Erê do Candomblé Ketu/Nagô
No Candomblé o Erê é uma energia oriunda do Orixá ligada ao inconsciente infantil do noviço, o Erê participa como sendo um elo de incorporação.
É também por meio do Erê que o Orixá se interioriza ao noviço aprendendo as coisas fundamentais do candomblé, como as danças e os ritos e toda a liturgia.
O Erê é o mensageiro do Orixá em qualquer situação, inclusive, podendo substituí-lo momentaneamente em várias circunstâncias, inclusive no xirê.
Em casos raros em que o Orixá foge (desincorporar subitamente) é o Erê que toma a frente, até de forma lúdica, mantendo o iyawo em transe para posterior retorno do Orixá.
O Erê também cumpre funções que o zelador determinar dentro da Casa de Santo, podendo lavar, cozinhar, passar e cumprir as multas ou chimbas aplicadas ao filho.
A palavra Erê vem do Yorubá, iré, que significa “brincar”.
O Erê também recebe oferendas que são as comidas do seu Orixá, e também, simbolicamente, brinquedos infantis, festas, bolos, aí já dentro do sincretismo religioso.
O Erê é responsável pelo cumprimento litúrgico do ronkó independente do iyawo estar virado ou não, é o vigia do Orixá.
O Erê também responsável pelo resguardo do iyawo defendendo-o contra tudo e em qualquer momento em que estiver fora da Casa de Santo.
O Erê quando muito bem educado e doutrinado, pode ocupar depois de algum tempo, lugar de destaque na Casa de Candomblé podendo dar eventualmente, consultas, indicar ebós, etc.
O Erê estará sempre ligado as determinações do Orixá, pois sem a presença do Orixá não haverá Erê, é condição básica a presença do Orixá para o que o mesmo deixe o Erê chegar, como também para o Erê ir embora, o Orixá também retornará realinhando as energias.
O Erê acompanhará sempre o sentimento do Orixá com os mesmos Ewós, kizilas, ajeuns e indumentária básica.
No dia seguinte a festa da saída do Iyawo, um novo ritual acontece chamado Panan, que é o reaprendizado do dia dia, quebra de ewós, readaptação a vida social, onde pode haver a participação do Erê, o Erê ganhará um nome que esteja intimamente ligado ao seu Orixá, escolhido por quem o apadrinhou.
Todos os iniciados tem Erê, porém nem todo Orixá deixa o Erê, ainda assim existe um orô para chamar o Erê. Erê Mi!
Os Erês podem participar e serem vistos em algumas casas antigas no ritual chamado “Carurú de Ibeji”, onde são homenageados os Orixás gêmeos que regem o nascimento do Orixá no ronkó. Só não podemos confundir Erê de Orixá de personalidade infantil com os Orixás Ibeji.
Hoje em dia quase não se vê mais um orô de Erê, o sincretismo os uniu as crianças da Umbanda, Ibejadas, Cosme e Damião, etc.
Erê cura, reza, faz ebó, presente, passado, futuro e fala sério brincando!
Texto: Fernando D’Osogiyan
Foto: Internet
Eu AMO Erê! =) Falam no oro de Erê. Podem-me indicar o dito oro para Erê, no caso para o Candomblé do Ketu
Belo artigo.
Oi Blog,
Obrigada Dayane por responder minha pergunta.
Já ouvi que algumas casas não chamam ou batizam o erê depois da feitura.
Nem no panã ou em outra cerimônia. Estas pessoas me disseram que a mãe de santo não gostava muito dos erês porque eles falavam muito da vida pessoal dos filhos de santo e faziam muita bagunça.
Neste caso a pessoa já ia dar a obrigação de 3 anos e o erê nunca veio, a mãe de santo nunca chamou e nem tinha nome. Uma outra pessoa, o erê veio, mas pediu para ir logo embora, sem receber nome nem nada…
O que deve ser feito em um caso desses, quando a mãe de santo não dá devida importância ao erê e ele não é consagrado na feitura? Que prejuízos uma situação dessa traz ao iaô? Ele pode ser batizado em outra casa e ele mesmo trazer seu nome ou é obrigatório o outro zelador escolher?
Axé para todos.
Abraços lindo blog.
Isso me aconteceu do Oxossi não deixar meu ere vir, como estou começando pensei até que não teria um ere…
lendo o texto do senhor Fernando me esclareceu essa duvida, estou afastado cheio de saudades de voltar para uma casa mas sem tempo sem condições, agora que terei tempo para procurar e até achar uma que seja seria..
como hoje em dia o texo diz que não se faz mas um orô de ere, então pergunto, como farão para que meu ere responda?
grato…
Boa noite a todos!Sei que o assunto do texto não é esse,mas como podemos saber se realmente a pessoa está incorporada?A incorporação de um Boiadeiro no Candomblé é diferente da Umbanda?Pergunto por que estou conhecendo um terreiro de Candomblé e não tenho conhecimento,pois o Boiadeiro dançava em frente aos atabaques.Desculpe pelas dúvidas mas é tanto tempo de procura que não queria mais errar.Quando ela jogou búzios para mim sem que eu falasse nada ela disse o mesmos Orixás que me falaram em 1988 e em um outro jogo com outra pessoa em 2000.O que vocês me aconselham,pois fui convidado para ir conhecendo a casa.
Simples, curto e objetivo.
Feijão com arroz!
É uma delicia, para quem sabe preparar e apreciar.
Mo juba Baba.
Ire alaafia.
???
Fernando,
Primeiro quero agradecer a você e a todos do blog, dificilmente fico mais de uma semana sem aparecer por aqui, vocês ajudam muito a todos os abians, e iniciados. Que meu pai Odé abençoe a vocês sempre, para que nunca deixe de fazer este trabalho maravilhoso.
O Erê é de extrema importância em nossa vida religiosa, além de ajudar muito em uma casa de santo, e na vida de Yaô de cada um de nós. Uma pena que nem todas as casas o cultuem.
A incorproação do erê é conciente?
Léo,
O Erê acompanha a mediunidade da pessoa e por conseguinte do seu Orixá.
Axé.
boa tarde a todos.fico muito feliz com vocês pois são de suma importância.
axe a nos todos.
Prezados, muito obrigada pelo conhecimento compartilhado.
Amo o trabalho de vcs.
Algmas coisas me intrigam em relação aos erês e queria saber…
É um problema desconfiar do Erê? É que os diálogos deles são sempre coisas que o médiun diria…Sei lá, já senti a irradiação, realmente é uma energia diferente mas não falei nada justamente por ter medo de fazer marmotagem, só sentia vontade de pular. Rs. Mas o que eu vejo que eles dizem é tão inacreditável. Minha preocupação tb parte do fato que eu sei que tenho responsabilidade com os Ibejis, no meu primeiro jogo o Babá disse que sempre que eu pudesse deveria dar um caruru pra eles. Na minha família, dizem que eu os via qdo era criança no quarto de minha falecida bisavó que parecia ser devota. Como devo cumprir minhas responsabilidades em relação a essa recomendação de fazer caruru?
Iara,
Se você não é iniciada na religião dos Orixás, recomendo não fazer caruru, que é uma comida ligada a Ibeji, chama-se “Caruru de Ibeji”, pois requer algum fundamento e tem finalidade específica dentro do culto a Ibeji.
Recorra a Umbanda, faça no minimo 7 saquinhos contendo 7 doces e distribua entre crianças carentes. Pode fazer mais se quiser, mas, sempre em múltiplo de 7.
Boa sorte.
Axé.
Ola,boa noite… abenção aos mais velhos.
Gostaria de saber,se alguem na pagina tem relatos sobre uma erea chamada lirio dourado,pois a unica coisa que sei,e que ela e erea de Oxum?… ficaria muito grata em saber algo mais.
Patricia geralmente o Erè traz uma história única junto ao seu òrìsà.
Não temos como validar documentos ou ritos para essa energia.
Ele, a grosso modo, seria uma extensão de seu òrìsà.
Em tempo: Não use o termo Erea ou Ereia, ele não existe, apenas denigre a língua que falamos dentro do culto, por mais que seja uma linguagem popular.
Ire alaafia
Olá! Gostaria de saber sobre um erê chamado Pilãozinho. O que ele come e qual a sua história (lenda)???
Alexia,
Erê não tem história ou lenda específica. Ele é uma “parte infantil” que faz parte do Orixá. Leia o texto acima e você entenderá melhor.
Axé,
Só após 1 ano de iniciada meu orixá liberou o erê, ele veio mas não deu nome, é normal?
Fabiane,
É normal, pois nem todo Erê traz o nome, cabe ao seu zelador dar um nome a ele que seja ligado ao seu Orixá.
Axé.
[…] ‘No Candomblé o Erê é uma energia oriunda do Orixá ligada ao inconsciente infantil do noviço, o Erê participa como sendo um elo de incorporação.’https://ocandomble.com/2014/10/24/ere-do-candomble-ketu-nago/ […]