Autores de livros de autoajuda frequentemente listam coleções de atitudes e sentimentos que resultam em entraves para a trajetória daqueles que se empenham na sua evolução espiritual. Aqui vai a nossa lista de observações para o seu autoexame, com itens que consideramos perigosas armadilhas sempre à espreita do Ego desavisado e que podem conduzir a enganos, resultando em grande perda de tempo na senda:
1. Não reconhecer a negatividade do seu Ego como fonte primeira de todos os problemas, tudo atribuindo a fatores exteriores. Deixar de vigiar e educar de modo correto o seu Eu Interior, mergulhando intensamente na vida espiritual e tudo ao sobrenatural atribuindo, em desconsideração ao aspecto psicológico da sua personalidade.
2. “Amar” aos outros, descurando a si mesmo. Utilizar o álibi do “serviço ao próximo”, ignorando as responsabilidades para consigo próprio e para com os seus dependentes imediatos. Quem não ama a si mesmo é incapaz de amar a quem quer que seja. Só compartilha quem dispõe de algo a ser compartilhado. A Escola Terra destina-se ao burilamento do Eu Divino que se encontra em estado bruto e revestido por camadas egóicas no interior de cada um.
3. Comer incorretamente, ignorando a constituição química do seu corpo físico. Acreditar que numa alimentação que restrinja o prazer degustativo, ou no jejum, encontrará as chaves mágicas da ascensão espiritual. Não praticar exercícios físicos para cuidar do corpo físico que, afinal, é o nosso instrumento principal. Tender para o ascetismo e desligar-se demasiadamente das coisas da Terra, vitais para a nossa experiência em matéria. Identificar-se excessivamente com seus corpos mental ou emocional, sem ter ainda atingido o equilíbrio necessário. Considerar-se evoluído demais para estar na Terra, ao invés de tentar contribuir para uma mudança de paradigma aqui e agora.
4. Exercer domínio sobre os outros através de ameaças e manipulações, sufocando as manifestações do seu livre-arbítrio. Deixar-se enredar pelo glamour e ilusão dos próprios poderes, acabando por esquecer o amor incondicional – onde reside o poder espiritual supremo. Ter a pretensão de acreditar e assegurar que está no “final da roda encarnações”.
5. Tornar-se um extremista fanático, sem enxergar o equilíbrio do caminho do meio. Buscar argumento e justificativa nos dogmas das religiões formais, sem exercer com lucidez o seu próprio discernimento. Apoiar-se e depender da figura de um sacerdote ou guru como intermediário entre si e o Divino.
6. Tornar-se sisudo, autoritário e formal, a ponto de privar-se da alegria e da diversão. Mascarar tranquilidade e suavidade, enquanto a presunção interior ferve com irritação e intolerância.
7. Ser indisciplinado nas suas práticas espirituais, abandonando-as quando se envolve num relacionamento amoroso e conferindo prioridade a ele, em detrimento do seu processo interno.
8. Esperar que Deus, os Mestres ascensionados – ou seja lá quem for – resolvam todos os seus problemas, intercedam pelas suas dívidas cármicas ou assumam as suas responsabilidades. Acreditar que alguém teve o privilégio de nascer “pronto” e que os Seres e Mestres ascensionados não trilharam o mesmo caminho dos desafios, provas que a evolução requer.
9. Convencer-se de que o sofrimento e o cultivo da pobreza são méritos que poderão acelerar a sua evolução ou engrandecê-lo espiritualmente. O trabalho eficiente que produz frutos e riqueza que a muitos beneficia é uma bendita missão na Terra. Cada um tem o direito de honrar o seu próprio esforço e reconhecer o seu valor. O manto da humildade costuma servir de disfarce para a arrogância e o orgulho exacerbado. Falsa humildade não deve ser confundida com elevação espiritual. Quem conhece a sua verdadeira e ínfima dimensão perante o Divino, não precisa mascarar humildade, inferiorizando-se perante os seus semelhantes.
10. Não fechar o seu campo energético, convencido de que “as boas intenções” o tornam imune a todas as influências negativas. Achar que, partindo da premissa de ser merecedor, seus desejos e pedidos devem ser sempre “atendidos”. Ser bem-sucedido é muito gratificante, mas o objetivo principal da vida não é a obtenção de tudo o que se deseja.
11. Viver na zona de conforto relaxando a vigilância sobre suas falhas, acreditando que está imune a quedas e retrocessos.
12. Ler demais, não meditar o bastante e colocar em prática menos ainda.
13. Considerar uma grande honraria poder servir como canal para entidades de outros planos, ao invés de expressar a sua própria voz. É preciso estar ciente de que, mesmo o mais evoluído dos Seres – da Terra ou de outro orbe – não detém o conhecimento total ou poderes ilimitados. Esta é uma prerrogativa da Divindade Suprema – que comanda todo(s) o(s) Universo(s) com seus muitos trilhões de galáxias.
14. Forçar a elevação da sua kundalini e a abertura dos chakras, sem ter ainda o necessário amadurecimento em outros aspectos, como se isso, por si, assegurasse o acesso ao “nirvana”. Portanto, o ideal é procurar equilibrar e integrar intuição, intelecto, sentimento e instinto, cada qual na sua devida proporção e valor.
15. Considerar o seu caminho espiritual – quando não o único-melhor do que o dos outros e aferrar-se a este caminho como Verdade única e definitiva, sem considerar que as vias são inúmeras e que a impermanência é constante no Universo manifestado. É preferível abster-se de discussões ou da pretensão de, no entusiasmo das suas experiências, convidar o outro a experimentar as vivências que são suas. Para cada patamar há afinidades próprias e experiências particulares.
16. Julgar as pessoas em função da sua antiguidade na senda espiritual ou do nível de iniciação que alcançaram. Gabar-se das próprias façanhas espirituais ou das dos seus mentores e guias. Forçar com ansiedade as próximas etapas, ao invés de concentrar-se na realização do trabalho – e nos dissabores – da etapa atual.
17. Competir, comparar-se com outras pessoas e acabar invejando o sucesso alheio, ao invés de perceber que somos únicos, com dons e potencialidades próprias, cada qual segundo circunstâncias e vivências específicas. Por fim, jamais esquecer que o Caminho é individual e, portanto, solitário. Não se imbuir da busca infrutífera de uma eventual “alma gêmea”, sem perceber que a sua própria Alma – a Mônada – dispõe de ambas as polaridades para se complementar plenamente.
Por Òya gbémi – Eliane Haas
Ìyá Ègbé Ilè Àsè Efunlase
Parabéns a irmã Eliane Haas(Oya Gbémi), pelo brilhantismo das palavras e pela elegância do texto, é sem dúvida um mergulho no nosso interior, se bem entendidas as palavras e pormenores constantes. Bela compilação de valores de ID, EGO E SUPEREGO, espero que todos possam entender e espelhar-se nas palavras que nos levam a reflexão do quão pequenos somos e do muiito que ainda nos falta aprender. Chegar em primeiro, as vezes é apenas uma questão de correr mais e não de ter apreciado a paisagem…Abraços a todos e meus respeitos. Que Olorum Bicifuó . Beto Ty Oya.
Beto, obrigado pelas palavras, vc tem razão, Eliane é uma pessoa diferenciada.
Ire aiku, Heépa Òya.
Só um berve comentário, adoro esse blog !!! Para mim é uma escola, excelente !!! Tenho um ganho extraordinário lendo as postagens, enfim… sem mais palavras!!! E por favor sem modéstias, como disse nossa cara Elaine, que estou conhecendo agora no contato com esse belo texto: “Cada um tem o direito de honrar o seu próprio esforço e reconhecer o seu valor”, e a iniciativa de todos vocês que aqui escrevem é importantíssima!!! Abraços a todos e muito obrigado por todo o aprendizado que vocês nos proporcionam; Axé !!!
Boa noite!
O que entendi no conteúdo desse texto maravilhoso foi o ensinamento que é próprio da religião dos orixás, que a busca pelo equilíbrio.
Um abraço a todos(as)
Texto interessante… muito interessante, com ensinamentos de alto grau de dificuldade para realizar no dia à dia. Sandra Roussin.
Sandra quem disse que a vida é fácil, rs.
Ire o.
Boa noite!Parabéns á vocês do Blog,se todos do Candomblé e Umbanda tivessem esse tipo de iniciativa e dedicação……Que Oxalá ilumine á todos!
Mario, a religião dos òrìsá tem segmentos para o aprendizado humano.
Este quesito exposto acima pela amiga e irmã Eliane Haas é somente sobre Orí.
Se Orí não tem equilibrio, se não tem uma vida de acordo com o texto, cultuar òrìsá é um engodo a si mesmo.
Ire o.
MUTUMBÁ Da ILHA , COMO VAI SUA PESSOA ESPERO QUE MUITO BEM
Muintíssimo profundo e reto no dircurso,
Parabens a autora ( ELIANE HASS)
Valeu Arthur, sumiu?, estamos bem. Obrigado pela lembrança.
Esú ki nba se oo
Gosto muito do programa De Olho No Mundo, ele é muito esclarecedor…
Depois dá uma olhada, http://www.deolhonomundo.com
PREZADOS E PREZADAS
A espécie humana, vêm trilhando um caminho de desenvolvimento material, moral e espiritual ao longo de seus aperfeiçoamentos.
Não obstante a variedade e diversidades dos valores que cingem a relações com a natureza e o meio ambiente, nunca houve momento no qual DEUS, seja qual for o nome que LHE atribuam, conforme a diversidade cultural planetária vigente, não se manisfetasse de algum modo para solucionar dilemas, sem detrimento da PAZ SOCIAL, embora a Seu tempo.
Neste caso, cabe utilizar o princípio da coerência que reconhece a diversidade de cultos e os elementos que os constituem segundo as TRADIÇÕES, que também não deixam de serem relidas. Sendo assim, creio que em breve, haverá resposta pacífica para o assunto, e tal situação, antes de mais nada, parece existir para testar, nossa habilidade de dialogar esclarecer o semelhante e pares de outras religiões congêneres.
Sandive Santana/RJ