Òrìşà são forças criadas por Òlódùmarè para nos auxiliar nessa terra. São criações tão perfeitas que se acoplam à natureza de forma que sejam um só.
Eles sabem exatamente tudo o que precisamos, o que queremos e a hora certa em que tudo deve acontecer. Suas previsões são tão exatas e precisas como tudo na natureza.
Eles se encontram em tudo, absolutamente em tudo o que somos, fazemos, o que queremos e o que almejamos.
Quando nos afastamos dessas energias, sentimos o peso desse mundo denso em que vivemos, com todas as cargas negativas e positivas misturadas num redemoinho sem fim, onde ficamos perdidos e sem rumo.
Estar em conexão com essas forças emanadas por Òlódùmarè (Deus), é estar em plena harmonia com nosso espírito e assim, equilibrados, estaremos em harmonia com a natureza.
É nos Òrìşà que encontramos forças para enfrentarmos o nosso dia a dia, cada insegurança, cada dúvida, cada dificuldade, conflitos, nossos negativos e as forças negativas existentes no meio em que vivemos, mas encontramos também o equilíbrio e a forma correta para recebermos o positivo, a alegria, as realizações, as conquistas e o amor emanado por Deus (Òlódùmarè).
Nós temos por hábito reclamarmos de tudo o que temos e vemos a nossa volta. Mas precisamos mudar e começarmos a observar o que temos de bom. Precisamos agradecer as conquistas, ao invés de falarmos das dificuldades que tivemos para obtê-las, agradecer nossa mesa farta, sem reclamarmos do cansaço do trabalho. Precisamos aprender a agradecer cada alimento que chega a nossa mesa, cada conquista, cada dia de vida e saúde, cada vez que dormimos e acordamos no dia seguinte, a cada vez que podemos ver e sentir o sol, a chuva, por estarmos em nossa casa, nosso lar com a família e valorizarmos cada coisa, cada gesto; o mínimo que seja, tem seu valor.
Precisamos eliminar o quê e quem não presta do nosso caminho, ao invés de nos martirizarmos com as decepções e traições. Precisamos seguir em frente e desfrutarmos dos bons e dos que nos dão valor.
Precisamos sempre lembrar que, enquanto nós reclamamos de uma terra ruim, de maus governantes, de que temos dificuldades para conseguirmos viver e seguir em frente; existem outros povos, em outras terras, com dificuldades tão maiores, tão terríveis, passando por tantas privações, e sem as mínimas condições de vida que precisamos. Mas eles são confiantes, felizes, certos de que vão conseguir viver cada dia que está no destino deles, e que Òlódùmarè e suas criações, os Òrìşà, estão com eles a cada momento, os movendo a cada dia em busca de vida. Eles acreditam nessa força maior que pode nos conduzir pelo melhor caminho, para podermos viver e passar por cada obstáculo, por cada dificuldade, com êxito e vitórias.
Esse povo, apesar das dificuldades e das privações, eles comemoram e agradecem cada dia, cada conquista, com alegria, danças e música aos Òrìşà.
E é nessa hora, que vemos o quanto somos pequenos, o quanto reclamamos de tudo, enquanto que precisamos é agradecer o mínimo que seja. Porque, com certeza, se conseguirmos olhar para o lado, ao invés do nosso umbigo, veremos outros seres, outros povos que tem muito menos, ou não tem nada e que vivem e agradecem por cada dia em que estão vivos, por cada dia que conseguem chegar até o final da jornada e voltar para casa.
Vamos ser gratos pela vida, e pelo que ela nos oferece.
“Porque não há nenhum mal, que não se consiga aguentar e nenhum bem que dure para sempre!”
Por isso, precisamos encontrar o nosso equilíbrio, para sermos capazes de enfrentar qualquer dificuldade, e também, de agradecer cada minuto de vida, cada minuto em que podemos estar vivos para lutarmos por mais um dia.
Precisamos estar sempre em busca do amor de Deus, do Amor Universal, dentro de nós, para que esse amor nos transborde de satisfação em tudo que temos, que conquistamos e tudo o que somos.
Que cada um de nós consiga encontrar essa força divina e perfeita, que é o Òrìşà, dentro de nossos corações.
Eu, tenho certeza que Òrìşà existe em mim e que me leva sempre pelos caminhos necessários para o meu crescimento e pelo meu merecimento!
Àse !!!
ÁFRICA
Terra de tantas privações
Terra de tantas dificuldades
Terra de tantos sacrifícios
Onde os fortes ficam mais fortes
E os fracos, mais fracos
Onde aprendemos o valor da vida
E o valor de cada ser
Terra de povo sofrido
Terra de povo sábio
Terra que nos dá o valor da natureza
Terra que nos dá o valor de Òlódùmarè
Terra que nos dá o valor do Òrìşà
Que nos ensina a viver
Que nos ensina a crescer
Que nos ensina o valor do Sol e da Chuva
Que nos ensina o valor do Amor!
Ase.
Mo jùbá Ìyá mi Òşún Funkè
Nesta frase está contido o propósito da iniciação, do renascimento espiritual, do convívio com a natureza do planeta e da humana.
Não podemos estar ligados a egos e vaidades, a atividade fim da religião é muito maior que a maioria dos iniciados pensam ou foram ensinados.
Diz o texto:
“Estar em conexão com essas forças emanadas por Òlódùmarè (Deus), é estar em plena harmonia com nosso espírito e assim, equilibrados, estaremos em harmonia com a natureza”.
Ire alaafia
ASÉ OOO!MO JÚBÁ BÀBÁ!
Boa tarde, Alaigbo!
Sua bênção! O texto é muito bom, esse texto nos impele mais a uma reflexão, do que a aprendizado, com conteúdo que nos esclareça certos aspectos da religião.
Lembrei-me de um livro que li, no qual se diz que o mal, na concepção da religião dos orisas, é a falta de sintonia ( do ser humano) com o sagrado, no que decorre num desequilíbrio espiritual e social.
Um abraço.
obrigado pelo texto sr Ode Olaigbo. Veio num momento necessário…
Mário mo juba se, Erinlé se o, mo juba, Olodumarè fez o universo com verso e reverso, frio e quente, branco e negro, positivo e negativo.
A dualidade traz o equilíbrio, saber conviver com o negativo faz parte de nossa jornada.
O mal é uma questão de ótica, apesar dele existir.
Ire alaafia
Boa tarde! Gostaria de saber onde encontro informações sobre o cargo Àjímúdà. Não encontrei informações muita claras especificas a esse cargo.
Ramos,
Temos duas variantes:
Iyá Ajimuda que ajuda a Yamoro com o Ipadê de Exú, também em alguns axés é um cargo que cuida da casa de Omolú e Oyá Igbalé.
Titulo usado no culto de Oya e Geledé, Babá Ajimuda, na verdade um Egun muito ligado a liturgia de Oyá Igbalé.
Axé.
Boa tarde, a todos e a todas!
Então essa questão do mal na filosofia e teologia dos orisas é caso resolvido.
Assim entendi, porque no universo cristão até hoje, que eu saiba, não há uma explicação da origem do mal, se Yavé é só bondade…., bom é a lógica e compreensão cristã.
Um abraço.
Mário vamos interpretar pelo caminho das Mães. Quando elas saem ou mandam ‘alguém’ resolver uma questão em que elas foram provocadas, vemos que o agente irá resolver o assunto e o atingido conhecerá o mal, por outra ótica veremos a mão da justiça operando e praticando o bem.
Então é uma questão de ótica e este exemplo pode ser estendido até os pícaros onde se encontra Olodumare, aquele que sanciona todos os ebo e pedidos ofertados.
Ire alaafia.
Verdade, pai!
Olá Fernanda!
Obrigado pelo retorno.
Sim… No caso me refiro a cargo Iyá Àjímúdà.
Em pesquisas percebi que Iyá Àjímúdà entra no processo do Ipadê de Exú apenas na ausência da Yamoro e da Iyadagan bem como as suas auxiliares. Achei um cargo muito vago e sem informação de pouca serventia para esse caso.
Se souber mais e puder compartilhar.
abraços.
Babá Da Ilha, não sou iniciado mas passei por um ritual chamado ikomojade e ganhei o orunkó Ògún Dáré, mas fiquei com uma dúvida, e se na iniciação der outro orixá que não Ogum, e esse ritual valeu mesmo ou não? Agradeço desde já sua resposta!
Jan07142
A palava é uma só.
A palavra de Deus (Ifá) não muda.
Se você tem duvidas então você não aceitou o ritual 100% e nem tem total confiança em seu sacerdote.
Pense nisso.
Ire