Quantas vezes nos pegamos pensando sobre esse tema. Sonhamos com nosso òrìsá ricamente vestido, bailando no salão lotado, a vaidade suprema sem maldade que aflora e povoa nossos pensamentos.
Será que òrìsá é pura vaidade? Será que temos uma disputa interna dentro de cada Ilé, ou dentro de nós mesmos, para saber qual òrìsá dança mais, qual tem o ilá mais bonito, qual rosto mais se modifica, quem recebe mais elogios dos visitantes e dos mais velhos?
É uma questão de foro intimo, será que existe?
Será que estamos praticando religião ou campeonato de vaidade?
Ando pelo Mercadão de Madureira, Rio de Janeiro, olho estarrecido as roupas e os adereços dos òrìsás, estaremos rivalizando com a Marques de Sapucaí? Os aderecistas destas roupas parecem que vieram dos barracões das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, são tantos penduricalhos e enfeites desnecessários, que me pergunto, EVOLUÍMOS?
Olho pessoas ‘babando’ com esses balangandãs, visualizando seu momento de glória, as vozes se alteram e os gestos ficam mais largos, será isso mesmo ou eu viajo demais na mente das pessoas?
Os igbás dos òrìsás são puras fantasias, usam uma massa chamada durepoxi, e esculpem rostos, armas e sei lá mais o que…
Onde será que tudo isso irá nos levar? Passo olhando por todas essas coisas e vejo a humildade do òrìsá, saindo do fundo do barracão com os pés descalços, sinalizando a beleza com humildade, preciso decifrar isto ou ficou claro?
Não me cabe insinuar que òrìsá não é beleza / riqueza, é sim, e o Odu Ose nos fala disso, precisamos sim nos desvencilhar da vaidade interior. Cuidar de nossas atitudes exacerbadas dentro do culto.
Quando sou convidado para uma saída de Yawo reparo o olhar do abiã se colocando dentro de todos aqueles aparatos e pensando: Não vejo minha hora chegar, será que vou aprender tudo direitinho, será que na hora que o ohun (run) virar vou saber que é para fazer isso ou aquilo. O objeto da oração esta exposto, é o ser humano, ou melhor, dizendo “O MEU ÒRÌSÁ”.
Não gente, não é nada disso. A responsabilidade repousa nos ombros dos mais velhos, ou será dessa geração de internautas ávidos por conhecimentos e com material disponível, porque o inicio de uma ‘iniciação’ passa pelo ‘jardim de infância’, o tempo de aprender, ouvindo, calando, varrendo, limpando, servindo, aproveitando para observar a tradição de uma casa de òrìsá, vigiando e domando a vaidade.
Os momentos de silêncio são sublimes, poucos sabem aproveitar, os ensinamentos sobre vários assuntos, não tem o mesmo peso para muitas pessoas, enquanto uns querem por que querem saber essa coisa de qualidade de òrìsá, esquecem a essência do próprio òrìsá, esquecem do Ori. Onde tudo começa e onde tudo termina.
Porque queremos seguir essa religião de negros africanos?
Que religião é essa?
O que ela prega?
O que é òrìsá?
O que estou fazendo neste Mundo, o que é atunwá, (reencarnação) como ela se dá?
Os espiritos Abikù será que todos acham mesmo que é uma coisa diferenciada, para se vangloriar?
A sociedade Ogboni, Elemeré, Òrò, Geledè, como será que se encaixam na nossa vida?
Qual a função do Bàbálawo, do Oluwo, do Arabá?
As Feiticeiras, os Osos / Oniseguns e seus afosés, pra que servem?
Será que Olodunmarè, Elá, Òrúnmìlá, Ifá, Oduduwá, Odu, Egungun, Eiyelé e Esù, são assuntos que temos que nos abster de saber ou tentar ter uma visão do geral, para entendermos o culto como um todo?
Esù, um capitulo a parte de todo Universo espiritual, Esù escravo de òrìsá!! Onde ‘cara pálida’? De onde surgiu tal informação? Esù mensageiro, após receber sua parte, isso sim podemos dizer.
Mas será que Esù é só isso mesmo? O Bara pessoal, aquele que nos movimenta e movimenta uma formiga, uma folha, o Universo, o que será isso?
Oseturá o Sr. do portal, sem o qual ninguém chega ao Criador.
Que Energia é essa, força anímica do Todo, Irunmolé e Òrìsá, Duplo /Único, Dúbio / Singular, Agbá /Ómóde, Obirin / Okunrin, Obasin, o Fiscal do Universo e dos Òrìsás, Legislador do Universo, O braço forte de Olodunmarè, Onibode Orun (porteiro do céu). É por ele que iremos passar ao atravessar a fronteira do Aiyé / Orun e a ele vamos dar ciência de nossos atos em vida, Ìwá Pèlé, tem tanta coisa a mais para se falar desta Energia.
Porém voltemos ao ponto de partida, ao Ori, o principal òrìsá da nossa vida, aquele que nos permite tudo, até termos um òrìsá para nos abençoar.
Vemos tanta maldade e malicia neste mundo louco e pedimos força ao nosso òrìsá e esquecemos-nos de pedir a Ori que nos permita ser abençoado e nos abençoe e que nos permita ter sabedoria e humildade.
Creio que temos um bom prato para ser saboreado e discutido, que estas indagações sirvam de estimulo e agucem a curiosidade de vocês.
Ire o.
Benção, meu irmão!
Sábias palavras. Estive semana passada no Mercadão de Mafdureira e fiquei deslumbrado com tanto luxo e carestia. Será mesmo que nossos Pais e Mães querem relamente que façamos tantos esforços para adquirir os adereços quando o que vale de verdade é a essência? Sem entrar no mérito, mas ouço dizer que antes não se precisava de tantas oferendas para se “fazer” um Santo. Será também que não seriam as vaidades? Bem, isso é tema para um outro assunto.
Axé!
Ricardo, o tema é vaidade.
Onde ela mora dentro nós?
Como domamos ela quando sai de nosso controle?
Asè.
Kalofé, pai
Poxa, deu vontade de colocar esse seu texto num megafone e sair de casa em casa de santo!
Deu vontade também de colocar o megafone dentro da minha cabeça, com medo de algum dia eu me perder pelo caminho da vaidade e esquecer disso que o senhor falou aqui, quando eu for mais velho no santo (sou neófito ainda).
Sabe, vai ter festa pra Lissa, vodum dono do Kwe que pertenço. E Lissa avisou: quer todo mundo de ROUPA DE RAÇÃO, inclusive meu o pai-de-santo (filho dele).
O recado talvez tenha sido pra alguém em específico, ou apenas uma advertência casual. Porque pro meu pai-de-santo, não teria como ser: nas festas lá no nosso Kwe, quem é de fora só reconhece o pai-de-santo porque é ele que puxa o toque, pois até hoje meu pai usa roupa de ração, 34 anos depois.
Não quero esquecer disso nunca, mas sempre temo.
MUITO OBRIGADO PELO TEXTO!
Perdão, pai: quis dizer Kolofé, não kalofé, rs
Belo texto!
Mas penso que há algo mais…
Mas antes aviso que estou puro de coração, sem intenção de atingir o autor! Não é uma critica. É um complemento!
Mas isso também deve ser falado.
Há as vaidades da mente também! As vaidades do conhecimento, as vaidades do posto, da antiguidade, da hierarquia…
Já vi gente de muito valor, muito mesmo, se perder por elas!
A vaidade da autoridade impede que ela reconheça erros, que ela aprenda com seus “mais novos”…
Pequenos ataques de vaidade podem surgir até mesmo aqui no blog. que é um lugar de altissimo nivel de consciencia e respeito, e é normal, é natural, mas é algo que pede vigilância!
Alguns momentos de fraqueza todos tem, todos, mas quando a pessoa não tem vigilância, aos poucos esses momentos vão tomando conta e se tornam permanentes.
E aí quando se perdeu o limite das coisas, começa-se a humilhar yawos, mandos, desmandos e o veneno final: ambição!
Então todo cuidado é pouco, pois a vaidade começa na aparência, de fato, mas termina na alma.
Quem está na liderança precisa dominar o orgulho e a vaidade, e cultivar a humildade do orixá de pés descalços.
Ronaldo, Òrúnmìlá, nos ensina sermos pacientes sem sermos apáticos, não tripudiar dos que não sabem nada.
Devemos instrui-los é nosso dever.
Não se chuta cachorro morto.
A sabedoria do homem de Igbeti é infinita e esta contida em suas palavras.
Parabéns pelos coments e continue a procurar sua verdade.
Asè ogbon. (sabedoria)
Odupé!
e pretendo seguir seu conselho de cultivar mais o silêncio também, não passou despercebido não! É que não é facil mesmo…
Luciano, complemento ímpar.
Veja como não somos donos da verdade, vc complementou o texto de uma forma sublime.
Ire o.
estou maravilhado com tanta sabedoria e realidade sobre os orixás,nunca vi um selador com tanta onestidade e pé no chão, nos meus quase 36 anos de santo nunca deparei com uma pessoa assim,é com muito orgulho que ainda encontramos pessoa sabias no santo.queria eu ter o prezer de estar mais proximo para lhe conhecer melhor.acho que ainda teria e daria tempo de consertar minha vida espiritual.que deus e os orixas te abençoe e que continue sempre assim,AXÉ
muito bom dia, sim em portugal neste momento e madrugada, o nascer de um novo dia.
quero agradecer do fundo do meu coraçao palavras tao lindas, puras, sinceras e sabias! era mesmo isto que eu precisava ouvir.
pedi aconselhamento neste site a uns tempo sobre terreiros de candomble ca em portugal.. e finalmente encontrei um, que me deu coragem, que me fez acreditar ainda mais em tao bela crença! e neste mesmo terreiro que daqui a horas entrarei para fazer o meu bori, neste mesmo terreiro irei aprender de forma humilde e modesta a ser alguem melhor como ser humano. irei ouvir cada palavra ver cada gesto tentar aprender a cultuar esta paixao na minha vida.
tenho fe e acredito que por muito penoso que o caminho seja a recompensa de ter a minha missao cumprida sera satisfatoria para mim. nao peço muito peço apenas aquilo que consiga alcançar. precisava de encontrar o meu caminho de voltar a trilha certa e acredito que este seja o ponto de viragem na minha vida.
desde ja obrigado a todos os que contribuem para este site, sem duvida sao enormes mestres desta relegiao e ensinam a pessoas como eu “iniciantes” muito bons ensinamentos 😉
muito obrigado mais um vez
cumprimentos de portugal
Motumba! Palavras sábias… La no meu barracão a roupa do orixa tem q ser de tecido caro, por q ele diz q quanto mais vc da ao orixa mais ele te da em troca….
Mas o meu problema maior é outro… alguns filhos de santo la do barracao estao se afastando, tenho percebido q eles nao andam muito satisfeitos, apesar de saber q realmente é dificil conviver com o meu pds,conversei com alguns deles e o pior foi saber q nao estavam completamente errados.
Desculpa o desabafo mas gostaria da opiniao de vcs.
As reclamações sao as mesmas: Dizem q ele nao ensina nada, e todos, a maioria das vezes tem q ir a outra casa para jogar, fazer uma limpeza ou um ebo, porque o pds sempre diz q esta td normal…. q se esta assim é porque o orixa quer…etc
os filhos de santo la nao sabem o seu enredo de santo, juntó, odu de iniciação… nada disso… tudo se responde q sabera depois dos 7 anos.
Isso é assim msm( pergunto pela minha inexperiencia, para saber se estou na casa certa)
Obrigada.
Obs: corrigindo onde se le” satisfeito” quer dizer * insatisfeito*
Obrigada
Muito bom o texto. Eu sou fascinado pelo meu orixá e há de quem fale mal dele…. Sou fascinado tbm por todos os orixás e por essa religião maravilhosa, o único problema é a dificuldade de se aprender… admito que sou ansioso, mas … um dia chego lá…
axé para todos.. 😉
Motumbá,
Um texto para revigoarar a alma pela manhã de sexta, dia consagrado a Oxalá.
Muito bem escrito e pensado. Faz-nos pensar em exatamente o que o Ori/Orixá são.
Ao ler, me deparei com algumas imagens do passado, de uma saída de Orixá, na Àfrica e lembrei-me de não ter visto nenhum dos adereços, ao contrário, uma certa “felicidade” por estar no Aiyé, abrançando outro irmão (virando tb no Orixá). Lembro-me também de algumas passagens nos livros de Pierre Verger, “ninguém é abençoado senão pelo seu Ori”. E fui mais além, quando fazemos um B’ori, o que significa? Não estamos alí, naquele momento, alimentando à nossa cabeça – ORI.
Agradeço as palavras e concordo plenamente no tocante à vaidade. Imaginem àqueles Orixás que são na sua essência “simples”, como OMOLU (atotô MEU PAI), ou até mesmo o Yawô, que muitas vezes sem recursos, se vê meio que obrigado a “se virar” pois o Orixá está “cobrando”.
Não consigo ver as coisas desse jeito. Acredito que temos um Orixá, cujo chamamos de PAI/MÃE, e estes, sendo o que são, JAMAIS poderiam querer que seus filhos, padececem nesta terra. Enfim, são muitas colocações a serem feitas, mas o texto somente vem nos ajudar a refletir sobre a vida do povo de santo.
Muito Asé e uma excelente sexta-feira.
Omolu modupé
Mutumbá,Bom dia,Magnífico texto Babá da ilha como sempre obrigada pela preocupação em divulgar e reacender a chama da vontade de nos levar a uma reflexão.Há 28 anos atrás quando me iniciei no candomblé olhava para os Egbonmis muito bem arrumados,alguns corais,contas,lagdbás comecei a ver a 20 anos então a pessoa fica c a ilusão tá bem arrumado ah,esse tem força!O Orixá é maravilhoso p quem é maravilhoso!sou vaidosa,sim,acho q devemos ter a nossa vaidade pessoal,sei q há algum simbolismo certas roupagens,até na igreja quem está a frente de uma palestra geralmente veste-se adequado.È lindo ser lindo,se vestir bem,usar paramentos,mas o essencial,é encontrar uma casa de culto(se tratando do candomblé/umbanda),q respeite os atos da religiosidade.Não adianta comprar Ibás modernos,se paramentar e ficar faltando um animal ou um objeto importante no culto do Orixá,não adianta deixar faltar atos,cerimônias importantes,comprar algo ou fazer algo muito caro e de novidade é ótimo,mas deparei c várias pessoas q gastaram muito c momentos de luxúria e faltou muita coisa importante dentro do santo,há casos até de pessoas q deixam de cumprir c obrigação de deveres básicos como cidadão(pagar conta de àgua,luz)p se endividar p mostrar algo p alguém e c certeza esse alguém não será o Orixá dele próprio e a nem ele próprio como pessoa e aos seus.È bom termos de tudo um pouco.E a vaidade se houver muitos subsídios,nunca fujamos do culto na sua ess~encia,vaidade em exag~ero torna as pessoas arrogantes,impacientes e o culto a Orixá esta contido em conhecimento,participaçao prática e teórica principalmente prática,seleção desde a zelador a quem confiar ao consulente,se preparar espiritualmente,materialmente,psicologicamente,p entender,aceitar tudo e chegarmos a algum patamar hierarquico c respeito mútuo.ASÉ!
Mukuiu,
Parabéns pelo belíssimo texto!!!
Sábias palavras querido irmão.
O Candomblé está tomando forma,sendo visto como religião.Pois acredito em pessoas sérias,em trabalhos sérios onde irão enobreser nossa religião e retirar uma vez por todas esses “PAIS e MÃES”(que se dizem ser)para outro lugar,pessoas que ludibriam e mentem usando da fragilidade de cada ser que busca uma verdade,um conforto espiritual para aquela dor no momento.Condeno esse tipo de coisa!!!É inadimissível!!Cadé o Orixa destas pessoas???
Orixa é amor,é humildade!!
Asé
Makota Luciana d’Oxum(suspendida por Yansã)
Ègbé,
Da Ilha, que Ìnrìlé o que conserve com suas alquimías de um omo-ifá.
O que acontece em algumas casas é o exageiro, a vaidade em excesso, a deformação do Orixá através das roupas, as invenções de certos zeladores firindo a liturgia e principalmente o desrespeito ao seu Axé.
Tudo na vida dentro do candomblé, propriamente dentro de uma roça, passa sempre pela organização que está ligada as regras e o comportamento social.
Nunca poderemos confundir um Orixá bem arrumado dentro dos preceitos de sua casa e de acordo com seu tempo de iniciado, com vaidade e demostração de riqueza e poder.
Assim como nós nos arrumamos para ir a um casamento, arrumamos um Orixá para ser recebido no seu Axé com a total supervisão do zelador para que coíba os excessos ou para encrementar uma roupa com alguns detalhes, tudo dentro da medida certa.
Hoje em dia o abian ou iyawo novo vai nas lojas e compra ou encomenda roupa caríssima que deseja para sua saída, porque pagou um “chão” absurdo para se iniciar ou tomar uma obrigação, e o zeldor não tem moral para falar nada.
Esse é o problema crucial de alguns zeladores e a situação que se encontram alguns axés. Zeladores comerciantes, desconfigurando por completo os rituais mais simples de um barracão quando em festa, o Candomblé.
Axé.
Motumbá Baba da Ilha
Motumbá meus mais velhos
Esse texto é fantástico.
Me lembro que quando meu Orixá pediu minha cabeça isso no começo deste ano me deslumbrei pensei em milhões de possibilidades de roupas e um dia antes de contar a minha Yá ele me apareceu em sonho e me mostrou como ele queria ser vestido com uma roupa simples, o que ele queria era a comunhão com o seu filho (eu) e nada mais, e o mais interessante, foi que minha Yá teve exatamente o mesmo sonho e antes que eu falasse para ela o que eu sonhei assim que cheguei no barracão ele me pegou pela mão e descreveu o sonho que era idêntico ao meu… Meu Orixá viu minha vaidade superando a fé e simplesmente me mostrou o que realmente era importante.
Estou me preparando para a feitura comprando cada coisa necessária para que não haja nenhum erro e que meu Pai fique satisfeito com tudo.
Hoje estou em um dia maravilhoso pois ontem renovei minhas energias, um irmão se recolheu para a sua obrigação de 1 ano e eu estava lá para ajudar a varrer e lavar depenar galinhas e ficar quieto escutando meus mais velhos comentando e ensinando. Foi tudo muito limpo. A energia que emanou do barracão foi ótima. Não vi nada da cerimonia pois como disse ainda não sou iniciado, mas senti toda a vibração do momento e foi maravilhoso.
Axé gbo gbo
Muito bom dia a todos!!!!
Makoiu!!!
Bom dia Baba Da ilha, estou encantada com seu texto, deu até pra sentir a emoção com a qual ele foi escrito… as vezes chego a pensar que não é apenas um texto e sim uma mensagem, uma forma que o Orixá usa o senhor para transcreve-la… é bonito d+!!!!
Vaidade, quem não tem não é mesmo, quem não quer ver seu Nkisi / Orixá / Vodun sair na sala lindo, e todos batendo palmas, uns admirando apenas as vestimentas, outros se o yawo não esta de ekê, outros simpliesmente sentem a energia do momento sem se apegar a esses detalhes…. e nós, yawo, quando voltamo em sí, será que ficamos preocupados com o que os outros acharam e se o Orixá “fez bonito” ou prostamos nossos joelhos na esteira e damos “paó” e agradecemos a ele por essa energia linda!!!!!! Somos seres – humanos em faze de evolução, imperfeitos, mas como o Baba descreveu em seu texto ” o que estou fazendo neste mundo “, é tempo de refleção e atitude, nós temos tudo em nossas mãos, cabe a nós unica e exclusivamente andar pelo caminho de fogo ou pelo caminho de rosas… vamos nos abster de nossa vaidade, quando entramos na camarinha para se iniciar ao Orixá, aprendemos muito, inclusive a não ter vaidade, vivemos a vida plena de sintonia com ele, é um momento único.
Na casa onde frequento, até a roupa é consultada no buzios para ver se é aceito por ele, yawo não usa roupa brilhante e cara, é de pano opaco, nem muito armado pois entende – se que estamos nascendo ali, naquele momento e as roupas de uma “criança”, digamos assim, são simples, sem brilho e mudam conforme o crescimento dela…
Bom, se deixar eu falo o dia todo…. rsrsrsrsrs
Desculpem se falei d+ ou não soube me expressar… rsrsrsrs
Ah! Baba Da Ilha, não pude deixar de notar a influência do catolicismo ainda na nossa religião, quado as pessoas se referen ao Orixá (na minha nação Nkisi) costumam dizer “santo”, “filho de Santo”, “pai de Santo”, acho que é aí que temos que começar a mudar….. nas pequenas coisas….
Um forte abraço!!!!
A benção, mais velhos.
Motumbá.
Texto lindo e inspirador. Obrigado Da Ilha pelo texto e Baba Fernando pelo que postou acima, foi muito inspirador. Sou abian e pretendo o ser ainda por um tempo e ler posts como esse é sempre uma aula. Tenho uma personalidade complicada, tenho que me policiar continuamente para não cair em vaidades ou no lado negativo do orgulho, o aprendizado da humildade tem sido muito importante (e bastante trabalhoso…) pra mim. rs
Posterguei minha feitura porque aprendi com vocês, aqui no blog, a importância de ser abian e cada dia mais vejo que foi o melhor. Quero muito entregar minha vida ao meu orixa, mas quero fazer isso com muito amor e humildade, pra poder aprender com ele. Nesse sentido, acho que ainda não estou pronto, de fato…
Obrigado novamente pela oportunidade de aprender com vocês.
Axé
Mutumbá,
Da Ilha gostei muito do seu texto! Eu sempre acho o simples mais bonito, me passa mais confiança, credibilidade.
Um Orixá com seus adereços simples, a vestimenta bem engomada e bem arrumado acho lindo, sem nada que ofusque sua energia, seu Axé, sem que nossa atenção seja desviada por tanta pedraria, plumas e brilho, existem adês que são verdadeiras “cabeças de carnaval” aquelas que as passistas usam nos desfiles, completo exagero.
A vaidade se mistura a todas as ações humanas e na nossa religião não é diferente, vivemos uma época que para um Ilê se mostrar tradiconal, de raiz, próspero, tem que ostentar, muitos convidados, muito brilho, alguns contratam até buffet para servir os convidados.
Entendo que Orixá nasce de dentro pra fora e não ao contrário, gosto da simplicidade, todos os momentos que senti mais forte a presença dos Orixás, que me senti em plena harmonia com Eles foram em momentos contrários a estes.
Axé
meus irmaos, existe algum livro onde eu possa enriquecer meus conhecimentos sobre orumilá? jogo de buzios e tal?
Ói eu aqui novamente.
Primeiramente obrigado pelas repostas e ajudas que vocês sempre me dâo e atodos os outros.Os pontos riscados tem qual significado, digo sei que ele de certa forma apresenta a entidade que esta ali,certo?Mais é só isso, os simbolos contam historias tb, podem servir para proteção ou contra uma demenda?Seriam como os ierogrifos ondo cada simbolo tem uma representação?Como se parende a interpreta-los?
Outram coisa, atualemente se tem de tudo, qual é a opnião de vcs sobre camisas ou mesmo adornos com pontos riscados?Eu acredito que não devriam ser usados para esse fim.
Como se tem muita coisa inclusive livros de pontos riscados etc, como saber se a entidade esta ali mesmo ou esta de marmotagem, pq a pessoas pode ter gravado o ponto e pronto?
DEsculpe postei o comentário no post errado, era para colocar no post de preto velho, mil desculpas aos meus mais velhos!!!!!!!
Bom fim de semana
Kolofé,
Parabéns pelo texto, realmente a vaidade dos seres humanos leva a distorção dos principios essenciais da religião do Candomblé. Infelizmente, a religião é feita de seres humanos social e culturalmente constituído por valores cada vez mais superficiais.
Abs,
Olá
Este texto me fez parar para pensar o por que seguimos esta religião? Nos identificamos com o desconhecido já que não se sabe a fundo, sobre ela. será que escolhemos ela ou ela foi que nos escolheu?
Ègbè, mo juba.
Acho que a provocação foi por demais benéfica.
Uma pequena amostra de quantos irmãos ficam em seu cantinho observando, como tudo acontece nos nossos dominios.
Falamos em vaidades ostentações.
Acho que ninguem vai a um casamento de bermudas e havaianas, porém existem pessoas que querem ser mais brilhantes que a noiva e o noivo.
O fato de se vestir um òrìsá com pompa, não está errado, desde que isso não compromenta sua vida particular, pq no dia seguinte, tem supermercado, ipva, iptu, icms, inss e por ai vai…, a vida continua e vc continuará com suas contas e dividas e ai como fica?
Òrìsá tem que se virar para repor tudo isso que a sua vaidade gastou, querendo ostentar algo que não tem?
Ifá nos ensina que sem sacríficio não tem ebó que de certo, não tem iniciação que dê certo e etc…
O sacríficio pode vir de várias maneiras, tempo, dinheiro ou trabalho. O que o Alto está vendo é o seu sacrificio, o seu coração, porque na mesma proporção temos o inverso, os mesquinhos, aqueles que não fazem por pão-durismo.
A exploração por parte de certos zeladores, bem enfatizada por Bàba Fernando, deixa o neófito, meio que quebrado financeiramente para dar continuidade a suas compras, mas mesmo assim aquele sentimento escondido, está a espreita, esperando sua hora de aflorar e se mostrar por inteiro.
Já disseram que quem gosta de pobreza e intelectual, nós gostamos de luxo e merecemos ele, Ogbe meji diz que nascemos para usar coroa, fios de segui e viver entre os ricos.
MAS TEMOS QUE TER EM MENTE QUE A CEREJA DO BOLO É O ÒRÌSÁ E NOSSO ORI.
Ki ba se.
Ire o.
Amélia, nos somos desta Religião, Irosun -meji nos traz um ese (poema sagrado), que pode lhe explicar o porque acreditamos e entramos nesta religão mesmo sem saber nada a respeito.
Leia este texto em meu blog.
http://orisaifa.blogspot.com/2011/02/itans-de-irosun-meji_22.html
Medite e vc verá como estamos no lugar certo.
Ire o.
Carolina, um ponto riscado por qualquer energia de Umbanda: catiços, odeio isso, caboclos e petro-velhos, trazem sua história, podemos falar deste senhor (a), apenas pelo seu ponto riscado e o ponto cantado.
Na minha infância o ponto riscado do Chefe do Terreiro era bordado em todas as camisas e vestidos dos mediuns da casa, se isso está voltando então damos viva a uma tradição que é reincorporada a nossa linda e querida Umbanda.
Ire o.
Ao da ilha
Nao estou “enchendo a sua bola“. Mas vc Brilha.
Mt bem pelo texto.
Ja vi pessoas feitas irem em festas como convidadas e repararem com olhares satiricos a roupa e a casa do zelador. Dando a perceber o que importa mais sao as“decoracoes.“.
Ja vi tamben pessoas dentro dos sires dancando de salto alto e coisas do genero…
Em alguns livros de Verguer tem algumas fotos de iniciacao Em Africa cujo as roupas dos iniciados sao bastante simples, todos descalcos com um contato direto com a terra. Creio que seja mais interessante.
Eu sei que em no Brasil temos um vinculo forte com o sistema capitalista o que o candomble faz parte. Sendo que temos que comprar as roupas, velas e outras coisas do culto. Mas nao vejo necessidade de comprarmos as mais caras(onerosas). Mesmo porque existem pessoas que fabricam as suas.
Eu acredito que seria legal se preourarmos menos com quem vai vestir melhor no culto e mais em como cultuar. Como vc mesmo disse implicitamente, com dedicacao e humildade sabendo ouvir, servir, calar, entre outras citadas…
Em suma. A viver o culto como em Africa.
“O inicio de uma ‘iniciação’ passa pelo ‘jardim de infância’, o tempo de aprender, ouvindo, calando, varrendo, limpando, servindo, aproveitando para observar a tradição de uma casa de òrìsá, vigiando e domando a vaidade.“
Pretendo brilhar como vc um dia.
Motumba ase.
sander
Sander, estude, estude e estude.
Não abandone sua casa de òrìsá, aprenda com os mais velhos e vc verá que é possível unir os dois, literatura e pé no chão.
Porém cuidado com o que vc vai ler e transformar em sua verdade.
Eu não tenho essas coisas que vc escreveu, peço todos os dias a Òrúmúlà que me de uma pequena faisca de sua sabedoria e continuo estudando, Ifá é estudo e determinação tbm sei que vou morrer estudando e não aprenderei 10% do que existe no Universo deste SER maravilhoso.
Ire o.
Muito boa tarde!
Sinto muita vontade de ler os poemas dos Odus, porém, vejo mais a interpretação destes versos do que eles propriamente.
Existe algum site ou livro que traz este material ou é algo direcionado a quem se inicia para Ifá?
Axé!
Aldo, boa tarde.
Eu não entendi muito bem, a interpretação do Poema (esè) é uma dádiva de Òrúnmìlá, nós lemos, porém o Babalawo é quem tem a conecção com o Elere Ipin, para interpretar os textos sagrados.
Eu leio, discuto e aprendo com meu Oluwo, as interpretações, uma coisa muito aquém do meu conhecimento é interpretar os versos, pois isso exige a inicião no segredo.
Ire o.
Agô Baba, poderia me dizer o que significa Elere Ipin?
desde já agradeço
abraços
Izabela, Eleri Ipin, testemunha do destino, òrúmìlá
ase
Dê-me agô Baba, expressei-me de forma equivocada.
Na verdade o que queria dizer é que geralmente leio em post um ou outro Itan de determinado Odu. Queria saber onde encontro, pelo menos, os Itans dos 16 principais Odus.
Espero que tenha sido mais claro.
Asé
VOU LHE INDICAR, OK.
Olá da ilha!
Sobre Esu
Em nosso ilé chamamos exu catiço de “egun de esu”pelo fato de cultuarmos de um modo inerente ao esu orisa(africano) ou “esu okuta”pelo fato de assentarmos. Por mais que são energias que a príncipio é de umbanda. A impressão que me passa que hoje em dia cultuado em casas de candomble passam a ser “moldadas” de acordo com essas casas. Minha duvida é a seguinte. Este modo de cultua ou identificá-lo varia de casa pra casa. Ou existe uma forma padrão?
Motumba ase.
Sander, a maior parte das Casas de Candomblé, cultua, esu, o catiço, continuo odiando esse termo, de forma quase generalizada.
Esta prática fundamentada em decadas e decadas, está posta e nada poderá ser feito ao contrário pelo simples motivo de ter dado e continuar dando certo.
Existem aberrações e somos testemunhas de vários depoimentos pavorosos de nossos internautas, porém por experiencia sabemos que muitas vezes a energia deste “medium” está sendo fortemente influenciada pelo Ori ode, Cabeça pensante.
Muitos adeptos de Candomblé tem suas origens na Umbanda, eu incluso, nunca tiveram a coragem de abandonar essas energias muito beneficas dentro da religião. Temos que ter em mente que estes “seres” são eguns e as relações com a ancestralidade deve ser mantida e reverenciada, pois os ancestrais fazem parte de nossa vida e eles estão inclusos nesta pagina do culto Ioruba, quando olhamos as energias de egungun nossos ancestrais.
Uma particularidade, desde muito cedo tenho uma energia dessas na minha vida chamada Tranca-Rua, um mentor, um iluminado em minha vida, que se releva nas palavras de Ifá, quando por teimosia vamos ao jogo confirmar o que foi dito e vemos que não precisaria confirmar nada.rs.
Então esta adoração, que eu acho mais que natural, moldada a religião afro-brasileira, faz parte de nossos costumes o africano não entende, acha estranho e realmente fica dificil deles entenderem, porque este aspecto religioso-social, faz parte da nossa cultura.
Do Candomblé brasileiro.
Na casa onde dei meus primeiros passos e fiquei por 15 longos anos, nunca vi uma entidade dessas incorporada e quando montamos este assentamento, Tranca-Rua, minha mãe precisou recorrer a auxilio externo pois nada sabia a respeito desta energia, portanto o padrão caiu por terra, não existe receita de bolo em relação a este assunto tão peculiar.
O que temos que ter em mente: É uma energia diferenciada de òrìsá e deve ser cultuada em dias e horários especificos, sob a batuta de cada zelador.
Ire o.
Sander, agô.
O exú de Umbanda, na verdade são eguns, recebem os pseudonimos de Tranca Rua, Maria padilha, Maria Mulambo, Sete Encruzilhada, caveira, etc, etc, etc, cada um tem seu nome, passaram pela terra.
Quando alguém chega numa casa de candomblé com seu exú de Umbanda, (falo por mim) o exú é arrumado e louvado e será doutrinado para se integrar as normas da casa.
Temos que aceitá-los, entende-los e respeitá-los, e adequar as funções da casa, fazer orô quando for preciso.
Hoje em dia a maioria das casas de candomblé do RJ, acolheram os exús de Umbanda (catiços) dando-lhes lugar na liturgia da casa.
Axé,
grande reflexão, de acordo, inclusive creio que ela deva ser aplicada e considerada em qualquer instância e forma de vida, caso contrário nossa essência ancestral se verá oprimida pelas couraças da civilização ocidental. acredito que uma “saída” deva ser a total “desubjetivação” de um ser, um despir-se de certas construções sociais tão fortalecidas pela modernidade e suas formas operantes. vi uma saída de uma filha de ogum cuja roupa tinha sido feita de forma totalmente orgânica e muito, muito simples. usou-se apenas folhas e alguns panos brancos, sem mais. por sua vez, a dança foi tão linda e forte que ali sim houve uma presença. não só a da energia do orisa, como a daquel@s ancestrais que o cultuavam no “antigo continente”.
parabéns pelo post e pelo excelente blog e que sigam criando e recriando reflexões como essas!
axé!
Como disse o Prof Agenor Miranda: “…Mas hoje se veem os orixás cobertos de plumas, lamês, lantejoulas. Um Oxóssi do tempo antigo, por exemplo, se visse um desses Oxóssis modernos, cheios de plumas, era até capaz de atirar, pensando que fosse um pássaro! Qual nada, orixá é simplicidade…” e muito amor.
Luciana,
Eu tive a sorte de conhecer professor Agenor, era de uma vivacidade extrema ao falar de Orixá. Claro que há muito exageiro em tudo, muita novidade, modernidade, mas, há muito amor também. Estabelecer esses limites é muito difícil, pois queremos o melhor para nosso Orixá, cada vez que vamos ao mercado deparamos com mais e mais novidades, a criatividade extrapola miutas vezes, porém é difícil não aceitar o novo, usarmos a inteligência mas nunca perder o foco na essência do Orixá. Nem tanto saudosista e nem tanto modernista, é por aí.
Axé,
Queridooooooooo!!!
Conheço seu discurso e sei que vc é um orador que causa inveja a muitos, não só pela cultura, mas tb pela boa vontade em dividir e pelo amor às coisas dos Orisas. Não me canso de ouvi-lo. Quando a conversa inclui nossa (que é toda sua) bela Oyá, então, me delicio!!! Confesso que gostei muito do seu txt, eloquente, como sempre!!!
Que Olodumare lhe dê mais 899 anos de vida!!!
Axé!
1000 bjks
D’Osun.
Kare mi Aiyabà, Yèyé mi re.
A rí bé dé o.
Adukpe o.
Mo juba.
Onon tutu.
Babazinho… A cultura dessa sua amiga não é tão vasta… rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
D’Osun, traduzindo.
Cuide de mim, minha Rainha (Mãe Osun), Mãe me dê felicidades.
Eu vi o brilho de sua coroa.
Obrigado.
Meus respeitos.
Caminhos ‘frescos’ (calmos)
Ire o. (felicidades).
Adúpé Abánigbèro!
Ase o
Abánigbèro! = aquele que dá conselhos.
Essa eu já sabia!!!!!!!!!!!!!!!!! rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs E é assim que te vejo, como um bom amigo conselheiro.
1000 bjks
D’Osun, boa tarde.
Temos o hábito e traduzir, na medida do possível, as palavras para poder engrandeçer o vocabulário de todos.
E vai devagar, por que não sou tudo isso que vc fala e por sinal sou muito timido tbm.
Òsun t’òlá ni’mó bi.
(Osun é quem da a riqueza de ter filhos).
Mo juba.
Asè kosi ijá.
(que não haja lutas).
É sempre bom aprendermos palavras novas.
Dê bjks em Oyá!!!
Ase
Parabéns pelo texto! a vaidade é tão grande que os yaôs sente-se pressionados, nervosos e isso não deveria acontecer.
motumbá
“Será que estamos praticando religião ou campeonato de vaidade?”
Caro amigo, sua pergunta é intrigante, pois passei 3 anos no sudeste e nunca vi tanta vaidade nos ilés. Realmente parecia desfiles na Sapucaí.
Vi yaôs trajando vestes que fariam inveja a “destaques” de Escola de Samba.
Infelizmente está se dando maior ênfase aos atributos de Oxum do que os de Xangô. Sou de um lugar onde a “roupa de ração” ainda predomina, mas… Modernidade! Sou um eterno abiam e simpatizo a nação Keto. Gostaria de ver menos vaidades e mais axé nas roças. Larogunhê!
Sonia, vemos zeladores, jogando responsabilidades demais nas costas de um iniciado porque ele, o zelador, não que fazer feio para a sociedade, tudo por causa da vaidade e ai a escola para o Yawo está aberta para se ter aulas de vaidade todos os dias.
A corda vai esticando e o òrìsá se afastando.
Concorda?
Ire o.
Geber, eu tbm, gostaria de ver òrìsá vestido, como um òrìsá, e sei que vc está me entendendo.
Dificil será despir o ser humano…
Ire o.
Motumbá! Sábias palavras, concordo em numero, grau e genero sobre o seu pensamento a respeito do glamuor na nossa religiao. O fundamento principal “orí” é na maioria das veses esquecido, porque a beleza ( roupas,coroas,etc.) e o valor dos adereços sao o mais importante. Ninguem mais sabe retornar aos Igbás para fazer uma auto analise e se fortalecer. Esù continua sendo mistificado e visto como um simples escravo.
Tenho medo do futuro, os nossos ancestrais já nao sao mais reconhecidos em sua simplicidade essencial.
Asè.
José, boa noite.
O que todos ainda não enxergaram é que sem Ori, sem òrìsá, sem culto.
Penas as pessoas não lerem e não se interessarem por este òrìsá fundamental em nossas vidas.
Ire o.
Esse texto é muito importante tanto para quem é iniciado para quem deseja se iniciar como Eu na Religião.
Como abiã observo que muita das vezes quando vai ter alguma festa em um asé, acontece um verdadeiro desfile de roupas, contas e de balangandãs. Na minha concepção em uma roça/terreiro/asé, quem tem que chamar “atenção” e está em destaque são os Orixás e não as pessoas.
E é importante se fazer a seguinte pergunta quando se vai fazer uma roupa para o run do Orisá: essa paramenta e essas ferramentas são para de certa forma agradecer ao meu orixá por tudo o que Ele me dá e em agradecimento farei o melhor para que Ele venha e dance ou essa paramenta e essa ferramenta é para que todos na festa vejam meu Orixá e que todos saiam comentando?
Já tive a oportunidade de ver pessoas que o Orixá vem e toma run a pessoa estando de ração e que chama mais “atenção” do que quem está com um Orixá vestido de rechiliê e com ferramentas que devem ter sido caríssimas.
Asé á Todos!
Conforme descrito no texto, concordo plenamente com as atitudes vaidosas de alguns , que tendem a incrementar.
Infelizmente, tive conhecimento de um problema de um amigo, que foi convidado para uma festa de orisa, e em um dado momento este amigo esteve de santo, todo o momento de seu santo( sendo Iroko )foi filmado e vendido no Mercadão de Madureira , como sendo um evento da casa, que meu amigo presenciou em partes.
Fica minha indignação de como pessoas que estão no meio da religião, tomam a liberdade de exploração da fé , para cultivar dinheiro e fama.
Que ensinamentos servirão para os mais novos ?
Que questões interferem em “zeladores de altíssimos conhecimentos” que cobram exacerbada quantia de dinheiro, para grandes cerimônias do culto?
Estes estão infringindo as leis do candomblé?
Que respeito deve ter essas pessoas , que de certa forma cultivam a vaidade de um modo particular?….
Como será o candomblé daqui a 50 anos ?
Como fica as inovações em cantigas, as roupas de brilhantes , os chicletes do amor, as qualidades que nem mesmo o culto informa?
Como isso centenas de zeladores ganham financeiramente e colocam o candomblé em exposição, como um baile carnavalesco.
É , de verdade fica difícil se os mais velhos, em doutrina vaidosa,não impõem respeito.
Aline, compartilho com seu desabafo, antes fosse tudo isso com fundamentos e a forma correta de se inicar e cultuar òrìsá.
Seu amigo tem o direto civil de processar quem abusa do seu direito de imagem a revelia.
Os ensinamentos dos mais novos estaram centrados em sua retidão para com a religião e não apenas ao òrìsá, coisa que poucas pessoas atentam, acham que o circulo começa e se encerra nesta questão do òrìsá, se a pessoa embarca na vaidade e no umbigo, não tem noção de dicernimento e compactua com tudo que está exposto ela é tão culpada quanto ‘esses mais velhos’.
Ifá diz que um sacersote não deve ser conhecido pelo preço que cobra por seus serviços, isto está sendo visto, Iwori-meji nos alerta em um de seus poemas.
Ifá diz dê o melhor para o seu culto/religião, isto é a linha tenue entre o sacríficio e a exacerbação, se vc vem na frente do òrìsá a ordem foi invertida e o segredo será profanado.
Novas cantigas eu acho salutar, pois estas não deixam de ser um Oriki com melodia, roupas brilhantes, chicletes do amor, que é isso?, qualidades inventadas, isto tem muito a ver com Iwà Pélè, que é o conceito do bom carater, fator primordial para nossa elevação no mundo espiritual.
O Sacerdote ser recompensado pelo seu saber e esforço é mais do que justo, Ifá nos impõem este sacrificio, o pagamento, o valor absurdo não é justo ser cobrado, nenhum dinheiro é tão pequeno que um sacerdote não possa aceitar, é Lei de Olodunmarè.
Ogbe-meji nos diz que toda roupa ou pano que vc vestir para esconder atos inescrupuloso será em vão, pois o Senhor da pré-existencia tudo sabe e tudo vê, através do Policial do Universo, Esù. Como aqui é o mercado e nosso mundo é no Oorun, fica a pergunta: O que será desses na volta pra casa?
Ire o.
Legal!