O axé encontra-se numa grande variedade de elementos do reino animal, vegetal e mineral. Encontra-se em elementos da água, doce e salgada e da terra. Acha-se contido nas substâncias essenciais de seres, animados ou não.
Elbein dos Santos (1986) apresenta uma classificação do axé em categorias: sangue vermelho, sangue branco e sangue preto. O sangue vermelho, no reino animal compreende o sangue propriamente dito, animal e humano, aí incluído o fluxo menstrual; no reino vegetal, inclui o epo, azeite de dendê, o osun, pó vermelho extraído de pterocarpus erinacesses e o mel, sangue das flores. O sangue branco incluem no reino animal, o hálito, o plasma, o sêmen, a saliva, o suor e outras secreções; no reino vegetal, a seiva, o sumo, o álcool e as bebidas brancas extraídas de palmeiras e de alguns vegetais, o ori, manteiga vegetal e oiyerosun, pó esbranquiçado extraído do irosun; no reino mineral, os sais, o giz, a prata, o chumbo, etc.
O sangue preto compreende, no reino animal, as cinzas de animais; no vegetal, o sumo escuro de certas plantas, o ilu, índigo extraído de diferentes tipos de árvores, pó azul escuro chamado wáji; no reino mineral, o carvão, ferro, etc.
Para poder atuar, o axé deve ser transmitido através de uma combinação particular que contém representações materiais e simbólicas do branco, do vermelho e do preto, do Aiyê e do orun, competindo ao oráculo à definição da composição necessária do axé a ser implantado ou restituído.
O sangue – animal, vegetal ou mineral – é substância indispensável para a restauração da força. Todo ritual, seja uma oferenda, um processo iniciativo ou uma consagração, realiza implante da força ou revitalização.
O que vive, para poder realizar-se ou realizar, precisa de axé e, não sendo a fonte inesgotável, a reposição se faz necessária e é obtida através da prática ritual que reatualiza a força do tempo primordial, o tempo da criação!
A importância da regularidade dos ritos reside no fato de que a presença das entidades sobrenaturais é favorecida pela atividade ritual, ocasião privilegiada da transferência e redistribuição do axé. Este, oriundo das mãos e do hálito dos mais antigos, na relação interpessoal, é recebido através do corpo e atinge níveis profundos, incluídos os da personalidade, através do sangue mineral, vegetal e animal das oferendas.
Primeiramente, gostaria de citar que existem diferenças entre efun e pemba, osùn e urucum, wàji e anil, estes primeiros facilmente importados do continente Africano, não havendo a necessidade de substituí-los.
Efun é um nome jeje-nago dado a vários tipos de pó, utilizados nos rituais afros brasileiros. É muito mais conhecido pelos leigos e na Umbanda como pemba, nomenclatura utilizada pela nação angola.
No Afro-brasileiro utilizamos somente três pinturas durante a cerimônia do EFUN AGBÉ: efun – (um tipo de argila branca), osùn – um tipo de pó vermelho, obtido da árvore Baphia nitida e Peterocarpus osun ambas Leguminosae Papilionoideae e o wáji – um tipo de pó azul, obtido da árvore Indigofera sp. Leguminosae Papilionoideae.
Cada uma destas cores está relacionada com determinados Odus e existem vários significados para as pinturas, poderei citar as três principais, a saber: As três representam as três passagens do dia, o amanhecer (efun) o crepúsculo (osùn) e o anoitecer (wàji). Essas pinturas também representam uma forma de proteção contra as forças maléficas das três principais Iyami Àjé (as feiticeiras) impedindo-as que pousem sobre as pessoas e uma das principais características destas pinturas, tem como objetivo vincular todo o àse transmitido ao noviço durante os ritos da iniciação.
Adaptação e pesquisa: Ilé Àse Òsòlúfón-Íwìn.
Fonte: Internet
Boa tarde, pai Fernando!
Novamente as Iyami Àjé, aqui colocadas como energias do mal. Perguntei ao senhor numa outra oportunidade sobre isso, mas o senhor não respondeu.
Se são do mal, pois é o que parece, por que há um culto a elas?
Mário,
As Iyamis não são energias do mal, muito pelo contrário, fazemos oferendas a elas, porém não tem um culto específico, não são assentadas como os Orixás. Existem vários tabús em torno de seu nome, muito respeito, de certa forma estão ligadas ao culto dos Orixás, em especial a algumas qualidades de Oxun em sua liturgia.
Axé.
AXÉ
Boa tarde. Gostaria de saber se tem algum artigo explicando sobre o uso do dendê, sua história e importância dentro do candomblé.
Daiane o Epo (dendê) de uso liturgico tem sua inserção na história para nós humanos quando Obatalá vem para o mundo e entramos no iton onde Èsù usa e abusa de sua paciência. Vemos itons onde Epo seria esposa de Èsù, depois, Orunmilá e a mulher que viria a acalmar a ira de Ògún.
Usamos o dendê para aplacar, acalmar e trazer a paz nas mais diversas situações e ebó.
Seu uso sempre será indicado pela sua obrigatoriedade e orientação oracular.
Ao longo dos anos você irá conhecer seu uso, magia e uso sacralizado no akara de Óya, de Òsún e etc.
Seu uso dentro do culto de Ifá, sua árvore sagrada, o Dendezeiro, ou Igi Opé, onde florescem os frutos famosos em todo o universo.
Existe um livro: Tem dendê tem Axé. De Raul Lodi.
Um bom começo.
Ire alaafia