas que saem de iaô que entram em transe tanbem é o jogo de determina isso??
Flavio, bom dia.
O fato de uma pessoa ser rodante (um yaô, por exemplo), ou não ser rodante (ekedy ou ogan, por exemplos), não é determinado pelo jogo. Isso já vem no caminho da pessoa, determinado por Olodumare (Deus, o criador). O jogo apenas pode confirmar o nosso caminho, mas nunca determinar.
Axé!
obrigado Dayane!!
axé a todos…
Olá Carol….
Li seu comentário acima sobre quando o yawo é iniciado na angola o orixá só vem na angola pois só conhece este toque, e que o aguidavi para ele não faria efeito. Agora fiquei em dúvida, não seria o aguidavi instrumento usado para chamar o orixá???? independente do seguimento religioso???? outra duvida….. quando vamos a uma saida de yawo e o orixá da seu orunko, dizem que´o orixa dos demais tem que responder, encorporando, isso procede??? se eu for da angola e for em uma saide de ketu….. isso tabém vai acontecer????
hehehehehe, quanta pergunta né????
Axé
Júlia
Julia o aguidavi é aquela varetinha que os ogãs usam pra percurtir os atabaques e em angola nãoé usado pois se toca com as mãos. E se vc é de angola, vc tem inkise e não orixá e portanto se vc for numa saída em ketu não há motivo para o seu inkise vir em ketu, pois o entendiemnto é de que se o orixa ou inkise se manifestou deve dançar na sala, e como farão com um inkise numa casa de ketu? Como farão o inkise dançar ketu? Tomeje
*Olá amigos:
Parabéns por essa materia linda sobre
o Candomblé.
Afirmando sobre seu texto acima:
Iniciciação….
(Tenho Minha lindissima Yansã como dona do meu Ori e
meu lindo guerreiro Ogum Olode)
E de fato quando se inicia o som dos atabaques e o adjá
estrindente da Ekedje ao nosso ouvido.
_Vamos ficando tipo apavorados e ao mesmo tempo
parece ter uma sambista dentro do nosso sangue querendo sambar no sampodromo tipo a porta bandeira bem de frente.
E ao som misturados se nossa Mãe de Santo ou Ekedje
Sauda Yansã com seu *EPAHEI OYÁ.
Então e o ponto mais alto e forte para que
o Orixá(no meu caso filha de YANSÃ)
esteja se aposando da sua transe final.
De fato e uma situação muito estranha dificil de explicar.
Nosso corpo treme incontrolavelmente,a carne parece pular
por dentro.
E ao final quando somos nós mesmos de volta a realidade
a sensação e que ficamos por anos fora daquele espaço ou
daquele lugar parace que viajamos por muitos anos.
E o corpo fica com a sensação que fizemos mil abdominaveis sem parar.
Os muscúlos doem ,repuxam.
E mesmo que esse Orixa coma se alimente de forma que supra nossa necessidade,ficamos com uma fome enorme.
E inexplicavel e incontrolavél as sensações .
(Filha de Yansã do Balé com Ogum Olode )
* Exú Tranca Rua das Almas
foi o que por vossa exigencia tivemos que fazer seu
assentamento comandado pela Maria Padilha das Almas*
pertecente a minha Mãe de Santo*
Com carinho:Ayrumã filha de Indiano com Kataguás*
Abraços a tds.
NHANDE RU NDE RERÉ*
Koxerê♥
Olá, queridos
Gostaria de saber se o que ocorreu comigo foi “bolar no santo”. Eu estava abaixada observando uma entrega no assentamento de Ogun da casa e a Ekédji estava tocando o adjá, então comecei a sentir uma tontura e minha cabeça começou a doer, foi então que eu me desiquilibrei e cai no chão e rapidamente levantei para o meu lugar, depois tudo passou sem ninguém precisar fazer nada, na verdade o pai de santo sequer notou o ocorrido, só veio a saber quando a Ekédji lhe disse. Depois disso ele me falou que bolei no Santo e disse que eu tinha que urgente fazer um bori com fundamentos diferentes, fiz o bori, fomos na cachoeira e no mar.
É possível me dizer se bolei no Santo?
Agradeço
Axé
Fernanda,
Pelo que você descreve, você não bolou no Orixá, Bolar é desfalecimento completo, um desmaio bem demorado.
Axé,
gostaria que mim esplicassem como é um assentamento de padilha.
o que ela faz e como se comporta.
mesmo sendo uma festa pequena
gostaria que mim esplicassem em detalis o que é um assentamento.
como e o que a padilha come no assentamento.
qual é a funcao dela.
em fim como é realizado a serimonha
gostaria que mim esplicassem em detalis o que é um assentamento de padiha.
como é.e o que a padilha come no assentamento.
qual é a funcao dela.
em fim como é realizado a cerimonha
Se tudo ocorrer bem irei iniciar no cambonble final do ano e sou de onira,gostaria de saber quais os resquardos que devo ter beijocas para todos
Erica tudo isto será passado a você, não tenha pressa, seu sacerdote saberá como lhe orientar.
Ire o.
Obrigado pela esplicacao da ilha beijos
Boa tarde! Motumbá….
Estou frequentando o candomblé a 7 meses, em fevereiro dei OBI, enfim,
minha duvida é relacionada a questão de energia, de sentir Axé do orixá, o que sinto são muitos arrepios e as vezes algumas tremedeiras, algo do tipo como abalos musculares, mas são poucos, os arrepios são constantes, acho lindo, tudo muito lindo dentro do Candomblé, mas não passa disso…
Não seria nervoso? Emoção? Poderia ser Ogã, mesmo sentido arrepios?
Se puderem me ajudar, agradeço, não comento nada com a minha Zeladora com vergonha…
Na ultima festa de caboclo, tremi muito, coração acelerado e um pouco de falta de ar….
Seriam sintomas de um Rodante, um ogã pode ter essas sensações…?
Obrigado por todos os esclarecimentos.
Que meu pai abençoe sempre.
Micchel com certeza sua ansiedade está lhe traindo.
Você não pode ficar com vergonha do seu sacerdote, ele, principalmente ele, deve saber de tudo que ocorre com você. Porém, saiba que ela com certeza está lhe observando.
Arrepios, tremedeiras, falta de ar, dor de cabeça são sintomas normais.
Você saberá na hora certa se é um rodante (Elégun) ou um Ògá.
Ire o.
Obrigado pela rápida resposta.
Como são as coisas, esse domingo teve Olubajé, e acabei não aguentando após abraço de Yansã, e bolei, mas cai e fiquei consciente, ouvia tudo, mas não conseguia me mexer, sair do lugar…..
Enfim.. Obrigado, que Oxalá possa sempre abençoar vcs.
Vamos lá, minha questão é um pouco complexa, mas creio que não ficarei sem um auxílio. Sou iniciado em nação, sou candomblecista. Tenho raíz, pai, avós, etc.. Sou raspado, de Oxoguian. Com 3 anos de santo arriado. Até aí, nihil obstat. Porém, que elégun sou eu que até hoje, ouve tudo, vê razoavelmente, quando em transe. Todos os jogos antes de eu ser iniciado deram que sou rodante. Fiquei traumatizado com a obrigação de virar no santo quando me jogam deburu, abô, se meu padrinho de santo me visita, quando canta para Bàbá, durante o sacrifício da galinha d’angola em obrigações que tomo parte, etc, etc, etc.. Nunca caí quando manifestado, quando o santo dança, mas, sinto que estou manifestado (se sou rodante, tenho que ficar, já que sou feito), ouço tudo, meus olhos não ficam cerrados, vejo vultos que auxiliam meu , corpo durante o transe, escuto o adjarin, lembro das cantigas, sei quem desvirou meu Orixá, mas nunca caí pelas paredes (meu corpo) e nunca pareceu como vento sem direção. Mas, a manifestação vem apenas de uma emoção e do que meu psicológico sabe que é momento. Meu santo não pega minha cabeça direita, tenho medo de estar sofrendo um efeito psicológico do qual faz-me pensar que estou em transe, porque se o corpo criou mecanismos como não cerrar os olhos, e tenho certeza que à vista das pessoas, meus olhos estão fechados, já vi em fotos, mass ei que não estão totalmente. É como se houvesse um bom dominio. Será que não sou rodante, mas, aí que humilhação, que vergonha seria diante da sociedade candomblecista? Sei até o ilá do meu orixá e certos detalhes da minha iniciação e obrigaçoes posteriores? O que está erado, eu tenho caráter, não sou “marmoteiro” e estou com medo de passar vexame… Será que é por causa da pressão que há para eu virar no santo? Ou será que de fato fui enganado? Me ajudem, tenho medo do que me ocorre… Preciso de ajuda, porque fingir deve ser horrivel, ainda que psicologicamente afetado… Não sou louco, fiz exame de cabeça, mas, que rodante sou eu, que elegun, que vodunsi tão conscio?
Dofono, é… Você foi no cerne da questão.
Quem não passou por isso?
Atire a primeira pedra!
Quem não foi forçado a ‘virar’ por que pegaria mal não ‘virar’.
Quem não foi pressionado a virar, quem não decorou um Ilá, um gesto, um ato, uma dança, um trecho de uma cantiga onde acontece algo com o òrìsà ou ela faz um movimento diferente.
Para tudo!
Que petulância a sua!
Jogar na cara do mundo uma verdade deste tamanho. Verdade mais do que Verdadeira.
Isto é òtító, Odù Òsá’túrá.
Òrúnmìlá pergunta:
O que é a verdade?
Eu digo que a verdade é o caráter de Olódùmarè.
Eu digo que a verdade é rocha eterna, que nunca se destruirá.
Isto é para poucos. A verdade quando nos toca, é a verdade de Deus, é o òrìsà chamado Otìtò que nos toca, que penetra dentro de nosso peito e invade nosso coração.
Dana-se tudo agora!!!!
A verdade deve ser dita. Aproveite este momento e vomite tudo que lhe fez mal estes anos todos, os sem caráter vão lhe julgar.
Aqueles que tem caráter vão te olhar nos olhos e lhe abraçar em confraternização.
Eu chutei o meu balde e o mantenho bem longe de mim.
Cabe a você agora mantê-lo longe de você.
Mas bem longe mesmo.
Não importa ficar dois anos sem sentir ou ter posse por parte do òrìsà.
O que importa é que você vê resultado na sua vida, o que importa é que através do oráculo o conselho chega e chega firme, correto.
Esta pantomima de ter ou querer virar, ser o centro das atenções, quer ter o melhor santo, o mais talentoso, o mais eclético, o mais tudo.
É para os idiotas!!!!!
Os idiotas adoram o queijo, o palco, o espetáculo, porém, pergunte como está a vida deles.
Meu sacerdote me diz que quanto mais você finge que está incorporado, mais o òrìsà se afasta de você.
Por isso, você sente tudo, vê tudo, sabe de tudo e etc. Você não está com òrìsà nenhum, é pura ilusão.
coisa de inocente mentiroso.
Por outro lado, vamos abrir um campo para o esclarecimento:
Orí é amigo e traiçoeiro. Poucos conhecem a fundo este assunto, eu inclusive.
Orì pode fazer você se sentir incorporado, sem que você saiba que está incorporado de Orì, a certeza e os sintomas são tão perfeitos e fortes que a pessoa acha que realmente teve posse por parte do òrìsà.
Este é um caso a ser analisado pelo bom sacerdote, pelo bom psicólogo, pelo bom observador que comanda uma casa de Culto.
Não os loucos que apenas querem encher sua roda e mostrar para todos o quão bom de santo ele é.
O sacerdote que tem muitos seguidores, geralmente é aquele que fala o que todos querem ouvir e não o que todos devem ouvir.
Dofono, você teve um encontro, espero que tão profundo quanto o meu.
Aproveite e se aprofunde no que é a verdade aos olhos das divindades e aos olhos de Deus.
Òsátúrá, Ìretè, Òbàrà, Òfun e Ògúndá méjì vão lhe mostrar muita coisa sobre esta linda conexão.
Seja verdadeiro, seja justo.
As divindades apoiam os que agem assim.
Ire onà òtító, ire aláàfià, ire Orì rere o.
Epá Odù, Epá òrìsà.
Aboru, Aboye Òrúnmìlá.
Gbè mi Ifá.
Obrigado porque ouvindo estas palavras, porque ouvi o que o senhor acabou de me dizer… Porque sei que Orisà me toma. Não depreciei o deburu, porque é o alimento por excelência do Senhor da Terra e dono do Ariaxé. Não depreciei o ebô porque sei que é o alimento por excelência de Bàbá. Não desprezei… Mas, dancei para meu ORISÀ ao final de um candomblé, porque Oxoguian não passou. Dancei para minha navalha, Oxalufan. Se a falha está em mim em algum ponto no que diz respeito as pré-disposições do corpo e da alma, vou me entregar, vou ver se não esqueci de um banho de ervas, de algum preceito simples ou de algum tabú. Vou crer que Oxoguian me toma… Mas, não vou me entregar aos julgamentos, por vezes temerário de outrem… Que digam as bocas tudo quanto desejam dizer, porque nem tudo que sai da boca provém de Deus, d Olorun. Mas da boca divina de Orunmilá provém todas as graças. Ouvi algo lindo um dia de alguém que estudou minhas atitudes no Axé, e que teve a graça ou desgraça de dizer aos circunstantes, saí de perto de fininho, até por charme, do que por vergonha porque era algo belo. Às vezes (parecer) humilde para com alguns é tarefa árdua e necessária, (ser) humilde para com meu Orisà, Babalorixá e para as pessoas de boa vontade é prazer. Vou guardar bens estas suas palavras e estarei atento ao que estes Odús sagrados tem a me dizer. Bom de santo é quem ama o santo. Eu amo Oxoguian suficientemente para dançar para ele se eu não o receber, ou melhor, sentí-lo pelo transe. Mas, eu sei que nas horas estritamente necessárias ele vai estar. vOU NÃO ME TORTURAR, MAS ENTREGAR-ME-EI a ele com mais e mais fervor.
Dofono de Oxoguian
O seu caso e o mesmo que o meu, não sou raspado nem catulado, porem sou rodante(viro com orixa) e vejo e escuto tb, POREM NAO SIMULO como o Da ilha lhe falou, pois no meu caso, estou iniciando e começando a evoluir espiritualmente, fico meio recioso devido a esta situaçao mas sei que isso e com tempo conforme a evolução espiritual
Claudio admiro sua sinceridade.
Porém, uma coisa tem que ficar bem clara.
Abian não vira com òrìsà!
isto é prerrogativa do iniciado, as vezes o abian sente a energia do òrìsà, sente o vento passar e pensa que é o òrìsà.
Pois, eu digo para vocês que não é, e neste caminho surge o misticismo, o auto engano e etc.
É duro ouvir e ler isto, mas é a pura verdade.
Muitos vão questionar: Mas então o que é isto na minha cabeça?
Eu respondo que não é o òrìsà acoplado a sua energia. A energia do òrìsà é muito diferente disto que o Abian sente.
Quando vocês se iniciarem vão dar razão, pois, vão saber distinguir uma da outra.
Mantenham a honestidade que vocês vem mantendo, isto é fundamental para um trabalho futuro.
ire
Motumba a todos!
Tambem fico na duvida quanto as visitas em outra nação.
Nasci em Angola e estou em Ketu. A dúvida : Meu orisa já respondeu em Ketu, porém na última festa que fui todos viraram e só eu fiquei acordada, isso me entristeceu muito pois estive nos oros e toda preparação da festa.
E uma outra coisa que me entristece muito e incomoda é que o povo que ao invés de orientar apenas sabe falar mau, dizendo que estou com marmotagem e meu santo vem em uma casa e outra não e essas coisas. Estou fazendo algo de errado? Busco por orientação apenas.
Motumba asé.
Angola – Ketu.
Não nos iniciamos para ficar ‘dando’ òrìsà no salão. isto é vaidade.
A vaidade afasta a energia de nós.
Como está sua vida?
Está boa?
Se a resposta é positiva, então òrìsà está atuando como deve atuar, lhe trazendo benção.
O povo falar que ‘vira’ ou não ‘vira’ me parece coisa de campeonato.
Tem a torcida e seus fanáticos mentirosos.
Querem por que querem mostrar que tem òrìsà, que entrou em buraco, que não sabe nada do que aconteceu.
BANDO DE MENTIROSOS!!!!!
Minha filha se você quiser continuar com seu òrìsà perto de você, seja Angola ou Ketu, não minta, não finja que está virada.
Pois no dia que você realmente precisar dele, ele vai mentir e fingir que também está lhe ajudando.
Òrìsà não é idiota.
Deixe a torcida vibrar e continuar com sua vida hipócrita e pobre.
Leia e releia minhas palavras, você só tem a ganhar.
Adjá não é chave de carro para balançar e o motor/òrìsà pegar/virar.
ire
Obrigado Da Ilha.
Na festa conversei com uma ekede e ontem conversei com meu pai de santo e me deram respostas parecidas com a do senhor.
Osala sempre lhe de sabedoria e humildade para ensinar e orientar quem lhe pedir ajuda.
Motumba!
Boa noite Baba, estou muito triste, bom pra começar e o senhor entender o porque. Então começo a dizer q estou confuso. EM relação ao transe. Eu ontem estive no barracão onde estava pra acontecer um balaio um presente pra oxum , que era de conhecido de meu vô de santo, pois bem como de costume e por ser um yao , quando começou a cortar a angola sei q era pra min virar, pois bem virei, mas na hora q terminou deram rum as oxum inclusive a minha, mais me senti totalmente eu ali..e fiquei perdido, pois na dança me senti q estava dançando diferente e descordenado claro estava com meu olhos fechado , minha mae chamava o meu orixá, eu me senti horrível, pois não estava virado, isso esta me corroendo por dentro, porque não me sinto bem em mentir pra mim mesmo e enganar a todos, e principalmente minha osun, mas isso não é o único problema, isso aconteceu bem antes, pois no ato da cachoeira na hora Dos ebós, onde todos aguardavam pra ve se eu realmente rodante eu acabei q “virando” pela primeira vez, mas eu senti tudo como se vc eu mesmo, bom mediante disso minha mae viu e disse q era o orixa e assim fiquei virado um bom tempo dentro do runkó. Mas mantive assim toda vez q chamava por meu orixá la estava eu virando, e toda vez depois q manda meu orixa embora, eu volta e ficava pensando comigo mesmo meu Deus oque estou fazendo? Me sentindo mal. Bom estou dizendo tudo isso pro senhor, pois senti algo em meu coracao, que deveria estar pedindo ajuda porque não aguento tudo isso, eu sei que devo sentar com minha mãe pra essa conversa , mais nao tenho coragem, estou me sentindo sujo e sem saber oq fazer. Por favor me ajuda. Eu sei q o senhor nao me conhece e nao tem nem uma obrigacao de me ajudar , mas eu te peço a sua ajuda Baba. Obrigado e motumba .
Paty,
O melhor a fazer é conversar com sua zeladora, pedir para abrir um jogo para você e conversar com Oxun. Um bom banho com ervas apropriadas ao Orí pode resolver essa situação. Nunca se comprometa a “virar no santo”, a manifestação é do Orixá, somente dele, pois quando a pessoa se preocupa com isso acaba tendo a interferência do seu próprio Orí.
Axé.
fico muito agradecido e feliz, por me responder, assim deixou bem claro pra que eu possa fazer a coisa certa, por mais que eu possa decepcionar as pessoas que me amam, como minha Yalorixá, minha mãe ekedy meu vô enfim todos aqueles que estiveram comigo nesse momento importantissimo que foi minha iniciação,
Bom mas não sei se me expressei direito, eu antes de acontecer os atos como o bori e o orô, fui tomar meus ebós de caminhos, quando começou, eu ali tomando banho na cachoeira e os ebós eu “virei” mas como sou cru no meio, eu axei que estava virado é mais uma coisa psicologica ,porque coloquei na minha cabeça, não entendi direito,não sei se realmente sou, rodante, bom oq eu sinto é meu coração acelera de mais e só isso, mas enfim continuando, eu ouvi o meu vô de santo me chamando mas mesmo assim não abri meus olhos e assim escutei minha mãe dizendo assim , minha mãe pra gente continuar a iniciação e proseguir com o ato deixa o erê minha mãe assim a senhora pode ir tomando conta aos pouco desse ori, ai foi assim ate minha saída e o nome, virando no santo e erê, mais tudo como se fosse eu , totalmente eu, eu estou desesperado porque fico pensando , que o meu orixá não esta aceitando isso claro, e esta afastando de mim, então por isso pedi uma orientação. e decidi que vou ter que falar e acertar isso com minha mãe, por mais que doa, mais isso é o certo. e meu orixá não merece oque eu estou fazendo, mais isso não é facil, pois todos aqueles que estava na minha saida como vão reagir, oque vão dizer de mim, vão perguntar como assim ? ele não saiu como yaô, esses são alguns dos problemas que terei de enfrentar.
Olas por favor tenho uma dúvida, sou nova na religião e gostaria de saber, o transe do orixa se dá somente no momento do toque daquele orixa? ou poderá ocorrer em outro ponto. Exemplo sou filha de oxum, só terei o transe quando tocar para oxum, ou poderá ocorrer no ponto exemplo nanã, yemanja , ogum etc. obrigada.
A dança com os toques se chama Xirê?
Fui a uma festa recente no candomble,mas meu amigo ja quer que eu entre na roda,porque disse que e assim que vou aprender. Mas nao sei se e isso que quero. Nao sei nada sobre o assunto. Isso e normal ? Esta certo ?
Denise se aprende o que?
A dançar?
Se vc não sabe o que quer, não vá, não se arrisque a começar o que vc não vai terminar.
Religião é algo sério e deve ser levado a sério.
Mantenha distancia até ter absoluta certeza do que vc deseja.
Este seu amigo, não está sendo seu amigo.
Ire
existe fazer o santo e não virar ? estou prestes a fazer o santo e tenho medo de não virar isso ocorre?
Isac a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa que vai se iniciar é esse medo e mania de achar que algo vai dar errado.
Confie, relaxe e siga as instruções de seu sacerdote, ao fim de tudo restará um novo homem e uma nova vida pela frente.
Não perca o foco.
Ire
Estou ouvindo o chamado… Está me enlouquecendo me sinto perdido… tenho medo de seguir e inciar a fundo tudo isso… mais o chamado está muito alto muito meu corpo responde… uma sede sei-la o coração acelera sem parar… Vejo leio sobre o assunto isso até aliviava, mais não ta satisfazendo mais… sinto medo… minha família não sei como enfrentá-los… pois e só deles que temo…
Danilo,
Crie coragem e converse com sua familia, esse é o primeiro passo.
Boa sorte.
Axé.
Boa tarde!
Gostaria de fazer algumas perguntas:
Qual o papel do assentamento na vida do iniciado? Caso ele/ela decida por sair da religião ou da casa e não consigo reaver os assentamentos, o que poderá acontecer?
Segunda questão: Por quê o jogo de Ifá, visto por babalawos e os búzios do candomblé geralmente indicam orixás diferentes aos consulentes? Tenho conhecidos iniciados nos dois segmentos e para minha surpresa todos vieram a ser iniciados e consagrados a Orixás diferentes dos indicados no candomblé.
Terceira pergunta: qual a base doutrinária na religião dos Orixás? Apenas os Itãs?
Quarta pergunta: o que são Orixás? Energias da natureza, ancestrais divinizados ou tem outro conceito não tão difundido?
Agradeço desde já a atenção.
Baiano é pouco espaço para muitas informações, mas, vamos tentar.
O assentamento (igba orisa) é uma representação da energia do orisa, em termos comum é uma antena que capta a energia do orisa, por isso ele deve ser preparado e imantado com a energia pertencente a ele. O ponto máximo é o otá (pedra).
Caso vc queira sair da religião, sair do seu Ile Ase, é dever do sacerdote lhe entregar seus igba/paramentos e etc., caso não consiga você pode inclusive optar por uma demanda judicial. Eu aconselho guardar nota fiscal de tudo que você comprar, existe jurisprudência sobre o assunto com ganho de causo para o Iyawo.
Se o jogo de meerindilogun aponta um orisa e o jogo de Ifá aponta outra, das duas uma, ou o sacerdote ou o babalawo estavam desconectados da fonte, a palavra é uma só, Orunmilá tem apenas uma palavra e ela provem da fonte.
Nossa base está nas escrituras sagradas de Ifá onde 256 Odù, sendo 16 Olodù (os Odù do meerindilogun/buzios) e 240 Omó Odù, estes compartimentos tem guardado com eles toda a história do Universo desde a explosão da rocha eterna (Oyigiyigi) até a formação do caráter do ser humano. Em média são 1648 informações dentro de cada compartimento (Odù). Essas informações estão sendo passadas oralmente de geração em geração a pelo menos 12.000 anos pelo povo Nigeriano. Os itons muitas vezes são parte de uma das informações contidas em cada Odù, ou seja, temos o verso/poema/informação do Odù que é baseado em um iton, esse verso contém um certo número de ebo, medicina e osè dudu para o consulente.
Orisa são energias que governam o Universo, estão ligadas a criação, a energia de Olodumare, existem para direcionar o ser humano no cumprimento de seu destino, traçado enquanto espírito no Orùn.
Existem correntes e versos de Ifá que falam de várias encarnações dos orisa como seres humanos, existem correntes que não acreditam, não temos provas irrefutáveis sobre a matéria, porém, orisa existe e é uma energia muito forte e as vezes violenta que podem provocar todos os fenômenos da natureza, os visíveis e os invisíveis.
Ancestral divinizado é outra coisa, chamamos de Esá. Seres humanos que viveram entre seu povo e depois foram divinizados por eles, são chamados de orisa menores (sem qualquer olhar pejorativo), são menores por serem cultuados em apenas uma região.
Como podemos ver Baiano, nossa religião tem base, tem escritura, tem energia, tem fundamento, tem filosofia (Ifá é uma filosofia não é uma religião), apenas não temos dogmas, pois, o Universo evolui e nós evoluímos junto com ele, mantendo a Tradição de não apagar e nem mexer no sagrado.
Nós somos Isésé, nós somos Tradição.
Ire
Obrigado por responder “Da Ilha”.
Tenho acompanhado alguns posts e aprendido bastante com todos os responsáveis por este espaço, especialmente o senhor.
De tudo que percebi, e isso é uma visão minha, a partir de suas respostas, é que se Ifá é o código moral do culto dos Orixás, se os próprios Orixás se consultavam com Ifá, segundo Itãns, o povo do candomblé hoje, e já me perdoem se pareço inclinado ao culto de Ifá, segue dissociado deste conjunto de saberes tão importantes em qualquer religião.
È que observo que no Candomblé a liturgia, a hierarquia e os costumes são muito mais valorizados do que o desenvolvimento do caráter do ser humano.
Explico-me melhor: tudo no candomblé envolve oferenda, dança e hierarquia. E eu acho lindo. Porém, não vi ainda as pessoas preocupadas em desenvolver condutas e ensinamentos voltados para o desenvolvimento moral.
Acaba que todo um terreiro se preocupa mais em agradar os Orixás de forma a obter trocas para prosperidade, para saúde e para amor ou paz, e se esquecem que o indivíduo também necessita apoio doutrinário, como por exemplo, viver em sociedade, respeitar o próximo, valorizar a família, usar preservativo, debater o aborto e etc.
Talvez por isso a aclamada Mãe Aninha quisesse ver seus descendentes com “anel de doutor”. Acredito que ela não queria somente pessoas com nível superior ocupando os terreiros, até porque penso que nível superior não é sinônimo de felicidade, e sim ela objetivasse a participação de adeptos ESCLARECIDOS sobre seus direitos e deveres no âmbito do axé e FORA DELE.
Não sei se me expressei bem…também não sei se essas condutas morais são aprendidas no Ifá, somente fiz uma crítica construtiva, para fortalecer ainda mais o aspecto moral que nos faz falta e nos deixa tão desunidos.
Eu sempre vejo algumas pessoas no candomblé culparem o Orixá por não ter dado certo na vida, não ter obtido bom emprego, bom marido, ter tido câncer e etc.
Acho que elas esquecem que a vida é delas e que é necessário uma boa dose de vontade própria e entendimento sobre onde começa o papel dos Orixás e onde começa a iniciativa que cada um deve ter para construir seu próprio caminho.
Desculpe se meu texto foi longo.
Grande abraço e peço benção.
Baiano,
Não concordo com suas conclusões sobre o candomblé, talvez atenha-se a uma pequena parte das casas que você conhece, a pequena banda podre que toda religião tem. As casas de candomblé cada vez mais se preocupam com o Orí e ao se preocupar com o Orí certamente os valores morais estão inclusos neste quesito, orientando, ajudando e incentivando o crescimento pessoal de cada filho. Não há associação alguma com código, muito pelo contrário, nosso candomblé é brasileiro, independente e livre. Somente por merecimento, através das obrigações de tempo e de acordo com o Orixá se alcança a verdadeira hierarquia. Ninguém culpa Orixá de absolutamente nada, muito pelo contrário, agradecem por Orixá existir e ajudar com nossas provações.
Quando você vê um candomblé em festa, tenha a certeza que os rituais já aconteceram, o jejun já foi feito, as sarsanhas cantadas, os ebós despachados, o padê já foi pra rua e todos da casa já colocaram seus joelhos no chão no orô, reverenciando os ancestrais.
Ifá no candomblé é uma ferramenta que nos ajuda muito, sem dúvida, nos faz formar opinião “própria” e entender o que se pratica sem precisar colar ou ler no caderno para ensinar. Somos uma religião com Dogmas, Teologia e liturgia.
Axé.
Baiano nem tanto ao mar e nem tanto a terra. Saiba que em Ifá temos seres humanos retos e tortos tbm. No candomblé conheço sacerdotes que fazem do caráter uma de suas máximas, Babá Fernando e um deles, como outros mais. A minha resposta anterior foi dada seguindo o meu aprendizado (meu sacerdote é Oluwo Olori, aquele que conhece e cuida especificamente de Ori) e a regra de ouro de meu Ile. Não faça aos outros o que vc não quer que façam a vc. Simples assim, mas, as pessoas complicam. Muito bom trocar essas informações e impressões. Que a luz de Obatala siga e ilumine seus pés.
Ire Alafia
Olá Fernado D`Osogiyan
Eu conheço bandas podres sim, mas ainda não vi uma casa perfeita (creio que não exista).
Antes querer adentrar essa religião brasileira com referências africanas eu procurei sim por casas diversas…e em todas elas não vi ou soube de reuniões voltadas ao aprendizado moral (a exemplo da umbanda que possui reuniões voltadas a doutrina, sem fazer comparações entre uma religião e outra, é claro)
Talvez não tenha visto por que este tipo de aprendizado no candomblé possa se dar em outro nível (fora daquele esquema cadeira, ouvintes e um palestrante) como nas outras religiões.
E por isso, talvez seja uma particularidade do candomblé. Mas muito obrigado por sua contribuição.
Da Ilha, imagino que no lado de Ifá também não haja essa perfeição. Acredito mesmo que religião perfeita não exista. Contudo, fico feliz de saber que há casas como a sua na qual exista essa preocupação
Não quis causar celeuma a respeito de qual é o melhor caminho religioso. Estejam todos certos de que vim até aqui neste espaço para procurar respostas e não apontar defeitos.
Ainda não obtive resposta no quesito “desenvolvimento moral” no candomblé.
Tudo que sei é que esta religião afro ensina como os adeptos devem oferendar aos orixás para atingir determinados fins, como se portar perante os mais velhos, quais as danças e segredos envolvendo as divindades, mas condutas ensinadas fora destes aspectos relacionadas ao melhoramento do comportamento humano tal qual se visualiza em outras religiões não consegui identificar.
Tenho curiosidade de saber se é assim mesmo.Desculpem mais uma vez se fui mal interpretado.
Abraços
Baiano,
Existem sim e são muitas, porém as aulas são bem diferentes do que você imagina, e o exemplo principal é o zelador, pois vem dele a moralidade que é aliada e coordenada pelo Orixá regente da casa, essa comunhão arbitra a conduta e o comportamento moral e dá exemplo de cidadania e convivência.
Os orôs internos dentro de uma roça de candomblé servem também para promover reuniões com objetivos mediáticos e que são preponderantes como: desemprego, divórcio, traição, depressão, estresse, dívidas, denças(cancer/HIV/HPV/tuberculose/etc).
Não é fácil lidar com essa realidade e ter que promover a esperança baseada na fé no Orixá, sofrer, rir , chorar e ter ainda forças para confortar e passar energia.
O desenvolvimento moral estará na conduta e na condução de uma Casa Religiosa, na prática do bem, no altruísmo humilde da fé.
Não procure respostas, procure a Terra e achando a terra plante uma semente de uma árvore frutífera, regue regularmente e acompanhe seu desenvolvimento, observe, um dia ela dará frutos que poderão responder suas perguntas.
Axé.
Agora entendi o alcance de sua palavras Babá Fernando D`Osogiyan.
A educação e preocupação moral com o desenvolvimento humano se dá em ocasiões especiais como o senhor citou.
Compreendido e assimilado.
Grande abraço ao senhor e a todos e muito obrigado.
Bom dia e Kolofé a todos!
Primeiramente eu vim aqui para dar os parabéns aos três envolvidos na conversa acima, Babá Fernando, Babá Da Ilha e o sr. Baiano.
Fiquei muito feliz! Vi pontos de vista diferente, exemplos bem colocados e explicações sucintas sem que nenhum dos envolvidos precisasse baixar o nível! E é disso que precisamos na nossa religião, a forma como os dois sacerdotes tiveram paciência, calma e discernimento para agir diante de um irmão com dúvidas e questionamentos sobre a religião foi simplesmente memorável! Para todos nós que estamos chegando agora na religião é simplesmente gratificante poder observar isso e bater no peito afirmando que é Candomblecista e que é assim que nós resolvemos as coisas, com uma boa conversa e sem desmerecer ninguém! Como Babá Fernando bem observou o Zelador é o principal exemplo de moralidade e tenham certeza Baba Fernando e Da Ilha que os senhores são exemplos totais da moralidade de um mais velho! Kolofé.
Fomo de Azansu
Fomo obrigado pelas palavras. Mas, devemos reconhecer que ser e querer ser um sacerdote é algo bem distante da realidade de uma casa aberta.
Sabedoria, conhecimento e sensibilidade.
Sem esse tripé, nada feito.
Veremos as queixas, dores e frustrações abarrotarem esse blog.
Ire
Obrigado Fomo de Azansú.
Boa noite, faz 9 meses que estava na umbanda, sou uma pessoa mto ansiosa e tenho sindrome do panico, quando fico ansioso ou com medo, minhas pernas amolecem , da calafrio e falta de ar. No começo que comecei a frenquentar eu ficava com medo e passava mal de ansiedade, depois q m acostumei e perdi o medo nao senti mais nda, a nao ser quando eu rodava para desenvolver ficava tonto e depois sentia mal estar a noite toda , mas nao sentia vibração , e um certo dia resolvi jogar buzios no candomblé , e nos buzios deu que sou ogãn,. Ai avisei meu Pai de santo da umbanda que iria para o candomblé, ele nao gostou mto, m criticou , mas mesmo assim resolvi ir pela ultima vez na gira dele , já que era festa. Mas cheguei lá mto tenso, com medo , e bateu a ansiedade e o panico, no começo da gira tive q sair pra tomar agua e só depois voltar, até achei q era coisa do pai de santo tentando m bolar ou algo assim. Essa semana o pai de santo da umbanda procurou o pai de santo do candomblé e falou q tenho pouco tempo d casa , os buzios podem estar errado , pois eu estava desenvolvendo bem. Mas desenvolvendo bem como, se nao sentia nda, sempre tentavam m parar , achando que eu estava com espirito e eu nao estava com nda , abria o olho, só sentia tontura. Não sei o que sou , se sou rodante, ou ogan , isso esta m tirando o sono, tendo até vontade de desistir. C alguem puder m ajudar , desde ja agradecido.
Antonypraia,
Não dá para confiar num jogo que diz que você é ogan, isso não existe, é uma temeridade dessa pessoa que jogou lhe afirmar isso, pois tem tanta coisa envolvida entre um cargo de Ogan e um Orixá, que é preciso algum tempo para estabelecer essa conexão. Continue com seu zelador da Umbanda que me parece ser mais confiável e gosta de você.
Axé.
Bom dia, Mto obrigado pela resposta. O Pai de santo do candomblé é o Pai de santo do meu antigo pai, da umbanda, e eu já vinha frequentando lá nos dias de umbanda com meu pai de santo antigo, todas as quartas feiras e ele já vinha m acompanhando. Mesmo assim é pouco tempo para saber? E esse mal que passo é ansiedade e panico? Mto obrigado. Bença e Axé.
antonypraia,
Procure um bom médico para tratar dessa ansiedade e desse panico, isso é um problema clínico e não de santo.
Axé.
Motumbá a todos!!
Recentemente passei por um bori em uma casa de santo da nação ketu, antes do bori passei por diversos ebós,ficando com muito sono após os mesmos. No momento do bori senti uma tontura imensa e meu corpo caiu para o lado. Imediatamente voltei a posição original. O zelador desta casa disse que eu bolei no santo, mas eu não cheguei a ficar 10 segundos no chão, levantando sozinho, ainda um pouco tonto. O fato é que fui suspenso ogã em uma outra casa antes da realização do bori. Realizei uma consulta ao jogo de búzios e fui informado que possuia mesmo o cargo de ogã, porém o zelador insiste em dizer a todos que eu Bolei no santo. Depois de tudo isso passei por diversos fundamentos para ver se bolava, mas não senti nada. Gostaria de saber se os senhores já viram algum caso parecido e podem me explicar o acontecido.
Desde já obrigado.
Henrique,
Se você não passou pelo ritual de desbolar, então, você não bolou. Não é porque sentiu a energia do Orixá que você é rodante, até porque, ninguém é de ferro. De tempo ao tempo, cuide de seu Orí, certamente isso vai se resolver.
Axé.
Muito obrigado!!
Que meu pai xangô lhe dê tudo de bom!!
BOM DIA,MUITO BEM EXPLICADO ESSE TEXTO,GOSTARIA DE TIRAR UMA DUVIDA,MINHA MÃE E CONFIRMADA EKEDY A TREZE ANOS DEPOIS DE CERTO TEMPO DISSERAM Q ELA E RODANTE,PELO MENOS NA UMBANDA ELA TRABALHA COM CABOCLO ESTAR CHEIA DE DUVIDAS CHORA,TEM PAVOR SÓ DE OUVIR DIZER Q E RODANTE TEM VARIAS SENSSAÇÕES QUANDO VAI EM ALGUM CENTRO DE CANDOMBLÉ OUTRO DIA ELA FOI NA MINHA CASA DE SANTO TINHA MATANÇA DE EXU ELA DISSE Q TEVE VARIAS SESSEÇÕES,PRESSÃO NO ORI,PULSAÇÃO ACERELADA,EU SENTIR A PULSAÇÃO DELA NA GARGANTA POR UM MOMENTO EU ACHEI Q ELA REALMENTE FOSSE VIRAR COM POMBOGIRA A MSMA FICOU APAVORADA QUERENDO IR EMBORA,COMO POSSO EXPLICAR ELA MELHOR,QUAL EXPLICAÇÃO DEVO DAR A ELA?????PQ ELA N ACEITA DE JEITO NENHUM COM AS COISAS Q ESTOU FALANDO MINHA MÃE E RODANTE MSMO????OU ESTAR SO SENTINDO A PRESENÇA DO EXU???DESDE JA AGRADECIDA BOM DIA
Shirley,
Teria que jogar para sua mãe para lhe responder, pode ser que seja rodante e pode ser que não seja. Egun é terrível principalmente quando a pessoa está com a cabeça fraca e cheia de problemas.
Axé.
Olá, apresento a mesma questão que outros já colocaram. Sou abiã e fico num estado alterado quando são invocados alguns orixás. Sinto um energia muito forte no corpo, faço movimentos involuntários, a visão fica embaçada, mas mantenho a consciência, sei o que está acontecendo ao meu redor. Estou entrando numa casa, vou fazer sacudimento, dar bori, me iniciar. Os búzios dizem que tenho problemas espirituais, que minha situação espiritual é um tanto confusa, nem dá pra saber o orixá pro qual vou raspar ainda, mas a iniciação é requerida e depois tudo vai ficar bem. Confesso que sempre fiquei angustiado com isso, que ainda por cima acontece com mais de um orixá, na verdade, em três.
É só auto sugestão ou é mesmo a energia de orixá, mesmo sem se caracterizar num transe de fato?? Que não é possessão do orixá mesmo eu já tenho convicção.
O mesmo acontece quando “recebo” (se é que recebo) entidades.
Sempre me pergunto se não passa de loucura! Ou se não estão “encostadas”. Mas, enfim, como os búzios dizem e já disseram em muitos outros lugares (já passei por outras casas, mas não senti de ficar) que esse caminho é pra mim, e eu acabei por gostar da religião, vou ver no que vai dar.
Sempre comentei que fico acordado e ouvi que era normal no começo, mas ninguém nunca quis se prolongar nesse assunto. Percebo que é um tabu. Ninguém diz claramente o que é possessão mesmo, o que é só a energia encostada e o que não passa auto sugestão. Me pergunto se não convém distinguir essas coisas.
“Segundo os relatos dos iniciados, o “chamado” do Orixá pode acontecer de diversas formas: sonhos, sensações, visões, doenças estranhas que não são confirmadas pela medicina tradicional, e, em geral, um sofrimento psíquico ou físico que se manifesta de um dia para o outro sem uma explicação certa.
Esse trecho é uma solução para entender o que está acontecendo comigo a um tempinho…os sonhos com alguns orixás a exemplo: Ogum,Oxum,e tb com outras entidades como boiadeiro na presença do meu tio e tal…mas conversando com pessoas intimas e que fazem parte do asè já me esclareceram tudo que possa está por vim….
Que seja Luz e Paz nessa nova caminhada!!!!
Texto claro e verdadeiro para que está nessa descoberta!
Hoje eu estava em casa conversando com o pessoal e derrepente eu comecei a passar mal, parecia que meu orixa ia me pegar e derrepente veio muito forte, ele me tremeu todo, eu cai no chao e fiquei de inicio parecia que era uma ataque epiletico e depois foi como se eu estivesse desmaiado, até alguem vir e falar muitas palavras em yoruba no meu ouvido (segundo quem esta a resente) e eu desvirar. Isso foi bolar ?
Ps,
Tudo indica que sim! procure uma boa casa de tradição de candomblé, faça um jogo de búzios para ter certeza.
Axé.
Boa noite eu estou tendo um contato inicial com o Candomblé, frequentando as festas e também a Umbanda. Inicialmente frequentei uma casa de umbanda onde ao falar com uma pessoa incorporada por uma entidade fui questionado por ela se sentia uma fisgada no olho, coisa que realmente sentia. Ela me disse que por esse fato eu era filho de Xango. Algum tempo depois fui para essa casa que frequento atualmente, onde me disseram novamente sobre meu olho, sendo que um dos sacerdotes me disse que tenho olhos de caçador sem que ele soubesse sobre o que a outra entidade havia me dito na outra casa de Umbanda. Eu tenho muito pouco conhecimento sobre o candomblé e não sei os termos corretos e as nomenclaturas, e não quero ser desrespeitoso falando coisas que não sei. Mas gostaria de saber se isso tem algum significado e o que devo fazer a respeito. Desde já muito obrigado
Iago acredito piamente que não tem nenhuma relevância, ninguém está autorizado a ficar adivinhando o òrìsà de ninguém, isso é muito sério.
Òrìsà como nosso regente, só teremos certeza às portas de uma iniciação e assim mesmo se corre o risco de termos surpresas.
Portanto não se impressione.
Ire alaafia
Eu fiquei traumatizada com o meu buri não sabia de que as comidas do santo ficariam comigo por os dias…ficassem do jeito que.ficassem..
Os país de santo deveriam preparar melhor o anos pra ele saber se consegue passar por aquilo ou não….sai correndo quando as moscas vieram em enxames
Marjorie
O melhor a ser feito vc já fez.
Um conselho, não volte mais nessa casa, já que lhe causou tanto incomodo.
Ire alaafia
Olá, estou com uma dúvida. Eu vou iniciar em uma casa, mas devido a pandemia ela está fechada e estou aguardando. Toda semana eu sempre tive o costume de fazer um culto no lar com estudo e corrente, pois minha família é espírita. De uns tempos para cá tenho incorporado meu orixá de cabeça nesses cultos e ela brada bem alto. Eu moro ao lado de um pai de santo ketu que disse que eu tinha que ter cuidado pois não sou iniciada e posso bolar no santo. Como não entendo muito ainda, queria saber. Eu paro com o culto, eu posso bolar mesmo? E se acontecer o que faço?