“O verdadeiro Orixá não escolhe o tecido bonito, o laço bem feito, a ferramenta e a boa goma, jamais tenciona a fama, o exagero vaidoso, o balé viciado no pé de dança. Orixá não faz vitrine e nem disputa modelos emplumados, Orixá trás a energia que arrepia e emociona, confeccionado pelo pureza de seu encanto.” Bàbá Fernando D’Osogiyan.
Em primeiro lugar vamos ver o que significa vaidade na nossa língua portuguesa: Vaidade, segundo o dicionário Aurélio, é a qualidade daquilo que é vão (fútil, insignificante, que só existe na fantasia, falso, ilusório e inútil), pode ser também um desejo imoderado de atrair a admiração; presunção.
A vaidade é definida, entre outras coisas, como o excessivo desejo por merecer a admiração dos outros (Aurélio). Os dicionários dizem ainda que o vaidoso é presunçoso (convencido), orgulho excessivo, arrogância e fútil (sem seriedade).
A vaidade consiste em uma estima exagerada de si mesmo, uma afirmação esnobe da própria identidade. Para alguns, a vaidade é mais utilizada hoje para estética, visual e aparência da própria pessoa.
Motumba Babá, concordo com o Senhor, o problema é que as pessoas estão deixando o Orixá de lado e estão mais preocupados com as indumentárias que vestirão, isso começando de cima, vemos muitos Zeladores preocupados com os rexilies e saída do Orixá pra terceiros verema pompa do Ilê, do que a própria essência do sagrado.
Boa noite adorei!!!
Bença!!!Tamben o q aconteçe e q o dinheiro esta ganando a religiosidade,e ahí q os filhos de santo q quer conheçer nosso candomble e aprender a esencia dele y vive isso nao sabe o q façer!!
Motumbá aos mais velho e mais novos,
Hoje o que se vê com uma certa tristeza, é a mercantilização da religião de matriz afro, tanto que um amigo de meu esposo, recém chegado da Nigéria, disse que mesmo com aculturação, o que temos aqui é muito luxo nas roupas,festas e pouca preocupação com a essência, a tradição e o respeito ao Orixá. Não raro,ver ekédes querem dançar mais que os orixás nos rum, ou simplesmente o ignoram deslumbradas com suas próprias posições de destaque. Outro dia, fiquei tão incomodada, pois uma ekéde, vendo um rapaz em que o Orixá se fez presente, não ajudou a por atacã, tirar os tênis, celular e outros objetos, alegando que não era de sua casa e não poria a mão e o próprio orixá fez tudo h, fiquei triste e com a certeza que se eu me afastei há cerca de quase 30 anos e o entendimento e respeito não era tão tão absurdo como o de hoje, em que alguns (e algumas) confundem o candomblé com rodas de pagodes. É uma religião que amo e vou amar sempre, desde meus 07 anos cresci em uma roça de candomblé, eram outros tempos… se faziam as roupas nas próprias casas, hoje se compra feito, assim como as os fios de contas…aprendiamos itans, orikis,hoje se abre casa com um ano de feitura e já é “baba ou ya”….sem nem saber o mínimo…a modernidade? a vaidade? a ausência de bom senso? não sei…ás vezes e somente ás vezes me bate um certo saudosismo desse tempo, em que me vejo com meu Babá, aprendendo, fosse sentada cortando o quiabo ou depenando a galinha, em respeito, após uma feitura ou apenas no preparo de um prato para um orixá,a preocupação com a conversa em que o ensinamento sadio se fazia presente. Não com maledicência e conversas de sentido e conotação dúbia ou vulgar, mas cantigas, rezas ou histórias dos orixás. Outros tempos….
A benção aos mais velhos.Muito bom tocar nesse assunto,parabéns Babá Fernando e gostei muito do comentário da Sílvia Lima.As pessoas querem mostrar luxo e pompa e esquecem dos ensinamentos e do próprio Orixá ou Inkice,elas querem ter brilho e aparecer mais do que o Orixá,Inkice ou Vodum.
Obrigada Angoleiro. E desculpem os erros na escrita,mas fui tomada pela paixão no momento de escrever,rs. Mas até a expressão terreiro, evoca essa sensação de um grande espaço tribal e patriarcal/matriarcal, em que todos estão interligados, todos tem uma tarefa,todos tem algo a se fazer que complementa o trabalho de um primeiro e assim,consecutivamente….falta essa essência e esse compromisso hoje em dia.
Bom dia a todos! Kolofé aos mais velhos e mais novos!
Uau que belíssimo texto! Realmente emocionante.
Me dói bastante ver o que esse texto nos mostra na realidade das nossas religiões de matrizes africanas – extensivas à Umbanda – hoje se dá um valor enorme a luxo! Não sou velho de Santo – ainda vou dar três anos – mas tive a felicidade de estar numa casa que faz o impossível para respeitar a essência da religião. Hoje não se encontram mais ‘roças’ de candomblé! A religião está cada vez mais urbanizada, o ‘pé no chão’ também é raro! Todos calçados e em bom piso! Não sou crítico do conforto nem da beleza, mas na minha concepção as religiões de matriz africana sempre tiveram a beleza diferenciada! Diferentes formas de se enfeitar e preparar um barracão! Agradeço a todos os Voduns por estar numa casa que busca ao todo respeitar as tradições dentro do possível em um barracão com uma grande roça com a possibilidade de assentar todos os Atinsás.
Espero que a modernidade alcance o candomblé de uma forma contida e controlada!
Abraços fraternos a todos!
Bom dia a todos.
Gostei muito do texto e da forma como o Babá Fernando o abordou. E gostei muito do comentário / desabafo da Sílvia. Parabéns aos dois! E a todos que compartilham das mesmas idéias.
Eu sou da Umbanda, mas isso não me impede de acompanhar e tentar me aprofundar mais em outras matrizes do Espiritualismo… Já estive em várias festas de Umbanda e de Candomblé em casas distintas, não na intenção de “xoxar” mas na de aprender, de vibrar, de me integrar à energia que vibra no ar, de me emocionar. Quando a coisa é boa, mexe com a gente de um jeito que cada um de vocês deve saber.
Também vejo com muita tristeza essa vaidade gritante em vários pontos. Não somente na vestimenta, como também na atitude das pessoas, com cargo ou não. Tem gente que não sabe se portar nem sendo visita, e isso coloca até o pessoal da casa visitada em uma bela duma saia-justa… Quando nos interamos de quem se tratava, era um abiã, e às vezes até um simpatizante que nem casa tem, mas que age como se já fosse um cacurucaio de santo… Isso, porque certamente viu, ouviu e aprendeu de uma forma distorcida do que é feito o santo.
Já ouvi de algumas pessoas que tem que se fazer festas e saídas com luxo e abundância para que ninguém saia falando mal. Eu sou adepto da simplicidade no seu extremo. Quando visito alguma casa, coloco a minha “menor” guia (fio de conta no Candomblé) – em tamanho, mas não em importância pra mim. Procuro ficar num cantinho discreto, se ninguém souber quem eu sou. Uma camisa branca, e calça jeans clara. Pronto. Não me julgo melhor do que ninguém, mas acho que estou lá não para competir com o brilho de ninguém, mas estou pelo santo. Para acrescentar. Pelo axé.
Vejo hoje em dia muitas casas de Umbanda se aproximando cada vez mais de princípios de Candomblé por vaidade, pela efusividade das cores, e se perdendo na essência. Adoro uma Umbanda toda de branquinho… Com seus pontos cantados, lindos. Com a vibração lá em cima.
Mas graças a Zambi, também já estive em várias casas onde a vaidade não impera, onde a seriedade é a voz maior, e onde as pessoas não cedem às pressões externas para fazer um show, mas sim tratam todos com respeito independentemente de cargo, de “fama” ou de origem / religião. Muito bonito de se ver…
Acho que os Babás, as Iás, Ekedes, Ogãs, e mais velhos de santo deveriam ter como princípio passar e estimular essa simplicidade e não o inverso para os que estão chegando, e servir de exemplo em suas casas. Pois é de pequenino que se torce o pepino…
E vamos levar nossas religiões avante, com orgulho, fé, e sem vergonha de ser feliz…
Muito axé para todos, e grande e fraternal abraço. A bênção, a quem é de bênção, e todas as saudações respeitosas ao querido povo do Candomblé!
Thiago, gabriel, Fomo, Silvia,Johnny,
Mo Jubá! Que Oxalá nos abençoe sempre.
Axé.
Miroir, miroir sur le mur, qui est la plus belle de toutes? *** Francês rs
Espelho, espelho meu, existe no mundo alguém mais bela do que eu?
Diante do tema exposto Baba Fernando ,duidar do corpo (roupas, adornos seja na faceta religiosa, social e etc) é uma atitude saudável e ajuda a aumentara auto-estima. Quando a busca pela beleza se torna OBSESSIVA (é bom grifar a palavra em análise), porém, ela vira uma doença que exige tratamento.
Mas antes, que alguém fale do meu imenso ego, irei dizer algumas palavras, porém baseadas na cientificidade, quanto ao assunto religioso escrito por ti, está perfeito!
Sendo assim, diante do assunto em epígrafe digo: O termo Narcisismo, segundo especifica o dicionário, refere-se ao amor de uma pessoa a si mesma. Isto é; uma auto- adoração; um interesse exagerado e doentio do indivíduo, voltado para ele mesmo. É o apaixonado pelo próprio corpo. Nas palavras freudianas, o Narcisismo é fruto da “fixação” da “libido” no próprio “Ego” do indivíduo. Traduzindo esta linguagem psicanalítica, temos que libido é conceito que se refere a “energia instintiva e autoconservadora da vida”, cujo sinônimo é “Eros”, em oposição a “Thanatos”, instinto de morte (ver o Artigo:” Instinto de Morte e Instinto de Vida”, deste autor).
O “narciso” sendo vaidoso, necessita da aceitação e aplausos dos outros, porque nos neurônios do seu inconsciente se encontram diversas gravações(eletroquímicas) de fatos e fatores negativos da sua nulidade cultural e do seu vazio existencial. Por isso, o seu Inconsciente exige que o seu Consciente busque lá fora os aplausos e a aceitação dos outros, para neutralizar a ansiedade latente dessas gravações (antigas ou recentes) contidas nas células nervosas da sua mente Inconsciente. Porém, o narciso para receber e continuar atraindo a atenção,aplausos,aceitação,elogios e bajulação de terceiros para a sua fragilizada personalidade ( que o mantém vivo), ele necessita manter-se sempre atraente e belo para todos; a fim de receber esses aplausos e essa aceitação que o alimentam. É, aí, que o narcisismo se associa com a vaidade, que lhe custa muito e o onera com gastos extravagantes; como: roupas,sapatos,perfumes,enfeites,adornos, penteados,cosméticos e mil outros atrativos para ser notado,olhado,invejado e aplaudido.
Em ultima análise, quero concordar com suas palavras usando como analogia as ciências existentes que tratam do assunto. Falei pouco, para não ficar complicado, para quem não é do ramo – Psicologia e Direito.
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A verdadeira beleza emana sim do coração e da evolução espiritual, mas como sempre brinco como minha yalorixá amada ESTUDEI MUITO pois CHANEL e LOUBOUTIN não caem do céu. Sendo assim, quero apresentar-me da melhor maneira para meu orixá do meu Ori, seja internamente como externamente.
Logun ô akofá meu príncipe da minha vida
Mas algo não se pode negar: os filhos de Logun Edé são bonitos e possuem olho-de-gato, algo que atrai e repele ao mesmo tempo. São mandões, os donos da verdade, os mais belos, cujo ego não cabe em si. Melhor não lhes fazer elogios em sua presença, a não ser que queira ver sua imensa cauda de pavão abrindo-se em leque. Quando têm consciência de que conseguem controlar os seus defeitos, os filhos de Logun Edé tornam-se pessoas muito agradáveis.
Os filhos de Logun Odé não andam! Pairam sobre o ar!
Paz profunda!
Peço permissão para compartilhar os textos de Fernando de Osoguian, na página do Facebook Tenda Cighana Menina com objetivo de propagar conhecimento. Muito grata Marcia Regina
Enviado do meu smartphone Sony Xperia™
Márcia,
Peço apenas que de o devido crédito.
Oxalá lhe abençoe,
Axé.