Mostraremos neste trabalho os crimes de costumes na sociedade Iorubá, vamos exemplificar inicialmente estes e posteriormente veremos outros, onde Òrúnmìlá, nos mostra através de seus Poemas Sagrados, Eses ou Escrituras, as punições, aplicadas por suas sociedades secretas, pertinentes a cada caso. Vale a pena refletir sobre estes casos que nos remetem ao nosso dia-a-dia.
Ire o.
Na sociedade tradicional Africana o sagrado e o secular são inseparáveis. Não há compartimentalização da vida. O que a religião proíbe ou condena a sociedade também proíbe e condena, e da mesma forma a sociedade aprova as coisas que a religião sancionou. Uma ofensa a Deus é uma ofensa contra o homem, de forma que um crime contra o homem é uma ofensa contra Deus, pois o homem é uma criatura de Deus. Qualquer ofensa é crime.
A religião tradicional africana não tem documentos legais escritos mostrando o que é legal ou ilegal, mas a tradição africana tem um código de conduta que todos conhecemos. Este código norteia os indivíduos a viver em conformidade com o bem-estar da sociedade. Os componentes deste código foram transmitidos oralmente de geração em geração. As ações penais incluem o adultério, a violação do pacto, roubo, prostituição, incesto, seqüestro, irreverência e mau tratamento e violência contra os pais, mentira, assassinato, estupro, sedução, falar mal do governante ( Rei ), jurar falsamente, sodomia e malícia (dissimulação). Todos os atos proibidos ou profanar segredos são crimes na Religião Tradicional Africana (TRA) e qualquer pessoa que cometer qualquer um deles é considerada como um criminoso e é punível. Um comportamento anormal que não esteja em conformidade com as normas da sociedade são atos criminosos. Não poderemos lidar com todos eles neste trabalho, mas devemos discutir alguns.
Adultério O adultério é a relação sexual entre uma mulher casada e qualquer outro homem que não seja o marido, ou entre um homem casado e qualquer outra mulher que não seja a sua esposa. Aplica-se igualmente a uma mulher prometida em casamento. É considerado um crime ultrajante, golpeando a norma da sociedade e quando resulta em concepção (filho), que inflige uma prole espúria sobre o marido (os filhos são mal ditos). A estrutura de parentesco de nossa sociedade torna crime o adultério não apenas contra o marido como um indivíduo, mas também contra as pessoas com quem o marido está na relação. O casamento é uma cerimônia social na comunidade tradicional onde os valores sociais são reafirmados.
O adultério é também uma ofensa contra os objetos religiosos do marido, inclusive seus ancestrais (Egungun). Além disso, é um ato criminoso contra os òrìsás, porque o casamento no contexto tradicional é uma instituição sagrada, sancionada por eles, e qualquer ato de infidelidade no convívio matrimonial do casal é punido por seres sobrenaturais (energias celestes). Desde o início do namoro, os rituais religiosos são realizados para estabilizar e santificar a relação; ancestrais e divindades são consultados e pede-se o seu apoio. Normalmente, a esposa de um adepto da religião tradicional é, por assim dizer, “a mulher dos deuses” Ela é recomendada para o cuidado e proteção dos seres sobrenaturais e ela deve ser fiel. Rituais e cerimônias acompanham ou seguem a ocasião do casamento. O objetivo destas é rezar para o bem-estar de novo casal, para abençoá-los assim que eles vão ter filhos eles também recebem instruções e regras sobre como se comportarem como pessoas casadas. Nesses rituais, o Deus vivo (òrìsá) e morto da família (ancestral) podem ser chamados para testemunhar a ocasião e dar as suas bênçãos para o novo casal.
Na África tradicional não é conivente com o adultério, é uma violação das normas sociais e religiosas e que gera uma relação doentia e prejudicial à sociedade, uma relação que pode arruinar o total bem-estar do povo.
O adultério é visto com grande preocupação e a punição e muito séria. O adúltero pode ser advertido e comunicado em primeira instância pelos lideres, mas a persistência no crime o leva ao tribunal presidido pelo chefe tradicional ou sacerdote. O adúltero também pode ser agredido ou punido com a morte por envenenamento ou ser impotente (feitiço). A morte de uma pessoa adúltera é visto como um castigo justo e não é muito lamentada.
Entre os iorubás o oráculo de Ifá adverte contra o adultério como segue:
Ela destrói os membros da família do marido,
Ela destrói os membros da família da concubina.
Posteriormente, ela destrói a si mesmo
e continua a viagem até o céu (condenação a morte).
Assim diz o oráculo à mulher (ou homem) adúltera, é um servo da morte (Ikù).
O que é verdade para o povo da religião tradicional na África, não é tão verdade assim para outros povos. Além disso, o sistema de Ifá serve como porta-voz da escritura sagrada da tradição iorubá, assunto que tem sido pesquisado por eminentes cátedros, não só entre os iorubás, mas também entre outros povos da Nigéria e em alguns países do Oeste Africano, como Serra Leoa, República da Benin, Togo e partes da costa de Gana.
Mentira. Mentir é uma tentativa de enganar, falar o que não é verdade. É proibido na religião tradicional e qualquer um que o pratique é um motim único, é um crime contra seres humanos, mas também contra os seres sobrenaturais (energias celestes). Os africanos tradicionais ensinam seus filhos a sempre dizerem a verdade, porque eles acreditam que um mentiroso é propenso a outras formas de atos criminosos, como roubo, furto e etc. O ditado “Quem mente, um dia vai roubar.” É um ato comum entre algumas pessoas, esconder a mentira é considerado muito vergonhoso, particularmente quando a verdade é descoberta. Como o adultério, a mentira arruína. Ambos são por vezes considerados como hereditário. Os africanos tradicionais invocam maldições sobre os mentirosos, enquanto as divindades também os condenam. Mentir é um crime contra o coletivo. Sobre a mentira o oráculo nos adverte através do Odu Ogunda Bede (Ogunda’ogbe):
O enganador… Foi à uma viagem de vinte meses e nunca mais voltou. (morreu)
O mentiroso foi em uma viagem de trinta meses e nunca mais voltou. (morreu)
Assim, o oráculo avisou aos enganadores e mentirosos, quando eles estavam indo em uma viagem.
Eles foram avisados para não enganar ou trair os outros em terra estrangeira.
Retidão alertou (a verdade), mas eles nunca deram ouvidos à advertência.
O alerta foi dado por causa do futuro. A vingança pertence ao Todo-Poderoso, o Rei (Olodunmarè) que recompensará a todos segundo as suas obras (ações).
Deus sabe a verdade e vai dizer que você mentiu. Chamar de vermelho que é branco e branco o que é vermelho para seu próprio beneficio, fere outras pessoas.
O Odu Aji-Oghe no oráculo nos fala obre os mentirosos e mentiras:
Aqueles que chamam efuru e dão esuru, tudo bem,
Nosso Pai estará olhando-os do céu.
Tudo bem, os que chamam uma folha de iroko de folha oro tudo bem,
Nosso Pai estará olhando-os do céu.
Tudo bem, aqueles que chamam de rola uma pomba de madeira, tudo bem, nosso Pai estará olhando-os do céu.
Tudo bem, aqueles que chamam de azedo o que é doce, tudo bem, nosso Pai estará olhando-os do céu.
Tudo bem, assim diz o oráculo para os mentirosos e enganadores.
(Deus enxerga a verdade no coração das pessoas.)
O Odu Obará-meji diz:
Mentir não impede de se tornar rico.
Quebra de aliança (traição), não impede de chegar à terceira idade (ter vida longa).
Mas o dia da morte trará retribuição.
Os africanos tradicionais pensam muito sobre o futuro. Eles sabem que os mentirosos vão sofrer durante e após sua morte, eles tanto quanto possível, mantém-se longe do que vai levar a tal sofrimento.
Mesmo quando os seres humanos são enganados, Deus vê os mentirosos e conhece a verdade ( a verdade está dentro do coração e Deus vê dentro coração) e vai puni-los adequadamente. Os africanos tradicionais temem a ira de Deus que conduz à miséria e a desgraça. Eles preferem o prazer divino a ira divina e preferem as bênçãos divinas ao castigo divino. Quando os africanos dizem: “Deus julgará”, é como se uma máquina estivesse em movimento dentro dele e o faz confessar que mentiu. Ele pode ser solicitado a jurar, e desde que ele saiba que jurar falsamente vai trazer graves repercussões, ele será imediatamente convocado a se retratar.
Os deuses não suportam a mentira ou falsidade. As divindades da religião tradicional da África intimam seus fiéis para contar a verdade em todos os momentos e prometem o seu apoio à verdade.
O decreto é expresso no oráculo Ejiogbe-meji:
Seja sincero, seja justo!
Ah, seja verdadeiro. Seja justo!
É o que verdadeiras divindades apóiam.
Seja sincero, seja justo!
Apesar da mentira, ser um mal comum, os africanos tradicionais que cometem mentiras às divindades serão punidos. A ira divina, que é insuportável, é um grande fator na prevenção deste crime.
Roubo
Entre os africanos tradicionais é vergonhoso roubar. É considerado um crime na comunidade. Um ladrão é uma vergonha para seus parentes. Os africanos fazem ritos tradicionais para detectar o ladrão e recuperar os bens roubados (o Awo é convocado para jogar e faz magias poderosíssimas). Eles são punidos pelo tribunal ou pelas divindades e em alguns casos, os ladrões são revelados publicamente pelos deuses ou confessam publicamente e restituem os bens roubados no mesmo lugar onde ele possa ser visto pelo povo. Isto é uma conseqüência do poder/ira divina que faz o ladrão sofrer fisicamente ou internamente (magia).
Ele também pode ser submetido a uma tortura prolongada, doença, paralisia, cegueira parcial, a ponto de adivinhos serem consultados para saber a causa de seu infortúnio. Quando ela é atribuída ao ato de roubar, os bens roubados devem ser devolvidos e será oferecido um sacrifício propiciatório (buscando-se o perdão divino ou aplacar sua ira).
Roubos mancham a reputação e a integridade da família do ladrão, e os africanos tradicionais se esforçam muito para proteger o bom nome e a imagem de sua família. Mesmo uma família irreputável não vai querer ver seus filhos serem acusado de roubo, porque os atos criminosos trazem vergonha para seus pais. E quando membros desta família são convocados para cargos e títulos de honra a mancha pelo filho ladrão os desqualificaram para o posto de honra. Referências sempre serão feitas aos crimes anteriormente cometidos por pessoas desta família. Os africanos tradicionais nunca irão nomear um ladrão ou mentiroso ou adúltero como ser um líder ou governante. O preço desta nomeação recairia como um castigo divino sobre toda comunidade e ele não serviria como uma força adequada.
Roubar é não apenas imoral, ou um crime social, é também uma ofensa religiosa punível por Deus.
O Odu Ogbe’ale adverte contra roubo:
Se o rei terreno não te vê, o rei celeste está olhando para você (Olodunmarè).
Assim diz o oráculo para aquele que rouba acobertado pela escuridão,
que diz que o rei terreno não vê.
Deus vê o ladrão e certamente irá puni-lo.
“ Vendo” aqui, não significa mera aparência, mas “vendo” será a punição.
Maus tratos e crueldade com aos pais.
De acordo com a religião tradicional, os pais, depois de dar aos seus filhos uma boa formação. Cuidados até a emancipação e prepará-los adequadamente para vida, esperam que os filhos mostrem a verdadeira devoção e cuidado para com eles, independentemente se os pais são ricos ou pobres, letrados ou analfabetos. Tal devoção ao cuidado dos pais é obrigatória e se for concedida, é uma das melhores formas de oração é o caminho mais seguro para a paz, o sucesso e satisfação dos filhos.
Acredita-se que tudo o que uma criança pode atingir e se qualificar na vida, os pais são responsáveis e se ele não conseguir honrar seus pais, ele cairá da altura que subiu e sua vida será desprovida de paz e satisfação. Os pais devem ser tratados e considerados como deuses, reconhecido e “adorado”. É a vontade de Deus que os pais devam ser venerados e reverenciados, e qualquer sociedade onde os filhos desprezam e negligenciam seus pais, os filhos não terão as bênçãos de Deus. É a majestade de Deus que é desonrada e violada. É um crime capital para um filho não cuidar de seus pais, é proibido jogar maldição em cima de um pai ou mãe. Insolência para os pais pode ser tolerada, mas é um ato criminoso. Punição para a irreverência e a crueldade aos pais inclui: tanto a ira dos pais como a ira de Deus, que certamente vai causar um desastre na vida do filho. Em casos graves, como previsão de um desastre tem que ser retirado da vida do filho através de oferendas e sacrifícios.
O Odu Irete Eguntan no oráculo diz:
Respeite sua mãe e seu pai,
que você pode viver muito tempo na terra. (vida longa)
Ifá diz para oferecer sacrifício (ebó) a sua mãe e seu pai,
o sacrifício de justiça, cuidado e humildade.
Você pode se regenerar.
Ifá diz oferecer sacrifício a sua mãe e seu pai, o sacrifício da obediência cega, de cuidados, para que as maldições nunca possam cair sobre você.
Pois as maldições de seu pai e sua mãe são as maldições do Todo-Poderoso.
Ifá diz oferecer sacrifícios ao seu pai e sua mãe,
o sacrifício da ajuda, do amor, da justiça, que você possa ter descanso,
que você possa ter conforto.
No mesmo Odu, Orunmila diz:
Meus pais não irão trabalhar em vão por mim.
Eu nasci, porque minha mãe tem a boa sorte.
Eu nasci, porque meu pai tem a boa sorte.
Ela me deu à luz; meus braços não foram queimados.
Eu não nasci cego.
Eu não nasci um leproso.
Eu também quero dar a luz a meus filhos,
para que eu possa ter descendente.
Eu quero ter casas.
Eu quero ter prospriedade.
Eu quero ter dinheiro. (na visão ioruba isto não é errado)
Eu não quero trabalhar em vão pelos meus filhos.
Eu vim ao mundo por causa de sua boa sorte.
Eu quero fazer o bem na minha vida.
Meus pais não irão trabalhar em vão por mim.
Os versos acima ensinam aos filhos o verdadeiro conhecimento do que é servir aos seus pais. É claro que isso não se limita aos pais biológicos, mas abrange a todos os membros idosos da família. Qualquer ato de negligência no dever em relação aos pais ou membros idosos da família é considerado como um ato de negligência do dever. Deus vai puni-lo com o infortúnio (perdas). Por medo da desgraça, os filhos evitam cometer este crime e levam a sério os deveres para com os pais e os membros idosos da família.
Para se ter uma sociedade disciplinada e educada a religião tradicional impõe aos pais o dever de educá-los, respeitar os anciãos e não ser desobediente com eles. Se cuidarem bem deles, ele vai estar bem com a família e com Deus.
O Odu Iwori-Meji diz:
Se uma criança respeita o seu pai, tudo o que ele receber será sempre bom.
Ele vai ser um perfeito cavalheiro. ( bom homem, bom pai e bom chefe de família).
O Odu Obara Meji condena o orgulho, a arrogância e desrespeito dos jovens:
Se uma criança se entrega a atos teimosos,
se ele vê um sacerdote idoso e lhe dá uma tapa,
se ele se depara com um médico (Onisegum) envelhecido e bate nele sem piedade,
se ele continua, os sacerdote idosos se reúnem para derrubá-lo, (enfeitiçá-lo)
assim diz o oráculo para os filhos desobedientes.
“Quem diz que ninguém pode controlá-lo?”
Orunmila diz:
“Você não sabe que não há vida longa para qualquer filho que bate em um pai idoso,
não há vida longa para qualquer filho que bate em um médico envelhecido.
Qualquer criança que maltrata um pai idoso, está em busca de sua própria morte.
Respeito pelos mais velhos significa vida longa. ”
Estes versos ensinam que a morte prematura dele é uma punição para o desrespeito aos mais velhos e uma vez que os africanos tradicionais querem viver por muito tempo eles devem respeitar os idosos. Sinceramente, os africanos tradicionais vêem no respeito aos anciãos, um dever, o de fazer o que não agrada somente aos homens, mas também a Deus. Daí eles se prostrarem perante os mais velhos, abra sua cabeça, remova as sandálias (seja humilde), quando cumprimentá-los e ajude os anciãos a transportar cargas e seus recados. A aceitação infeliz de culturas estrangeiras em grande parte modificou os filhos neste aspecto. O africano no tocante ao respeito pelos mais velhos ao que parece estam se movendo dentro de uma dupla cultura e ficando muito confuso. É como um africano jovem dizer “Olá” a seus pais ou apertar a mão a pessoas idosas (atitude considerada ultrajante).
Falar mal das pessoas idosas. O Governo Africano Tradicional é Teocrático, e os governantes são considerados representantes divinos e assim todas as palavras de censura contra eles são proibidas. Conspiração ou desrespeito contra os governantes é considerado um delito grave e será seriamente tratado. Não pode, evidentemente, um movimento contra um governante que é considerado um tirano, cujo reinado se revela desastroso para o povo ser um ato de desagravo. Os chefes tradicionais são sagrados e quem os desobedece ou é rude com eles é multado, advertido ou expulso da cidade e finalmente, o infrator tem o compromisso do castigo divino. Por absoluta fidelidade e obediência implícita aos governantes,
Odu Oturupon-meji diz:
Os juízes da coroa usam coroa na cabeça.
Os lábios do filósofo desafiou outro filósofo.
Demasiadamente sábio recusou-se a respeitar do rei. (arrogancia)
Assim diz o oráculo para os desobedientes:
Eles foram convidados a fazer sacrifício, para que a espada do Rei não lhe sugue o sangue.
Eles se recusaram e não ofereceram sacrifício.
Orunmila exclamou:
“É proibido”.
Exclamei:
“É proibido”.
Ele exclamou:
“É um tabu.
Exclamei:
“É um tabu”.
Orunmila disse que o rei terreno é o representante do Rei celestial.
Orunmila, exclamou:
“À esquerda comigo.”
Eu exclamei:
“resta-me, a espada sugar o sangue daqueles que desafiam o rei. ”
Para o rei pertence à autoridade.
Para o rei pertence à espada.
Então, vá com calma, eu digo, vá com calma, sob pena de uma sabedoria vaidosa empurrar alguém contra o rei da espada.
Então vá com calma, eu digo, vá com calma.
Fiz sacrificado, ebó me propiciou.(me salvou).
Tenho defendido o direito do rei.
O rei não podia deixar de me ver com misericórdia,
O rei não podia deixar de me ver com bons olhos.
A posição dos governantes e autoridades é semelhante em toda a África. Ambos são altas figuras políticas e religiosas. Eles derivam sua autoridade do Ser Supremo, e assim por desobediência ou qualquer conspiração contra eles é visto como um crime contra a sociedade e contra Deus.
Qualquer um que seduzisse as esposas dos governantes seriam executados. Os reis eram pais, juízes, conselheiros e sacerdotes.
Conclusão:
Ao lidar com eles, a força era muito utilizada. Mesmo assim, não há evidências de que os estes crimes tenham sido totalmente eliminados. O uso da força foi eficaz até certo ponto, mas outros meios mais eficazes foram utilizados.
Estes incluem o envenenamento que causa sofrimento ao longo da vida como a loucura, impotência. Doenças incuráveis, como a elefantíase, a cegueira, inchaço e claudicação, que pode torná-lo um inútil em sua comunidade e servir como um elemento intimidador para os outros. O uso desses espalhou o medo nos criminosos.
A sociedade tradicional em sua forma original é sólida, pois foi construída sobre uma base moral fornecida pela religião tradicional. Esta religião incutiu o bom comportamento em pessoas que fizeram uma nação verdadeiramente grande. A ira divina e castigo foram feitos reais. A lei da retribuição foi enfatizada. Hoje a mentira, a desonestidade, a hipocrisia, o suborno, a corrupção, a traição, o crime e toda sorte de homens desviados do Iwà Pèlè (bom caráter), nao prosperam na África porque as pessoas religiosas não levam os preceitos da sua religião muito a sério. Eles estão mais preocupados com a indústria, a vida da cidade, as coisas materiais e a educação. Sem a percepção da verdadeira religião, será difícil se erradicar o crime em qualquer sociedade.
Texto garimpado na net, sem autoria.




PREZADO BÀBÁ “DA ILHA”
“Pai” é uma palavra que alude sobre o status de quem orienta retamente, podendo ser extensiva ao grau de desenvolvimento de uma pessoa e por este lado, parece lhe caber o tratamento.
Atualmente, lido com reflexões sobre ancestraliade espiritual, momento este no qual neste Estado do Rio de Janeiro, estão tratando de Ensino Religioso nas Escolas Pública Municipais e também sobre Intolerãncia Religosa, tema, sobre o qual existe uma Comissão composta de várias pessoas procedentes de vários contextos religiosos, nacionais brasileiro, africano, judeu, iranianos, mulçulmanos , orientais enfim,.. vários, e todos voltados á visão proposta a luz da Constituição Federal, que menciona a liberdade de cultos e também áluz dos Direitos Humanos, que os endossa.
Onde seu texto coopera, afinal?
Seu texto abre caminho ao entendimento de que no Candomlé, há uma moral vigente e está é antiga, enquanto procedente dos Cultos de Nação africano. Ele, seu texto, viabiliza paralelos analíticos que sugere uma nova visão sobre Jesus, não segundo modelos interpretativos procedentes dos contextos Católicos Apostólicos Romanos, Protestantes ou Evangélicos, com em dado momento, me atribuiram, por entrelinhas, proceder, mas segundo uma visão qual o situa como modelo de Caminho também encontrado nas religiões de matrizes afrodescendentes, sem qualquer preconceito, pois ao viverem-No no tempo, não adotaram outro nome, senão “INICIAÇÃO”, ou “CHAMADO”, pois segundo reza a Sagrada Escritura, á Biblia, em “Isaías 54, 13” relembrado em João “6:45″, diz que: ” TODOS SERÃO INSTRUÍDOS POR DEUS”. Ora, se Deus tem outros nomes segundo a cultura do homem, que é Sua obra, e um único Filho como alusão sinbólica, da via de comunhão mística e não teatral como o Pai Altíssimo, então se Deus, que é o “Pai Altíssimo”, pode ser chamado de “OLORÚM”, ” MARRUCINÍ” , “ZAMBI” ou EIJÁ -DU- Á”. Sendo assim, que nome teria Jesus, como Caminho de revelação do ser e sua Missão na terra, neste mesmo Tempo Ancestal na África, por equivbalência, já que é presente, junto ao Pai desde a Criação? A resposta á esta indagfações , abre espaço concilidar, sobre o ponto de vista epistemológio, ou seja, vai ajudar, muito a desatar, nós, antigos, na cabeça de muita gente. Que Deus lhe ilumine, Sr. ” Da ILHA”.
Sandive Santana
Caro Sandive,
Eu, como candomblecista e leitor do portal, devolvo-lhe a pergunta que fez ao autor: é que lhe pergunto: onde o SEU texto coopera, afinal?
Trata-se, Sr. Sandive, de uma confusão sem-fim que o senhor faz, argumentando a partir de outros referenciais, misturando epistemologia com abacaxis. E termino tal qual o senhor: que ALGO lhe ilumine, Sr. Sandive, o que quer que seja, rs.
PS (ainda ao Sr. Sandive): e digo isso com a isenção de quem até discorda com vários dos textos escritos pelo Babá Da Ilha, por às vezes considerar de conteúdo “sincrético” (mas esta é outra questão, que um dia, quando eu me tornar Ebômi e tiver o direito de falar, daí falo. Por enquanto, reservo-me à condição de yaô, com toda a deferência ao babá). Mas uma coisa é identificar algum traço sincrético no texto dele e discordar. Outra coisa é insinuar, nas entrelinhas, que o texto dele coopera ou não coopera com os seus interesses cristãos. Sinto muito: respeitamos sua fé. Respeite a nossa.
“Seja sincero, seja justo!
Ah, seja verdadeiro.”
Adorei isto.
Texto muito interessante, parabéns!
Vicky
Luciano, ki ba se.
Nos meus post acho que sempre encontraremos divergencias e em minhas respostas tbm, os costumes e procedimentos ritualisticos da Tradição Ioruba, realmente diferem do Candomblé, porém no campo mais amplo da observação veremos alguns pontos onde a adoração do Candomblé é maior, leia-se fé, e o senso de responsabilidade, conhecimento da energia e temor não é tão grande como na Tradição.
Tomemos por exemplo o texto acima, a MENTIRA, quando em uma casa ou Ègbè, pensaria-se numa punição tão drastica, onde em nossa sociedade a mentira social é perdoada com naturalidade.
Quando a famosa ‘ELZA’, furto, teria uma punicão com essa consequência ditada a cima.
São valores e sociedades diferentes, mas as consequências para tais atos são as mesma, tanto no Ayé como no Orun, ou então não professamos um culto com o mesmo nascedouro.
Infelizmente os neófitos enebriados pela descoberta de que são rodantes, ogons ou ekedji, se esqueçem de muitas coisas no meio deste caminho.
A obrigação de terem que conhecer sua religão, de estudar, de saber certos fundamentos, o porque de se usar um otá em todos os assentamentos e por ai vai…
Sua expressão “Sincretica” realmente vem a calhar, pois os ensinamentos deste texto deveriam ser aplicados a todas as religiões.
Mas o que vale mesmo são as descobertas de orunkó, Ilá, cores e tipos de roupas usadas pelos Òrìsás e Irunmòlés, em resumo o que vale é o meu òrìsá.
Sei que vou ganhar uma chuva de criticas, mas verdade está posta e é complicado cutucar ferida alheia.
Que meu Ori me livre de um dia conhecer a ira de qualquer energia do mundo invisivel.
Adupé, sua critica foi muito importante.
Ire o.
PREZADO Sr.LUCIANO
Li seus comentários e sugiro, e em função do conteúdo do primeiro, datado de 21 / 06 / 2011 e escrito ás 11: 08 pm, peço que releia o que escrevi e reavalie suas considerações, uma vez que desconhecendo os fundamentos dos quais me sirvo para escrever, bem como, os propósitos aos quais me dedico diariamente, torna-se improvável um parecer preciso.
Quanto ao segundo, datado de 21 / 06 / 2011 e escrito a´s 11: 24 pm, nada tenho á comentar, pois ao lermos palavras, textos, livros ou ouvirmos considerações em palestras ou cursos, podemos nos manisfestar contra, ainda que por força de uma emoção, seja qual for sua origem no momento. De quaquel modo, posso lhe adiantar que sua participação muito coopera comigo, em especial no tocante a esfera espiritual, pelo que lhe agradeçaria se manisfestasse sempre, com citações específicas de modo a que eu possa saber onde, segundo o Sr. misturei epistemologia, com o fruto citado. Tal menção, como procedimento de uma crítica abalizada, peço que faça de modo paulatino, pois assim creio que mais facilmente poderá colaborar comigo na identificação de meus erros e/ou falhas havidas, e por este mesmo blog, assumirei publicamente as consequências dos mesmos com orientação para que não sigam pelo caminha que me levou á cometê-los.
No tocante a pergunta feita em meu comentário e que desencadeiou seus pareceres, mais uma vez recomendo que releia o texto mais vagarosa e refletidamente, pois a pergunta não possa de um recurso literário, para reconduzir leitores, ao foco de minha abordagem. Sendo assim, não foi uma pergunta dirigida, a quem se assina como “Da Ilha”, cuja contribuição mais uma vez, creio prestar com o que escreve neste blog. Ele tem participado á contento, mas segundo o que me interessa.
Para concluir, peço que não haja reservas de sua parte, em voltar a se pronunciar, pois estarei, como informei, disposto a me retrarar.
Que Deus lhe abençõe, hoje e sempre, Sr. Luciano.
Sandive Santana
Naldo.
Gostaria de saber o que significa ser filho de Oxossi,Oxum e Iansã.Quais os benefícios e dificuldades.Minha vida profissional está de cabeça para baixo.Não consigo mais arrumar emprego,mesmo tendo um bom currículo.Já procurei terreiros de Umbanda e Candomblé e só encontrei mistificadores.Se conheceram algum terreiro de Umbanda de confiança podem me ajudar.Obrigado.
Naldo, vc ser de òrìsá não implica ter uma vida regada a mordomias ou falta de dificuldades.
Poucos se lembram que temos o nosso Odu e o Odu do nosso momento de vida.
Procure alguém serio para ver este Odu ou este Esù ou propriamente estes òrìsás.
O que vc tem que ter em mente é que nenhuma dificuldade é duradoura, o importante é vc encontrar uma pessoa séria e comprometida com a religião.
Ire o.
Naldo
Muito obrigado pela atenção.É que as coisas estão muito difíceis.Tá difícil até para achar um terreiro sério.Só encontrei até agora mistificadores,fazem várias perguntas depois respondem de acordo com o que eu respondi,percebe-se que é pura mentira.Que Oxalá abençoe á todos.
Naldo, conte conosco para poder ajudá-lo sempre, porém a distancia complica um pouco.
Que ògum e sua espada possa abrir caminhos de prosperidade para vc.
Ire o
Naldo
Obrigado.
Muito bom dia Baba Da Ilha!
Makoiu!!
Gostei muito desse texto e me fez refletir… creio que seja por falta de informações valiozas como essas que o Sr nos passa que muitos “zeladores” saem por aí enganando as pessoas e a eles mesmos, muitos por aí se dizem zeladores e não tem ao menos um bori ou se muito um bori, as pessoas por não terem conhecimento sobre isso, acabam sendo enganadas, veem as casas cheias, o sire cantado e dançado lindamente, o orixá (muitas vezes é ekê) dançando, batem palma, vibram e até sentem energias que muitas vezes não são boas mas entendem como asé, e o principal não sabem, não sabem do fundamento, do asé da ancestralidade daquele que “comanda” tudo, eles arruinam vidas sem saber que no Aiê a vida dele mesmo será cobrada, todos os atos, enganações e mentiras serão cobradas… a mestificação é a pior traição (na minha opinião) que se pode ter com o Orixá.
Baba, sabe o que pensei agora? rsrsrs
Na igreja catolica existe o catecismo, comunhão e crisma, independente se a pessoa seja padre ou não!
No evangelico existe a escolinha dominical e outros (que não me lembro agora) independente se a pessoa seja pastor o não!
Outras religiões também tem seus ensinamentos aos mais novos (crianças) independente se elas serão lideres religiosos ou não!
Não vejo isso no Candomblé, não sei se é a região onde moro que não tem ou se realmente não temos um ensinamento sobre nossa cultura as crianças e jovens, até mesmo adultos, mesmo que não sejam da “casa de santo” mas que sejam assistentes, frequentadores e simpatizantes….
Creio eu, que se houvesse algo desse tipo, muita coisa seria esclarecida e haveriam menos pessoas enganadas…
Asé Baba
A Sra. Julia Eugênia
Inicialmente, gostaria de me desculpar por oferecar considerações sobre seu comentário, endereçado ao Bàbá “Da Ilha”. Contudo, considerando o envio do texto para conhecimento e tendo nele espaço para comentários, me senti convidado a fazer alguns endossos. Vamos a eles?
Quando no seu texto, menciona práticas de outros contextos religiosos, em meio aos quais, são ensinados pontos sobre os mesmos, á sua adeptos e simpatizantes, digo que seria excelente se houvesse, não precisando ser em grandes espaços da Comunidade ou mesmo do Terreiro, se for o caso, algo também na Candomblé, emborta já existam idéias neste sentido. Para a devida ocorrência, Há locais onde, mediante prévio acordo financeiro, cursos, e palestras, podem ser ministrados e há até locais, que salvo engano, são gratuitos, bastando apenas a formulação e apresentação de um Projeto escrito.
Particularmente, em se tratando do Candomblé, suas feições segundo a Nação procedente e as várias compreensões exsitentes, me parece indicado, escalonar o conhecimento de modo gradual. Num curso básico caberia tratar de modo breve sobre origens e definições do Candomblé, onde nas poucas aulas, poderiam utilizar a biliografia citada pela Sra. Dayane neste blog no tocante a história da África, alguma outro que obordasse história geral do Brasil que bem abordasse a presença do negro no priodp pós-descobrimento.
Ainda no mesmo curso, caberia apresentar a Mitologia dos Orixás, segundo a Nação a qual esteja vinculada a Comunidade que ministrar o curso, como mencionei, e falar um pouco sobre, aspectos particulares de alguns dos Masculinos e Femininos, com pinceladas acerca dos ritos que Lhes são dirigidos, sem se esquecer da breve menção sobre as canções e seus critérios de utilização, além de uma abordagem sobre roupas, e outros indicadores não somente do culto, mas também da hierarquia a qual se vincula.
Para coroar, o curso, creio caber, um convite, para que pessoas assistam á um Xirê, para terem noção do conjunto, pois embora existam vídeos, estes, não propocionam a mesma vivência que deve nos brindar a teoria, com as aulas expositivas, que é o conhecimento e o esclarecimento para a vida, pois creio, que nestes dias onde se tratam do combate, pacífico, a intolerância religiosa e ensino religioso nas escolas municipais, seja importante, que conheçam, sobre as riquezas que lastram a ancestralidade de um povo, sofrido, e que precisando de paz interior, têm ido procurar no seio das religiões, em meio as quais, também o Candomblé, não deve ficar de fora já que corre no sangue de muitos irmãos e irmãs, que procuram luz parfa suas vidas.
Que Deus te abençõe, Julia Eugênia,… Hoje e sempre.
Sandive Santana / RJ
aldo
Desculpe importuná-los novamente,mas são as únicas pessoas com quem posso comentar.Estive por esses dias em uma consulta com um guia.Ele me perguntou se eu estava empregado,se era casado e se tinha filhos.Vocês não acham que se realmente é um guia incorporado ele já não deveria saber disso?
Naldo, é muito dificil justificar uma atitude alheia.
Se não gostou da consulta, não vá mais a esta casa ou procure o Guia -Chefe para conversar. As vezes o Ori do medium atrapalha a entidade.
Que vc tenha mais sorte em sua busca.
Ire o,
ola meu nome e roni, moro na bahia, eu ja participo do candomble, tenho 7 anos que fiz meu trabalho na umbanda e iniciei meus trabalho no candomble fiz o bori, mais agora meu babalorixá foi no ifá e viu que meu orixa AIRÁ pediu feitura . só que ele disse que o orixá pediu o direito para trabalhar antes do 7 anos,gostaqria de saber se isso acontesse mesmo e se pode na minha saida o meu pai pode me dar o direito de abrir o meu ilê? desde ja obrigado
Roni, ninguém ganha cargo na iniciação, pelo seu Odu podemos ver se vc tem cargo dentro da religião, mas até chegar lá temos um caminho árduo e longo pela frente.
O maior obstáculo para isto se chama Ori. Será que realmente vc se sente preparado, será que realmente daqui a alguns anos ele estará com o mesmo entusiasmo de agora.
Tome cuidado e não se deixe levar pela vaidade, mal que atinge 100% dos seres humanos.
Ifá é bem claro em Iká’Fun quando diz que não devemos fazer culto que não conhecemos, que não devemos enganar as pessoas.
Se vc abre uma casa sem conhecimento do culto e seus segredos, no fundo vc estará enganando as pessoas e ai meu jovem, vc terá que prestar contas dos seus atos no seu retorno para casa e o Homem do Portão não é amigo de ninguém, somente da verdade, ele se chama Esù. (Onibode Orun).
Ire o.
eu entendir pois ele falou que estou com um trabalho arriado de egum, e que estou doente e isso e verdade, ele falou se eu nao raspar o santo com urgencia posso piorar e nisso ele falou que o proprio orixa pediu que eu me preparasse e que eu ia ter todo o acompanhamento dele , que u iria fazer a festa de 1, 3, e 7 anos e depois dar o decar , pois pra umbanda ja posso trabalhar e ja faço, mais o candomble so fui borizado e recebir o cargo de pai pequeno, mais nao permanecir, e continuei trabalho com a umbanda, e agora estou com essa duvida , será que eu ir jogar novamente com outro pai de santo me resolveria?
Roni, o que resolve este problemade egun é Ebò e sem ebó não tem remédio.
Ninguém recebe cargo de Bàbá Kekere, com apenas um obi na cabeça, a história é mais profunda.
Acho que vc está numa furada, pare e pense no que vc vai fazer com sua vida.
Não estou vendo seriedade neste zelador, me desculpe.
Peça opinião de Bàbá Fernando tbm, a minha está posta.
Ire o.
roni,
No candomblé Ketu/Nagô, isso tudo que seu pai zelador disse não existe. Isto se chama “marmotagem”. Você nunca será recomhecido por ninguém, seu cargo não tem valor e nenhum significado. As obrigações obdecem rigorosamente o seu tempo: da feitura, obrigação de 1 ano, obrigação de 3 anos até completar o ciclo de 7 anos tomando obrigação de 7 anos e passará a ser um Egbomi, isso é LITURGIA.
O melhor é continuar trabalhando na Umbanda. Procure outro jogo e principalemente uma boa casa de Tradição e axé, com pessoas responsáveis e que sigam os mandamentos básicos: Liturgia;Dogmas;teologia.
Boa sorte, axé.
pai fernando obrigado pela informaçoes, o senhor atendde por telefone? pois os zeladores daqui ainda sao piores do que esse que me guiou, eu nasci no dia 21/07/1985 por favor se puder me ajudar eu agradeçerei muito!
Um dos posts mais ricos que já li em muito tempo, tão rico quanto a “cutucada da ferida” do Da Ilha ali no começo.
Ago, mo juba meus mais velhos, mais novos, irmãos e Orisas.
Da Ilha, você realmente colocou uma muito pertinente pulga atrás da minha orelha. O litúrgico do Candomblé é tão rico e complexo que é muito fácil, julgo eu, perder-se nele e abster-se, por descuido, de considerações e entendimentos mais amplos – inclusive o que tange formação moral.
Um dos aspectos do Candomblé que mais me fascinam é justamente a viagem ao nosso interior que o contato com os orisas nos propicia, não só por mudanças na percepção do entorno mas, também, pelas mudanças na percepção de si. Agora, e aí a pulga (mais que óbvia, apesar de nunca ter pensado mais afundo sobre até agora): que “viagem ao interior” pode ser saudável ou completa sem uma atenção especial aos aspectos morais e éticos?
Eu sempre defendi ser importante o entendimento, através de auto-análise e reflexão, das nossas moral e ética individuais, por acreditar que a vivência plena de conceitos entendidos e/ou construídos é muito mais saudável e libertadora que o automatismo da mera reprodução de premissas sociais/culturais. Nunca, no entanto – e estou achando até engraçado -, misturei esse aspecto do meu pensamento com o Candomblé. Parece ingênuo, né? Hehehe Realmente, é mesmo. Acho que é o hábito. Me parece, agora, que a diferença entre “praticar” o candomblé e “viver” o candomblé esteja também aí.
Muito, muitíssimo obrigado pela reflexão, ainda vai dar pano pra manga. rs
Muita luz e muito asé. 😉
Julia, é um prazer tê-la de volta.
Realmente vc tem razão ao descrever estes desvios de conduta de certos sacerdotes e até mesmo eleguns que se fingem incorporados, ou tem a famosa incorporação psicologica.
O Odu Iwori diz que seus atos estão sendo olhados e que a cobrança se dará no Ayè ou no Òrum.
Quanto a nossa formação religiosa, temos em alguns paises, Nigéria incluida, escolas de formação, inclusive a Universidade de Ibadan tem cursos sobre Ifa a distancia, não sei como funciona mas sei que tem para aqueles que já se formaram em qualquer cadeira universitária, não sei mais detalhes.
A informação espiritual da cultura iorubá foi sendo feita de forma oral a milhares de anos, talves a falta da escrita, tenha dificultado a introdução desta formação de maneira mais precoce nas Universidades. Mas alguns paises europeus, Estados Unidos e Nigéria, estão caminhando neste sentido e existe planos de fazer-mos a extenção de uma faculdade nigeriana no Brasil.
O que não podemos deixar de fazer e dividir a informação que temos e difundi-la para o maior numero de pessoas possível.
A compreensão de nossa religião passa ao largo de òrìsá, somos muito mais abrangentes no conceito de evolução espiritual, buscando elevação para um novo mundo, não pertencemos a este mundo: Aqui é apenas o mercado, sem abrir mão das beneses desta vida.
Quando as pessoas começarem a perceber que òrìsá é apenas parte de um processo, que nossa mudança de vida a partir da iniciação e um eterno re-iniciar, vamos evoluir muito mais rápido no caminho do carater perfeito, ou o mais perto disso, que é nossa única e eterna busca.
Se vc não mudar, não haverá òrìsá para lhe ajudar, devido a soberania de seu Ori.
Isto tema para um seminário, fiquemos por aqui.
Ire o.
motumba da ilha.espero que diga ser um prazer ter-me de volta em seu site,não sei por que só tu me responde!acho que o nelsom e a manoela não foram com a minha cara kkkkk.todo dia to neste site.e me coço de vontade de perguntar e hoje criei coragem,agô?estou frequentando uma casa,mas já viu há coisas que não se perguntam ou questionam aos membros muito menos ao babá da casa até mesmo pra que ele confie em nós e eu amo muito o babá e a casa e quero muito ficar lá.minha dúvida é a seguinte ?sou abiã e um dia li num site que quem não for egbomi(7 anos de iniciado)não deve carregar oferendas e principalmente pesadas(kg)na cabeça.bem na minha primeira participação num trabalho no salão da casa,numa obrigação de fim de ano ele pos um alguidar enorme e pesado cheio de axoxo de oxóssi contendo no meio um cocô verde aberto(só o buraco e pelo visto sem água e na sua borda algo semelhante a fumo de corda fatiado).várias cantigas foram cantadas e ao cantar odé ko morodé(2x)odé arere,odé ko morodé ni´ma wo ,senti uma forte energia correr meu corpo não o comum arrepio aquele fr io e sim estática elétrica e parecia que eu seria tomado por uma entidade senti que algo vinha,mas não veio,me veio a cabeça um dia em que estava no mercadão de artigos religiosos e perguntei a um rapaz de lá(ele confecciona oxús para o ori dos iyawos da casa dele)qual santo ele me dava e ele disse oxóssi ,decepcionado(pois esperava alguma íyaba)perguntei por que e ele disse por que você fala demais igual a um papagaio kkkk.por favor da ilha,manoela ou tomege ainda que seja uma bronca me respondam por favor.
agora farei um comentário sobre o tema desta página ,o homem erra(mente,mata,rouba,adultera,espanca seus idosos)devido o instinto animal de sua natureza e inclinações genéticas pra isso,
Acrisio, já vi muito egbon com 7 anos ou mais, carregar balaio, cesto, alguidar e etc…Na cabeça, no ombro e etc…Isto para que faz é uma honra, uma glória, pois neste momemto dizemos ao òrìsá, do jeito que carrego seu ebó, por favor meu pai me carregue tbm, são as orações do silencio que fazemos estam dentro dos segredos e as pessoas não aproveitam, vêem pelo angulo do trabalho da servidão, da escravatura. Estes momentos devem ser sublimes e respeitados, eu me dignifico ao receber uma comida de òrìsá e ficar responsavel pelo seu transporte, do momento de arriar até levá-lo embora.
Não se guie por este tipo de informação preconceituosa, pois, como dizia minha avó: “Macumba é para quem sabe aproveitar”.
Ire o.
Acriso, nós temos o instinto animal e uma coisa chamada inteligencia, livre árbitrio, Ori e educação espiritual, educacional e legislativa.
Se vc comete todas estas atrocidades vc é culpado sim, nada justifica estes crimes que vc enumerou.
Todo ser que erra ou comete qualquer tipo de crime sabe muito bem o mal que causou a si mesmo e a outrém.
Portanto não vamos jogar água na fervura.
Errou está errado e vai pagar pelo seu erro, nem que seja em outra vida.
Mas a prestação de contas é certa.
Ire o.
ago da ilha devido a uma panela no fogo fui tomado de uma terrível distração que me impossibilitou concluír meu comentário acabei postando-o sob desespero é que ao fazer a explanação do instinto eu explanaria justamente o livre arbítrio a liberdade de escolha e o racíocinio que nos difere dos demais seres.se observar bem meu comentário para com virgula e não ponto final e acaba sem conclusão sem sentido.por isso perdão pela acidental indussão ao equívoco .quanto ao levar o alguidar na cabeça sendo eu abia sua resposta não foi correta,veja não tenho nenhuma obrigação dada pois sou abiã,eu li num site que só quem tem 7 anos ou mais de feitos podem levar alguidares,balaios sobre a cabeça e que no caso de abiã e iyawo seria prejudicial pra eles(abiã e iyawo)eu sou abiã só quero saber se eu posso ou não,se o sr disser que sim vou carregar sem medo.
acrisio,
Levar ou não um alguidar na cabeça, vai depender do que contém dentro do alguidá, portanto não faça nada sem saber o que está fazendo, fique tranquilo.
Axé.
olá meu nome é daniela nasci 13/08/86 entrei num candomble sem ter noção da responsabilidade depois é que vir entender um pouco o que é o candomble sou equede e cuido de tudo com cuidado mais desde entao fiquei desempregada e já tem1ano assim com muita dificudade entao penso em abandonar a religiao porque sinto que talvez seja nossa fe que move montanhas e tá dificil para mim e nessa hora pergunto cade os santos os exus cablocos
Daniela, estamos no mesmo barco, azemos ebós e sacrificio a vida inteira, assim é o nosso culto.
Quem pensa diferente está no lugar errado. Se as coisas não estam indo bem, tem que jogar, fazer ebó, joelho no chão, cabeça idem.
Não são fáceis as nossas escolhas e não são faceis os nossos caminhos.
Nossa conduta fala muito sobre as bençãos que recebemos.
Òrìsá não sai correndo para lhe atender, nós corremos até ele e pedimos ajuda.
A humildade é uma ferramenta que Òrúnmìlá sempre pergunta se não a esqueçemos em casa.
Ire o.
Entao, candomble e’ contra a prostituição e se as prostitutas queriam fazer a iniciaçao?
Dominic realmente uma grande pergunta.
Iwà Pèlé ou o Bom caráter, está ligado aos seus atos e atitudes, quem disse que a prostituição é promiscuidade?
Eu não acolheria em minha casa uma pessoa promiscua, um bebedo inveterado ou um drogado (todos sem nenhuma vontade de interromper este hábito).
Estes que nos procuram pedidndo ajuda para freiar estes hábitos, são muito bem acolhidos e orientados, são feitos trabalhos de Orí e etc.
O mesmo podemos falar para a prostituição (como uma referencia profissional) e não podemos dizer sobre a promiscuidade.
O que é prostituição nos dias de hoje, onde o jogo de interesse está acima do bem e do mal.
O que queremos das pessoas?
Caráter ou beneses?
Com o que você se contenta?
Um abraço que pareçe mais um cobertor em uma noite de frio ou a remuneração por um favor prestado?
Ifá não é estático, Ifá não tem dogmas, a Cultura Tradicional dos Òrìsà evolui e juntos caminhamos a milenios, porém, o caráter não tem tempos idos e tempos modernos.
Caráter é caráter e ponto final.
Prostituição simplesmente porque você se recusa a ‘quebrar as costas’ (trabalhar duro), na minha ótica é falta de caráter e promiscuidade.
Espero que você tenha entendido o meu ponto de vista, que não reflete a opinião de todos os moderadores do blog.
Ire o.
Rick,
Eu gostaria de saber se alguem se prostitui pode estar acendendo velas ao santo e oferendas …e se neste caso, somente os exus quem se deve pedir ou arriar certas obrigaçoes,obrigado!
Rick quem somos nós para julgar alguém. Ifá (a voz de Deus) nos brinda dentro do Odù Ìròsùn méjì com esta pérola, onde o preconceito é jogado por terra.
Onde o ser humano acima de tudo é valorizado e levado a trilhar o caminho da reminiscência e elevação do caráter.
Ìròsùn méjì
Òrìsá diz que nós devemos ir e oferecer um sacrifício.
Òrìsá diz que uma benção de filhos é o que ele prediz;
Òrìsá diz:
Uma benção de esposas.
Para a pessoa para quem jogamos Ìròsùn méjì.
Você vê o caminho que o Òrìsá diz
Por que isto acontece?
Caminho estreito, o caminho para fazenda.
Caminho reto, o caminho para o rio.
Estes foram os Áwo que jogaram para a Prostituta.
Prostituta estava chorando porque ela não tinha marido.
Caminho estreito, o caminho para fazenda,
Um caminho reto, o caminho para o rio.
Estes foram os Áwo que jogaram para o Solteirão.
Solteirão estava chorando porque não tinha esposa.
Eles disseram que Solteirão deveria ir e oferecer sacrifício;
Eles disseram que Solteirão deveria ir e oferecer sacrifício;
Eles disseram que Solteirão deveria oferecer sacrifício;
Eles disseram que ele deveria ter uma esposa.
Eles disseram que Prostituta deveria sacrificar;
Eles disseram que ela deveria ter um marido.
O que eles poderiam oferecer?
Eles disseram que eles deveriam oferecer 28.000 cauwris cada.
Solteirão juntou o sacrifício, ele ofereceu o sacrifício;
Prostituta juntou o sacrifício, ela ofereceu.
Quando Solteirão ofereceu o sacrifício
Ele foi para a fazenda.
Quando Prostituta levou seu sacrifício
Ela o levou pelo caminho da fazenda.
Para o local próximo ao rio onde as pessoas usam para descansar.
Solteirão estava lá próximo do rio.
Prostituta chegou levando seu sacrifício,
Ho! Deixem-me ter um marido, oh.
Deixe-me fazer isto primeiro, oh.
Assim ela falou.
Solteirão não pode mais se banhar.
Ele disse:
O que você disse minha mulher?
Ela disse:
Eu trouxe um sacrifício. Para que eu possa ter um marido.
Eis porque eu trouxe um sacrifício.
Sim. Ele disse.
Você quer um marido?
Ela disse:
Sim.
Bem, então você pode vir para minha casa?
Eles conversaram assim.
E como num jogo, como numa brincadeira.
Solteirão dormiu com a Prostituta.
E a Prostituta ficou grávida.
E eles se casaram.
E eles começaram a ter filhos.
Ele disse que seus divinadores tinham falado a verdade;
Caminho estreito, o caminho da fazenda.
Um caminho reto, o caminho do rio.
Jogou para Solteirão.
Solteirão estava chorando por que não tinha uma esposa.
Caminho estreito, o caminho da fazenda.
Um caminho reto, o caminho para o rio.
Jogou para prostituta.
Prostituta estava chorando porque não tinha marido.
Nós ouvimos e oferecemos o sacrifício.
Nós aplacamos os deuses.
Não demora muito, não está muito longe.
Òrìsá faz acontecer como aqui.
Nenhuma divindade é tão doce, tão doce, tão doce!
E faz as coisas acontecerem como Ìròsùn méjì.
E é assim muito querida.
Òrìsá diz que uma benção de crianças é o que ele prediz.
Sagrado Odù Ìròsùn méjì.
Ire o.
Ah que historia linda, me emocionei…muito obrigado,tirei minha duvidas! mas,nao que fosse por preconceito que perguntei è que achei que nao podia fazer algo pelas as maos de quem se prostitui pelo fato de que tinha que estar com o corpo limpo etc..mas, eu entendi lindo e muito obrigado por ter me respondido,vcs estao de parabens axeeeeeeeeeee…um beijo da Italia rsss!
É uma pena este texto não seja assinado por ninguém “…Texto garimpado na net, sem autoria….”
Luiz este é um dos grandes problemas da falta de respeito com a obra alheia (não dar o devido crédito a obra).
Se houvesse assinatura, como todas que são postadas por nós, o proprietário da obra não ficaria triste ou chateado com este problema.
Mas isto não impede este blog de seguir seu trabalho de enorme sucesso na web.
Obrigado pela informação.
Ire baba
Caros, bom dia 🙂
uma dúvida: temos alguma informação sobre como as sociedades yorubás lidam com a violência em relação às mulheres ou com os membros da comunidade? abraços e obrigada…
Marília eles são julgados pelas sociedades Ogboni e Gèlèdè.
Pode ser uma multa, pode ser uma pena, uma repreensão, como pode ser algo mais pesado.
Ninguém quer entrar em conflito com uma mulher yorubá, seus poderes são extensos.
Ire