Eu gostaria de abrir este post, dizendo que as rezas não são propriedades de nenhum sacerdote, que somente “os mais velhos” podem conhecer e saber de cor. Isto é enganação, enrolação, embromação e falta de caráter de quem retém a informação. Conhecemos muito bem as rezas que não podem sair do ilè Ikú, todo iniciado tem o direito a conhecer, rezar e aumentar o seu portfólio de conhecimento.
Nosso saudoso e que tanto contribuiu com nosso culto Altair T’Ògún, entendeu este problema e publicou o livro de rezas mais completo que conhecemos: Elégun. Portanto iniciados, adeptos e abian, comecem a decorar suas rezas, vocês vão precisar.
Òrìsà gbe wa o.
As rezas são expressões dos desejos que nós queremos manifestar de forma séria e sincera. A reza então significa comunicar nosso desejo às divindades para que nos apoie e nos ajudem a assegurar que nossos desejos se concretizem.
Muitas pessoas não sabem como rezar para que se obtenha o efeito desejado. Algumas pessoas rezam mecanicamente e esperam resultados. Desafortunadamente, os resultados não serão positivos por um longo tempo. Na história do homem, o rezar é o entendimento de como se trabalhar uma reza que nós apreciamos e como fazer com que ela funcione para nós.
Ifá reconhece três tipos de rezas:
As rezas sócias religiosas
As rezas de precaução.
As rezas ocultas esotéricas
Reza sócio religiosa
Este tipo de reza é a mais comum entre as três. Geralmente é usada pelos líderes religiosos, os maiores ou aqueles que demostram apreço por alguém que lhes fez um favor ou necessitam de um.
Aqueles que estão buscando ajuda também utilizam este tipo de reza.
Estas rezas se dizem durante batizados, ocasiões importantes como: bodas, funeral, devoções matutinas e etc.
Quando alguém entra em uma casa, que acaba de comprar ou construir, as pessoas vêm e compartilham da alegria pelo esforço da pessoa feliz. O sacerdote encarregado rezará para que as divindades dêem a mesma sorte a todos os presentes. Quando alguém da à luz a um filho, durante o batismo de um bebe, o sacerdote rezará para que as divindades estendam a mesma sorte a todos os presentes. Quando um casal se casa, o sacerdote oficiante rezará aos deuses para que estenda essa felicidade para todos os presentes. Quando um jovem morre o sacerdote reza aos deuses para que ponha um fim à morte prematura. Todos os presentes devem dizer àse, pois estaram se resguardando dos equívocos desta reza. Todos nós sabemos que todos não podem ter a mesma sorte, todos nós sabemos que nem todas as pessoas poderão ter uma casa, nem todos poderão ter filhos, nem todos poderão se casar formalmente e nem todos viveram até a velhice. Também quando as pessoas buscam ajuda de alguém, a pessoa que necessita de ajuda deverá rezar aos deuses para que abençoe a pessoa que está buscando ajudá-la. Quando o benfeitor é capaz de cumprir as expectativas da pessoa que buscou ajuda, se fará outra onda de rezas pelos bons gestos do benfeitor. Quem está buscando ajuda pede aos deuses que abençoe seu benfeitor e que os faça maiores do que nunca.
Isto é muito comum entre os que pedem e os que levam vidas relacionadas com a medicina. Essas rezas podem fazer com que as coisas passem ou não (benção). Sem exagerar, porém a pessoa que reza e a que recebe a benção são felizes.
Em outras ocasiões, a pessoa faz algo grande ou oportuno para a sociedade ou para algum mais velho da sociedade. Os que recebem essas bênçãos devem aprecia-la e comover-se para rezar por esta pessoa por algo que foi feito por eles para que receba as bênçãos e a bondade das divindades.
Todos os envolvidos devem dizer àse para que as orações se tornem realidade.
Aqueles que não são capazes de pagar em dinheiro o favor que lhe prestaram, ou aqueles que não aceitam qualquer tipo de recompensa também são eficazes, normalmente são pagos com cerimonias sócio-políticas, com honrarias, medalhas, certificados e etc.
Os heróis, os líderes de comunidade, aqueles que foram trazidos para frente da sociedade, os jovens que se destacam por seus serviços a sociedade, podem receber serviços de reza especial em apreço às boas ações em prol da sociedade.
De qualquer maneira, em vez deste encurtamento, as rezas sócias religiosas têm um efeito muito profundo nos que as recebem. Estas rezas não são à base de nenhuma força ou energia que engrandeça a manifestação destas rezas.
Como uma nota pratica, ainda assim, neste tipo de reza, aqueles que devem ter êxito, definitivamente terão êxito e aqueles que devem fracassar definitivamente fracassaram.
Rezas para precaução:
Este é o tipo de reza que as pessoas oferecem regularmente e ao mesmo tempo reforçam com medidas práticas para assegurar sua manifestação. Isto requer, mas do que meras súplicas às divindades reivindicando sua ajuda.
Uma pessoa que pede por sucesso deve trabalhar duro para conseguir o êxito, uma pessoa que pede para ter filhos deve se casar, copular, encontrar remédios para as enfermidades ginecológicas, se houver alguma e esperar pelo melhor, uma pessoa que pede para ter vida longa, deve ter cuidados com seu corpo, de sua saúde, comer bem e ter uma dieta bem balanceada e rezar pelo melhor e etc. Estas são as chaves para o êxito que se espera que os praticantes de Ifà sigam.
É Òsé Méjì que estabelece que aqueles que planejam ter êxito devem ser trabalhadores e dedicados.
Neste Odù, Ifá diz:
Sekúbe, o Bàbáláwo de Ìbàdàn (cidade nigeriana).
Este foi o Bàbáláwo que consultou Ifá para os filhos de Ìbàdàn.
Quando choravam lamentando-se por sua inabilidade em conseguir êxito financeiro.
Eles foram aconselhados a oferecer ebo
Eles aceitaram.
Depois de algum tempo, logo depois,
O sucesso e a riqueza tinham chegado.
Viajantes de Ìpo e Ọfà (cidades míticas da história yorùbá)
Vocês não podem ver que sem trabalhar duro, ninguém conseguirá êxito?
Então qualquer oração para o sucesso financeiro deve, como meio para alcançá-la, ser apoiada pelo trabalho duro e dedicação ao dever. Caso contrário, a oração vai ser uma mera oração sócia religiosa, que não será apoiada por nenhuma divindade.
No Odù Òtúrúpon-Ngbònwú (Òtúrúpon-Òfún), Ifá diz que para viver muito se deve aprender a pisar precavidamente e com extremo cuidado.
Neste Odù, Ifá diz:
Bom para você oferecer sacrifício, o Bàbáláwo de Ègbá (uma tribo)
Bem feito por realizar rituais, o Bàbáláwo de Ìjèsà (povo de Ìlẹşà)
Parte do algodão é adicionada como medida adicional a que foi trazida
Òtúrú carrega o algodão sem girá-lo.
Estas foram às declarações de Ifá aos seis anciãos.
Quando estavam indo a Ilé Ifè (capital espiritual nigeriana)
Para pedir por sua longevidade.
Eles foram aconselhados a oferecer sacrifício.
Eles aceitaram
A vida longa não tem encanto
A docilidade é o encanto da vida longa
Se você vê uma vala
Não planeje brincar
A vida longa não tem encanto
A docilidade é o encanto da vida longa
Se você vê uma casa se incendiando
Não entre nela
A vida longa não tem encanto
A docilidade é o encanto da vida longa
Se você vê um homem louco com um facão
Não o espere (ou tente ser um herói)
A vida longa não tem encanto
A docilidade é o encanto da vida longa
Se você come com satisfação
Não busque ter azia
A vida longa não tem encanto
A docilidade é o encanto da vida longa
Em tempos de tribulações
Não cometa suicídio
A vida longa não tem encanto
A docilidade é o encanto da vida longa
Aqueles que desejam viver muito devem oferecer muito mais que uma grande oração às divindades. Eles devem se assegurar de não fazer nada que possa causar a morte imediata. Também devem evitar o que pode encurtar suas vidas.
Rezas ocultas esotéricas
É o tipo de reza que é realizada por forças e energias físicas e metafisicas. Este é o tipo de oração que contém todos os segredos da vida. Quanto mais se sabe essas orações e as domina, mais você se torna maior.
Verificou-se que se alguém entende este trabalho ou seus mecanismos que qualquer parte da natureza, alguém pode utilizar este conhecimento para realizar maravilhas para alguém ou para si mesmo ou para a sociedade em que se desenvolve.
Neste tipo de reza se utilizam métodos para atrair o poder dos objetos ao nosso redor, animados ou inanimados.
As pessoas usam plantas, ramos, troncos, folhas animais e/ou partes dos animais, insetos, ratos ou partes do rato, peixe, água, azeite e etc., para energizar suas orações para que se manifestem da maneira que elas querem, as pessoas também utilizam o nome das divindades, deuses, semideuses, espíritos, ancestrais, vento, sol, lua, meteoros e etc., e o poder da palavra falada para energizar as orações.
Estas rezas requer um grande poder de observação, conhecimento esotérico e habilidade para abster-se de todos os tabus para entender o propósito porque Olódùmarè criou todas as coisas da natureza e como elas trabalham e afetam todas as outras coisas individual e coletivamente antes que estes recursos abundantes de poder possam ser devidamente identificados e usados.
Não existe um limite para o poder que uma pessoa possa possuir, tudo depende da capacidade da pessoa adquirir conhecimento que é a chave para abrir a porta para este poder.
Aproximar os mecanismos de trabalho da natureza ou parte desta faz toda a diferença entre rezar e esperar limitadamente os resultados.
De forma alguma as explicações exaustivas de como fazer farão elas funcionarem em nós. Todos os livros de texto de rezas não podem fazer justiça a isto. Estes exemplos se dão para abrir os olhos dos que trabalham com rezas, enquanto o leitor é livre para implementá-las em sua vida.
O Odù Òfún mèjì (Epá Odù) orienta a humanidade a rezar com fervor, com afinco, com fé, sem dúvidas. Para que o objetivo seja alcançado, para que a reza seja o motor do sacrifício.
Não adianta nada, tomar banho, fazer jejum, dormir na esteira, colocar roupa limpa, fio de contas maravilhosos, trabalhar na casa de àse, dançar para a divindade, oferecer sacrifício, se a fé não estiver presente.
Pode-se obter o resultado pela invocação e atuação da energia, porém, o resultado é efêmero, pois, não há sustentação. Não há uma base, uma renovação no oxigênio da energia.
Pense nisso.
Nosso culto vai além de 99,9% das perguntas postadas aqui neste blog.
Nosso culto é filosófico, é o culto a entidade chamada Orí (VOCÊ), cultuamos e buscamos a divindade para que nos favoreçam, pois, assim foi determinado.
A divindade que neste mundo está a bilhões de anos não precisa de você para nada.
Ela continuará sendo esta força imensurável, incontrolável, inimaginável em seu poder, reforço a mensagem, ela não precisa de você e tampouco de mim.
Se você não busca-a, se você não acha a conexão entre você e ela, não haverá iniciação, sacerdote, pai de santo (odeio este termo), ogan, Èkèjì e outros mais que darão jeito nesta situação.
É você, somente você, que tem interesse neste assunto e é sua responsabilidade manter esta chama acesa. Não coloque culpa nas pessoas, no sacerdote ou quem quer que seja. Faça uma análise de tudo que você vem fazendo, do seu comportamento, do seu caráter, da sua promiscuidade, mentiras, intrigas, fofocas, tabus rompidos, enganações e etc.
Seja sincero com você, pelo menos uma vez na vida, pois, você nunca engana um alguém (seja ele quem for, visível ou invisível), você com toda certeza engana a si mesmo.
E dentro de Àtúnwá (o ir e vir para este mundo dentro de nossa cosmogonia) perder a viagem é muito desgastante, inevitavelmente acumularemos karma para a próxima viagem ao Ayè (nosso mundo).
Existe uma grande diferença em ser crente e ser fanático.
Crente é quem crê e o fanático…, dispenso descrevê-lo.
Não ter vergonha de suas divindades quando em público, conhecer suas divindades e saber qual o papel delas no universo e no nosso mundo. Assumir sem qualquer vestígio de vergonha sua crença e sua filosofia espiritual de vida.
Texto: Ifá, A chave da compreensão.
Fásínà Fálàdé
Rezas: Patrimônio Mundial da Humanidade conforme decreto da Unesco.
Tradução e texto final: Odé Gbàfáomi.
Bom dia, gostaria que me ensina-se qual a posição correta para rezar, joelhos, de pé, deitada no chão, ou como eu preferir naquele momento, uma reza de precaução para saúde e uma para energizar plantas como alfavaca, alecrim e arruda.
Ase
Muito obrigada pela humildade que vocês tem e pela caridade que fazem aqui, que é tirar pessoas como eu da total ignorância.
Ase
Bom dia, Dailha!
Em quais dessas categorias se inserem as chamadas rezas de roncó, é a exotérica?
Um abraço.
Há!!! Desculpe-me, esqueci de perguntar se oriki e adurá são consideradas rezas, ou são elementos que estão fora dessas três categorias?
Mário as três devem ser realizadas.
ire
Mario clik em minha foto e veja post sobre adura, Oríkì e afins, que eu publiquei, as informações estão completas.
ire
Olá Babá,
Pouco tempo tenho para ler os tantos posts explicativos, mas tenho uma pasta do qual todos os lidos e, principalmente, os não lidos, ficam.
No dia de hoje, resolvi não colocar direto na pasta sem ler e, como sempre, a leitura parece destinada a mim.
Confio nesse blog, pois me identifico com a seriedade dos mentores que nele se encontram, fora isso, apenas páginas da Nigéria que são demasiadas complexas pela mistura de línguas.
Seu parágrafo inicial é bem direto, pois a maioria dos abians e iniciados pouco sabem de sua religião. E a reza é algo tão importante.
Venho de uma família onde as mais velhas, que já se encaminharam a outro plano, rezavam e rezavam tudo. Eu assisti e fiz uso delas. Conheci uma senhora no interior do RJ, que rezava a vaca prenha. Perguntei como agia e ela me disse que contava as luas e sabia quando era a hora, mas se caso a vaca tivesse alguma complicação ela ajudava, ficava acordada de espreita e ia rezando a vaca até ela se deitar e se acalmar e a senhora poder ajudar no parto.
Sinceramente, eu não rezo, principalmente dentro do Candomblé e explico o motivo, as palavras são muito próximas e em momento sério você pode fazer um pedido errôneo ou até um xingamento, tenho medo, mas peço em nossa língua mesmo. Peço ao astral caminho e sapiência para quem precisa. Só que santo de casa não faz milagre não é mesmo? E claro que encontro dificuldade de fazer isso para a família, sendo assim, as coisas tendem a desmoronar.
Há dois ou três dias, recebi o feedback de pessoas as quais eu havia pedido. Elas não me pediram nada, mas considerei que um ‘empurrãozinho’ não seria custoso e como a natureza não falha, essas pessoas me procuraram para contar o que conseguiram. Isso me preenche. Mas creio que todos nós temos que fazer nossa parte, pois o que cai do céu é chuva e precisamos entender que o Candomblé não é uma religião donde as coisas acontecem num passe de mágica. Há de ter esforço próprio.
O que me entristeceu demasiadamente, foi que no mesmo dia que recebi as informações, eu pedi pela minha família, pela situação atual e a resposta imediata foi a de que eu me preocupei muito em pedir pelos outros e nunca para mim. Claro que questionei e soou como briga. Esse pedido foi feito a uma entidade incorporada, diferentemente de como faço, pois sempre peço aos Orisás. Me entristeci, pois não estava pedindo absurdos, apenas orientações que me foram negadas.
Passei a crer que devia parar, que minhas ações estão erradas e claro que em meio ao turbilhão de problemas terrenos, a primeira coisa que se quer fazer é entrar numa cova e não sair mais dela, ou a de simplesmente sumir no mundo.
Creio que isso é a demonstração do quanto não se está preparado. Sei que não sou preparada, nunca fui nesses quase 26 anos. Tudo o que tenho são os sonhos e os sentidos que me levam a agir, porém sempre em prol de quem precisa. Aos supostos inimigos, prefiro que cada um fique no seu galho, ou seja, não faço nada contra eles, apenas me defendo e defendo minha família e peço que nos esqueçam.
Me sinto bastante como no trecho de Odú: ” A vida longa não tem encanto / A docilidade é o encanto da vida longa”
Mas sei que sou feita de carne e osso, cometo erros, que por menores que sejam, creio que sejam muito mais cobrados quando se assume alguma responsabilidade.
Em alguns momentos acho que fico muito em dois mundos, no terreno e no espiritual (até onde posso estar). O difícil são as pessoas conseguirem compreender essa questão, principalmente quando se precisa ficar sozinha, prestar atenção ao redor e captar sinais que para mim são tão claros. Parece que apenas eu os vejo, sinto e ouço e já fui tachada de louca por isso.
Então passo a crer na possibilidade descrita pelo Senhor “A divindade que neste mundo está a bilhões de anos não precisa de você para nada…É você, somente você, que tem interesse neste assunto e é sua responsabilidade manter esta chama acesa…Seja sincero com você, pelo menos uma vez na vida, pois, você nunca engana um alguém (seja ele quem for, visível ou invisível), você com toda certeza engana a si mesmo”.
Me pergunto, estou me enganando? Estou agindo erroneamente? Será que preciso ser um canal? Por que é tão complexo? Por que as pessoas ao seu redor não confiam em você mesmo sabendo que lá fora te procuram? Por que preciso viver na solidão ao invés de ser uma pessoa consideravelmente normal aos olhos da sociedade?
Precisava tanto de uma orientação nesse momento!
Asé
Janaina o dia que você entender que você tem as sua história, o seu destino a cumprir, você vai deixar de lado algumas questões alheias.
Não podemos fazer o bem se não estamos bem.
Não podemos dar energia positiva, se ela está negativa.
Se perder no meio da multidão é muito fácil, isto está no Odù Òsétúrá, difícil é manter esta conexão com o local que você acha que supostamente não é um lugar conhecido.
Os bons lugares (espirituais) realmente são estranhos e uma vez lá, não queremos mais sair.
Seja o seu canal, seja o ônibus (quem quiser que fique, quem não quiser que desça no primeiro ponto a frente).
Não se lastime pelos outros, agindo assim, sua vida será um poça de lamentações.
Viva a sua vida e distribua o que sobrar depois de suprir suas necessidades.
Cada um tem responsabilidades com a sua vida, não podem ficar deixando o sacrifício para o sacerdote ou quem quer que seja, enquanto se beneficiam das bênçãos.
Uma pequena parte deste verso de Òşéturá diz:
…
Enquanto Ekò seguia seu caminho, a estrada desapareceu repentinamente (ele entrou em conexão com o mundo espiritual).
Ele deu um passo e depois outro passo, quando ia dar o terceiro passo ele pisou dentro do mundo espiritual.
Eles (os residentes do mundo espiritual) disseram que sentiam um odor desagradável (eles se queixaram do odor de um ser humano, um intruso).
Seu pai (o pai de Ekò) disse que não era um odor desagradável, o odor que sentiam era o odor de seu filho (seu filho deveria receber uma represália).
Ele perguntou ao seu filho: por que veio ao mundo espiritual me procurar?
Ekò disse que quando voltou para casa, lhe disseram que seu pai havia transcendido.
…
ire
Estrela pessoas tem problemas de ossos e ai cada um fica da maneira mais confortável possível.
Geralmente temos várias posições para rezar, cantar oríkì e etc.
Porém, a posição de joelhos é a mais aconselhada.
Dentro do culto Tradicional as mulheres não colocam a barriga no chão.
Ficam de joelhos e cabeça no chão, os homens se deitam por completo.
Tudo isto é sinal de submissão e respeito a energia.
Porém, ficar sentado dentro do culto não é errado, depende do momento e da linha seguida pelo sacerdote da casa.
A observação cabe para Povo das Ruas, onde você deve ficar de pé e nunca colocar a cabeça no chão.
ire
É verdade Babá,
Não há como passar algo que não se tem.
Sei disso, mas ainda me é muito estranho, pois não tenho nada mesmo, mas uma força me invade para poder dar ao próximo. O que seria isso? As palavras saem de minha boca com muita precisão e digo o que onde estão as falhas em cada um. Na maioria das vezes eu nem digo a própria pessoa diz. Acho até graça, pois eu apenas as indago: “Por que está me perguntando se acabou de dizer a resposta?”
Sei do meu caminho, sei o quanto esse caminho me envolve. Aprendi a lidar com uma série de dificuldades, aprendi a lidar com o suficiente a minha subsistência, deixei o materialismo exacerbado de lado, procuro, ainda (esse é mais complexo) não rotular pessoas, mas talvez quem deverá descer do ônibus seja eu mesma, se quiser continuar a ter uma família.
Essa hoje é minha única trava. E logicamente a trava da família inteira.
Costumo dizer que perfeito em 100%, somente a natureza, nós humanos e tudo o que fazemos, chega apenas a 98%. Esse é nosso limite máximo. Sendo assim, não sou perfeita, num busca essa perfeição, apenas fazer o justo na linha do Orisá, mas a família me impede, pois não conseguem escutar qualquer palavra que eu dê. E adivinha quem fica para consertar a bagunça?
O desgaste é muito maior e fico me perguntando o que devo continuar.
Ire
Janaina as pessoas sensitivas, as que adivinham, as que tem pressentimentos e usam este dom para ajudar pessoas, devem ser incentivadas ao máximo.
Dentro de Ifá, nós os chamamos de adahunse (adarunxê).
Podem usar este dom para o bem ou para o mal, as consequências são direitos inalienáveis de quem as merece.
Pense nisso.
Ire
Babá, com todo o respeito que tenho aos Orisás e a todo o princípio de Universo, posso dizer que minha raiva é tão momentânea que parece que nem existiu. Logo me pego teando ao motivo gerador de determinado feito. Ora a distância é suprema, ora a conversa é benigna, vai depender do que e de quem.
Sei que essas ‘explosões’ é que nos levam a arrogância, a vaidade, a certeza absoluta de nós mesmos e que nessas frações de segundo é que pomos tudo a perder.
Por isso choro sozinha e me contenho, pois nem sempre o outro está errado sozinho.
Não falo tais coisas para ouvir suas palavras bonitas, pois “mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira”. Não sou adepta de qualquer mentira, então não faço uso delas também.
Sendo assim, não canalizo nada para o mal, pois meu propósito nessa vida é ajudar pessoas para que possa cumprir meu destino sem precisar retornar.
E a palavra adahunse é tão nova para mim, como tantas outras coisas na religião, mas não apresso a rua, quero apenas seguir a luz divina até onde me couber.
Axé
Janaina, mais uma vez Ifá vem nos socorrer:
A Verdade que você tanto faz uso se chama Otìtò.
O Odù Òsá’túrá (Òsá Aláwo) diz:
Òsá Aláwo diz:
O que é a Verdade?
Eu digo:
O que é a Verdade?
A Verdade é o sacerdote do òrun que protege o mundo.
Òrúnmìlá diz que a Verdade é o espírito que protege o mundo invisível.
A Verdade é o conhecimento que Olódùmarè está aplicando.
Òsá Aláwo a questão novamente é:
O que é o certo?
Eu digo:
O que é a Verdade?
Òrúnmìlá disse que a natureza de Otìtò é o caráter de Olódùmarè
A Verdade é a palavra que não muda.
A Verdade é Ifá.
A Verdade é a palavra indestrutível.
A Verdade é o poder sobre todas as atribuições.
A bênção que dura para sempre.
Esta foi a declaração do Ifá aos habitantes da Terra.
Eles sempre foram avisados a fazer a coisa certa.
É preciso ser honesto.
Quem é correto será apoiado pelas divindades.
Os momentos de raiva, vaidade, exuberância e centro das atenções estão dentro dos tabus de Orí.
O que devemos evitar?
Manipular faca quando estivermos com raiva (Uma ótima atitude).
O Odù Èjì Onilé diz:
Èjì Ogbè diz:
A armadilha caiu e bateu com seu peito no chão
Este foi o Ifá emitido para Yèyé Alé-tìlé
Minha noite de êxito ainda não caiu
Que gemia em lamentação por sua inabilidade para ter êxito na vida
A ela foi aconselhado fazer ebo
Ela obedeceu
Logo depois
Em pouco tempo
Todo ire chegou de golpe e supetão
A noite da riqueza não havia caído para um Áwo
Há esperança, há futuro.
Que ninguém perca a esperança em Èdú (Òrúnmìlá).
No entanto Ifá adverte contra tripudiar em cima de pessoas que estão em situação precária.
Por que o que vai acontecer no próximo minuto ainda é um mistério para o homem.
Existe um grande potencial em todos para se alcançar o sucesso material em determinado momento.
Tudo que devemos fazer é ter cuidado e pensar sobre nossas declarações, para evitarmos arrependimentos posteriores.
Estude Ifá, esta filosofia vai lhe ajudar a achar respostas, inteligente você já se mostrou que é.
Acrescente sabedoria e sensibilidade.
Uma boa mistura para uma vida mais feliz.
Ire
Gostaria de fazer uma pergunta,sei que ela não tem a ver com o tema mas gostaria de saber por que algumas pessoas precisam fazer obrigação(raspar a cabeça)no Candomblé e outras se adaptam(resolvem seus problemas de mediunidade)na Umbanda.Será que já vem designado como nosso caminho ou há outra explicação?Axé a todos.
Regio isto não é assim de uma noite para outra.
Existem caminhos a serem seguidos, que foram pré estabelecidos enquanto espirito.
Pessoas estão na Umbanda e passam a vida por lá.
Tem pessoas que são suplicantes dentro do candomblé e vivem a vida toda desta forma.
O importante não é estar aqui ou lá, o importante é saber onde se deve estar.
Isto descobrimos com a ajuda do oráculo.
Temos que fazer as perguntas certas para sabermos se nosso destino está de acordo com o planejamos viver neste mundo.
Ire
Boa noite Srº da Ilha!Fiz a pergunta por que conheci pessoas que frequentaram a Umbanda por anos,já sendo bem desenvolvidas e com bom conhecimento e de uma hora para outra largam suas casas e fazem obrigação no Candomblé por que é para “fortalecer” o Orixá.Não tiro o mérito do Candomblé pois eu o admiro muito,mas penso que se não for por necessidade por que largar anos de dedicação e iniciar nova caminhada,pois no candomblé tradicional não se cultua entidades.Será que é por vaidade?Penso que não existe melhor ou pior,mais forte ou mais fraco,mas sim o que a pessoa melhor se adapta ou aonde ela encontra ajuda,se ajuda e ajuda a outros.Como o senhor mesmo disse o importante é se saber aonde está.Agradeço a sua resposta,sempre disposto a nos esclarecer.Muito axé e saúde para o senhor.
Regio o culto de òrìsà não conhece entidades de Umbanda.
O que temos é uma adaptação, o Candomblé adicionou as entidades da Umbanda em seu escopo.
Se fazemos culto de òrìsà, então cultuamos òrìsà.
Se fazemos Candomblé, aceitamos o culto da forma que ele foi moldado.
Existem muitas pessoas que entraram no Candomblé, sem passar pela Umbanda e não tem nenhum contato com as energias de Caboclo, Povo das ruas e afins.
Não é descriminação ou qualquer coisa que valha, é apenas uma questão de colocar cada coisa no seu lugar.
Em um jogo de Bàbáláwo, estes espíritos não se pronunciam, quem vai falar por eles poderá ser Èsù ou Eégúngún.
O que difere da questão um pouco mais profunda, onde Òsóòsì, fala pelos antepassados desta terra, os índios, mas, aí é outra questão e estaremos falando de ancestralidade.
Ire
Agradeço sua atenção Sr° da Ilha!Sempre disposto a nos esclarecer.Obrigado.
Desculpe pela pergunta,mas,Iansã pode ser juntó de Oxum?Tendo Oxossi como pai e Oxum como mãe Iansã pode ser o juntó?
Pode regio
Fui em um zelador e ele me disse que Iansã não seria juntó de Oxum pois Oxum é água e Iansã é fogo,que o juntó de Oxum é Iemanjá.Que Oxum tendo Iansã como juntó as duas “brigam” pela cabeça do filho.Falou que quando desse comida para Oxum teria que dar comida para Iemanjá e não para Iansã.Fiquei pensando que se a pessoa nasceu com Oxossi,Oxum e Iansã como juntó não tem como trocar o juntó para outro pois assim foi determinado pelo Orum.Eu estou certo na minha conclusão Srº da Ilha ou seria de outra forma?Penso que se for da maneira que ele falou todos que tivessem Oxum como segundo Orixá teria Iemanjá como juntó,seria quase uma repetição.O juntó vale para o primeiro e segundo Orixá ou cada um tem um juntó?Desculpe muitas perguntas.Por aqui está muito difícil.
Regio junto nada mais é que um caminho, uma das energias que irão ajuda-lo em sua caminhada neste mundo.
Diga para esta senhora que Òya é òrìsà Odò (rio), o rio Níger é local de culto de Òya.
Você também pode dizer a ela que ninguém faz inimigo com água. A água não tem inimigos.
Ire
Peço desculpas pelo meus questionamentos,mas por que os Orixás permitem que essas pessoas mintam e mistifiquem tanto?Penso que o erro não está na intolerância dos outros para com a nossa religião,quem está acabando com a Umbanda e o Candomblé são os próprios adeptos e zeladores mal preparados,aproveitadores,que querem ver a casa cheia para mostrar status e poder perante os outros.Se não fosse a fé que tenho pelos Orixás e entidades encerraria minha busca por um terreiro.A minha mediunidade foi falada para mim quando tinha 17 anos,hoje já tenho mais de 30,pena que na época não tinha a consciência e a clareza que tenho hoje da missão que é ser médium e praticar a caridade.
Srº da Ilha o que o senhor me aconselharia.Poderia rezar e pedir para que os Orixás abram meus caminhos?
Regio seu Orí Inu (Eu interior), sempre que você busca um caminho, ele consulta seu Orí (Eu superior).
Seu Orí trabalha por você e quer o melhor para você.
Reze seu Orí, não precisa reza especifica.
Ao acordar agradeça a Deus pela sua vida e invoque os poderes de seu Orí.
Faça seus pleitos e peça o que você precisa.
Conecte-se, sem ruído, barulho ou qualquer coisa que valha para lhe tirar a atenção.
Você vai conseguir.
Olhou seu email.
ire
Olhei sim,mandei uma mensagem estou aguardando resposta.Muito obrigado!
Olá… Existe uma maneira correta de falar com os orixás? Preciso muito pedir entendimento e caminho… Estou pedindo para que meu santo meu mostre a pessoa certa para cuidar dela e para me instruir… Estou pedindo corretamente? Axé…
Olá Maria,
Independente da pessoa ser iniciada ou ser apenas frequentante de um determinado local, há de se saber que o Orisá é um encantamento e para fazer uma comunicação com eles, basta que abra seu coração com verdade.
A suposta fala, como nos comunicamos na terra, é desnecessária.
Cabe a cada um de nós procurar esse papo, que sempre digo a mesma fala dos antigos: ” fale com a mente, pois ela só a Deus pertence”
Você precisa saber se essa suposta falta de caminho foi colocada por si própria através de alguma ação que não é cabida.
Outra coisa importante é que sempre pensamos que o Orisá não nos ouve nem nos atende, isso não existe. A nossa pressa e o nosso tempo é que difere do tempo astral.
Por isso se o seu santo não definiu qual é a pessoa certa para cuidar dele e de você, é porque essa pessoa ainda não cruzou seu caminho.
Não apresse a rua, as coisas acontecem quando e conforme precisam acontecer.
Axé.
Janaína, dentro do culto Tradicional não existe essa coisa de mentalizar o pedido.
Nós falamos, falamos e falamos em alto e bom som.
Por isso temos pó na língua e muitos outros ingredientes são usados na boca na hora de rezar, invocar ou manipular energias.
Sempre vamos muito além disso…
Não podemos deixar de dizer que a meditação é importante, mas, a meditação é uma conversa entre você e o òrìsà/Orí em outro plano dimensional e a história neste caso é mais profunda.
Ire.
Babá, isso é sério?
Então eu não sei falar, só sei balbuciar e mentalizar.
Eu não falo com a boca, falo com a mente e com o coração, sem palavras que não cabem a meu ser. Se estou chateada, explodo, pedindo desculpas pela explosão, mas explodo. Se tenho que pedir por alguém, explico quem é e o que precisa a pessoa. Se estou feliz, agradeço. E há vezes que até xingo, quando a irritação é grande, sempre peço desculpas pelas palavras, mas na falta de controle elas saem.
Certa vez uma jovem me disse que não dormia há dias, estava conturbada em seus pensamentos. Indaguei os pontos chave para alguém de seus 17 anos. A ouvi e pedi que fosse tomar um banho. A disse para preferir a leitura do que a tela e que se deixasse adormecer. Pedi orientação aos Orisás, sempre mentalizando, tanto o pedido quanto o problema. No dia seguinte a menina ainda estava com seus olhos marrons pela falta de sono e o que me veio como orientação foi um punhado de canjica e uma reza no Orí. Assim o fiz, preparei tudo cedo, sempre pedindo toda a energia positiva que pudessem emanar e antes dela dormir, lá estava eu, com a canjica, a água para o banho e um pano de cabeça. Só tirei os oròs de roncó do qual lembrava e desse dia em diante ela passou a dormir.
Nada disso teve uma fala aberta, tudo foi mentalizado.
Tenho então que pedir em voz alta?
Ire
Janaína eu costumo, se possível, berrar (rindo muito).
Precisamos acordar o que está inativo e a palavra o ebo mais poderoso do universo.
ire
kkkkkkkkkkk
Ai Babá, o senhor me faz rir, mesmo.
E eu achava que o ato de “berrar” era coisa de determinadas religiões e seitas que acha que no astral só tem surdo … rsrsrsr
Modupé
Janina, uns medicamentos (magias) na língua, um pó mágico e um bom oríkì em voz alta fazem um efeito…
Abafa que tem menor na sala.
ire
Oi boa noite para todos
olá,me desculpe a insistencia,mas acho que são tantas perguntas que,sem querer,a minha passou despercebida.Fiz uma pergunta no dia 22/09,Gostaria de saber se alguém sabe o inicio de uma reza de Yemonja que diz o seguinte “…Awara Dide É dide Ya Ogunté, Awara dide É dide Ya Assessun, Awara Dide É dide Ya Soba,Awara dide.”. Por gentileza se puderem postar ao menos o inicio eu seria muito grato.,será que,por gentileza,alguém saberia me responder?Agradeço desde já.
Não conheço Marcelo.
ire
Boa tarde! resolvi entrar na casa de candomble, a maior parte de minha familia é e venho enfrentando muitas dificuldades na minha jornada.. Vou tomar o Obi e pegar energias do orixá. Eu sei que a feitura do santo ou seja raspar a cabeça para o santo demora anos, a minha dúvida é sendo minha mãe de cabeça yemanja e outras duas orixás femininas elas permitem que raspem a cabeça ? sendo elas orixás femininas nao sei se 3 certo falar nessa maneira. Teria como ver no jogo futuramente para nao raspar a cabeça? e fazer outra obrigaçao ? Obrigada
Evelin a iniciação na demora anos, dura em torno de 1 mês.
Sendo o seu caminho com Iyemojà nada impede que você tenha em seu caminho outras duas Iyagbá. Isto é normal.
Não existe uma obrigação que substitua a iniciação.
Ou você vai ou não vai.
Ninguém vai lhe matar por isso.
O que pode acontecer é a iniciação lhe livrar da morte precoce.
Porém, quando uma pessoa tem este caminho pela frente o jogo informa.
Esfrie sua cabeça.
Ire
Obrigada!
Boa tarde! Tenho algumas dúvidas (que até foram mencionadas mais acima, mas que não ficaram muito claras para mim). Toda reza é um oriki, mas nem todo oriki é uma reza?
A outra questão é a posição. Entendo que deve ser rezado de joelhos e cabeça baixa, mas ficamos com as mãos fechadas uma em cima da outra e a cabeça em cima, ou passando uma mão sobre a outra (como se fossem palmas longas e lentas, mas sem “bater”)?
Desde já agradeço, os senhores nos engrandecem com tanto conhecimento.
Priscila visite meu blog pessoal e veja este post:
http://orisaifa.blogspot.com.br/2011/03/gbaduras-e-oriki-e-seus-significados.html
Pode ser que lhe mais um pouco de conhecimento.
Nenhuma adura (reza) é um oriki e nenhum oriki é uma reza.
As rezas tem linha melódica e o oriki não tem, isto faz uma enorme diferença.
Ire