Culto a Divindade Orô
Orô é uma divindade masculina que representa a ancestralidade dos Homens, é um Deus similar à Iyámi, o Culto a Orô representa o culto indireto a Ikú, é um dos cultos aos mortos, Deus da Destruição é considerado como o portal para a ressurreição. Segundo um de seus mitos, toda alma ancestral masculina para que pudesse renascer na Terra deveria ir ao seu encontro, a alma teria de ser devorada pelo Deus. Orô é considerado como um Deus incontrolável, conta-se que quando Orô sai pelas ruas ninguém deve ficar em seu caminho ou será sacrificado. Orô possui uma voz extremamente grossa e cavernosa, seu grito ecoa como um trovão na floresta da morte, ele absorve a vida de tudo. A única divindade que trata com Orô é Xangô, pois foi o único a fazer os Ebós necessários para isso. Apenas homens podem prestar culto a Orô.
Muitas sociedades alcançaram o título de “poderosas” na Religião Yorubá, mas nenhuma alcançou o prestígio da Sociedade Secreta Orô. Na antiguidade esta sociedade, semeava o terror dentro do poder, já que seus emissários ocultos, por baixo de máscaras impediam o abuso de sacerdotes, monarcas inclusive de anciões, que formavam o conselho central do reino. A missão desta sociedade, prevalecia em todas as exigências religiosas e era tão poderosa, que possuía o direito de vigiar se os governantes respeitavam os preceitos morais divinos. Eles são os defensores e reguladores da ordem tradicionalista, do cuidado com o conhecimento, do folclore, da história e dos mitos. Os membros desta sociedade, desempenhavam múltiplas funções sociais. Os membros da Sociedade Orô, se preocupavam, com o adequado “respeito ao culto dos ancestrais”, mantendo-o vivo, por tanto, os membros desta sociedade se encarregavam de conseguir que os mortos fossem enterrados conforme determinados rituais apropriado e sua almas chegassem com segurança ao reino dos mortos, inclusive aquelas pessoa, que por infelicidade fossem mortas em acidentes ou tivessem mortes trágicas. Orô Aboluaje, é o título que se lhe dá e seu significado seria: “o que pode recolher da areia da vida o chefe dos feiticeiros”, é um espírito deificado dos homens. Orô recebe o nome de Ita e tem um companheiro com o qual lhe chama ao vento, seu nome é Irelê, com o qual caminha e se alimenta. Ele é representado por um filete, cuja confecção é um segredo e vive encima dele. Orô é chamado de Deus do mistério. Segundo o Odu Ogbe-Osa, onde disse que vagava pelo bosque e fundou o estado de Kwara, a deidade do segredo do retiro e do encanto. Na antiguidade a Sociedade Orô, estava vinculada à Sociedade Ogboni(Osugbo), eram os executores dos criminosos; quando um criminoso era condenado pela Corte Ogboni, eram os membros do Culto de Orô, os que executavam a sentença. Quando Orô, saía à rua durante a noite, os que não pertenciam a esta sociedade deveriam ficar recolhidos em suas casa ou corriam o risco de morrer. Eles estabeleciam “o toque de recolher”. Durante o ano havia de sete à nove dias dedicados as festividades de Orô, especialmente em lua nova, onde as mulheres teriam que permanecer trancadas dentro de suas casas, com exceção as poucas horas, em que era permitido saírem para diversos fins. No sétimo dia nem sequer isto seria permitido, sob rigorosa pena de morte. Deveriam permanacer trancadas, sem importar qual era seu status social ou título de nobreza. Quem desobedecia as regras desta sociedade era executado. Orô é uma das forças sobrenaturais que atuam durante a noite. Esta divindade trás prosperidade, mas ao mesmo tempo a destruição.
Oró Aféfé Ikú! (Orô o vento da morte!)
A Sociedade Orô (Orùn ou Oró Lewé)
A Sociedade Orô é considerada entre os Iorubás a mais poderosa. Entre os Oyo e os Egba (cuja capital é Abeokuta) seu poder político supera as exigências religiosas. Orô possui o direito de vigiar se os governantes respeitam os preceitos morais divinos. Orô está basicamente a serviço dos espíritos dos mortos e por isso só aparecem de noite. Seu emblema é um pedaço plano de ferro ou madeira (sobre tudo de madeira de Óbó ou Kam, que as bruxas (Aje) não podem ver nem farejar, presa a um cabo com corda, o que a converte em uma madeira que zúmbi (emitindo um som todo particular ao ser manuseada). Cada Sociedade dispõe normalmente de dois tipos destes utensílios. Um é pequeno e se conhece com o nome de Ise (moléstia) e o tom estridente que produz, se conhece como Ajá Orô / Aaja Orò ( Cachorro de Orò / Vento de Orò = Orò Afefe Ikú! ). O outro provem dos madeiros grandes chamados Agbe (espada) e emite um tom surdo que é considerado como a mesma voz de Orô, este som anuncia que a morte está ameaçando alguém. Orò reproduz a voz dos mortos e por isso se diz que os mortos os chamam. A adoração de Orô deve ser realizada de preferência sob a Lua Nova. Os adeptos da sociedade, costumavam levar máscaras de madeira, porém estas não chegam a cobrir todo o rosto.
Oriki Orô
“Óró mà nì kó.
Óró mà jà kó.
Óró Tóhùn tíré síté.
Óró Óhùn Ótòhùn nì ímà wà kírì.
Ásè!”
Tradução
“Orô causa confronto.
Orô não me cause confronto.
Orô tem a voz do poder.
Orô tem uma voz que ressoa por todo o Universo.
Que assim seja.”
Ofo t’Orô
Werewere Orô yê o! Werewere Orô yê o!
Werewere Orô yê o! Werewere!
Orô yê o!
Werewere Orô yê o! Werewere!
Sesé kurú ru
Obà nen yê!
Tradução
Oh! Orô que vive com pressa, oh! Orô que vive com pressa
Oh! Orô que vive com pressa, impaciente!
Oh! Orô o eterno
Receba a oferenda, poder que surge da morte
Rei eterno.
Texto: Oba kaloje/Internet
Jefferson nós não mandamos e-mail, você ou alguém marcou a caixinha do Feed para receber as nossas publicações.
Não temos acesso a este tipo de conserto.
Você deve buscar desfazer o que foi feito pelo seu computador.
Ire
gostaria de saber.alguma coisa ,do meu casamento,tem volta,devo lutar ainda.por favor
Ceica veja seu email.
ire
motumba!
sou umbandista e faço apometria, gostaria de saber se uma yalorixa pode ter esse orixa na coroa, alguns trabalhos que realizo e comando pelo Sr Oro. grata
Jacqueline esta energia, não é um òrìsà, não incorpora em pessoas.
Orò é algo que está além do culto feminino, não participa com as mulheres quando a sociedade se reúne para cultua-lo.
Eu acredito que a energia e o nome que você cita não são a mesma coisa.
Ire
Boa tarde Babás,
Lendo esse post sobre o culto Orô, lembrei-me que há uns 30 ou 40 dias, assisti pela TV Futura, um documentário em África que tratava do culto ancestral. Muito bom por sinal!
Sendo que certas terminologias diferem para cada etnia, pergunto:
O culto Orô tem ligação com o culto Egungum ou o culto Vodum como fora apresentado?
O que foi fascinante no documentário, foi a história de um negro capturado numa etnia, trazido escravizado para o nordeste do Brasil e que depois consegue retornar para África, criando uma vila que em sua entrada possui um assentamento Vodun. Quando a reportagem se dirige aos moradores desse vilarejo, são recepcionados pelo mais velho que conta uma história e logo em seguida surgem outros rapazes e entre eles começam a dançar e cantar em roda. A explicação é que sempre que se fala dos ancestrais é motivo de festa.
Se puderem tirar tal dúvida, agradeço.
Asé
Janaína os dois cultos estão ligados e muito ligados a Òya também.
Eu não conheço o culto de Voodo, porém, Orò está na cosmogonia yorùbá e foi uma dos 400 irunmolè que chegaram no mundo para prepara-lo para a habitação humana (Odù Òsétúrá).
Falar com o Ancestral é uma alegria imensa, motivo de festa e muita dança.
Os almoços ou jantares são e podem ser divididos com seus Ancestrais, coloca-se uma porção de comida em frente ao seu tumulo e o chamam para partilhar da comida.
Um Oriki de Eégúngún, diz:
Não como comida estragada
Venha e compartilhe esta refeição conosco.
A questão do ancião é também muito referendada por Olódùmarè (Lei de Ifá em Iká’fun que eu já postei), um ancião não precisa ser iniciado para que receba deferencias. Seus cabelos brancos são motivos suficientes para se curvar e colocar a cabeça no chão para ele.
Como diz a reza de Ifá:
São os galhos mais velhos que sustentam os mais novos.
Estamos onde estamos, por estarmos nos ombros daqueles que vieram primeiro.
A experiencia é muito bem vista dentro da sociedade yorùbá.
Ire
obrigada, realmente me expressei errado, mas sempre aparece essa energia em alguns trabalhos. Assim como Ewá, que tb é uma entidade cultuada no candomblê. Axé!
Grata Babá,
Perguntei para saber mesmo se havia tal semelhança entre o que assisti e o que li aqui, mesmo ciente que cada caso é um caso e nem sempre cabem ter uma comparação, mas retirar dúvidas é sempre bom.
Abraços e Asé.
Boa noite, tenho duas dúvidas e se se possível dentro do que se pode revelar queria que me ajudassem . 1 – por que sempre 1 semana antes da festa tem que se ter o ritual de oro ? (me disseram que na verdade essa é a verdadeira festa)
2- qual a opinião do candomblé sobre o uso do Chá de Santo Daime ?
Obrigado amigos.
Bryan o ebo (oferta) deve ser oferecido em ritual fechado. Este é o fundamento.
A festa faz parte do ebo, dançar, tocar e cantar fazem parte do ritual, mais, é outra história.
A bebidas e folhas de poder fazem parte e sempre fizeram dos rituais sagrados.
Eu não vejo problema nenhum.
Amunimuye foi usado durante muit tempo nos rituais de iniciação.
Ire
Obrigado meu caro Da ilha.
Gostaria de lhe fazer mais duas perguntas sem querer ser inconveniente e quebrar os segredos.
1- O que seria Amunimuye ?
2- poderia me indicar algumas casas de confiança em SP ? conheço algumas casas mas sabe as pessoas só querem dinheiro, prefiro ir em uma casa de candomblé mais humilde mas que faça seu trabalho por amor ao orixá sem o interesse do dinheiro do próximo sabe, se possível me de uma dica meu irmão.
abraços
Mojubá Re O! Babá! Como se saúda Babá Orô!
Josias,
Obà nen yê!
Axé.
Iboru iboye iboshishe. Prezados, gostaria que me indicassem mais livros contendo mitos sobre o Orixá Orô. Agradeço pela atenção.
João.
Infelizmente não conheço livros contendo mitos sobre Orô, seu culto é vivo na Nigéria em algumas cidades, o jeito é pesquisar mesmo.
Axé.
Obrigado, Fernando.
Axé!
Muito instrutivo