Existe uma discussão muito acalorada e com muitas dúvidas para se saber quem é Filho ou descendente direto de um determinado Ndanji (axé), quem é parente, e quem é aderente.
Na minha concepção e em conversa com os mais antigos, cheguei a uma simples conclusão e posição a respeito do polêmico assunto.
Filho: É todo aquele que é feito dentro da casa matriz, pelo Zelador (a).
Descendente: É todo aquele que é filho de um filho direto da casa matriz.
Parente: É todo aquele que é filho de uma casa descendente da casa matriz.
Exemplos; Tios, Tias, Primos, Primas, Sobrinhos e etc.
Aderente: São as pessoas que vêm de outra casa e tomam obrigação na casa matriz ou em suas descendências.
*Somente a casa matriz tem o direito de estampar a bandeira “Axé Tal”, as provenientes, podem estampar a bandeira de “Descendentes de Tal Axé”
*As casas dos aderentes, só poderão estampar a bandeira do axé a que aderiram, desde que seja plantada ali, seus fundamentos, ritos e preceitos.
*Não é porque o Zelador (a) tomou obrigação em um determinado axé que sua casa e seus filhos se tornarão automaticamente pertencentes ao axé que o Zelador (a) tomou obrigação.
As leis do universo são imutáveis, quem nasce brasileiro mesmo que se naturalize americano, e, mesmo com todos os direitos civis do pais que lhe acolheu, sempre será brasileiro.
“Não temos que ter vergonha de nossas origens, porque quem não sabe ser pequeno, nunca crescerá”.
Axé e ago!
Não é porque o Zelador (a) tomou obrigação em um determinado axé que sua casa e seus filhos se tornarão automaticamente pertencentes ao axé que o Zelador (a) tomou obrigação.
No livro de mãe Estela de oxossi, Meu tempo é agora é ecreveu: ” Se alguem toma obrigação comigo mas nao foi raspada por mim é menos filha do que a outra? ” Ela mesmo responde que sim…é tao filah quanto a raspada por ela. É uma questaõa de nação?
Luiz,
Completando a citação da saudosa Mãe Stella no livro Meu Tempo é Agora partilhando do mesmo questionamento que você fez ao Euandilu:
“(…) Um dizer de minha Ìyálorìsa, que transmitia o que ouvira de Mãe Aninha: “ENTROU POR AQUELA PORTEIRA, TODOS SÃO FILHOS DE SÀNGÓ!”. Eu tenho irmãos-de-Santo que tiveram a sorte de completar suas “Obrigações” com a senhora que os iniciou. Tive esta sorte. Outros, por diversos motivos, vieram a completar com as sucessoras de sua Ìyá. Como são classificados? São Filhos-de-Santo, também, de quem completou(sublinho) suas “Obrigações”. De quem fechou com a chave perdida a Iniciação. Essa só se completa com a “Obrigação” de sente anos. Daí, sim, ele é um Iniciado.
(…) Para mim, Ode Kayode, todas as pessoas que têm minha mão na cabeça são meus iguais; no que diz respeito à condição de meus Filhos.(…)
Existem Olórisa que aqui chegaram, com as primeiras “obrigações” realizadas em Àse diferentes e eu (ou outra intercessora) completei a Iniciação. Evidente que são meus Filhos, tanto quanto qualquer outro que tenha começado o “bê-á-bá” comigo! A mão é a mesma. Não uso luvas de borracha para uns e as tiro para colocar as mãos “puras” na cabeça dos outros.” Mãe Stella de Oxossi
Axé.
COM CERTEZA…ÓTIMA NOTIFICAÇÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Olá, irmãos!
Não identifiquei o lugar mais apropriado para expor a minha dúvida, então vou fazer aqui mesmo. Espero não incomodar com isso.
Fui criada numa família não muito religiosa, batizada na igreja católica, tendo feito 1ª comunhão aos 13 anos. Hoje tenho 19, e há tempos me considerava ateia.
Na busca de algo para crer e um lugar para me sentir bem, fui conhecer uma casa de Umbanda.
Assim que cantaram pra Exu, eu comecei a sentir uma vontade de dançar, seguida de choro, ombros tremendo e alguns arrepios. Já haviam dito à minha mãe que eu era rodante, mas não acreditei muito nisso.
Durante a gira eu tive novamente essas sensações, por duas vezes, e numa delas me levaram pra perto do congá, com um senhor. Não cheguei a receber a entidade, e ele disse que eu precisava relaxar mais pra isso acontecer.
Era gira de caboclo, e na hora do passe o caboclo pediu pra eu acender uma vela pra Yemanjá e deixar ”isso aqui” (colocou a mão na minha testa) que ele cuidava ”disso aqui” (apertou a minha mão), novamente senti a mesma sensação, sempre muito boa, mas nada aconteceu.
Na hora em que fui me despedir da Mãe da casa, ela só me disse que Ogum tinha respondido e não aprofundou mais no assunto. Voltei pra minha casa e durante alguns dias li sobre a religião, sobre os Orixás, fui em busca da informação.
Li que Umbanda é caridade, nada é cobrado, não se raspa a cabeça na feitura do santo, não se faz assentamento, entre outras coisas que vi na casa em que fui.
Meu pai fez um ebó, e segundo a Mãe, trabalho de esquerda é cobrado. Se ela não cobra, como é pra Exu, vem coisa ruim pra ela.
Questionei meu pai em relação a isso, e ele disse que lá não era ”Umbanda pura”.
Já li não só aqui como em outros lugares que essa mistura não dá muito certo, e pra mim também não faz muito sentido. Quais são exatamente as mudanças? Os trabalhos realmente são válidos?
Percebi também que há diversas diferenças de uma casa pra outra, o que me deixa mais confusa.
A verdade é que eu tenho muita vontade de continuar na religião, eu me senti bem e prezo muito por isso, mas também tenho medo do que pode acontecer.
Queria algum tipo de aconselhamento. Sei que aqui vocês estão em busca da divulgação do Candomblé, mas por tratarem de Umbanda algumas vezes, e eu gostar muito da forma como escrevem aqui, achei que poderiam me iluminar nesse início da jornada.
Axé! 🙂
Juliana, no tempo que eu frequentava Umbanda não tinha este negocio de esquerda (Povo das Ruas) pode cobrar se não pode haver negatividade.
Negatividade tem em todos os momentos, nas sessões de Preto-Velho, nas Giras e passes do Caboclos, eles estão tratando espiritualmente de muita gente e a negatividade está em torno de tudo e de todos, eles sabem como neutralizar e encaminhar este processo.
Nada tenho contra se cobrar, afinal de contas uma casa para se manter tem mil e uma despesas e ninguém pergunta se as contas da casa estão em dia, se a dispensa esta cheia, se os apetrechos estão comprados e etc…
Outra informação Umbanda não tem ebó e nem como vicio de linguagem é ususal, pois nunca foi linguagem de Umbanda.
Dizemos que as energias quando são misturadas, começa o capitulo da invenção e das bobagens.
Tome cuidado com seus passos, converse, tire duvidas e não aceite pessoas que ficam endeusando demais um sacerdote, isto pode gerar uma cegueira que não é bom para o culto e nem para a casa.
Fica dificil lhe dar mais dicas do que estas, afinal de contas você vai viver esta casa e saberá separar o joio do trigo, espero!
Se houver mais duvidas, volte, tem sempre alguém mais conhecedor do que eu para ajudá-la com informações sobre a Umbanda.
Ire o. (Sorte)
Obrigada por responder, Da Ilha.
Aparentemente essa coisa de cobrar trabalho de esquerda é comum e do conhecimento de todos, acho estranho.
Concordo no que diz respeito às contas da casa, vendo por esse lado fica fácil entender, só acho que não é necessário inventar (se foi o caso), né?
A Mãe da casa onde estou indo foi criada dentro do Candomblé, mas optou pela Umbanda porque considerava algumas coisas muito “fortes”, mas não se livrou totalmente de outras, o que explica o ebó.
Sinceramente, tenho um pouco de receio quanto à essa mistura das coisas, mas pretendo seguir em frente, sempre com cautela.
Espero que eu sempre tenha a chance e disposição pra mudar, quando necessário, e ouvir outras opiniões como o que aconteceu aqui é muito importante pra mim nesse momento.
Obrigada mais uma vez!
Os iniciados e os que tomam obrigação em determinada casa, com certeza são filhos iguais, com quase todos os direitos, mas a denominação é diferente, não acham???
gostaria se tem como localizar uma pessoa que tenha casa aberta pelo nome pois procuro minha avo e tios e não consigo encotralos ouvi dizer que eles tem uma casa de candomble em morro grande em são paulo o nome da minha avo é florisa antonia braulio meus tios é antonio,mario,ajenor aparecido,chiquita,luzia e jeni o nome de meu avo é Joaquim Adão Marcelino e quem adotou minha mãe foi Isaura amalha ribeiro morarão em Itubi ,na fazenda campo alegre isto a mais de 50 anos o nome de minha mãe é benedicta tambem conhecida na época como Maria não tenho mais detales se puderem meajuda eu ficarei muito grato a todos o meu no é celio. celiotim@hotmail.com
Boa noite,
Como se dá o parentesco entre avô, bisavô e etc de santo com os filhos do pai de santo? Eles têm a mão na cabeça do neto, bisneto e etc ?
Sua pergunta está meio consufa Conceição, mas se compreendi bem, o parentesco é o mesmo de uma família de sangue, o DNA está incluído nas gerações, ou seja, o bisneto carrega o axé do bisavô.
Desculpe a confusão da pergunta, mas entendi sua resposta.
Outra dúvida minha é a seguinte: fiz um bori em novembro passado e tornei-me makota do santo do meu pai, Oya. Aconteceram algumas coisas que me fizeram sair da casa desde julho deste ano e estou sem saber o que fazer com minhas roupas: saias, ojás, panos da costa, bem como minha conta do meu santo, pois no momento não quero mais participar.
Sei que através do bori agora tenho um orixá na minha cabeça: Katendê. Respeito muito o meu santo e o sinto na minha vida, mas no momento não sei o que fazer. Aliás, eu nem sei o que fiz na casa, pois na ocasião não pensei muito bem a respeito e fiz o bori sem saber realmente o que significava.
Outra dúvida é: tenho que fazer a confirmação de makota?
Não me arrependo e quero seguir a vida da melhor maneira possível. Gosto da espiritualidade e gosto do candomblé.
Gostaria de uma palavra sua a respeito.
Obrigada.
Olá,visitando uma Casa de Umbanda um caboclo me disse que meus motivos de tristeza eram espirituais.E que quando eu era criança fui apresentada aos Orixás pela minha avó que era mãe de santo. E por isso minha ligação com o mundo espiritual .Minha dúvida é: O que quer dizer FOI APRESENTADA ???
Um ritual ?Um batismo?Acender uma vela ?Qual a finalidade disso?
Ah,minha avó era praticante do Candomblé.
Obrigada
Joane,
Realmente ser “apresentada” pode ter várias interpretações, até mesmo da sua avó ter te levado pra conhecer o mundo dos orixás no terreiro. Era bom você ter perguntado ao próprio caboclo.
Ele pode ter querido dizer com isso que, devido a sua ancestralidade, você tem caminhos dentro da religião caso queira andar por eles.
Axé.
Boa noite,
Gostaria de pedir que se alguém pudesse, responder a pergunta que fiz acima, dia 16/10/12.
Obrigada.
Conceiçao
Makuiu, Tata Kambondo Euandilu, meus mais sinceros respeitos.
Aproveitando o assunto, há um tempo procuro o endereço da Inzo de Mam’etu Maza Kessy, que por vez, é sua irmã se não me engano. rs
O senhor sabe me dar essa informação?
Ficarei alguns meses em São Paulo e gostaria muito de conhecer a casa.
Obrigado,
Felipe
Makoiu Nzambi Felipe, sim a Maza é minha irmã e seu candomblé fica em santos, só não sei lhe informar o endereço pois todas as vezes que lá estive, me pegavam na rodoviária e me levavam para lá, só sei que é perto do cais, procure por ela no facebook.
Abçs
Olá Euandilu,
Fiz um bori em 2011 e tornei-me makota do santo do meu pai, Oya. Aconteceram algumas coisas que me fizeram sair da casa e estou sem saber o que fazer com minhas roupas: saias, ojás, panos da costa, bem como minha conta do meu santo, pois no momento não quero mais participar. Outra dúvida, algum dia terei que fazer a confirmação de makota?
Gostaria de uma palavra sua a respeito.
Obrigada.
Adorei a última frase de sabedoria no final do texto.Resume uma lição de vida.Vivendo e aprendendo.Axé!