Peço agô em nome do blog, para comunicar o falecimento de Don Eugênio Sales com quem tive o prazer de conhecer, conversar e observar seu carisma. Homem simples de olhar firme e sólido, solidário e atencioso e acima de tudo, de enorme generosidade religiosa, tolerante e de um caráter social excepcional, o homem das pastorais, das favelas, dos negros, pois era contra a intolerância religiosa,o defensor dos direitos humanos, do regime democrático, dando refúgio a inúmeros políticos e jornalistas no tempo da ditadura. Um homem além da batina de fé inabalável, um religioso voraz dos costumes e normas de sua igreja e acima de tudo um verdadeiro homem de DEUS.
Dom Eugênio é filho de Celso Dantas Sales e Josefa de Araújo Sales (Teca) e irmão de Dom Heitor de Araújo Sales, arcebispo emérito de Natal, Rio Grande do Norte. Nascido na Fazenda Catuana, foi batizado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Guia, em Acari, no dia 28 de novembro de 1920. De família muito católica, era bisneto de Cândida Mercês da Conceição, uma das fundadoras do Apostolado da Oração na cidade de Acari.
Realizou seus primeiros estudos em Natal, inicialmente em uma escolar particular, depois no Colégio Marista e finalmente ingressou, em 1931, no Seminário Menor. Realizou seus estudos de Filosofia e Teologia no Seminário da Prainha, em Fortaleza, Ceará, no período de 1931 a 1943.
Foi ordenado sacerdote pelas mãos de Dom Marcolino Esmeraldo de Sousa Dantas, bispo de Natal, no dia 21 de novembro de 1943, na mesma igreja onde recebera o batismo.
Casa onde nasceu na Fazenda Catuana onde hoje funciona um abrigo de idosos
Episcopado
No dia 1 de junho de 1954, aos 33 anos, foi nomeado bispo auxiliar de Natal pelo Papa Pio XII, recebendo a sé titular de Thibica.
Foi ordenado bispo no dia 15 de agosto de 1954, pelas mãos de Dom José de Medeiros Delgado, Dom Eliseu Simões Mendes e de José Adelino Dantas.
Em 1962 foi designado administrador apostólico da Arquidiocese de Natal, função que exerceu até 1965, quando da nomeação de Dom Nivaldo Monte.
Em 1964 foi nomeado administrador apostólico da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, função na qual permaneceu até 29 de outubro de 1968, quando da sua nomeação a Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, pelo Papa Paulo VI.
Cardinalato
No consistório do dia 28 de abril de 1969, presidido pelo Papa Paulo VI, Dom Eugênio de Araújo Sales foi nomeado cardeal, do título de São Gregório VII, do qual tomou posse solenemente no dia 30 de abril do mesmo ano. Neste consistório foi também nomeado cardeal o brasileiro Dom Vicente Scherer.
No dia 13 de março de 1971, o Papa Paulo VI o nomeou Arcebispo do Rio de Janeiro[2], função que exerceu até 25 de julho de 2001, quando da sua renúncia, e que foi aceita pelo Papa João Paulo II.
Lema
Impendam et Superimpendar
Alusão à frase de São Paulo (2 Cor. 12, 15):
Ego autem libentissime impendam et superimpendar ipse pro animabus vestris. Si plus vos diligo, minus diligar? Quanto a mim, de bom grado despenderei, e me despenderei todo inteiro, em vosso favor. Será que, dedicando-vos mais amor, serei, por isto, menos amado?
Atividade e contribuições
Quando era arcebispo de Salvador, foi um dos criadores das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) e da Campanha da Fraternidade. Enquanto esteve à frente do Arcebispado do Rio, ordenou 169 sacerdotes, um número recorde, frente às outras Arquidioceses e dioceses brasileiras.
Foi um dos primeiros bispos brasileiros a implantar o Diaconato Permanente, ministério clerical que pode ser concedido a homens casados, segundo a restauração do Concílio Vaticano II. Foi membro de onze congregações no Vaticano.
Sua vida apostólica foi marcada pela defesa da ortodoxia católica. Combateu com firmeza a esquerda católica, a Teologia da Libertação e o engajamento político das Comunidades Eclesiais de Base.
Por outro lado, assumiu a defesa de refugiados políticos dos regimes militares latino-americanos entre 1976 e 1982. Montou uma rede de apoio a estes refugiados juntamente com a Cáritas brasileira e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, que consistia em abrigá-los, inicialmente na Sede Episcopal (Palácio São Joaquim) e posteriormente em apartamentos alugados para tal finalidade. Além disto, financiou a estadia destes refugiados até conseguir-lhes asilo político em países europeus. Foram asiladas mais de quatro mil pessoas. Usou sua autoridade para este fim, inclusive enfrentando os militares por diversas vezes. Ao assumir tal tarefa, telefonou para o General Sílvio Frota e disse-lhe: “Frota, se você receber comunicação de que comunistas estão abrigados no Palácio São Joaquim, de que eu estou protegendo comunistas, saiba que é verdade, eu sou o responsável. Ponto final, ponto final”. Também atuou junto aos militares na libertação de diversos acusados de subversão.[3]
Também recusou-se a celebrar missa pelo aniversário do Ato Institucional Número Cinco, pedida pelo General Abdon Sena, de Salvador.
Foi um dos brasileiros que mais ocupou cargos no Vaticano: foram 11 cargos nas congregações, conselhos e comissões.
Sua ação social abrangeu a criação de centros de atendimento a portadores de AIDS, a pastoral carcerária, um núcleo de formação de líderes na residência do Sumaré.
Sua renúncia foi solicitada em 1997, quando já completara 75 anos. Mas por indulto especial do Papa João Paulo II, seu amigo pessoal, foi autorizado a permanecer à frente da arquidiocese até completar 80 anos. Sua aposentadoria foi finalmente aceita no dia 25 de julho de 2001, quando Dom Eusébio Oscar Scheid, então Arcebispo de Florianópolis, foi nomeado o seu sucessor. Dom Eugênio permaneceu de 25 de julho até 22 de setembro de 2001 como administrador apostólico do Rio, nomeado por João Paulo II.
Em 22 de setembro, na presença de grande número de bispos e sacerdotes, entregou o governo da arquidiocese, através da passagem do báculo (cajado simbólico do pastoreio do povo de Deus, utilizado pelos bispos) a Dom Eusébio, até então não revestido da dignidade cardinalícia, que só viria a obter em 2003. Ainda permaneceu residindo no Rio de Janeiro, no Palácio Apostólico do Sumaré, e permaneceu em funções no Vaticano. Possuiu os títulos de Cardeal Protopresbítero (o mais antigo em idade e/ou nomeação entre os Cardeais Presbíteros) e Arcebispo Emérito (aposentado) da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Dom Eugênio, ao lado do irmão, na comemoração dos 50 anos de ordenação episcopal, em missa solene realizada na Igreja Matriz de Acari-RN.
[editar] Sucessão
Na Arquidiocese de São Salvador da Bahia, Dom Eugênio de Araújo Sales foi o 23º Arcebispo, sucedendo a Dom Augusto Álvaro da Silva e teve como sucessor Dom Avelar Brandão Vilela.
Na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Eugênio foi o 5º arcebispo, tendo sucedido a Dom Jaime de Barros Câmara e como sucessor Dom Eusébio Oscar Scheid.
Poderia me indicar um terreiro em Aracaju séria? tenho interesse em conhecer como visitante inicialmente.
“pois defendia a intolerância religiosa”???
Nao seria por acaso:
“pois defendia a tolerância religiosa”!!!!!
PREZADOS
O reconhecimento da grandeza de Dom Eugênio Sales, me parece medida que figura como marco histórico na vida religiosa cristã brasileira, em suas relações com outras manifestações de mesmo contexto e grandezas, procedentes dos muitos espaços africanos, aqui denominadas de Candomblé, e afirmada, TAMBÉM, pela UMBANDA, OMOLOKÓ entre outras.
Longe de ter sido este um dos pontos favorecidos pela vida dedicada vida de Dom Eugênio as causas nobres tocantes e a religiosidade, não deixou de fora a política bem revista por Fernando de D´Osogiyan, neste texto, que com este blog, realiza mais um ato de confirmação dentre outros tantos cidadãos, realizados em prol da PAZ SOCIAL, ao praticarem o COMBATE, PEDAGÓGICO, A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, cujo mérito, este ano, se fará notar, mais uma vez, em mais uma CAMINHADA, EN-CAMINHADA, POR DEUS, “OLORÚM” ou O “SENHOR DO CÉU”, á quem rogo que RECEBA DE BRAÇOS ABERTOS, DOM EUGÊNIO Á QUEM DEVEMOS A MANUTENÇÃO DO RIO DE VIDA, PELO QUAL ESCOOU O BOM SENSO NOS DIAS DIFÍCEIS DE NOSSA HISTÓRIA.
Sandive Santana / RJ
Educador Social
Marcos,
Perfeito, Don Eugênio era contra a intolerância religiosa, pregava abertamente o respeito ao culto afro-brasileiro, a pomba branca encima de seu caixão acompanhando por horas seu velório, confirma a presença de uma energia imaculada, Eèpà Bàbá!
Axé
MUTUMBÁ / KOLOFÉ SAUDAÇÕES.
Chato eu te reportar neste momento nesta situaçaõ tão pesada
mas temos que considerar, Pena a perda de uma pessoa tão elegante
no sentido social e humanista. Este sim não foi uma luz que se apagou,
este sim voltou a ser uma estrela no firmamento do tipo que não morre
nunca.
E sobre terreiros sérios em Aracaju? Alguém para dar uma sugestão?
pedro,
Não conhecemos terreiros em Aracajú para indicar, aguarde que algum leitor possa ajudar com uma boa indicação
Axé.
Muito linda esta homenagem! Este é o verdadeiro Espírito da União e da Tolerância, reconhecer quando alguém é grande, mesmo sendo diferente!
Axé.
Primeiro quero lhe pedir a bençaõ. Parabéns pela linda homenagem. O senhor é um belo exemplo, que deveria ser seguido, sem questionar quem esta certo, ou errado, e principalmente sem achar que , esta ,ou aquela, religião..é proprietária de Deus.
Bienen,
Exatamente, e usando suas palavras: …reconhecer quando alguém é grande, mesmo sendo diferente!
Axé.
Concya,
Que meu pai Osogiyan lhe abençoe e lhe de a boa sorte. Agradeço pelas palavras.
Axé.
BOA TARDE FERNANDO VOCê PODERIA INDICAR UMA CASA DE ANGOLA,SOU FETO NA TUMBA JUSSARA MAIS DE 21 ANOS E ESTOU A MUITO TEMPO AFASTADO POR MOTIVOS PESSOAIS E ESTOU COM OBRIGAÇÕES ATRASADAS 7, E 14 ANOS SOU OGâN DO OGUM ESTOU A PROCURA DE UM TERREIRO SERIO E CONFIAVEL
MORO NO RIO DE JANEIRO NO JARDIM AMERICA
Mauricio,
Posso indicar Mãe Bete de Matamba em Pilares.
Axé.
BOM DIA FERNANDO VC PODERIA PASSAR O ENDEREÇO E TELEFONE DA MÃE BENTA TI AGRADEÇO MUITO.
maurício,
Passarei por email.
Axé