Mancomunado
Abril 26, 2018 por Fernando D'Osogiyan
Os nossos Ancestrais não compactuam com a famosa “Mancomunação” de alguns filhos e principalmente de zeladores da nossa religião, é impressionante que determinadas cabeças (Orís) passam a gerenciar a vontade que eles julgam serem do Orixá, baseadas no seu interesse próprio, como se o Orixá dependesse de suas instruções e comando.
No candomblé, essas pessoas são chamadas de “Mancomunadas”, o que acontece de fato é que perderam em algum momento a conexão com seu Orixá e o que é pior, talvez até de forma definitiva, por não seguirem recomendações e agirem por conta própria.
Um Orí contaminado de um zelador, destitui a fé ao sagrado, cria em sua volta uma rede de interesses que se espalhará como vírus por todo terreiro, transmitirá momentânea sensação da ritualística fundamentada na vontade de seu sacerdote em se beneficiar, em agradar, em querer aparecer.
Há casos de políticas internas dentro de uma casa serem também a causa dessa Mancomunação, influências externas contribuem também de forma nefasta e familiar.
O Orí Mancomunado transpassando o Orixá vai se performando ao longo do tempo, a ponto de se vestirem com a roupa de seu Orixá, dançar, cantar e transmitirem recados em nome do Orixá supostamente presente, assimilam e estudam vícios de forma até teatral.
É constrangedor observar tais comportamentos, deflagrados em personalidades corrosivas, pessoas que se passam pelo seu Orixá por pura vaidade, pela sensação de poder, pela auto-afirmação e até pela carência afetiva.
Somos intercessores do nosso ancestral nada mais além disso, nosso preceito é feito para nossos ancestrais, seguir as recomendações litúrgicas, proceder rituais, daí a importância de cuidarmos do Orí anualmente, alimentando-o através do ritual de Borí pois uma cabeça firme e equilibrada estará sempre alinhada com a energia de seu Orixá, protegida de qualquer interversão que possa aparecer.
Nunca em tempo algum podemos falar em nome do nosso Orixá, nem mesmo através de Jogo de búzios, sonhos, ifá, etc, etc, pois o Orixá é soberano, está acima, em outro patamar, é um ancestral por ora por nós divinizado, um pingo de sua energia quando estamos “virados” , constitui na mais pura manifestação de amor e fraternidade, a transmissão de Axé a todos, preservar com devoção ao mistério que nos propomos dentro da religião.
Mancomunação transforma-se em doença fazendo-se crer num personagem fictício sobre um palco de ilusões cercados por uma inocente platéia, candomblé seja qual for a nação não é bagunça, não é um circo com show de palhaços, não desfile de modas e demonstrações de batuques e cantos, Orixá não é um ventríloquo, muito menos um moleque de recados.
Candomblé é religião com Dogma, Teologia e Liturgia.
Texto: Bàbá Fenando de Òsògìyán
Nobre amigo Babá Fernando boa noite.
Sou de Oxalufan, por que não incorporo outras entidades como erê, exu, juntó? Somente meu pai Lufan.
Meu Zelador insiste em me raspar, porém ainda acho cedo, justamente por não receber os mensageiros do meu Orixá regente.
Amigo preciso de um trabalho de limpeza espiritual e peço qie os senhores me deem as obstruções necessarias
Enviado do meu dispositivo Samsung.
Alberto,
Normalmente as pessoas de Oxalá só deixam seu Erê e mesmo assim, somente na iniciação. Se você acha cedo a iniciação por não se sentir seguro então não se inicie, o livre arbítrio é seu.
Axé.
manoelito,
Precisará fazer uma consulta aos búzios para que se possa ver qual o ebó indicado para o seu caso.
Axé.
Antes de tudo meuss parabens, e por sua conduta e clareza de pensamento que sigo este post , creio q ainda um dia possuiremos mais pessoas como nos ou eu mesmo q nao so respeito so mas tenho medo pois conheci o poder do orixa, mutumba axe
Babá Fernando, sua bênção. Esse texto esclareceu algumas perguntas que sempre fiz, pois ao participar de alguns momento no candomblé, presenciei determinados acontecimentos, onde eu não conseguia acreditar que realmente era o orixá que estava ali naquele momento. pois orixá não compactua com coisas absurdas as quais eu presenciei. infelizmente, vejo que muitos candomblés hj, estão tomados pela vaidade e pela necessidade de enaltecer cada vez mais o super ego das pessoas. Mas tenho esperança, que os zeladores e os demais membros, reflitam e se conscientizem da essência do culto do orixá.