O corpo literário de Ifá é uma importante fonte de informações sobre o sistema de crença e valores Yorubas. Como porta voz de outras divindades, Ifá é depositário de todos os mitos e dogmas morais das outras divindades. O Povo Yoruba crê que Òrúnmìlá estava presente quando Olódùmarè (Deus todo poderoso) criou o céu e a terra. Portanto, Ifá conhece a história do céu e da terra e domina as leis físicas e morais com as quais Olódùmarè governa o universo. Por isso Òrúnmìlá é tido como sábio conselheiro, historiador e tutor da sabedoria divina. Por isso, entre seus nomes de honra está:
Akónilóran bí ìyekan eni,
Ogbón ile ayé,
Òpìtàn ilè ifè
Aquele que ensina alguém com sabedoria, como se fosse de sua família
A sabedoria da Terra,
O historiador da terra de Ifè
Os importantes conceitos filosóficos personificados no corpo literário de Ifá incluem o conceito de Orí (cabeça espiritual ou interior), ebo (sacrifício) e Ìwà Pèlè (bom caráter).
Esses três conceitos são muito relacionados e complementares entre si. Orí é a essência da sorte e a mais importante força responsável pelo sucesso ou fracasso humano. Além disso, Orí é a divindade pessoal que governa a vida e se comunica, em prol do indivíduo, com as demais divindades. Qualquer coisa que não tenha sido sancionada pelo Orí de uma pessoa, não pode ser aprovada pelas divindades. Isso que quer dizer a declaração encontrada em Ògúndá Méjì, Ifá diz:
Orí, pèlé,
Atèténíran;
Atètègbenikòòsà
Kò sóòsa tíí dá ‘ níí gbè léyìn orí eni.
Orí, eu te chamo
Você que sempre abençoa rapidamente os seus.
Você, que abençoa o homem antes de qualquer òrìsá,
Nenhum òrìsá abençoa uma pessoa sem o consentimento de seu Orí.
Ebo (sacrifício) é uma forma de comunicação simbólica e ritual entre todas as forças do universo. Os yoruba acreditam que, além do próprio homem, existem duas grandes forças em oposição no universo, uma benevolente em relação aos seres humanos e outra hostil. As forças benevolentes são, coletivamente, conhecidas como ìbo (as divindades), e as malevolentes são conhecidas como ajogun (guerreiros opositores ao homem). As Àjé (feiticeiras) estão também em aliança com os ajogun para a destruição do homem e de sua obra. Os humanos necessitam oferecer sacrifício às duas forças para sobreviver. O Homem necessita oferecer sacrifício às forças benéficas para continuar gozando de seu apoio e bênçãos. Necessita também oferecer sacrifício aos ajogun e às àjé com o objetivo de não encontrar sua oposição quando estiver prestes a realizar algum projeto importante.
A divindade que age como mediador entre as três partes mencionadas acima é Èsù, que partilha um pouco dos atributos das forças benéficas e maléficas. É o policial do universo. Além disso, é imparcial, uma vez que só irá dar apoio ao homem ou divindade que tenha feito sacrifício. Isso é o que quer dizer a afirmação: eni ó rúbo Èsù gbè.
Uma vez recebido o sacrifício prescrito, ele proibirá os ajogun de prejudicar o suplicante.
Èşù é o guardião do àse, semelhante à autoridade e o poder divino com os quais Olódùmarè criou o universo. Èsù é, conseqüentemente, o verdadeiro administrador do universo, o princípio da ordem e da harmonia e agente da reconciliação. Sua esposa, Agbèrù, recebe todos os sacrifícios em seu nome. Após tirar sua parte de aárùún (cinco búzios) e um pouco de todos os outros materiais oferecidos em sacrifício. Èşù leva as oferendas para as divindades ou os ajogun envolvidos. O efeito, normalmente, é a restauração da paz e a reconciliação entre as partes conflituosas.
Uma questão emerge imediatamente quando analisamos o que foi dito até agora.
Qual o papel reservado aos seres humanos no universo Yorubá, onde o indivíduo não pode agir de forma independente de seu Orí e está à mercê de dois poderosos conjuntos de forças sobrenaturais aos quais ele deve oferecer sacrifícios incessantemente para poder sobreviver.
O indivíduo realmente importa em tal sistema? É aí que o conceito de Ìwà pèlè entra. Juntamente com um conjunto de princípios menores como àyà e esè, o princípio de Ìwà pèlè, em certo grau, liberta o homem dessa estrutura de universo autoritária e hierárquica e de qualquer forma, provém a ele com um conjunto de princípios com os qual regular sua vida, com o intuito de evitar colisões com os poderes sobrenaturais e com seus companheiros humanos. Segue-se uma pequena descrição e interpretação do princípio de Ìwà relacionado com os as crenças dos Yorubas já citadas acima.
A palavra Ìwà é formada a partir da raiz verbal wà (ser ou existir) adicionada do prefixo deverbativo “i”. O sentido original de Ìwà pode, então, ser interpretado como “o fato de ser, viver ou existir”. Assim, quando Ifá fala de
Ire owó
Ire omo
Ire àikú parí ìwà,
O significado de ìwà nesse contexto é exatamente o referido acima.
Tenho a impressão de que o outro significado de ìwà (caráter, comportamento moral) é originário da utilização idiomática deste sentido léxico original. Se este for o caso, ìwà (caráter) é, portanto, a essência de ser. O ìwà de um ser humano pode ser usado para caracterizar sua vida, especialmente em termos éticos.
Além disso, a palavra ìwà (caráter) pode ser usada para se referir a ambos, bom e mau caráter. Para exemplificar de forma declarativa, alguém poderia dizer:
Ìwà okùnrin náà kò dára
O caráter do homem não é bom.
Ìwà okurin náàá dára
O caráter do homem é bom.
Mas, às vezes, a palavra ìwà pode ser usada para se referir unicamente ao bom caráter.
Obìnrin náàá ní ìwà
A mulher tem bom caráter.
Pode-se dizer também:
1- Ìwà pèlé (caráter bom, ou manso).
2- Ìwà búburú /buruku (mau caráter).
Este estudo é sobre Ìwà pèlé, que pode ser traduzido como caráter manso, gentil, ou, em um sentido amplo, bom caráter.
Como mencionado acima, ìwà é tido como um dos muitos objetivos da existência humana para o Yorubá.
Todo indivíduo deve empenhar-se para ter ìwà pèlé, com o objetivo se ser capaz de ter uma boa vida num sistema dominado por muitos poderes sobrenaturais e numa sociedade controlada pela hierarquia nas autoridades.
O homem que possui ìwà pèlé não colidirá com nenhum dos poderes, sejam humanos ou sobrenaturais e, desta forma, viver em completa harmonia com as forcas que governam o universo.
É por isso que o Yoruba tem ìwà pèlé como o mais importante de todos os valores morais e o maior de todos os atributos de qualquer homem.
A essência da prática da religião para o Yoruba consiste, assim, em empenhar-se em cultivar Ìwà pèlè. Isso é o que quer dizer o ditado:
Ìwà Lèsin
(Ìwà é outro nome para a devoção religiosa)
No corpo literário de Ifá, ìwà é representada por uma mulher. Ogbè Alárá (Ogbe’sá), um dos ómó Odù Ifá diz que Ìwà era uma mulher de máxima beleza com a qual Òrúnmìlá se casou, após ela já ter se separado de diversas outras divindades. Apesar de sua beleza, Ìwà não tinha um bom comportamento.
Ela tinha péssimos hábitos e uma língua incontrolável. Além disso, ela era preguiçosa que sempre fugia de suas responsabilidades.
Após eles estarem casados há algum tempo, Òrúnmìlá já não podia mais tolerar seus maus costumes. Assim, ele a mandou embora. Porém, quase imediatamente após ela sair de casa, ele se deu conta de que mal poderia viver sem ela. Ele perdeu o respeito de seus vizinhos e foi desprezado por sua comunidade. Além disso, todos os seus devotos o abandonaram e a prática da divinação não gerava mais lucros. Faltava-lhe dinheiro para gastar, roupas para vestir e outros utensílios necessários para que vivesse uma vida boa e nobre.
Cabe esclarecer que na Nigéria o cargo de Babalawo é um oficio.
Òrúnmìlá, então colocou sua roupa de Egúngún e saiu em busca de Ìwà. Ele visitou as casas dos dezesseis mais importantes chefes do culto à Ifá, porém, não encontrou sua esposa. Ele permaneceu do lado de fora da casa de cada um dos chefes e cantou a seguinte canção:
Sabedoria da mente, sacerdote de Ifá da casa de Alárá
Consultou Ifá para Alárá,
Apelidado de Ejì Òsá, (Osá meji)
Descendente daqueles que usam bastões de ferro para fazer trinta gongos.
Grande compreensão, sacerdote de Ifá de Ajerò
Consultou Ifá para Ajerò,
Descendente do homem valente que se recusa completamente a entrar em uma briga.
Onde você viu Ìwà, me diga
Ìwà, Ìwà, é a você que estou buscando.
Se você tem dinheiro,
Mas não tem um bom caráter,
O dinheiro pertence à outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Se alguém tem filhos,
Mas lhe falta bom caráter,
Seus filhos pertencem à outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Se alguém possui uma casa
Mas lhe falta bom caráter,
Sua casa pertence à outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Se alguém tem roupas,
Mas lhe falta bom caráter
Suas roupas pertencem à outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Todas as boas coisas da vida que um homem tiver,
Se lhe falta bom caráter,
Pertence a outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Após uma longa busca, Òrúnmìlá encontrou Ìwà na casa de Olójo que havia desposado ela novamente. Quando chegou à casa de Olójo, ele cantou a mesma cantiga e Olójo veio para o lado de fora para encontrá-lo.
Òrúnmìlá disse a ele que estava em busca de Ìwà, sua esposa, que o havia abandonado. Olójo se recusou a devolvê-la para Òrúnmìlá e uma disputa seguiu-se, na qual Òrúnmìlá atingiu Olójo com a pata de uma cabra com a qual havia feito sacrifício antes de sair de casa.
O impacto jogou Olójo a muitas milhas de distância. Òrúnmìlá, então, pegou sua esposa de volta, em paz. A história sobre ìwà contada acima é importante por diversas razões. Em primeiro lugar, é digna de nota que o símbolo de bom caráter seja uma mulher.
No folclore Yorùbá, a mulher representa os dois lados opostos do envolvimento emocional. As mulheres são símbolo do amor, cuidado, devoção, suavidade e beleza. Ao mesmo tempo é especialmente o poder ajè, símbolo da maldade, do endurecimento, desfaçatez e deslealdade.
Uma vez que ìwà é um atributo que pode ser tanto mau como bom (conforme explicado acima) somente as mulheres, às quais os Yorùbá lhe atribuem tal visão moral estereotipada, podem ser usadas como símbolo de ìwà.
Usando tal símbolo, o que Ifá quer que entendamos é que todo indivíduo deve tomar cuidado com seu caráter como toma conta de sua esposa. Assim como uma esposa pode ser um fardo para seu marido ou vice e versa, um bom caráter não pode ser um fardo para o justo e fiel, porém estes nunca devem se esquivar de sua responsabilidade.
As mulheres podem ser tidas como feiticeiras e mentirosas, porém o Yorùbá sabe que sem elas a sociedade humana não pode sobreviver.
Da mesma forma, o bom caráter pode ser difícil de possuir como atributo, porém se ninguém o tivesse, o mundo seria um lugar muito difícil de viver.
Em segundo lugar, é importante notar também que a própria Ìwà, é uma mulher que lhe falta um bom caráter e que se permitem péssimos hábitos. Isso significa que um homem que aspire ter bom caráter deve estar preparado para suportar aquilo que os Yorùbá chamam de ègbin (coisa suja ou indecente).
O homem que aspire ter bom caráter deve saber que algumas vezes se encontrará em situações desagradáveis, as quais ofenderam seu senso de dignidade e de decência. Ainda assim ele não deve se afastar do caminho do bom caráter sob pena de perder a própria essência e o valor da vida.
O verso de Ifá citado acima compara ìwà com outras coisas valiosas que o homem também aspira conquistar – dinheiro, filhos, casas e roupas. Ifá posiciona ìwà acima de todas essas coisas de valor. Um homem que possua todas essas coisas, mas, que não tenha ìwà, as perderá rapidamente, provavelmente, para outro que tenha ìwà e que sabia cuidar de tudo isso. Ìwà é, portanto, o mais valioso bem entre tudo aquilo que é valioso no sistema de valores Yorùbá.
Outro verso de Ifá sobre ìwà, citado pelo Sr. Modupe Alade, em sua moradia, no Egbé Ijinlè Yorùbá (Sociedade Cultural Yorùbá), Lagos, em 31 de agosto de 1967 e publicado na revista de cultura Yorùbá, Olókun nº8, de agosto de 1969, se diferencia em alguns detalhes significantes do visto anteriormente. O seguinte é extraído desse poema:
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa cabaça,
Vamos saudar Ìwà
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa cabaça,
Vamos saudar Ìwà
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa pedra,
Vamos saudar Ìwà
Ifá foi consultado para Orunmilá,
Quando nosso pai ia se casar com Ìwà.
Era a primeira vez que Òrúnmìlá se casava com uma mulher,
Ìwà foi com quem ele casou,
Ìwà mesma
Era filha de Sùúrù (paciência).
Quando Òrúnmìlá propôs casamento a Ìwà,
Ela disse que estava de acordo.
Ela disse que se casaria com ele.
Mas que havia uma coisa que ele deveria observar.
Ninguém deveria mandá-la embora de seu lar nupcial.
Mas ela não deveria ser usada de forma descuidada, como alguém usa a água da chuva.
Ninguém deveria puni-la desnecessariamente.
Òrúnmìlá exclamou:
Deus não permita que eu faça tal coisa.
Ele disse que cuidaria dela.
Disse que a trataria com amor,
E que a trataria com gentileza.
Então, ele casou com Ìwà.
Após um longo tempo,
Ele se tornou infeliz com ela.
Então começou a perturbar Ìwà.
Se ela fizesse uma coisa,
Ele reclamava que ela havia feito de forma errada.
Se ela fizesse outra coisa,
Ele também reclamaria.
Quando Ìwà percebeu que aquilo era demais para ela,
Disse:
Tudo bem.
Voltou para a casa de seu pai.
Seu pai era o primogênito de Olódùmarè.
Seu nome era Sùúrù, o pai de Ìwà.
Ela, então, reuniu seus utensílios em uma cabaça,
E partiu para sua casa.
Ela foi para o òrun.
Quando Òrúnmìlá retornou, disse:
Saudações ao povo de dentro de casa.
Saudações ao povo de dentro de casa.
Saudações ao povo de dentro de casa.
Porém Ìwà não apareceu.
Nosso pai então perguntou por Ìwà.
Os outros habitantes da casa disseram que não a viram.
“Onde ela foi? Foi ao mercado? Ela foi a algum lugar?”
Ele perguntou isso durante muito tempo, até que juntou dois búzios com três,
E foi para a casa de um sacerdote de Ifá.
Disseram a ele que ela havia fugido.
Ele foi aconselhado a ir e encontrá-la no lar de Alárá.
Quando ele chegou à casa de Alárá, disse:
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa cabaça,
É Ìwà que buscamos.
Vamos saudar Ìwà.
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa cabaça,
É Ìwà que buscamos.
Vamos saudar Ìwà.
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa pedra,
É Ìwà que buscamos.
Vamos saudar Ìwà.
Alárá, você viu Ìwà, diga-me?
É Ìwà que buscamos.
Ìwà?
Alárá disse que não havia visto Ìwà.
Nosso pai foi, então, para a casa de Òràngún, rei da cidade de Ilá
Descendente de um pássaro com muitas penas.
Ele perguntou se Òràngún tinha visto Ìwà.
Mas Òràngún disse que não tinha visto.
Mal havia outros lugares onde procurar.
Após muito tempo,
Ele voltou,
E indagou a seus instrumentos divinatórios.
Ele disse que procurou por Ìwà na casa de Alárá.
Ele a procurou na casa de Ajerò,
Ele a procurou na casa de Óràngún.
Ele a procurou na residência de Ògbérè, sacerdote de Ifá de Olówu,
Ele a procurou na residência de Àséégbá, sacerdote de Ifá de Ègbá.
Ele a procurou na residência de Àtàkúmòsà, sacerdote de Ifá de Ìjèsà.
Ele a procurou na residência de Òsépurútù, sacerdote de Ifá de Rémo
Mas eles disseram que Ìwà tinha ido para o òrun.
Ele disse que iria lá e a traria de volta.
Eles disseram: tudo bem,
Providenciaram para que ele realizasse sacrifício.
Disseram a ele que oferecesse uma rede,
E desse mel a Èsù.
Ele ofereceu o mel em sacrifício a Èsù.
Quando Èsù provou o mel,
Disse:
O que é isso que é tão doce?
Òrúnmìlá, então, entrou em sua roupa de Egúngún,
E foi para o céu.
E começou a cantar novamente.
Èsù fez um jogo de desfaçatez,
E foi para onde Ìwà estava.
Ele disse:
Um homem chegou ao céu,
Se você ouvir sua canção,
Ele diz tais e tais coisas…
É você que ele está procurando…
Ìwà então partiu (de seu esconderijo),
E foi os encontrar no local onde cantavam.
Òrúnmìlá estava em sua roupa Egúngún.
Ele viu Ìwà através da rede da roupa.
Ele a abraçou.
Aqueles que transformam a má sorte em boa, então, abriram a roupa.
Ìwà, porque você se portou de tal maneira?
Deixou-me na Terra e foi embora.
Ìwà disse:
É verdade.
Ela disse que foi por causa da forma que ele a maltratou
Que ela fugiu.
Para que ela tivesse paz em sua mente.
Òrúnmìlá então implorou para, por favor,
Que ela tivesse paciência com ele.
E voltasse com ele.
Mas Ìwà se recusou,
Mas disse:
Tudo bem
Ela ainda podia fazer alguma coisa.
Ela disse:
Você, Òrúnmìlá,
Volte para a Terra
Quando você chegar lá,
Todas as coisas que eu disse para que você não fizesse,
Não tente fazer.
Comporte-se muito bem.
Comporte-se com bom caráter.
Cuide de sua esposa,
E cuide de seus filhos.
De hoje em diante, você não colocará mais os olhos em Ìwà.
Mas eu estarei com você.
Mas, o quer que você faça para mim,
Irá determinar quão ordenada será sua vida.
O verso de Ifá relatado acima confirma o anterior em alguns aspectos. Em ambos Ìwà é uma mulher e foi esposa de Òrúnmìlá.
Além disso, em ambas as histórias, Òrúnmìlá teve que ir procurar por Ìwà depois que ela o deixou.
A canção que Òrúnmìlá cantou em ambos os poemas, enquanto buscava Ìwà é, em certo grau, similar. Apesar disso tudo, os poemas são diferentes.
O segundo poema diz que Ìwà é filha de Sùrùú (paciência) que foi o primogênito de Olódùmarè.
Esse detalhe fundamental falta ao primeiro poema e, portanto é necessário ressaltá-lo e cabe investigação.
O segundo poema liga Ìwà com Paciência e também com o próprio Deus.
O significado disso é que o homem, para obter o bom caráter, deve em primeiro lugar, ter paciência.
É por isso que temos o ditado:
Sùrùú ni baba ìwà (Paciência é o pai do bom caráter).
De todos os atributos que um homem com bom caráter deve ter, paciência é o mais importante se todos porque a pessoa que é paciente terá tempo para meditar sobre as coisas e sempre chegar a justas e honestas conclusões. Devemos, então, ser paciente com as pessoas e aprender a ser tolerantes para podermos ter bom caráter.
Se Òrúnmìlá tivesse aprendido a ser paciente, ele não teria perdido sua esposa Ìwà.
O segundo poema liga Ìwà com Olódùmarè, que, na história, é seu avô.
O significado disso é muito claro.
Significa que Olódùmarè é a personificação do bom caráter.
Ele, então, espera que os seres humanos também tenham bom caráter. É um pecado contra a divina lei de Olódùmarè que qualquer um se desvie do caminho do bom caráter. A pessoa que fizer isso será punida pelas divindades a menos que ofereça sacrifício, o qual mostrará que se arrependeu e restaurará a paz e a harmonia na desgastada relação que seu desvio cria entre a pessoa e as forças sobrenaturais. Isso, então, é a razão pela qual o Yorùbá tem o bom caráter como à essência da religião.
O corpo literário de Ifá pode, então, ser tomado como um conjunto de poemas míticos e históricos que nos oferece, através do uso da analogia, imagens e símbolos, o que se deve fazer no intuito de estarem em paz com Deus, as forças sobrenaturais, nossos vizinhos e em verdade, consigo mesmo.
Todos esses preceitos e advertências podem ser reduzidos a um pensamento:
Atenha-se fortemente ao cultivo do bom caráter para que sua vida seja boa.
O conceito Yorùbá de existência transcende o tempo do indivíduo na Terra.
Vai além de sua época e inclui as memórias que o homem deixa após sua morte. Portanto, é fundamental ser um homem de bom caráter para que deixe boas lembranças quando se for.
Em uma sociedade que eleva os mortos a condição de ancestrais e que armazena homenagens a eles em sua arte verbal, a única recompensa durável para o homem de bom caráter reside nos poemas, nas máscaras e nas cerimônias anuais que serão feitas em sua homenagem após morte.
A importância posta, pelos Yorùbá, no princípio de ìwà mostra que as religiões tradicionais africanas são baseadas em profundos valores morais que sustentam as crenças inerentes a essas religiões.
Freqüentemente, ouvimos dos seguidores ignorantes do Cristianismo e do Islã, que as religiões tradicionais africanas não são baseadas em nenhum valor ético.
Nada pode ser mais distante da verdade.
O princípio de ìwà mostra que as religiões Tradicionais africanas estão baseadas em profundas e significativas idéias filosóficas.
Por: Wande Abimbola.
Motumba,
Ótimo texto !!!
Cultivemos a Sabedoria e o bom caráter assim como Olódùmarè vem nos repassando ao longo do tempo com os mais velhos.
àsé a todos.
Mò Júbà, querido irmão, permita-me um comentário.
Interessante o Conceito do corpo literário de Ifá abordado por Abimbola, realmente ficaram apenas nas “significativas idéias filosóficas de seus Oluwos”.
Os valores morais que as religiões tradicionais africanas estão hoje baseadas e que sustentam as crenças inerentes a essas religiões são advindas do: cristianismo e principalmente o islamismo. A grande mudança!
Qual a religião dos Yorubás? cadê o Orixá?
Este conceito Yorubá de existência transcende o tempo do indivíduo na Terra,
é uma filosofia gasta para o que se ve e o que ocorre hoje na Nigéria.
Se entendermos que para os Yorubás, a existência transcorria em dois grandes planos: O Aiye ou mundo natural e o Orun ou mundo Sobrenatural, entenderemos que a transcendência é na verdade uma descência apenas genética pelo ponto de vista científico.
Os Ilú Ulkumy pelo seu fortíssimo conteúdo mítico que é o início da formação das cidades, estados,do povo de língua Yorubá, confunde-se com as lendas místicas atribuídas a Orunmilá e os provérbios de Ifá. Entender estes conceitos para um povo de 1000 dialetos que até hoje perduram, é entender que não existe uma verdade absoluta, ou apenas para o corpo literário do culto a Ifá de Abimbola.
Não é uma crítica a Abimbola, já que não é de hoje que discordo dele, e sim um ponto aberto, claro, límpido, democrático e principalmente mais atual a cultura que vivemos.
axé.
Mo jùbá, ago egbon.
Creio que os pontos de vistas são bastante divergentes mas deixo claro que a visão que está no post não pertence ao Senhor Abimbola.
O conceito de Ìwá Pèlè é advindo da Literatura Sagrada de Ifá, creio que os valores sitados estão inversos pois o cristianismo bebeu e ainda bebe de nossas fontes onde uma das máxima de Jesus é: As várias moradas de meu Pai.
Em Ogunda meji Ifá nos diz que Ògun é Senhor e chefe de muitas moradas no òrun.
Islamicos e adoradores de òrìsás, nunca foram ‘amigos’, tanto que o genocidio que ora se implanta em terras iorubas advém da intolerancia islamica em não querer um pais dividido religiosamente.
São donos do Poder Executivo, Judicário e tudo mais que possa imaginar.
Existe inclusive a proibição muda de não se usar Ilekès pelas ruas pois corre-se o risco de perder a vida.
Mas isto são acontecimentos atuais, não vem ao nosso caso.
Obara meji nos conta em seus versos um dos motivo de tamanha intolerancia entre estes dois povos, os famosos 400 e poucos dialetos difultam realmente a comunicação, porém o ingles que é usado nas escolas e falado correntemente nas ruas torna-se a chave que abre o caminho da comunicação.
ODÙ OBARA
Foi para roubar nos campos de Ifá, que os muçulmanos vieram a Terra.
Ifá possuía campos imenso de onde retirava abundantes colheitas.
Um dia, descobriu que muitos ladrões andavam “visitando” suas terras e praticando grandes roubos, que causavam enormes prejuízos.
Procurou imediatamente os conselhos de Elegbara, sobre uma maneira de prender os larápios.
Dirigindo-se aos campos na companhia de Ifá,
Legba esticou uma corda que do solo, alcançava o céu.
Pouco depois, inúmeros seres começaram a descer pela corda e sem que Legba tomasse qualquer atitude, puseram-se a roubar tudo o que podiam alcançar.
Foi só então que Legba, munido de três pedaços de carvão, que havia recebido de Ifá em pagamento aos seus serviços, produziu uma fogueira, ateando fogo á corda que havia estendido.
Destruída a corda, os ladrões não puderam voltar, tornando-se assim, escravos de Ifá.
O desespero entre os prisioneiros foi de tal ordem, que se debatiam desordenadamente, em busca de uma saída e com tal violência, que a maioria deles morreu, sobrando somente treze.
Foram estes treze homens, que propagaram a religião muçulmana e que em sua emoção gritavam: “Salama Ke kun!”, o que em idioma Fon, significa: Ifá rompeu a corda. originando-se daí a saudação islâmica “Salamaleikun”.
As relações não são e nunca foram amistosas, creio que enxertar conhecimento milenar Tradicional Iorubá com dogmas islamicos soaria muito estranho aos ouvidos de um nativo.
É uma questão centenária, que não me compete julgar e ainda não tive ensinamentos mulçulmanos por parte de meu Ojugboná.
Vejo com um certo ar de preocupação esta expressão:
Qual a religião dos Yorubás?
Cadê o Orixá?
Este conceito Yorubá de existência transcende o tempo do indivíduo na Terra, é uma filosofia gasta para o que se ve e o que ocorre hoje na Nigéria.
Realmente não temos religião, fazemos culto, somos cultuadores de òrìsá.
Òrìsá está no Cosmos e somos sabedores de como alcançá-los.
O Conceito sitado não é de origem cristã.
E mesmo que o fosse.
Ainda assim teriamos um mundo muito melhor no trato entre as pessoas?
O Conceito Islamico se parece muito com este também e vemos o mundo se voltar contra suas atitudes violentas que assolam os quatro cantos do planeta produzidas por motivos que somente a eles pertencem.
Será que ninguém fez a lição de casa?
Eu me pauto pela retidão, pelo bom caráter e pela evolução espiritual que se dá através das minhas várias incarnações neste planeta.
A filosofia das religiões estam gastas a muito tempo, não é somente lá, aqui também meu valoroso Sacerdote, as pessoas em sua mesquinharia, vaidades e opulência estão se distanciando destes valores.
O amor ao próximo não é pregado, a socialização, a conciliação tbm não são pregadas, a arbitrariedade sacerdotal é o que impera de norte a sul.
A humilhação aos novatos e sem cargos também é corriqueira.
Tudo está gasto e por estar gasto e que estamos aqui diariamente esclarecendo, ajudando, orientando, deixando os falsos sacerdotes de cabelo em pé por causa de nossa autonomia e sinceridade.
Quanto ao conteudo mitico e filosófico das Escrituras Sagradas ele é tão vivo como as lendas dos òrìsá do Candomblé brasileiro, a oralidade imperou tanto lá como aqui, as informações foram passadas pelo vento e pelas bocas que hoje já estão silenciadas.
As cidades pré e pós o advento das escrituras se mantem de pé, com nomes diferentes, com reis de uma linhagem natural ou não, podemos ter um sucessor de um imbusteiro, que pode ter roubado um trono, se julgando uma pessoa de linhagem real.
Quem poderá afirmar?
“Se entendermos que para os Yorubás, a existência transcorria em dois grandes planos: O Aiye ou mundo natural e o Orun ou mundo Sobrenatural, entenderemos que a transcendência é na verdade uma descência apenas genética pelo ponto de vista científico”
Sua afirmação é correta pois o que transcende o espirito é o corpo e vice-e-versa, geneticamente eu não poderia afirmar, pois existe a crença do nascimento dentro da mesma linhagem familiar e eu não tenho um pensamento formado a este respeito, inclusive tenho minhas ressalvas.
Sendo a vida òrun/Ayè serem atadas pela mesma corda que une os dois mundos, ou seja a Força Vital, o Àse, cujo poder de manipulá-lo emantê-lo pertence a Esù, teremos neste episódio nada mais nada menos que a ponta do Iceberg de uma montanha chamada Igbá Odu, ou a Cabaça da Existencia.
Que Oduwá a mantenha em perfeito equilibrio!
Que sinaliza os dois mundos como o reflexo do òrun no ayè.
Isto não investe contra os seus conceitos pois faz parte de uma cosmogene/cosmogonia que acredito e neste ponto ou se acredita ou não acredita.
Não acho que caiba discussão sobre valores.
” é entender que não existe uma verdade absoluta, ou apenas para o corpo literário do culto a Ifá de Abimbola.”
A verdade absoluta que eu conheço está em Osetura, quando ele diz que a palavra é uma só.
E ela vem de Olodunmarè.
Os valores de Abimbola, Sikiru, Falokun, Dino, Ifarunaola, são conceitos pessoais que cada um do povo de Ifá entende e sabe que a verdade está dentro de si.
A palavra, reafirmo, é uma só.
As visões, divagações e interpretações sobre versos, poemas, eses, isese e itans de Ifá, são de cunho pessoal, não nos pautemos por ela, onde o que vale na verdade é o será mostrado na esteira na consulta ao oráculo, ditada pelo Ajálayè (Òrúnmìlá).
Obrigado pelas suas palavras, as discussóes construtivas podem esclarecer a mente e criar conhecimento para nossos internautas, que espero um dia vê-los recheados de sabedoria.
Mo jùbá Bábá.
Àse aikù, Àse kosi àárun.
Da Ilha e Fernando,
Os temas abordados por vocês são muito importantes para nós, iniciantes na Fé!Esta questão abordada no texto que Da Ilha postou é especialmente relevante para mim ,porque acredito que a Religião deve ter como premissa básica a pregação do Amor ao próximo, da socialização, da conciliação, da relevância do caráter em nossas vidas e outros valores afins.Percebo que a influência da palavrar que o zelador tem , por que não dizer o seu “poder”junto a sua comunidade é muito grande e acredito que a abordagem continua destes temas ajudaria bastante na evolução da comunidade como um todo!!Infelizmente isso não acontece sempre…
As vezes os textos postados são demasiadamente complexos para nós leigos, porém, sempre aprendemos muito e os comentários pessoais nos ajudam bastante a entende-los…Aliás após este último post surgiu-me uma questão:
No Candomblé acredita-se em reencarnação e nos aprendizados a cada vida na terra como os Espiritas pregam?
Axé!
Mò Júbà asé,
Peguei-me apenas nos conceitos colocados que já li também em outras publicações de Abimbola, que são pequenos demais para o mundo que vivemos, certa utopias e bíblias ultrapassadas.
Ler as parábolas, versos e provérbios é o conceito proposto por Orunmilá, nele não consiste a verdade e sim o indagamento, o pensamento livre do Homem alinhado a seu ìwà e sua evolução. Orunmilá tem seus provérbios, é dúbio e pensativo, para uma língua comparativa como a língua Yorubá de dezenas de interpretações, pode-se entender ao jeito de que qualquer um possa ouvir e tirar conclusões e ditar até como regras.
Suas colocações pessoais são mais importantes que essa turma retrógada de antigos oluwos, suas observações estão ao seu tempo, ao que está acontecendo, até porque, os Esé Itans Ifá, que constituem na Escritura Sagrada jamais escrita pelos Yorubás, mas que fizeram parte da memória desse povo por quase 2000 anos, falam com frequência de 600 Imolês, sendo 400 Irummolês e 200 Igbámolês. São as divindades que Abimbola relega a um terceiro ou quarto plano.
A vida nos dois mundo não está atada a Exú, não lhe cabia este poder, Exú é movimento, a inconstância, Exú convivia nos dos planos com todas as divindades e pessoas. Este dois planos de existência não eram assim tão distintos, pois as divindades já haviam vivido aqui sobre a Terra (Odè Aiyè), são forças sobrenaturais que foram divinizadas, e segundo o povo yorubá, tudo que existiu tanto no aiye quanto no orun, foi plasmado, configurando seu duplo, o ara orun e ou ara aiye. Dai surgiram os Imolês, os Oniles, como me referi acima.
Orixan’lá é quem define o firmamento, a separação desses mundos, o ponto final e a convocação dos panteão dos Orixás divinizados e sua importãncia dentro do contexto universal, forja a primeira copilação.
O povo de Ifá não podem falar pelo povo Yorubá e suas divinidades, o odú Ogúndá mejì que nos faz depreender que os Yorubás tinham uma perfeita noção da Espiritualidade, em termos de seu alcance e sua finalidade.
Veremos um verso do Odù Irosún Mejì: O provérbio/parábola/Itan
Ebiti Ja’wo foi aquele que criou Ifá para Oyen’Iran, quando ela estava chorosa e aflita porque não engravidadva e portanto não tinha uma criança para ninar em seus braços.
Foi-lhe então, dito que ela deveria fazer uma oferenda e que, se ela assim o fizesse, daria a luz a uma criança que ficaria conhecida em todo mundo e que a própria menção do nome desta criança imporia respeito a todos quanto o ouvissem. Ela então ofertou 200 agulhas de costura, as apropriadas ervas sagradas, algumas moedas para esmolas e um frasco de azeite de dendê.
E quando Oyen’Iran pariu, ela deu a luz o Sol.
Ifá diz: “Alguém está triste e anciosa por não engravidar, mas que ela gerará uma criança e esta seráum menino”.
Interpretar este odú numa caída de jogo é perigoso se de fato não houver por parte do consulente comprometimento com Ifá que Oyen’Iran teve.
Axé.
Pérola,
No candomblé não existe vida após a morte, a vida finda assim como a natureza, uma árvore, um animal, um peixe, etc, que morre. O que nos sobra é a herança dos filhos, familiares, essa é a continuidade da vida, nossas sementes, sempre a vida como conceito, pois estamoas aqui e agora vivos, vivendo e respirando e sonhando com o amanhã. Sem esse kardecizimos de reencarnação, somos Orixalistas, acreditamos que temos que fazer em vida, nascemos livres com o nosso livre arbítrio, sem amarras literárias. Acreditamos nos antepassados, nossos ancestrais e os cultuamos sempre e mantemos nosso respeito eterno, mas, acima de tudo, cultuamos Orixá.
“Orixá abi awá” já diz o nobre Orixá Xangô.
Axé
Ola qridos,
Gostaria de esclarecer uma duvida, se possivel, ” é verdade q so pessoas de sexo mascolino podem cultuar e se iniciar em Ifa?”. Obrigada por sua atençao.
Sosampi, toda e qualquer pessoa pode se inicar no culto de Òrúmìlá.
Quanto a ser um sacerdote, Babalawo, não é tão simples assim.
Òrúnmìlá tem seus escolhidos, ele não te dá o saber antes de saber que vc saberá ensinar.
As mulheres são muito bem vindas no culto de Òrúnmìlá/Ifá, podem ter a inicação dentro do culto começando pelo que chamamos de primeira mão de Ifá (Isefá) e depois se tiverem cargo dentro do culto se inicarem em Iyànifá (Itelodu), cargo similar ao de Babalawo, existem algumas coisas que as Iyànifas não podem fazer. Mas complicaria demais esta explicação. Sendo que algumas cidades nigerianas tem outro entendimento sobre este assunto e dão todos os direitos as mulheres tbm.
Vale ressaltar que toda mulher do Babalawo pode se inicar como Apetebi, mas este cargo não lhe dá direitos dentro da hierarquia do culto.
Para maiores esclarecimentos visite minha pagina pessoal.
wwww.orisaifa.blogspot.com
Ire o.
Obrigadissima Da Ilha,
Ase.
Perola como esclarecimento posso lhe dizer que a Tradição Ioruba prega e acredita na reencarnação (Atunwá), como forma de moldar e aperfeiçoar nosso caráter Ìwá Pèlé).
Nossas Escrituras Sagradas e o tema Orí estão repletos de fundamentos e ensinamentos sobre este tema.
O CAndomblé conforme Baba Fernando informou tem outra visão, não creio que esta divergencia seja fator primordial.
Primordial é vc aproveitar sua estada neste planeta e tentar de todas as formas possíveis e cabiveis evoluir espiritualmente.
Que nada mais é que o desejo de nosso Deus, Olodunmarè.
Ire o.
Da Ilha, mò júbà
Deveria existir Iyalawo, fica parecendo aquela coisa católica dos bispos , cardeiais e o papa. O poder patriarcal, ainda bem que DEUS não tem sexo.
Parece que tem em Nigéria um movimento jovem que quer resgatar esses valores e aperfeiçoar aos tempos modernos, aliás, como aconteceu e acontece com outras religiões que se modernizaram.
O que achas?
Axé.
Pérola,
Nosso atunwá, dentro do candomblé brasileiro, é o “retorno”, é pela genética através dos nossos descendentes, a moldagem e regeneração do ìwá (caráter), isso também vai depender da estrutura famiiiar também, a formação educativa. Vivemos das lembranças e o eterno culto aos nossos ancestrais, o mundo paralelo dos mortos, são os nossos eguns familiares nos dois níveis familiares, consanguíneo ou não.
Orumilá nos pergunta: até onde seu pensamento pode chegar sem depender de ninguém?
Resposta: Ao infinito!
Axé
Baba Fernanado, as mullheres tem a mão esquerda, nós temnos a direita.
No culto de Ifá mulher não bate Ikin, somente isso.
Ire o.
Da Ilha,
Mas, as mulheres jogam búzios na sua maioria muito melhor que nós homens, pois a intuição nasce dentro do Igbá/cabaça/dudu/feminina, o útero dos mistérios da vida, afinal, para ser Iyawo( mãe/segredo) ou melhor, pertencer as Iyáwos, tem que reverenciar as Iyabás, elas sim, as verdadeiras iyawos.
Entendo que é um conceito milenar, a Tradição, os tempos antigos, a poligamia que relegava a mulher africana, uma certa ingerência de Alá de países tão próximos, etc, fez dos babalawos se unirem e fortificarem nos grandes reinados, tornando-se importantes tanto quanto um bispo na Inglaterra aos tempos feudais, a ponto de destituir um Rei, tais seus poderes dentro do conselho. A Bíblia, que reune os provérbios sagrados ou escrituras sagradas de Ifá, ganharam força a partir dos movimentos dos Olowos pelo mundo,inteligentes e observando o alcorão, etc, conseguiram através de sociedades, Ogbonis, estruturar os Esés Itan de Ifá.Hoje, se espalham pelo mundo, já fizeram escola em Cuba e hoje em dia conseguiram desmembrar seus conceitos para sobreviver.
Axé
Motumba, Pessoal vamos devagar se não vai ser um caderno de 20 matérias que vou escrever toda vez que alguém criar um tópico !!! khakuhauka
Na casa que frequento a FonFom e iniciada em Ifá, uma pena ela ser analfabeta e ter uma deficiência na voz!!! mais com 97 anos ela ainda nus mostra muita sabedoria e distinção dentro do culto. ate puxa minha orelha e a de outras pessoas para prestarem mais atenção no que se esta fazendo !!!
Àsé a todos!!!
Da Ilha e Fernando,
Muito obrigada pelos esclarecimentos de vocês!
Então no Candomblé os nossos espíritos viveriam num mundo paralelo, tipo um mundo apenas espiritual?Seriam os Eguns?E eles interferem em nossa vidas aqui na terra?
E nós , como trazemos conosco uma “bagagem” dos nossos ancestrais , seríamos então responsáveis pela que tarão os nossos descendentes?
Acho a nossa vida aqui na terra muito curta , desta forma acaba sendo muito reconfortante pensar que teremos uma nova chance!Já quando pensamos que o nosso “atunwá ” se dará pela genética, em nossos descendentes ,trazemos pra nós uma grande responsabilidade sobre o outro, mesmo aquele que ainda não veio ao mundo… Será que estou compreendendo direito?
Axé
Pérola,
No mundo paralelo vivem os eguns, são nossos antepassados, pessoas/parentes que morreram e foram encaminhadas a este lugar. Só há interferências desses eguns quando ainda estão entre nós ( vide filme Gost) , e na maioria das vezes a interferência só atrapalha e aí cabe ao zelador dar caminho através de Ebó.
A bagagem é genética, afinal, não queremos ser bons pais, não fomos um bom filho? É nesse caminho que Atunwá atua, esse é o retorno e não a reencarnação, em hipótese alguma teremos o tal Karma kardecista, aliás, que é um disparate no meu entendimento.
Axé.
Mo jùbá Baba, ago yá.
Este Odu explica como os buzios foram parar nas mãos corretas, creio que sua observação pode estar correta, porém, o ser humano é falho. E se não houver conecção entre quem joga e Òrúnmìlá, não precisa ser homem ou mulher para sabermos que vem bomba pela frente.
Ogbè’̣sá
Assim de acordo com esse Odù foi Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) que criou o owó ẹyọ mẹ́rìndínlógún e se Ọ̀rúnmìlà é Ifá e o conhecimento de Ọ̀rúnmìlà é baseado em Odù e Ifá ele não poderia ter criado algo que não fosse parte do seu próprio conhecimento. Isso muda a versão de um mito popular de que Ọ̀ṣun teria obtido o owó ẹyọ mẹ́rìndínlógún de Èṣù o que de fato teria como conseqüência uma não ligação direta com Ọ̀rúnmìlà. Mas esse Odù Ogbè-Ọ̀sá deixa claro que Ọ̀rúnmìlà é o criador do owó ẹyọ mẹ́rìndínlógún.
Este Odù também vai mostrar a seguir que o owó ẹyọ mẹ́rìndínlógún recebeu o seu Àṣẹ do próprio Olódùmàrè:
A cada 16 anos Olódùmàrè mandava chamar os adivinhos da terra para um teste.
Para saber se eles estavam dizendo mentiras para os habitantes da terra.
Ou se eles estavam dizendo a verdade
Este teste consistia em chamar Ọ̀rúnmìlà e outros babalawo da terra
Olódùmàrè diria o que ele irá ver neles.
Quando eles chegaram
Olódùmàrè pediu para eles consultarem o oráculo para ele.
Quando Ọ̀rúnmìlà terminou a consulta
Olódùmàrè perguntou:
Quem é o próximo?
Ọ̀rúnmìlà disse que a próxima pessoa vinha a ser sua companheira
O qual era uma mulher
Olódùmàrè então perguntou:
Ela também é uma adivinha, uma olhadora?
O qual Ọ̀rúnmìlà respondeu, “Sim, isto é verdade”
Olódùmàrè então pediu a ela para consultar o oráculo para ele
Quando Ọ̀ṣun examinou Olódùmàrè, ela viu tudo em sua mente
Mas ela não disse para ele tudo o que viu
Ela mencionou a essência
Mas ela não disse as raízes do problema assim como faz Ifá
Olódùmàrè então perguntou a Ọ̀rúnmìlà o que era aquilo?
Ọ̀rúnmìlá então explicou a Olódùmàrè como ele honrou Ọ̀ṣun com o owó ẹyọ mẹ́rìndínlógún
Olódùmàrè disse “Esta tudo certo”
Ele disse que mesmo sabendo que ela não lhe contara tudo o que sabia
Ele daria a sua autoridade para ela
Ele adicionou:
De hoje para sempre, até mesmo quando o owó ẹyọ, mẹ́rìndínlógún, não disser tudo detalhadamente.
Qualquer um que desacreditar dele sofrerá as conseqüências imediatamente
Isso não precisará esperar até o dia seguinte
Este é o motivo pelo qual as previsões do owó ẹyọ mẹ́rìndínlógún ocorrem rapidamente
Esta foi à forma como o owó ẹyọ mẹ́rìndínlógún recebeu o seu Àṣẹ diretamente de Olódùmàrè.
Neste poema vemos a liberdade que Olodunmarè dá a mulher para manipular os buzios, sendo que a iniciação do culto Tradional de qualquer mulher nos mistérios de Òsun, vem acompnahada do seu jogo de Merindilogun. Se ela vai usar ou não é outra história, mas ela recebe por direito.
A confusão que a humanidade fez com várias escrituras sagradas criou um ambiente propicio a várias interpretações e questões de certo ou errado.
Não quero e não vou entrar neste mérito, minhas convicções são claras e embasadas.
Apenas digo que eu tenho que crer, pois, se eu não crer estarei cultuando uma coisa a qual não acredito.
A sociedade nigeriana, como todas as demais do mundo foram e continuaram sendo maxista, portanto nosso telhado é como muitos outros tbm são de vidro.
A primeira mulher inicada no culto de Ifá, foi inicada por Òrúnmìlá, esta metafora nos mostra claramente, como a ordem para inicá-las é sagrada e seguida com muita naturalidade. Apenas não pode bater Ikin, pois para bater Ikin, tem que ver Odu (cabaça) e isto é tabu para as mulheres, vide o acordo entre Òrúnmìlá, Obatala e Iyà mi agba. Mulher não ver Odu e homem não inicia no culto das Grandes Senhoras.
Não foi o maxismo que bloqueou, foi o poder feminino que assim exigiu e o acordo foi firmado.
Ire aiku Egbon.
Da Ilha, querido Aburó
Concordo plenamente com toda essa tese de descrita por você, parabéns!
Os antigos Oluwos dizem que os grandes Babalawos são canhotos e são de Oxun! KKKKKKKKKKKKKKKKK, quem duvida…
…Quando todos chamavam Oxun para se juntar ao exército e ir para guerra defender suas fronteiras dos inimigos, Oxun se banhava… Ogun insistia…Oxun se perfumava…Barú gritava…. e Oxun se maquiava…Jagun implorava e Oxun se penteava…até que desistiram e foram sem Oxun…porém não sabiam que Oxun já havia envenenado as águas dos rios onde o exército inimigo bebia água…conclusão: cuidado com Oxun, ela vai a guerra sem sair de casa e ainda passa perfume…
Nem Obatalá resistiu, o odú Oxê explica que os mistérios são apenas os mistérios de Oxun…
Axé.
Baba pior, ou seria melhor, que seu veneno são seus passos em uma dança.
Quem resiste???
Assim tbm se vence uma guerra e a cidade das mulheres está de pé até hj. kkk
Mo jùbá.
Da Ilha,
vai se saber?
” A Ekô a Egé, Iyálode , Iyá oro, orun o yeyé o, Iyá manlé odo, Oxun iyá ilê Opô…”
O acaçá, o perigo, Mãe da sociedade, Mãe do culto do pássaro do céu, mãe dos espíritos do rio, mãe central da casa”
Nesse cantiga, relata que mesmo com acaçá, ela pode se tornar perogosíssima, semperder a pose, sem perder o feitiço, ligada as iyamis, a cuminheira que sustenta o axé.
Yèyé ó fí dé rí omom”
Mutumbá,Boa Noite!Baba Da Ilha,como o culto a ifá está bem difundido aqui no Brasil,ne?estou deparando c muitas pessoas q agora são iniciadas em Ifá.outro fato é que há várias mulheres iniciadas,sou leiga nesse aspecto,mulheres tbem podem ser iniciadas em ifa?mas antigamente n era assim.até onde é correto,temos sacerdotes gabaritados p o culto aqui no Brasil atualmente?
Aninha, realmente o culto de Ifá está se espalhando pelo mundo. Graças a Òrúnmìlá.
Sobre o cargo de mulheres no culto de Ifá, veja comentário acima em que eu discrimino para a Socamp.
Mulheres sempre fizeram parte do culto de Ifá, o primeiro cargo de uma mulher no culto de Ifá foi Apetebi, que na verdade é a esposa do Babalawo.
Este cargo pretençe a Òsun, qualquer esposa de Babalawo pode ocupar este cargo e não há hierarquia para ele.
Quanto a casa serias no Brasil, não vou avaliar o que não conheço.
Posso apenas dar testemunho sobre a casa de meu Oluwo, vide:www.efunlase.com
Inicamos Babalawos e Iyànifá e iniciamos em Isefá (primeira mão de Ifá).
O culto de Òrúnmìlá não se mistura com o culto de òrìsá, são caminhos paralelos, mas não se cruzam, ok.
Se vc quizer mais informações visite meu blog pessoal em,
http://www.orisaifa.blogspot.com
Ire o.
Obrigada!
O significado disso é que o homem, para obter o bom caráter, deve em primeiro lugar, ter paciência.
É por isso que temos o ditado:
Sùrùú ni baba ìwà (Paciência é o pai do bom caráter).
Grato pelo valoroso texto Babá D’ilha!!
quando morre uma pessoa ela vai para onde ? ela pode nascer de novo? qual a visao do candonble sobre isso?
Leonardo,
Nós viemos de uma energia que cobre o universo, e quando morrermos voltaremos para essa energia. O candomblé não acredita em Reencarnação.
mas isso é um assunto que depende do ponto de vista de quem fala, cada um tem uma opnião sobre esse assunto.
Axé!
Leonado acho que dentro do Candomblé existe uma formação católica natural de seus adeptos e praticantes, não conheço literatura escrita ou oral sobre este tema detro do Candomblé, que os fazem ter uma noção muito mais próxima do catolicismo (não reencarnar) do que a Cultura Ioruba Tradicional.
O culto Tradicional, acredita na reencarnação dos seres, chamamos Atunwá, com vasta literatura e posicionamento dentro das escrituras sagradas de Òrúnmìlá.
Um dos vários versos em que o assunto é abordado está neste Odu.
Odu Ifá Irosun Iwori diz:
Vamos fazer as coisas com alegria.
Aqueles que querem ir, deixá-los ir.
Aqueles que querem ficar, deixá-los ficar.
Certamente, os seres humanos foram escolhidos para levar o bem ao mundo.
Aquele que tudo sabe, nome do Babalawo.
Jogou Ifá para Òrúnmìlà.
Ele disse que os povos do mundo viriam lhe fazer uma pergunta.
Ele disse que Òrúnmìlà deveria sacrificar.
Òrúnmìlà ouviu e sacrificou.
Um dia, todas as pessoas, boas pessoas e pessoas más se reuniram.
Elas então falaram a Òrúnmìlá.
Eles disseram ir e vir para a Terra nos cansa Òrúnmìlá.
Portanto, permita-nos descansar no òrun.
Òrúnmìlà disse:
Você não poderá evitar idas e vindas para o ayè,
Até que você traga seu Iwá Pèlé (bom caráter) que foi ordenado por Olodumarè
para cada ser humano.
Depois disso, você pode estar no òrun. (descansar).
Odu Ifá Irosun’wori diz:
Vamos fazer as coisas com alegria.
Aqueles que querem ir, deixá-los ir.
Aqueles que querem ficar, deixá-los ficar.
Certamente, os seres humanos foram escolhidos para levar o bem ao mundo.
Aquele que tudo sabe, (nome do Babalawo).
Jogou Ifá para Òrúnmìlà.
Ele disse que os povos do mundo viriam lhe fazer uma pergunta.
Ele disse que Òrúnmìlà deveria sacrificar.
Òrúnmìlà ouviu e sacrificou.
Um dia, todas as pessoas, boas pessoas e pessoas más se reuniram.
Elas então falaram a Òrúnmìlá.
Eles disseram: ir e vir para a Terra nos cansa Òrúnmìlá.
Portanto, permita-nos descansar no òrun.
Òrúnmìlà disse:
Você não poderá evitar idas e vindas para o ayè,
Até que você traga seu Iwá Pèlé (bom caráter, ver post clicando em minha foto) que foi ordenado por Olodumarè
para cada ser humano.
Depois disso, você pode estar no òrun. (descansar).
Portanto tem gente que crê e gente que não crê.
Esta é a nossa visão.
Ire o.
obrigada pela resposta eu acredito que se eu morrer . voltarei em outro corpo e em outra familia terra pais… mais é que meu amigo de candomble disse que quando a gente morre acaba tudo que nao existe vida pos morte.. ai fiquei triste ´porque quero entrar para o candomble ,, mais agora vejo que ele falou o que nao conhece. ele se iquivocou e nao fez por mal…
pai da ilha percebi no senhor muita humildade e simplicidade
o senhor deve ser uma pessoa de muita luz e muito simpatico
obrigado que os orixas nos abençoe e sua bençao
Leo tenha cuidado com o tal do “ouvi dizer”, antes de receber a informação com verdade, indague e cheque a informação com várias pessoas, como vc fez agora.
Ire o.
obrigado pai ilha fico feliz do senhor ter me explicado
pai quando faz o orixa. a cabeça da gente é cortada e se é doi muito?
sua bençao
leonardo,
A cabeça não é cortada e nem dói, mas, não posso te falar, você tem que passar pelos mistérios de uma iniciação.
Axé
obrigado pai fernando e osogian ….
pode me tirar uma duvida. esses dias, vi um boiadeiro no candomble e ele se abaixa , como se ajoelhasse mais nao ajoelhava , ele saudava as pessoas abaixando as costa. para receber o boiadeiro do candomble. tem que ser iniciado ? raspado no santo? e quem nao é iniciado o boiadero pode vir igual ao que eu vi no terreiro?
obrigado por me responderem
Motumbá, leonardo taubate boiadeiro no candomblé? para mim não existe.
O candomblé so se cultua (Òrisás, Inkises, Voduns) o que você pode ter visto um culto de Jurema.
Aqui em recife e super normal os terreiros de candomblé entre as festas dos Òrisás fazer um Culto ou roda de jurema onde se cultua os catiços, Mestres e mestras, cablocos, indios e boiadeiros. mais tudo isso em um salão aparte.
O culto a jurema em Recife PE e muito grande e tem muita ciência como no candomblé. So que na jurema se faz o tombamento de jurema e se implanta no corpo e tem outros preceitos que não se pode falar!!! O segredo da Jurema.
Àsé a todos!!!
Thiago,
Na nação Angola há o culto aos Caboclos e os Boiadeiros estão inseridos neste culto como um caboclo.
Eu presumo que o Leonardo tenha visto isso e esteja falando disto.
Se você digitar “Candomblé de caboclo” lá na barra de procura, achará um texto que fale sobre o assunto aqui no blog.
Tive a oportunidade de ver uma roda de caboclo numa casa de Angola em SSA e posso te afirmar que a o culto aos caboclos em Angola é diferente da forma cultuada na Jurema aqui em Recife.
Axé.
Motumbá Dayane, acabei de ler um artigo falando sobre isso.
Peço ate desculpas ao leonardo taubate e a outros que lê o que postei.
No que se refere ” boiadeiro no candomblé? para mim não existe.
O candomblé so se cultua (Òrisás, Inkises, Voduns)” o candomblé de nação Angola se cultua caboclos e boiadeiros entre um deles muito cultuado e o caboclo Gentil.
Retificado.
Àsé a todos!!!
aonde eu vou sempre visitar é candomble de ketu e la sempre tem toke de boiadeiro e exu … hoje em dia é normal ter toke pra esses espiritos… o candomble ele acolhe todo espiritos que nele se achegue…. em terras brasileira nada mais justo que dar lugar para esses lindos espiritos brasileiros como indio. caboclo do sertao. axe
Elisa é por hoje em dia “ser normal” que nosso culto está passando por um processo que chega a nos envergonhar.
Não é normal Candomblé acabar com toque de caboclo, ou ter toque toda hora,, não é normal acabar com toque de Esù, ou ter toque toda hora, , tudo tem tempo e hora, as pessoas não estão sabendo respeitar este tempo, pois se tivessem conhecimento e um calendario liturgico, não seria esse monte de toque ‘caça cliente’, para movimentar casas falidas por falta de gente, filhos, clientes etc..e conhecimento.
Respeito, adoro e faço culto a Povo das Ruas, mas tudo tem tempo e hora. Esta mania de achar que tudo pode, levam pessoas a buracos cada vez mais escuros.
Ire o.
Motumbá Da Ilha, hoje em dia se comercializa a religião e por falta de caráter de alguns esse vicio chegou ao candomblé. chega ate o ponto de se cobrar preços exorbitantes para iniciar uma pessoa!!! uma casa que eu frequentava a um bom tempo, quando resolvi me iniciar me cobrarão 8mil reais.
Fiquei muito triste com tudo Aquílio e Ògún atuou no meu caminho e me mostrou uma casa que onde fui muito bem recebido e iniciado corretamente, onde não arquei com custos e luxos do babalorixá. onde so gastei com os Igbas e a mão de corte. e me encontro muito mais feliz que na antiga casa!
Ire o.
Mucui no Zambi, Pai, Perdão por desviar totalmente o assunto, mas ainda sou iniciante. Porém, curiosa, leio todos os dias a respeito de nossa religião, no sentido de me aprimorar mais. Meu Ori de frenteé Oxum e meu segundo pai, xango. fiz um altar para ela em meu quarto onde sempre coloco uma florzinha amarela, uma quartinha com agua doce e um perfume (guiã d oxum). nos sabados acendo uma vela amarela, a reverencio e coloco uma blusa amarela tb. Estou agindo correto? Tbm tenho umas duvidas para tirar – Leio muito sobre oxum mas cada site diz uma coisa. Com quem ela realmente foi casada?Pq a fama de chorona? Eh por causa das visoes que teve com as crianças, ou por xangô?
Sei q devo procurar um centro, mas fiquei afastada 4 anos da minha cidade e tenho receio d encontrar charlatões, estou pesquisando.
2- Pq ogum sempre maltrata oxum? pelo menos comigo é batata. 3- Sinto que preciso d protecao espiritual. meu marido virou a cabeça justo na melhor parte d nosso casamento.
Motumbá Deborah, minha nação e Nagô e não colocamos nada que for relacionado a “coisas de santo” dentro do quarto onde dormimos e temos relações sexuais. Sua Òsún não pode ficar em um lugar que leve sol assim como qual quer outro Igba de Òrisá relacionado a água. Diz um Itan que Òsún foi casada com Sàngó e Òṣòssi onde teve uma filho que foi chamado de Logun-Ode. O dia do santo e sempre bom guardar resguardo.
Lembrando que esses costume que lhe disse se aplicam a minha casa e a minha nação!!!
Obrigada pelas informações, Thiago! Trocarei minha osún de lugar. Embora a família seja católica – mas com um pé no candomblé, pois bem vi uma Maezinha oxum gigante na sala de mamãe, vinda diretamente da Bahia. Eh um local que não pega sol. E nanay coloca uma fonte ligada na frente dela. I love meu Ori, ela vai pra guerra passando perfume, aim, que linda s2. obrigada por tudo, mucui no zambi.
Deborah, Agô!
Essa Osún que você tem no seu quarto é uma imagem ou é outra coisa?
Axé!
Motumbá a todos!!
Gostaria de saber se alguém sabe alguma comida que coloque pra terra e para o tempo, ou alguma outra forma de cuidar.
Desde ja agradeço
Axé!
Thainá,
Existe sim e são direcionadas para essas energias, mas, por ser restrito em alguns axés, não passamos os fundamentos e nem o que se oferece, é um Orô de Egbomis.
Axé.
Sua bença
Mas o senhor pode me passar um contato o seu, poque minha mãe sonhou com uma entidade mandando ela dar comida ao tempo e a terra, e ela não sabe que tipo de comida que se dá.?
Axé
Motumbá rosangela vassao, creio que a senhora esteja confusa com o seu texto. terços de jurema não se aplicam ao candomblé. como juremeiro que também sou, lhe informo e lhe advirto terço de amarração de Padilha se vive 6 messes de amor e 6 messes de desamores (o pau quebra). E segue o ditado, e melhor amar o seu do que o do outro com o poder do catimbó. Da mesma forma que Pombo gira amarra, Mestra analha desamarra e lhe atrapalha.
Não faça mal a seu vizinho, pois o seu vem a caminho.
Muito Àsé para você e que a jurema sagrada te guie e te de o que lhe e de merecer!!!
Boa tarde.Se vcs puder me ajudar , procuro uma casa da nação de angola que fica ai em algun interior de São Paulo, o dono da casa é feito de Nimorimbanda se vcs puder me ajudar a me dar alguma informação desde já agradeço. Acho que o nome dele é Jeronimo..Muinto obrigada …
liciglei,
Repita essa pergunta dentro do post do Euandilu clicando na foto dele. Por ser de Angola talvez ele possa lhe ajudar.
Boa sorte,
Axé.
Da ilha,
No Igbadu a cabaça da existência tem uma página que relata que Esu era o mendigo que orientou Orumilá a conquistar a sabedoria neste caso as casas dos 16 odus. Segundo este livro Esu era o caminho a qual Orumila com sede de sabedoria percorerá para se tornar o grande sábio que é. Portanto Esu é tão gênio quanto Orumilá e se ele(Esu) conhecia o segredo porque não pode ser o porta voz de ifá e sim Orumilá?
caso esteja mal formulada avise
modupé.
Da ilha,
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modupé.
Oi Da Ilha! Boa tarde,
Estou com algumas dúvidas e gostaria de tirá-las com você. Gostaria de saber se Eked (nação Jeje) precisa fazer obrigação de 5 e 7 anos ou somente a de 1 e 3 anos. A outra dúvida é a seguinte, uma Eked pode ter os santos assentados em sua própria casa ou é obrigatório que esse assentamento seja feito no terreiro do zelador?
Desde já agradeço pela sua atenção!!!
Axé!
Boa noite. Tenho uma pergunta: Iwá e Ewá são a mesma pessoa? Pois eu li no livro “Ifá, O Adivinho”, de Reginaldo Prandi, que ela também foi mulher de Ifá. Alguém pode me esclarecer isso? Desde já agradeço!
João não vamos confundir Iwà que pode ser traduzido como comportamento/caráter com a divindade Iyewá ou Ewá como as pessoas pronunciam.
Iyewá nunca foi esposa de Orunmilá.
Iwà diz o iton era filha de Olodumare, porém, tinha maus modos comportamentais, isso irritava Orunmilá que um dia resolveu manda-la embora de casa e ela retornou para o Orun (A casa do Pai).
Ao ver que tinha perdido Iwá (o caráter), ele resolve ir até o Orun e procurar por Iwà, porém, sem obter sucesso ele recorre aos antepassados que lhe apontam o caminho onde Iwà estava refugiada.
Ao encontra-la ele é advertido de que ela nunca mais retornaria para viver ao seu lado, mas, estaria sempre com ele (o caráter).
Esse iton é imenso, você pode encontrar material para analise aqui mesmo no site: https://ocandomble.com/2012/07/31/conceitos-de-iwa-pele-o-bom-carater/
E: https://ocandomble.com/2012/02/02/iwa-pele-o-conceito-de-bom-carater-no-corpo-literario-de-ifa/
Ire