A iniciação é um processo extremamente complexo e individual. Diversos são os motivos que levam uma pessoa a iniciação. Há pessoas que têm que ser iniciadas, outras o são simplesmente porque assim quiseram, porque amam a religião.
Após a decisão sobre a iniciação, o primeiro passo é consultar o oráculo Ifá, para recebermos as orientações e procedimentos necessários para que tudo aconteça.
Definida a data, se dá início aos rituais, fica-se recolhido no Ilé Asé pelo tempo estabelecido no oráculo. Inicialmente, descansará o orí. Após este período, será dado início a um processo de limpeza física e espiritual, através de banhos rituais (ervas) e sacrifícios (ebó). Feita a limpeza, será levado para o quarto sagrado, de onde só sairá para as cerimônias no Ilé Asé, ou locais externos sagrados (mar, cachoeira, mata, rio, etc.). A partir deste momento, passa a ser chamado, Ọmọ òrìşà.
É preciso um período de recolhimento para que possamos nos analisar, nos conhecermos, mudarmos o que precisa e nos purificarmos através de vários rituais de limpeza (ebó), oferendas, sacrifícios e borí. O ritual do borí, alimentará um dos mais importantes òrìsà, o orí. Este ritual tem o objetivo de purificar e fortalecer o orí. Uma vez que orí foi devidamente reverenciado, é hora de iniciar o tratamento para o òrìsà. A iniciação é algo muito particular de cada òrìsà, por isto cada um tem seus próprios rituais.
Corpo físico, mente e alma são ritualisticamente preparados para a manifestação divina. Depois de purificados e fortalecidos, estamos prontos para o encontro com a divindade dentro de nós. Durante esta importante fase da iniciação, tudo sempre é feito ao som de cantigas específicas e diante de olhares das poucas pessoas autorizadas. Em seguida, será dado início aos sacrifícios necessários para os òrìsà.
Durante esse período não pode haver a alimentação de sonhos que não fazem parte de seu destino, mas sim daquilo que você sempre foi desde os primórdios e a busca de seu aprimoramento através das orientações apresentadas nos jogos divinatórios de Ifá. Nosso Eu Interior precisa ser respeitado. Precisamos ter o conhecimento da forma correta de sua adoração, para que possamos transformar o comportamento negativo e os vícios de personalidade, este é o verdadeiro àse, o nascer novamente com a maturidade e a consciência e poder reformular a vida de forma a satisfazer-se. Iniciar-se no culto aos òrìşà significa preparar-se para o encontro com o Divino e consequentemente com você mesmo.
No culto Yorùbá, a divindade mais importante, e que sem que ela permita, nada acontece, é o orí. Temos o livre arbítrio das escolhas, e quando decidimos por nos iniciar no culto aos òrìşà, é porque nosso orí já fez a escolha.
Iniciar-se, significa renascer, nascer para o òrìşà, para o mundo espiritual e para uma vida em busca da realização pessoal. Iniciação, é o início de um aprendizado e desafios constantes que requer disciplina e dedicação espiritual, é um processo em que somos orientados a seguir no caminho do equilíbrio e da plenitude.
Sentir a energia do òrìşà, significa sentir o divino, estar em sintonia com o alto e estar vibrando na mais perfeita comunhão com o Universo. É atingir o Nirvana, o estado total de êxtase cósmico. É uma explosão de vida, amor universal, satisfação, preenchimento, conexão total com o Criador.
O homem, sempre almejou conhecer Deus, o Universo e a origem da vida, e Òlódùmarè (o Criador), nos presenteou com a sabedoria do Ifá, que nos fala sobre o princípio de tudo e todos.
O ọmọ òrìşà aprende os mistérios básicos das divindades e da criação; os costumes da comunidade e os princípios que regulam as relações da família espiritual, sua hierarquia sacerdotal e a forma adequada de comportamento nas cerimônias internas e públicas. Conhecimentos acerca de seu òrìşà lhe são ministrados: a maneira adequada de cultuá-lo, suas proibições (Èèwò), virtudes que deverão ser cultivadas, e o que deverá ser evitado, para atrair influências benéficas e harmonia.
Òrìşà não é problema, mas sim a solução no nosso caminho. Através do apoio divino, o ser humano tem condições para vencer as dificuldades internas e externas e a construção de um futuro melhor. O òrìşà não necessita, nem depende de devotos, nós é que buscamos o òrìşà.
Se iniciar na magia do òrìşà é possibilitar através de rituais próprios que o lado divino transpareça; é libertar o Deus Interior que existe em cada ser humano, permitindo-lhe vir à tona e provocar o impulso capaz de conduzir a individualidade à realização pessoal, estabelecendo dessa maneira a mais perfeita comunhão possível com o Universo, com a Natureza, com o Criador, enfim, com a própria Vida.
Os rituais iniciáticos para os mistérios dos òrìsà, são a forma de receber o sagrado em si mesmo, ou seja, permitir que o Deus Interior, desperte em cada indivíduo e estabeleça a ponte com o Cosmos. O caminho da iniciação é o conhecimento das forças que regem o Universo e a Vida nas suas mais variadas formas e manifestação.
A tarefa do poder divino universal que preside sobre todos os elementos da criação, é dominar a ilusão e a negatividade existentes aqui na terra. A verdadeira essência da vida está dentro de você. Neste exato momento você pode se voltar para dentro de si mesmo. Tudo o que se precisa é uma jornada silenciosa em direção ao seu próprio ser, uma peregrinação ao seu próprio eu. E no momento em que você encontrar o seu centro, você terá encontrado o centro de toda a existência. Este é o verdadeiro motivo, pelo qual nos iniciamos!
Trabalho de pesquisa:
– adaptado por Erelú Ìyá Òşún Funkè, Ìyánifá fun mi Lợla (Fátima Gilvaz)
– Efunlase
– vários sites sobre o assunto
– blog olojè Obarainan
www.efunlase.com
fui a um centro IFA jogar buzios (jogo amoroso)… o babalawo me disse que eu estava sendo chamada pelo meu orixa Iansa para fazer o Bori, pois eu era medium de cura, e portanto eu tinha que cumprir essa missão, pois eu havia sido escolhida pelo orixa!
disse que são poucos os escolhidos pelo orixá para cumprir determinada missão, e que muitas pessoas procuravam ele querendo fazer, porém só fazia de quem era escolhido!
isso existe mesmo?
é verdade que os orixás escolhem algumas pessoas para cumprir determinadas missões?
Deusa,
Não faça nada sem antes ter dentro de si mesma essa intuição, esse desejo, não se deixe convencer de nada sem antes confirmar até em outros jogos esse necessidade. O candomblé é uma religião, você precisa se envolver, conviver e entender os dogmas, liturgias e rituais. Ifá não chama ninguém para Orixá, cuidado com os comerciantes!
Axé.
Boa tarde,
Já estive aqui antes com algumas dúvidas e agora tenho outras.Fui iniciada no candomblé em 1979 e em 1992, todos meus igbás assim como de minha mãe e irmãos foram despachados na água por escolha de minha falecida mãe, que assim como nos colocou resolveu no candomblé,decidiu nos tirar.Recentemente consultei em lugares diferentes ifás, sendo que dois deram que estou representada por odú Ossá (inclusive com ebós de tudo 9), no entanto, no último, pediu ebó com tudo em 11(Odú Owarin Meji). Como não entendo muito, gostaria de um esclarecimento se isso é normal e se posso tomar esse ebó(de 11) sem maiores problemas.
Grata
Fadista
P.s> Data de Nascimento: 27/11/1969
Outro detalhe, nunca senti energia de “rodante” e nem vou fingir para agradar depois de mais de 30 anos,mas fui informada de que serei rodante,ficou uma incerteza muito maior.
Silvia jogo de buzios não espera.
Se você precisa fazer ebo, faça imediatamente.
Se não, cada vez que voc~e for jogar um novo Odù se apresentará para você.
Ose não é Odù de Òya.
Esse é o conselho que posso lhe dar.
É muito difícil analisar o jogo de outra pessoa.
Ire
Se você vai sentir o orisa ou não se vai incorporar ou não.
Isso está na mão do sacerdote ao fazer a magia correta para buscar essa energia em sua cabeça.
Ire
Boa noite,
Texto maravilhoso, adupé pela postagem.
Axé.
Motumbá e Me perdoe Babá Odé Ợlaigbo,
Mas eu sei que Ose não é Odu de Oya, só quis tirar uma dúvida sobre o odú11, mas tenho certeza que precisaria tomar os ebós desde que não paire dúvidas em minha cabeça ou que vá interferir de forma negativa em minha vida. Agradeço desde já. Motumbá
Silvia a ideia era apenas te ajudar com mais explicações.
A indicação sobre ebo pode vir de qualquer Odù, pois, ninguém sabe qual Odù estará vibrando em você naquele momento da consulta.
Ire alaafia.
Babá, Novamente obrigada, me esclareceu e vai ajudar em minha decisão.
Motumbá
Babá, sendo eu Abiyan de candomblé posso ainda assim ser iniciado em ifá sem impedimentos? Tenho muito interesse tanto pelo candomblé como pela tradição e sabedoria de ifá! Mojubá!
Jan,
O candomblé é uma religião e a Tradição uma filosofia de vida e ensinamentos das escrituras de Ifá. No Candomblé temos etapas como a iniciação, obrigações de 1, 3 e 7 anos e um constante aprendizado e estudo religioso. Na iniciação para Ifá, requererá estudos sobre os Odús e Omo Odús, muita dedicação e vocação também para se converter aos ideais de Ifá. Aconselho a escolher aquela que você mais se identificar e se sentir feliz.
Axé.
Babá,
Fui em uma casa de candomblé com um amigo, ambos pela primeira vez. Ao começar os orixás a dançar meu amigo foi tomado pelo Orixá e saiu dançando pela casa, isso é possível? Somos de Umbanda.
José,
Resta saber se realmente era um Orixá pois quando a pessoa não é iniciada, o Orixá toma a pessoa e a deixa inerte, caberá ao zelador investigar essa fato.
Axé.
Fui iniciada a pouco mais de um ano. Sou muito feliz no barracao que frequento.
Porém recentemente fui convidada a trabalhar e morar em outro estado, bem distante de onde estou agora.
Ainda nao tomei minha obrigaçao de ano. Nao gostaria de sair do barracao, tao pouco trocar de pai de santo, porem sei que nao poderei estar presente com frequencia na minha casa, talvez uma ou duas vezes ao ano.
Estou muito preocupada, pois nao quero ” abandonar” meu santo, mas tb nao quero desvincular-me da casa e me vincular a outra, entendem? nao sei o que fazer.
Gisele,
Não precisa trocar de barracão e muito menos de zelador, basta sempre nas suas férias tomar sua obrigação e aproveitar as promoções de passagens que eventualmente tem e vir a sua casa.
Axé.