ADOLFO, Sérgio Paulo (UEL/NEEA)
Os bantu, no Brasil, têm um papel preponderante na formação da nacionalidade brasileira, e, nesse sentido, muitos estudos têm sido elaborados, tocantes, principalmente, à linguagem, às contribuições linguísticas ao português brasileiro, sobretudo as advindas do Kimbundo e do Kikongo. Quanto aos estudos sobre as contribuições na área da cultura popular, caso das congadas, dos reisados e da capoeira de Angola, observa-se que, além das pesquisas já concluídas, há vários estudiosos empenhados em desenvolvê-las.
No entanto, na área das religiões de matriz bantu no Brasil, existe uma enorme carência de estudos, pois muito pouco ou quase nada tem sido feito desde que nossos pioneiros na pesquisa do africano e nas suas manifestações simbólicas afirmaram não encontrar elementos de peso da cultura bantu1 no Brasil. Desde tal acontecimento, a atenção dos estudiosos passou a ser voltada para os sudaneses, criando, com isso, a temática do nagocentrismo que muito prejuízo tem causado, já que reforça a ideia lançada por Nina Rodrigues e acalentada por Edison Carneiro e Arthur Ramos de que os bantu eram possuidores de uma mítica paupérrima, com ausência total de mitos cosmogônicos e fundadores, razão por que teriam se apoderado da mítica e dos rituais nagô. Em decorrência da falta de estudos mais aprofundados sobre o tema, a tarefa de compreender a mítica bantu no Brasil, infelizmente, tornou-se quase impossível.
Outra consequência, ainda que indirecta, dessa atitude de nossos primeiros pesquisadores, é o fato de que as religiões de matriz bantu, principalmente a Umbanda e o Candomblé Congo/Angola, têm assimilado de forma acentuada os elementos de matriz yorubana, uma vez que estes foram legitimados pela academia e disseminados pela mídia. A Umbanda, fenômeno verificado nas regiões sul e sudeste do Brasil, assim como uma sua variante, o Omolocô, sincretizou-se, violentamente, a partir dos anos 60, na intenção de se tornar conhecida e legitimada pelo grande público, pelos orixás nagôs e pela prática litúrgica dos descendentes do povo yorubano. Por sua vez, o Candomblé Congo/Angola passou a nomear seus Mukisis2 como se fossem Orixás nagôs, copiando formas de culto e de comportamento do Candomblé de Ketu, mais popular e aceito pela academia e pela mídia.
Há alguns poucos anos, os descendentes espirituais dos bantu começaram a tomar consciência do problema e alguns esforços nesse sentido têm sido verificados: a Cobantu, associação com sede na cidade de São Paulo, e alguns grupos da Bahia, motivados pela Casa de Angola, têm procurado estudar o Kimbundo e o Kikongo3, línguas rituais dos Candomblés de matriz bantu. São esforços louváveis, mas que não têm tido a força suficiente para despertar o interesse dos pesquisadores, que poderiam, por meio de seu labor académico, dar uma valiosa contribuição para que a recuperação de determinados mitos e ritos necessários para a sobrevivência do fenómeno religioso ocorresse.
Os bantu, aos poucos, começam a sair do isolamento e estão procurando preencher lacunas, omissões e esquecimentos causados por séculos de separação entre a matriz e suas ramificações. No entanto, as dificuldades são imensas, pois a parca bibliografia existente sobre o assunto foi escrita, ou por portugueses e publicadas em Portugal, ou por pesquisadores de outras nacionalidades e em línguas que o povode-santo de origem bantu não lê. Algumas obras de Oscar Ribas, José Redinha e outros têm sido fotocopiadas até a exaustão e repassadas de mão em mão, lidas e relidas em busca de respostas que o passado calou. Faltam-lhes tudo: bibliografia acessível, condições culturais para leitura da bibliografia existente, bem como a atracão de estudiosos das religiões de matriz africana no Brasil. Costumamos, em tom de brincadeira, dizer que estamos a buscar agulha no palheiro, sem, no entanto, descobrirmos sequer onde ele – o palheiro – está. Isso porque, enquanto as religiões de matriz yorubana encontram seus elementos africanos na “iorubalândia”, conjunto de povos localizados na Nigéria, Benin e Togo, os bantu se espalham por uma imensa área geográfica, dificultando sobremaneira a localização dos elementos culturais que deram origem as religiões no Brasil.
Uma outra séria dificuldade a evocar é a extrema diversidade e polissemia dos cultos afros-brasileiros em geral e dos cultos bantos, em particular, acrescidos do fato, de que, o candomblé é uma religião iniciática sem fontes de escrituração, o que torna cada casa um universo fechado dependente do Sacerdote, cuja voz é autoridade máxima e inquestionável, resultando disso, discrepâncias notáveis entre casas da mesma raiz e da mesma nação.
1 bantos ou bantu – grande grupo lingüístico da África sub-saariana
2 Mukissis-sing. Nkissi –divindades bantu
3 Kikongo e Kimbundo – línguas faladas no Congo e em Angola
Manuela este é texto da Carolina, ela vai jogar macumba ni mim rsrsrsrsr. Tomege
bem feito rsrsrrs. quem mandou vc roubar dela e por seu nome isso é plágio..
😀 já está actualizado!
Bruna a pesar de pouco tempo no blog vc já está se tornando uma irmã bem ativa e participativa e saiba que gosto do seu bom humor, volte sempre, não suma, precisamos de pessoas com este astral. Mas eu não roubei nada e tenho medo que joguem macumba ni mim rsrsrs e além disso a Carol é de Matamba, rsrsrsrsrsrsrs Tomege
Parabéns carol! vc é muito atuante e isso é otimo para os que entram ak. axé Viu quase que o Nelson Souza pega seus louros rsrsrsrsrsrs
Carol
Que este seja apenas o primeiro dos inúmeros textos que você venha a escrever para esclarecer e enriquecer ainda mais o nosso conhecimento. Gostei muito mesmo!
Parabéns!
Boa tarde, gostria de sugerir informações sobre a iniciação confirmação e preceitos de Ogãs e Ekedi quando chega a hora de entrarem para o roncó.
Boa tarde, gostria de sugerir informações sobre a iniciação confirmação e preceitos de Ogãs e Ekedi quando chega a hora de entrarem para o roncó ja que os mesmos também passam por rituais
Oi, Tomege!
Em primeiro lugar, gostaria de desejar um fim de semana cheio de axé, luz e paz!
Tenho entrado muito aqui no blog pra colher mais informações e cultura a respeito dessa religião tão fascinante que é o candomblé! Parabéns!
No outro dia li em um post que vc respondeu uma dúvida dizendo que, mesmo no caso de uma pessoa ter feito feitura, ela pode, caso não queira mais, abandonar o candomblé, pois este mesmo não obriga seus filhos a ficarem eternamente. Gostaria de saber se para isso é necessário algum ritual de “desligamento” com a religião e se a pessoa deixa de lado todas as obrigações quando isso é feito, pois até então eu pensava que uma pessoa feita não tinha mais como sair do candomblé. E sempre tive medo de fazer minha feitutra devido ao fato de , caso me arrependesse ou encontrasse outra religião que me agradasse mais, não pudesse mais largar o candomblé.
Embora o candomblé seja a religião que mais me fascina, gosto da idéia de saber que tenho outras opções e que não tenho uma obrigação pelo resto da vida…
DEsde já, agradeço pela atenção e pelos esclarecimentos.
GRande abraço e fique com Deus!
Tomege, será que vc poderia ensinar como fazer um banho com algumas ervas de Oxaguian (pois sou filho dele) para limpeza, descarrego e proteção para ser feito as sextas-feiras? Afinal, a sexta-feira, alem de ser dia de Oxalá, é o dia em que saímos de casa para farra, bares, baladas, viagens e etc….
Acredito que alguns ambientes, principalmente aqueles onde há bebida, nos expõe a quiumbas e demais perigos astrais e espirituais.
Poderia dar algumas dicas de proteção?
Fique com deus e que Oxalá ilumine seu caminho sempre!
Abçs!
Aqui vao alguns congobila”Caçadores”.Katalambo,gongoja,Tala Kewala,Kutala,Baranguanje,Mutalambo,Kitalamungongo,Okitalande,Tawa min,Kaitimba,Mutakalambo,Sibalae,Burungunso.
Alessandro vou começar te dizendo os banhos devem ser indicados conhecendo seu caso, é igual a médico, nãopode ser assim no achometro, para isso te recomendo que procure um jogo ou alguém que possa orientar pessoalmente.
Sobre sair do candomblé. É verdade sim, ninguém precisa ficar num lugar ou religião onde não se sente bem. O problema é novamente a falta de cultura, explicando. Muitos que hoje são zeladores, não deveriam ser, não tem capacidade para serem mas por muitos motivos e os maiores são a vaidade e a busca de satatus social, criam indivíduos que usam e abusam dos outros que confiaram a eles sua cabeça e seu aprendizado religioso. Pois bem, ser pai/mãe de santo não é status é dom, e um zelador orienta e ensina, mas como muitos não sabem o suficiente, partem para a intimidação e o terrorismo, com frases como “se vc sair sua vida vai afundar” e outras coisas sem sentindo. É isso. O que aconteçe com um iniciado é que seu tempo não conta, por ex. uma pessoa iniciada hoje que larga o candomble no fim do ano e volta daqui a 07 anos, será ainda um yaô, que deve cumprir suas obrigações 01,03 e 07 anos, o tempo ficou “congelado” só isso. Tomege do Ogum
Olá a todos
Obrigada pelas boas vindas e espero realmente poder ajudar no trabalho de Manuela e Nelson de levar informação correta aos nossos irmãos.
Muito obrigada pela oportunidade!
Daya estamos esperando o seu texto, hein??
Um abraço a todos
axé
🙂
Olá Jana
A dificuldade de publicar informações sobre iniciação de ekedis e ogãs talvez se deva ao fato de sermos todos rodantes. E realmente existe um fator limitante que é o fato de a maior parte dos escritores e pesquisadores do candomblé terem se concentrado no yaô,devido ao transe e incorporação de Orixá.
Ekedis e ogãs podem saber o momento certo através de uma consulta aos búzios…
A iniciação difere em muitos aspectos e algumas divergências existem como casas que raspam e outras que não raspam,o tempo do recolhimento pode ser diferente…
espero ter te ajudado
axé
Olá Tomege!!
A sua benção!
Não vou jogar macumba em vc não, irmão mais velho…
Foi uma alegria abrir o blog e ver o texto!!
obrigada!!
axé
OI ,CAROL , SOU D NAÇÃO DE ANGOLA E COMO VC DEVE SABER ALÉM DE SER DIFICIL DE ENCONTRARMOS MATERIAS A ESSE RESPEITO DENTRO DA NOSSA NAÇÃO TUDO É RESTRITO E MUITO É DIFICIL DE VC ENTENDER ALGUMAS COISAS , POR EXEMPLO SOU FILHA DE NKISI KAIA (IEMANJA) E GOSTARIA DE SABER MAIS A RESPEITO DE MINA MÃE MAS COMO VC SABE É PRATICAMENTE IMPUSIVEL ACAR ALGO TALVEZ VC TENHA O MESMO PENSAMENTO Q EU A COISA Q NÃODEVEMOS MESMO COMENTAR POR EXEMPLO FUNDAMENTOS DE UMBAKISI MAS QUANTO VC NÃO PODER NUNCA SABER A DIJINA DE SEU SANTO OU QUALIDADES DE SEU SANTO E SUAS CARACTERISTICAS ACHO UM POUCO DE MAIS POIS É SEU NKISI E NADA MAIS JUSTO VC SABER MAIS SOBRE ELE ATÉ PARA VC PODER AGRADA-LO MELHOR .
E ALÉM DE TUDO MINHA MÃE ME PEGA POR INTEIRO E NÃO CONSIGO VER NADA PORTANTO QUANDO A OBRIGAÇÃO NO BARRACÃO NÃO CONSIGO VER NADA NEM SABER DE NADA
SEI Q A PESSOAS Q SUA INCORPORAÇÃO NÃO É COMPLETA MAS A MINA É , Q FIQUE BEM CLARO NÃO ESTOU RECLAMANDO ATÉ AGRADEÇO POIS SEI Q ISSO ESTA FICANDO MUITO DIFICIL AS PESSOAS NÃO ESTÃO MAIS TENDO ESTE TIPO DE POSSEÇÃO MAS GOSTARIA DE SABER MAIS A RESPEITO SE VC PODER ME AJUDAR FICARIA GRATA A UNICA COISA QUE SEI É Q MINHA KAIA TEM ALGUMA COISA COM ZUMBA(NANÃ) AGRADEÇO DESDE JÁ E APOIO VC A ESCLARECER O Q É PERMITIDO
Olá Mariana
Temos um post aqui no blog sobre Mikaiá,lá fala um pouco de algumas qualidades vc pode dar uma busca no blog que tem ali no link INkisses.
Essa semana eu vinha conversando sobre isso com minha mãe,o fato de não se falar qualidades,mas muito é do fato de haver um certo temor da ação do zelador,medo do qu ele vai pensar porque vc está perguntando.Tem gente que sai da obrigação e nao sabe seu juntó…Acho que o correto sempre é esclarecer,na medida do possível.Agora para esclarecer a digina é sua, o nome do santo é orukó ou orunkó,esse realmente deve ser segredo de estado,mas sua digina é seu nome ritual e na roça todos devem te chamar por esse nome
Se tiver algo mais em que possa ajudar e so comentar.
Axé
Yaô de Oyá eu tenho 22 anos de santo e a pouco tempo recebi cargo na roça, onde estou a pouco tempo tb, não fui raspado lá. Vc acha que foi fácil? que todos gostaram? Muitos gostam de mim, sei disso, mas daí a receber cargo vai um distancia na cabeça deles, e percebi claramente que alguns não gostaram, mas minhas primeiras palavras quando fui para esta casa foi “se eu não posso fazer nada pela comunidade eu simplesmente vou embora” meru compromisso é com a comunidade, se nela tem pessoas que não gostaram do meu cargo é problema deles não é meu, Respondido????
Flash Mob – Participe da 1a mobilização do nosso blog, colabore com uma das instituições e contribua para dar evidencia social à nossa religião. Tomeje
Oi Tomege,adorei o site de vocês.Meu nome é Marcia sou filha da Oxum Apara e há 28 anos que minha religião é o condomblé a qual eu amo e respeito de paixão.Minha nação é angola e a minha zeladora é Minajaua filha de Iemanja.Parabens.
Gostei!
adorei o site de vcs.estou sempre de olho nas novidades e gostaria muito de conhecer um dia a casa engenho velho.bjo a todos vcs
eunice,
A matriz do Engenho Velho (Casa Branca) é na Bahía. Entre no site deles e veja maiores informações.
Axé.
oi pessoal, sou de PERNAMBUCO, não sou iniciado sou abiã a 3 anos… bem candomblé é uma religião linda…. Bem tudo começou em 2008 quando derrepente eu passava mau no emprego e tinha convulsões ao ponto de perder o emprego minha vida praticamente perdeu o sentido por que ia ao medico e nada nenhum diagnostico e mesmo tomando remédios epiléticos tinha as convulsões em empregos…
fui a um centro de umbanda e candomblé nago e omolu respondeu pelo meu ori sem que contasse nada de minha historia mas senti que ali não era meu lugar fiquei la dois anos entre a umbanda e o candomblé. e na ida e vidas de outras casas parei em uma nação angola que até então não conhecia…
e devido a problemas da vida fui me consultar com a pai de santo que me falou um pouco da casa da nação angola que era um candomblé diferente de do que se tem em pernambuco mas na verdade sinto que o meu santo ta pedindo uma feitura? foi o que o pai de santo me disse que eu deveria dar continuidade…. mas sem duvida devo agradecer o candomblé pelo fado de eu não tema mais tido convulsões como tinha e abriu um horizonte para minha vida e eu sei que fazer o santo e compromisso eterno….
o pai de santo pediu para eu fazer uma limpeza e um bori e se eu quisesse poderia frequentar a casa dele…. mas tudo o que eu conheço até agora é nago… devo ir?
mukuiu para todos adorei esti chat e muito interesanti
O que quer dizer a palavra Yakobamzulê??
Jonathan eu não sei.
Ire