O Preconceito Velado – Olúgbàje, Você Aceita a Comida do Dono da Terra?
“O Preconceito Velado”, abordaremos um pouco sobre uma das mais importantes cerimônias do Candomblé, o Olugbajé. Esse tema mostra-se bastante oportuno, sendo que esse ritual na grande maioria dos Terreiros de Candomblé ocorre no mês de agosto, que se inicia essa semana.
Bom, antes de tudo vamos entender um pouco sobre o significado da palavra que dá nome ao ritual. A palavra Olúgbàje, por si só, já explica o grande objetivo dessa cerimônia: “Olú” (Senhor/Chefe) – “Gbà” (Aceitar/Receber) – “Je” (Comer/Comida), ou seja, “Aceite/Receba e Coma a Comida do Senhor/Chefe”. Nesse caso, o substantivo “Olú – Senhor” alude a um dos nomes do grande Òrìsà da Terra, Obaluwaiye, também chamado de Oluwaiye, que é o Deus homenageado nessa cerimônia.
É uma festa cheia de mistérios e liturgia, na qual, as comidas de Obaluwaiye depois de abençoadas, são distribuídas em folhas aos presentes. Aqui em Salvador, essa é uma festa muito esperada pela população das Comunidades do Candomblé, sendo que todos querem apreciar a comida desse querido e importante Òrìsà, pedindo, sobretudo, proteção contra os males que acometem a saúde. Essa cultura é tão forte, que muitos Omo Òrìsà vão a diversos Olúgbàje, só para comer a abençoada comida de Obaluwaiye.
No entanto, muito provavelmente pela falta do conhecimento acerca da cerimônia, há pessoas que, ao invés de comer, passam a chamada “folha” no corpo, como se fosse um Ebó, depositando-a no balaio, sem provar sequer uma das deliciosas comidas do Rei da Terra. Isso não pode ser feito, pois é uma recusa à oferta de Obaluwaiye.
Dessa forma, devemos aceitar a comida e comungar em regozijo, pedindo proteção ao Grande Òrìsà dono da Terra e harmonia em nossas casas. As comidas do Olúgbàje são especiais, feitas com carinho, amor, dedicação e devoção. São, principalmente, abençoadas pelo Òrìsà, razão pela qual não podem ser descartadas.
Nesse mês de agosto, não tenha medo, não perca a oportunidade de provar as comidas abençoadas por Obaluwaiye, visite um Terreiro e aprecie com devoção a comida do Olúgbàje.
Que Òsùmàrè Arákà esteja sempre olhando e abençoando todos!!!
Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó
Texto da casa de Òsùmàrè
Boa tarde, senhor Fernando!
São detalhes importantes que devem ser chamados atenção, nesse caso da ingestão do alimento, certamente quem o faz, ignora o significado da cerimônia, mas após ler essas postagens esclarecedoras, não mais comete esses equívocos.
Sr., por que quando se canta, certos orins, de Obaluayê, os fieis tocam com os indicadores na fronte, em seguida cruzam os braços sobre o torax, com os indicadores a riste e finalmente, tocam-nos nas ilhargas.
E existe algum orin específico para o momento em que atiram as pipocas nas pessoas e em todo ambiente?
Um abraço
Ola,
Parabens pelo vosso site, é um trabalho de grande valia. Ainda bem que existem pessoas que se preocupam em informar aqueles que nao sabem mas querem aprender mais sobre Orisas e seus rituais. Eu lembro-me que a primeira vez que fui um olugbaje, alem nao saber o que era nem saber para quem era, disseram-me que no fim deveria comer. Po acaso eu comi sem problema pois fui de coraçao aberto e entendi que seria uma falta de consideraçao se nao fizesse, assim como quando somos convidados para um jantar deveremos provar o que os donos da casa de nos tem para oferecer mas, muitas pessoas nao sabem como proceder e se recusam a faze-lo simplesmente porque nao gostam. Mas como muitos so mais tarde é que aprendi a real importancia do acto em si. O meu muito obrigada pelo vosso cuidado sem em faze-lo
Parabéns pela postagem. Infelizmente algumas pessoas demoram a se “tocar” sobre o convite do REI e, se convido alguém para celebrar algo com comida, fico muito feliz que meu convidado participe do banquete. Jamais ouvi ou vi a respeito do que foi postado mas acredito que o senhor traduziu perfeitamente o significado do Olúgbàje e eu, como filha DE OMOLU, mesmo antes de apresentada à religião, conseguia, de alguma forma, compreeender o banquete de meu PAI.
P.S. Indo pra Casa de PAPAI .. afinal, o banquete DELE é amanhã, ATOTÔ …. O Rei está chegando!!!
Motumbá
Olá, gostei muito do seu artigo. Lembrei da Aline, da Cidade das Pirâmides que em seu programa( http://www.deolhonomundo.com ) disse: “Entidades são nossas identidades ligadas aos seres da natureza, Orixás e Raios por sintonia de vibração”. Vejam o programa acho que vão gostar! Abçs
Queria muito que vcs me indicassem um terreiro aqui em Aracaju. Alguém poderia informar?
Maravilhoso o seu esclarecimento,pois as pessoas preciosam conhecer melhor a nossa religião
Thiago,
Não conheço ninguém de Aracaju. Vamos ver ser alguém pode te ajudar por aqui.
Axé.
Coisa linda. Só hoje percebi que foi publicado no dia do meu aniversário.
Orixá lindo que conhece o tempo como poucos, conhece a hora certa como ninguém e por mais que o tempo demore, ofusque, ele me mostra que quando é pra acontecer, acontece. Atotô, meu pai que acompanha!
Jó alé ijó, é
jó alé ijó, é jó
alé ijó,
Àfaradà a lé
njó ó ngbèlé.
“Dance em nossa casa,
dance, dance em nossa (casa),
dance, dance, dance
dando força e energia à nossa casa,
dançando ele dá proteção à casa”
Àse!
Motunbá!
Parabéns ( ainda que póstumo ) pelo seu dia Dayane , pelo início de mais um ano de sua vida ; Que todos os Orixás e Entidades do Bem e acima de todos seu Grande Orixá Ori lhe cubram ainda mais de bons caminhos abertos , vitórias e conquistas , Axé !
Oi Marco
Apesar de entender o que quis dizer, seria parabéns atrasado, graças a Olodumaré Dayane está bem viva entre nós e sua nova idade acabou de nascer.
Um abraço e muito axé.
Ai gente eu sei que não tem nada a ver com o que esta sendo falado, mais é que eu gostaria que alguém me explicasse o porque alguns Orixás usam filá no rosto. Qual é o significado fundamento em fim!
Obrigado a quem me responder ficarei muito grata!
Ba o Adè, quer dizer Coroa, ela é um aviso aos crédulos que não se deve olhar nos olhos de um Rei e nem de uma Rainha, seja òrìsà ou um ser humano.
É tabú e todos deveriam respeitar.
Ire o.
Boa noite gostaria de fazer uma pergunta para Pai Fernando: sou iniciada(bóri), na nação jeje-ixejá do batuque do rio grande do sul, meu eledá foi definido como ÓSÚN GAMA, que em algumas nações é cultuada somente como Gama, sem passar por cima de uma hierarquia gostaria de, informalmente, adquirir alguns conhecimentos sobre meu orixá que pelo que sei não é nada comum e poucos tem conhecimento sob seu culto. Ficaria muito grata em obter com senhor alguma informação extra sobre esse assunto..Aguardo …Obrigada
mille,
Não comheço o jeje-ijexá do batuque do RGS, nosso moderador Charles que é aí do Sul poderá responder sua pergunta. Repita a pergunta dentro dos post do Charles, basta clicar na foto dele.
Axé.
Da Ilha
Motumbá baba, mais e porque alguns Orixás não usam, como por exemplo Yewa, Oxumare, entre outros?
Obrigado pela resposta!
Marco e Garcia,
Muito obrigada!
Axé!
Oi gente. Parabéns pelos textos. Gostaria de conhecer mais a religião em algum terreiro tradicional/sério em Vitória, ES, ou perto daqui… Vocês têm algum contato ou modo de descobrir algum endereço?
(obs: tenho vários indícios de ser abikú, então talvez ainda precise de baba que saiba lidar bem com esse fundamento)
Olá Fernando D’Osogiyan, sua benção. Me chamo Fernângeli Aguiar e estou iniciando um blog em que reúno textos, vídeos e material em geral de boa qualidade sobre a nossa fé. Estou deixando esse comentário para informar que estou publicando alguns textos seus, devidamente identificados e constando a fonte. O endereço do blog para que o senhor possa visualizar é :
http://candomblecomaxe.blogspot.com.br/. Caso o senhor não permita a divulgação de seus textos, me envie por gentileza um e-mail para fernangeli@gmail.com, que eu removerei os textos imediatamente. Desde já agradeço a sua atenção e tudo o que o senhor faz e promove pelo bem do Candomblé e de nossos ancestrais. Ire o.
Fernângeli,
Não há prolema algum em publicar meus textos, dando o devido crédito, fique a vontade e nos ajude a promover o entendimento e a cultura de nossa religião.
Meu pai Osogiyan lhe abençoe e lhe de a boa sorte!
Àse.
Boa tarde, sr. Fernando!
As minhas perguntas referentes a Obaluayiê que fiz em 16 de 08, o senhor já tem as respostas?
Um forte abraço.
tem algum problema se na festa eu comer um pouquinho depois passar no corpo e colocar la ? porq as festa eu fui eh assim
Miranda, não tem problema nenhum.
Ire o.
Quero acha um terreiro bom em Vitória alguem sabe de algum p me indicar ???
venessa,
Vou passar seu email para um amigo de Vitória: Pai Marcelo Benikan ou ligue: 027.997050919
Axé.
Boa noite!
Encontrei a página de vcs em meio a pesquisas sobre o candomblé. Nasci e fui criada em berço espírita. Desde muito cedo meus pais me encaminharam aos estudos dos ensinamentos decodificados por Kardec. O espiritismo faz parte de cada ação, pensamentos e atitudes minhas, mas confesso que sinto não ter me encontrado de fato em uma religião. Sinto que me falta algo. Há muitos anos, um amigo candomblecista me levou em um terreiro de Candomblé. A experiência mudou minha vida para sempre. Como na época eu era muito nova, acabei não seguindo meu coração, mas hj, aos 35 anos, sinto que todos os acontecimentos da minha vida me levam a buscar os caminhos do candomblé. Gostaria da orientação de vcs sobre como devo proceder, a quem procurar, endereço de um centro faça um trabalho sério pois atualmente não tenho nenhum contato com qualquer pessoa que siga a religião ou possa me orientar. Moro em Vitoria, no ES. Agradeço muito a oportunidade. Muita luz a todos!
Beatriz,
Vou lhe indicar Pai Marcelo Benikan- tel – zap (27)997050919 – Diga que foi Babá Fernando D’Osogiyan – Rio de Janeiro.
Axé.